Paul corou e seus olhos azuis claros brilharam, ele movia a boca, tentava falar mas não conseguia... até que seus olhos se encheram de lágrimas e ele deu um pequeno sorriso.

- Ah Robert... - Paul cheirou as flores e pegou a cartinha. - Como você descobriu que rosas são minhas flores favoritas?

- Leia a carta. - Paul pegou a carta e leu, estava escrito assim:

"Eu descobri que as rosas combinam com você, o cheiro adorável que dá vontade de cheirar para sempre, as pétalas são lindas... me lembram você corando que é realmente fofo...os espinhos são a sua doçura... forte (e de vez enquanto machuca, porque dói em meu peito ficar 3 meses longe de você) te quero de volta... "

Paul corou muito mais e acabou ficando vermelho como um tomate e começou a chorar... de alegria. Até que ele me abraçou, um abraço forte... até que o abraço se tornou em um beijo, e quando eu menos notei, eu estava dentro da casa.

- R-Robert... e-eu sinto muito...

- Pelo que? A culpa foi toda minha... - Falei, dando um olhar pro lado.

- Nem foi... eu sabia que a culpa não foi sua... mas eu fiquei com raiva de mim, por ter sido tão idiota por ter acreditado que ele queria nos unir... mas ele gosta de você. - Nós ficamos em silencio e nos beijamos de novo.

- P...podemos voltar? Sinto sua falta... - Perguntei, um pouco corado.

- Você não me abandonou, mesmo me decepcionando, não me abandonou... você tentou... e ainda pergunta? - Nós rimos e nos beijamos novamente. Acabei passando o dia na casa do Paul, nós assistimos filmes, jogamos videogame e algumas vezes dávamos uns amassos... eu já sentia muita falta disso.

De noite, eu voltei para casa... o dia foi muito bom... foi bem melhor do que a minha viajem para Disney quando eu fiz 15 anos, mas eu achei esse dia melhor do que qualquer dia. O amor é estranho né? Um dia com a pessoa que você ama é melhor do que qualquer dia por ai... mas finalmente... eu me senti feliz, de novo.

Fui dormir, feliz por ter o Paul de volta, mas ainda eu vou ter que me explicar para o David, sendo que esses três meses ele estava muito mal, muito deprimido, como se estivesse se sentindo culpado... puta merda... quando ele souber que eu e o Paul voltamos... não vai dar muito certo.

No dia seguinte, quando fui no colégio, haviam anunciado a peça.

- CARALHO! SÓ FALTAM DUAS SEMANAS! - Exclamei.

- É... eu quero ver você e o Paul se apresentando... vai ser legal... - Disse a Amy chegando para perto de mim, ela estava com cabelo mal amarrado, óculos preto e a mochila um pouco caída, a expressão dela estava um pouco triste.

- Amy... aconteceu alguma coisa? - Perguntei.

- Um PROBLEMÃO! Minha mãe achou os meus mangás yaois e agora eu estou de castigo o ano inteiro sem internet, sem viagens, festas e etc... que porra! por que eu não tirei os mangás debaixo da cama e emprestei para o Paul?

- Ah... que merda hein... - Falei com uma expressão um pouco triste também - Isso deve ser horrível.

- E seus pais, Robert, já sabem que você é gay? - Aquela pergunta me chocou, eu não quero que eles saibam disso se não eu estou fudido!

- Er... não... e nem pretendo contar. Meu pai é orgulhoso demais, minha mãe até ia aceitar o caminho, mas todo mundo SEMPRE TEM QUE APOIAR MEU PAI, e eu não quero me arriscar.

- Ah... foi mal... mas pelo menos eles não confiscaram meu celular! Ai eu posso ver yaoi sem eles perceberem! - Amy deu um sorriso, colocando no Google e procurando "Yaoi" "Lemon" e essas coisas.

O sinal batei e todos foram correndo até a sala, hoje era a última prova de biologia da unidade! E eu não estudei quase nada para a prova...

- Merda... eu esqueci que a prova era hoje! - Resmunguei. - E agora?

- Ei... psiu... Robert? - Alguém me chamou baixinho do meu lado, e quando eu vi era o David, ele estava segurando um papelzinho com algumas coisas escritas. - Se precisar, pode colar um pouquinho.

- David... você mudou... para o que era antes.

- É que... eu notei que... sim eu gosto de você, então é melhor eu deixar você ser feliz com o Paul, certo? Me desculpe por tudo, tomara que isso ajude.

- Ah, valeu cara... to te devendo essa. - Falei pegando o papel e deixando embaixo da prova para o professor não notar. Não me sinto bem colando, mas eu não tive escolha.

Após a prova eu sai da sala e fui até o ginásio. Fiquei pensando que tudo ficaria bem agora entre mim e o Paul, eu fiquei muito feliz com isso porque... eu o amo é claro! E ninguém pode impedir isso.

De repente meu celular toca, quando eu vejo de quem é a chamada, estava escrito Mãe.

- M-mãe? - Atendi. - Alo? Mãe?

- Oi filho! Como vai?

- Vou bem mãe, por que você me ligou agora?

- Tenho uma surpresa.

- O que?

- Eu e seu pai vamos voltar por um tempo, arranjamos emprego SIM, mas estamos em período de férias, legal não é? -

COMO É QUE É? DEPOIS DE TUDO ESTAR BEM, ENTRE MIM E O PAUL, VOU TER QUE EXPLICAR PARA OS MEUS PAIS? PORRA! TUDO DÁ ERRADO COMIGO! QUE SACO!

Enquanto eu estava reclamando e chutando as bolas de basquete do ginásio apareceu a Tiffany, ela estava usando a roupa de líder de torcida, que era roxo e estava estampado na camisa um tigre e estava escrito "Tigers!"

- Ora, ora ora... o pombinho cor-de-rosa está aqui, chutando bolas de basquete... não é muito inteligente da sua parte. - Tiffany riu pegando uma das bolas de basquete.

- O que você quer?

- Nossa... não seja tão grosso! Além do mais... eu sou a sua namorada...

- Você NUNCA FOI a minha namorada! - Gritei de raiva. - Eu nem gosto mais de você!

- Gente! Você costumava ser mais educado... eu só vim para perguntar uma coisa. - Tiffany jogou a bola de basquete no chão - Seus pais vão vim esses dias... seria uma pena se eles soubessem... que você namora um garoto... deve ser decepcionante né? Um homem bonito e charmoso como você, que serviria para dar de exemplo para muitos adolescentes e você sendo...GAY.

Fiquei vermelho de raiva, me controlei para não jogar a bola de basquete na cara dela (claro porque se não eu ia ser suspenso, e ai sim teria mais um motivo para meus pais brigarem comigo)

- Tiffany... eu não sei qual seria a reação deles... não conta para eles... por mim...

- Eu vou ganhar com isso... eu só não contarei se... você voltasse comigo.

- NUNCA! EU NÃO VOU ME REBAIXAR AO SEU NÍVEL! - Gritei.

- Ah... então eles vão reconhecer o verdadeiro Robert... escondido entre a máscara. HAHAHAHA - Tiffany saiu do ginásio, rindo e jogando o pompom para cima.

Eu não acredito...sempre quando tudo está bem, vem alguém para estragar! estava cansado disso! Dessa vez eu irei agir! Não posso perder o Paul por causa de uma homofobia besta dos meus pais que eu nem sei se eles tem, então... eu precisarei de ajuda.