Morangos Queimados escrita por AnnaBraciforte


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Então, espero que gostem. E recomendem, comentem, favoritem e acompanhem. Aproveitem :3
Ah e essa história vai ser movida por essas coisas: "recomendações, comentários..."



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 Acordo com dores em minhas pernas. Onde estou? Levanto minha cabeça, ainda deitada, e olho em volta, estou em uma floresta. Tento me levantar, mas quando apoio o braço esquerdo no chão sinto uma dor imensa no antebraço que me obriga a recolhê-lo contra o peito. Uso o braço direito para me arrastar até uma árvore.

 Quando encosto-me à árvore, sinto uma tontura por causa do esforço. Esfrego minha mão direita em meu rosto para retirar a terra que ficou ali. Observo na floresta algo que eu não tinha reparado antes... Fuligem. Cinzas. Fogo.

 Uma dor invade minha cabeça, assim que as lembranças retornam à minha mente. O que exatamente aconteceu? Só me lembro de estar assistindo aos Jogos, logo depois as pessoas corriam desesperadas. Passando umas por cima das outras, e o distrito tomado pelas chamas.

 Acalme-se Madge. Acalme-se. Vamos pelo início. O que aconteceu à tarde? Lembro-me de estar na sala lendo, quando meu pai gritou de seu escritório, fui até lá saber o que tinha acontecido. Quando cheguei à porta os papéis ainda caiam vagarosamente no chão.

 – Pai? O que está acontecendo? Por que jogou os papéis para o alto? – Perguntei recolhendo os papéis que estavam ao meu redor.

 – É complicado filha. – Ele tirou os óculos e pressionou as têmporas. – Você ainda não precisa se preocupar com certos assuntos.

 – Assuntos de política? – Finalmente eu havia pegado todos, me sentei de frente a ele para organizar os papéis. Enquanto arrumava-os eu os lia. Rebeliões nos distritos. Suspeitas de rebeldes.

 – Sempre minha querida. – Ele tomou os papéis de minhas mãos, será que tinha percebido que eu lera quase todos? Pouco provável. Ele andava preocupado demais. – Acho que vou levar esses papeis até ao edifício da justiça.

 – Tudo bem, eu vou subir. Ver como a mamãe está.

 – Faça isso filha.                                                            

 Eu e meu pai saímos do escritório. Enquanto subia as escadas pensei que talvez mais tarde eu pudesse ler outros papéis que estavam lá. Andei pelo corredor, e entrei no quarto onde minha mãe estava. Como sempre, ela estava deitada. Encostei-me no batente da porta.

 – Olá mamãe. Se sente melhor?

 – Sim filha, venha cá. Sente-se. – Deu dois tapinhas na lateral de sua cama.

 Não é que minha mãe seja uma mãe ruim, mas quando se tem enxaquecas constantemente e se vê obrigada a ficar de cama quase toda sua vida é difícil dar atenção a sua filha. Caminhei lentamente até lá e me sentei.

 – Lembra-se daquele assunto que eu disse que era doloroso demais para ser lembrado? – disse ela.

 Eu assenti, quando o terceiro massacre quartanário começou, eu perguntei sobre minha tia. Minha mãe me expulsou do quarto aos gritos, berrando para que eu nunca mais tocasse no assunto.

 – Eu resolvi que é melhor você saber. Sabe sua amiga? Katniss? Eu, minha irmã e a mãe dela éramos muito amigas. Foi então que sua tia foi sorteada para os jogos. Nós fomos nos despedir, ela disse que seria forte e que nós também deveríamos ser. Nos jogos ela foi inteligente, usou os venenos para criar uma arma letal, fez alianças - uma delas com o Abernathy...

 –Haymitch.

 – Sim, mas foi morta por pássaros rosa carnívoros. Eles cortaram seu pescoço, – lágrimas já escorriam dos olhos de minha mãe. – Haymitch fez o que eu teria feito, ele ficou ao lado dela, segurou a mão dela até ela morrer.

 – Mãe, pare. Tudo bem, já ouvi o bastante.

 – Não, me escute. Ela poderia ter tido um futuro. O broche era dela, você sabia não é?

 Eu assenti, sabia que o broche era de minha tia, ele significava muito para mim. Dá-lo à Katniss foi difícil, mas eu queria mostrar que minha tia ainda era importante. Ela não foi só mais um tributo morto na arena. O tordo acabou sendo o símbolo de Katniss também.

 – Filha, desça e toque sua canção preferida no piano.

 – Mas mãe isso vai aumentar suas dores de cabeça, não vai?

 – Estou bem, pode ir. Toque, porque era a canção preferida de sua tia também.

 Eu sorri para minha mãe, me levantei e desci as escadas correndo. Parei em frente ao piano e deixei que a música levasse meus dedos pelas teclas. Toquei a música inteira com um sorriso no rosto, minha mãe nunca me pedira para tocar uma música pra ela, ao contrário, ela sempre me dizia que as dores aumentavam quando eu tocava.

Mal eu sabia que essa era a primeira e última vez.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Façam uma autora feliz, por favor. =]



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