O Ressurgir escrita por Kas Blume, Mary SB Ackles


Capítulo 6
Tudo voltou a ser como antes?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora (de novo)
Boa Leitura....



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Arrasto-me para fora da cama, ao lado de Peeta, coloco meu roupão e me dirijo para o quarto de minha princesa, a observo por um tempo.

Será que ela estará protegida na capital comigo, o que a capital pode fazer a ela? Não existe mais os jogos, contudo não me sinto segura em relação a isso, alguém na capital seria capaz de fazer mal a ela? Ou será que estão ocupados demais se preocupando com festas luxuosas e roupas de grife?

Eu sinceramente não sei se consigo me acostumar com essa ideia de voltar para capital e ver aquela gente egoísta, prepotente e que se preocupa com sua luxuria e manter suas entranhas cheias muito além do que fosse suficiente para ela ou para um distrito inteiro, eu quero acreditar que a capital mudou que as pessoas mudaram, porém acredito que, infelizmente, ignorância seja passada de geração em geração.

Ainda mais depois do que Chloe disse, como ela poderia saber de novas revoltas em Panem de onde ela poderia ter tirado essa inoportuna ideia? Sua raiva surgindo dentro de si era visível, Chloe sabia muito bem do que estava falando. Falarei mais com Peeta sobre isso, ultimamente os meus dias estão tão cheios de surpresa que mal tenho tempo para falar com Peeta.

Sou tirada de minha própria mente furtiva por Peeta.

–Está tudo bem? – Peeta perguntou com um olhar curioso.

Recuo por um tempo, mas balanço a cabeça positivamente, ele não parece satisfeito com a resposta, contudo desce os lances de escada em direção á cozinha.

Falarei com Peeta sobre Chloe, porém não agora.

Acho que ele deve ter percebido algo desde ontem, ou deste do dia em que fomos convidados para um jantar na capital.

Já é amanhã o jantar e não sei se estou pronta. É uma coisa atípica de a capital entregar o convite assim em cima da hora, já que costuma entregar com uma antecedência exagerada, talvez para não der tempo dos convidados pensarem melhor a respeito a tempo de cancelarem.

Resolvo fazer como todas as manhãs e assistir Peeta fazer o café da manhã.

Sento em frente à mesa, com os braços cruzados sobre a mesa de madeira. Peeta me encara por um tempo.

–Katniss, tem certeza que está bem?

–Eu... Não sei se consigo volta para a capital – Eu confesso.

–É, nem me fale – Ele disse passando a mão pela nuca. – É bom Haymitch ter um bom motivo para nos arrastar para lá.

–E se ele não tiver? – Sugiro, e continuo – E se ele não tiver nenhum bom motivo para ir para lá, um bom motivo para nos fazer enfrentar aquilo de novo?

–Então teremos ido para lá por simplesmente nada - Peeta disse sem olhar para mim, este concentrado demais fazendo um café da manhã diferente.

Peeta ia acrescentar algo, porém nossos filhos correndo escada abaixo param ao meu lado e minha princesa pergunta:

– Mamãe, porque vocês odeiam tanto a capital? É por causa das coisas ruins que tiveram que fazer? – Ela pergunta com um olhar inocente.

Eu e Peeta nos entreolhamos sem sabermos o que dizer direito.

–Onde ouviram isso? – Peeta pergunta depois de um tempo.

–A gente ouviu vocês disserem – Meu filho explicou esfregando os olhinhos.

–É que... A capital fez umas coisas ruins para a gente...

–Então eles todos são maus?

–Não filho, isso já faz... Já foi há muito tempo – Peeta explicou escolhendo com cuidado as palavras

–É foi, e eles são meios... Chatos, lembra-se daquela garota que você achava chata filha? Então eles são assim... Chatos - Recordei-me em boa hora, tinha uma garota na sala da minha princesa que ela não gostava muito.

–Rebekah Saund, ela é exibida – Minha filha concluiu.

Acho que, por hora, foi uma explicação satisfatória sobre a capital.

–*-

Eu e Peeta hoje estamos atarefados, para recompensar os dias que ficara fora ele esta fazendo e confeitando bolos em dobro para ter algo que vender.

Ele até pediu que Sam Clay vendesse os produtos para ele no final de semana, Sam era de confiança, trabalhou como funcionário de Peeta quando garoto, e agora em eventualidades ele o ajuda dividindo igualmente com Peeta o dinheiro que conseguiu.

Era uma tarde típica de começo de inverno, o céu estava cinza e ameno o vento estava forte e congelante, essa época do ano não me traz boas lembranças, me lembra de quando tinha que sustentar minha família com o que achara na floresta ou o que conseguia trocar no Prego, geralmente tinha sorte se conseguisse achar um pão e dividir em vários pedaços com minha família era motivo de comemoração. Tudo por sobrevivência, para ter algo com que nossas bocas possam trabalhar: comida.

Então a vejo, cabelos curtos, castanhos claros um poucos grisalhos, aproximadamente 1,65 de altura, seu rosto da a ela um leve toque de “mulher frágil” com olhos expressivos, nariz levemente arrebitado e seus lábios são curtos e finos. Um cachecol vinho esconde um pouco seu rosto e o protege do vento frio de inverno, calça preta de moletom e uma jaqueta da mesma cor cobrem seu corpo, apesar de Chloe Kenti ter muitas riquezas por ser mulher do prefeito não o demonstra.

–Olá Katniss – Ela diz com um sorriso amargo no rosto.

–Oi - Respondo e então saio da loja com ela e andamos em direção à escola, como sempre.

–Katniss, você irá mesmo voltar para a capital? – Ela pergunta demonstrando um desinteresse treinado.

–Pois é, vou sim! – Confirmo – Você ficou sabendo pela televisão?

–Foi, acho que Panem tem um interesse especial por você –Ela diz com um sorrisinho no rosto.

–Chloe, ontem você disse que estava tudo voltando a ser como era antes das guerras, revoltas e tudo mais, como soube disso? - Perguntei discretamente.

Ela me encarou, andou mais lentamente e então começou a falar.

–Katniss, eu sei que isso possa ter parecido estranho – Ela diz lentamente – Minha intenção não era assustá-la ou qualquer coisa do gênero, eu acho que acabei... Distorcendo uns poucos os fatos, foi apenas isso.

Ela esta fugindo da minha pergunta.

–Mas como pode saber desses fatos? Onde os viu?

–Você sabe... Meu marido é o prefeito do Distrito então ele tem alguns... Privilégios – Ela explicou vagarosamente.

–Entendo – Me lembro de ver na casa do antigo prefeito um televisor passando a situação de revolta em alguns distritos –Por favor, me fale mais sobre as revoltas.

Ela me olha com um olhar de desaprovação.

–Não comente com ninguém – Ela disse baixando seu tom de voz se aproximando de mim e olhando em volta – Depois que Paylor deixou de ser presidente aconteceram algumas... Coisas estranhas e o povo fez uma pequena revolta organizada, não é nada demais... Por enquanto.

–Que tipo de coisas - Digo rapidamente, porque estávamos nos aproximando da escola.

–Injustiças com o povo - Ela diz.

Entreolhamo-nos, e então a monitora da escola vai chamar nossos filhos.

Ao chegar a nossa casa, meus filhos vão tomar banho e se arrumar para hoje à noite. Haymitch marcou para nos encontrarmos na estação em 1h e 30 min e ainda nem temos as malas prontas.

Junto todas as forças que consigo para arrumar as quatro malas o mais rápido possível, arrumo a mala dos meus filhos primeiro e como não sei o que Haymitch e a capital planeja para o final de semana coloco todo o tipo de roupa nas malas, desde roupas de banho até casacos de inverno.

Começo a fazer minha mala e de Peeta vasculho tudo no guarda-roupa para encontrar objetos para a viajem. Até que no fundo de uma gaveta encontro uma pequena caixinha vermelha, enfeitada com algumas flores em um tom vermelho mais claro, não me recordo de colocar essa caixinha na gaveta, a abro ansiosamente e então encontro algo que há anos não vejo: Meu broche dourado de tordo junto à pérola que Peeta me deu em um dos jogos. Agora me recordo da caixinha, Peeta a tirou de sua antiga casa, ele achou que era importante guardar a perola para não a perder em qualquer lugar.

Ouço o barulho da porta abrindo no andar de baixo, então coloco a caixinha em um bolso com zíper na minha mala.

Peeta chega e me cumprimenta com um beijo rápido e vai rapidamente tomar banho, eu deixo o seu único terno separado sobre a cama e separo meu único vestido de festa.

–*-

Estamos todos prontos, trancamos a casa e saímos da Ala dos Vitoriosos arrastando nossas malas até a estação, estamos 20 minutos atrasados.

Chegamos a estação, ela teve uma ótima reforma nos últimos 20 anos que não a vejo, paredes de um metal dourado brilhante a sustentam, alguns detalhes em um dourado envelhecido, logo na parede após a entrada há um desenho, um enorme 12 desenhado em circulo me chama atenção, na parte de cima da borda escrito “Bem vindo ao distrito 12” em baixo escrito “Não há lugar mais aconchegante que nosso lar”, atrás do símbolo de 12, há um desenho de fogo que se estende por toda parede, na parede a direita, há alguns quadros com o presidente de cada ano estampado e na da esquerda uma enorme placa metálica com o nome de todas as pessoas que morreram no bombardeio, ou pelo menos as pessoas que conseguiram encontrar, e ao lado meu broche de tordo gravado na parede.

Ao longe há uma escada que leva pra cima, a subimos sem certeza de que é para lá que devemos ir, quando subimos vimos algumas pessoas esperando um trem passar, nenhuma é o Haymitch, então procuramos por ele, e logo o vimos ao lado de uma trilha de trem separada.

Assim que ele nos vê assente, Haymitch esta com uma calça jeans e uma jaqueta preta, algo estranho para um jantar na capital.

–O que?! Se atrasar faz parte do charminho de vocês? – Ele indaga – Vamos logo, já estamos atrasados - Ele nos direciona para dentro do trem, e agora é oficial, em menos de uma hora estaremos de volta a capital.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo já está pronto mas sem previsão de postagem

I'm sorry...