Deus, deuses e Perseu escrita por Eva Wake


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiee c:
Fic de volta e a todo o gás!!
Tomara que gostem lindinhos S2



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Minha vida inteira nutri um ódio e um desgosto imensurável pelos deuses gregos, deuses que são egocêntricos, egoístas, narcisistas e impulsivos. Vivi seguindo os ensinamentos do Deus com D maiúsculo, esperando o dia para castigar e colocar o Olimpo em seu devido lugar, mas esse dia ainda não chegou. Pelo contrário.

Sei que quero vingar minha mãe e fazer os deuses pagarem pelas injustiças que cometeram, mas apesar do meu ódio pelo Olimpo, não posso ser um juiz ruim como Zeus foi e acabar condenando pessoas inocentes.

Receber a notícia do meu mestre Ithuriel, de que devemos nos juntar a quem tanto odeio, foi um baque e tanto, mas eu não demonstro. Eu o obedeço. Minha hora chegará certamente, mas não é esse o momento.

Faço minhas malas com pesar no coração, é triste deixar meu lar, apesar de excitante. Pego todas a roupas e meu livro preferido. Meus fones e o kit de emergência já estão no devido lugar.

Toc-Toc. Ithuriel bate na porta mesmo sabendo que estou ciente de sua presença e que não é um incômodo (benefícios do manda-chuva incluem telepatia, clarividência, escudos naturais etc).

— Oi mestre....

— Percy, sei que seu coração está trancado, mas lembre-se de que o nosso papel, o do caminho santificado, é o de ajudar e cuidar dos próximos. É o objetivo principal. E agora, devemos nos unir pelo bem maior.

— Eu sei, eu sei. Não vou decepcioná-lo mestre.

—Vem aqui, garoto – ele me puxa para um abraço meio desajeitado e desarruma meus cabelos – Você é como um filho pra mim, sabia? Agora vá.

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Assim que dou o primeiro passo para fora do portão da mansão um barulho ensurdecedor me faz cair de joelhos no chão. É uma espécie de estática extremamente aguda, que vai diminuindo aos poucos, juntamente com um tremor no solo.

Quando o barulho finalmente acaba, me levanto e finalmente percebo: eu causei aquilo. Foi como se um poder selado dentro de mim finalmente fosse liberado. Me sinto dez vezes mais leve, ágil e forte.

Imediatamente sei para onde devo ir: O Olimpo. E assim começo minha jornada.

Depois de dez dias matando dezenas de milhares de monstros quase que sem descanso, finalmente encontro algo interessante.

Algumas de minhas bênçãos incluem me tirar do mapa para os deuses, mas isso não se aplica a monstros e demônios. Claro que posso esconder minha presença, mas assim que senti uma aura muito forte, me relevei.

Um garoto um pouco mais jovem que eu, fazendo ossos humanos flutuarem do chão, estava numa sarjeta, aparentemente matando o tempo distraidamente. Até agora nessa jornada foi a aura mais forte que já vi.

Percebendo minha proximidade, o garoto pálido se tenciona levemente, mas mesmo assim não muda a posição. Experiente, confiante. Muito bom, gostaria de lutar com ele em alguma ocasião.

— Não tenho a intenção de fazer mal, mas preciso de néctar se possível, e de uma ajudinha pra chegar no Olimpo.

Ele então se levanta e se aproxima com as mãos levantadas para mostrar que também não fará mal. Ele me observa de cima a baixo e se eu o conhece melhor diria que estava me farejando, mas não tenho certeza.

O punk finalmente abre um sorriso malandro e estende a mão, que eu aperto. Em um segundo toda a tensão se esvai. Ele materializa uma garrafa de metal do chão e joga pra mim.

Dou um gole e começo a tossir fortemente.

— Néctar “esterilizado” com 80% de álcool. Delícia. – ele diz rindo – Prazer, meu nome é Nico Di Angelo e serei seu guia para o Olimpo. O que pretende fazer lá? Arranjar briga com os grandões?

Era exatamente o que eu queria, maaaaas...

— É uma história meio complicada na verdade, posso te contar no caminho se os monstros derem uma folga.

— Entããão, ao caminho, senhor!

Depois do Nico aparecer, o caminho foi bem mais rápido. Ele conhecia uns ótimos atalhos, apesar dele insistir em fazer paradinhas estratégicas para que eu conhecesse os “prazeres mundanos”. Ah, pra que eu tinha que falar que fui criado em “cativeiro” (na visão dele)...

Tenho certeza que Ithuriel está se coçando, vendo essa primeira amizade de “ótima” influência que fiz.

Depois de mais três dias, finalmente chegamos. Apenas nos estreolhamos e a mensagem ficou clara:

“Há uma grande chance da  gente se fu**”

— Hey Nico, aprendi aos sei anos que sentar no trono de um deus é o meio mais fácil de conseguir uma reunião com os esquentadinhos. O que acha?

— To nessa pra ver o circo pegar fogo, irmão. To logo atrás de vc.

Nos sentamos cada um em um trono, ele com um sorriso afetado no rosto e eu cada vez mais tenso. Senti uma leve ardência nas costas, o que provavelmente mataria outra pessoa, e logo todos os deuses apareceram no salão.

Nico sofreu um pouco mais no processo, mas estava bem.

— MAS QUE OUSADIA É ESSA? – a voz potente de Zeus ribomba por todo o local               

Ele me manda uma descarga elétrica e eu implesmente me desvio, com uma rapidez digna de Hermes.

Todos me olharam embasbacados. Inclusive eu.

Respiro fundo e me ponho no meu lugar. Sei quem eu sou. Sei meu papel. E o mais importante: sei quem odeio.

Ainda sentado no trono começo a falar, tentando ocultar meu ódio.

— Acho que você sabe quem eu sou, não é Poseidon?

— Filh-

— Não importa. Uma grande guerra se aproxima e vocês sabem disso. Meu mestre me enviou para ajudar e é só por isso que estou aqui, de boa vontade.

— Quem é você, garoto? – Atena pergunta com desprezo

— Mais respeito, Lady Atena. Falarei quando eu quiser. Vão aceitar a ajuda ou não?

—Quem você acha que é para falar com uma deusa assim? – Ares está um pouco alterado. Divertido.

— Responda Zeus- resolvi o ignorar.

— Mesmo que aceitássemos, por que na verdade você deveria morrer, um semideus a mais não faria diferença.

— Ah é? Eu deveria morrer? Então tente. – pude até sentir a onda de poder emanando de mim.

Por um segundo percebi que provavelmente abusei da minha sorte. Nico até empalideceu mais ainda.

— Acalmem-se todos! – Poseidon intervém. -Esse jovem é meu filho e quem ousar levantar um dedo contra ele sofrerá minha ira!

Um silêncio mortal segue suas palavras.

— Nico? É claro que você está envolvido nessa história... Como sempre. – Hades finalmente se pronuncia pra quebrar o gelo.

— Haha, culpado – di Angelo responde com um sorriso amarelo.

— Por hora, os dois devem ser enviados ao Quíron. Informaremos a decisão final em breve – e com um simples estalar de dedos de Zeus, eu e Nico aparecemos num campo de treinamento cheio de semideuses.


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Notas finais do capítulo

Movida a comentários galerinha c:
Detalhe::: vocês podem palpitar no SHIP se quiserem :3 (ainda não decidi)



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