Deus, deuses e Perseu escrita por Eva Wake


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fiz algumas mudancinhas c:

Movida a comentários S2



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Caminhei pelas ruas imundas daquela cidade e finalmente cheguei ao orfanato que mais parecia uma cadeia. Assim que cheguei perto do portão ele se abriu sozinho, me dando passagem.

Entrei por uma portinha que parecia ser o escritório e encontrei uma senhora de cabelos brancos e avental atrás de um livro grosso.

—Madame? A senhora poderia me ajudar, se não for incômodo?

—OH! Oh, hihihi, claro, belo senhor! – ainda é engraçado como os mundanos ficam quando me olham… – O que o senhor deseja?

— Pode me chamar somente de Daniel. Bem, ouvi dizer de um garotinho muito encrenqueiro por aqui. Poderia vê-lo?

— Ah, claro que sim, senh… Daniel. Não sei o que você gostaria com ele, é uma criança muito difícil, entende? Ho-ho, enfim, pode entrar. Se precisar de algo e só chamar, irei fazer um cafezinho no capricho.

Entrei em uma sala de estar e estava tudo uma zona. Crianças correndo para todos os lados, gritos e coisas voando. A causa de tudo isso estava no meio da sala. Um garotinho de aparentemente seis anos espancando quantos garotos coubessem em seus pequenos bracinhos.

Ele tinha um olhar agressivo e uma expressão totalmente irritada. Gritava constantemente ‘’Não sou um demônio! Não sou!’’

Andei tranquilamente até o centro e soltei as pobres criancinhas que caíram nas graças do meu pequeno legado.

— O que está fazendo, velho? Eles merecem‼

Peguei a criança no colo e saí daquele pandemônio, sem me importar com todos os chutes, que a propósito eram bem fortes.

O levei para um corredor afastado e me agachei de frente para ele.

— Qual o seu nome garotinho?

— Qual o SEU nome, vovô? – poderia dizer até que sua expressão era cômica, estilo ‘like a boss’.

—Pode me chamar de Ithuriel, mas aqui nesse mundo sou conhecido como Daniel.

— Entendo. Me chamo Percy. O que quer?

— Que tal você ir morar comigo?

Seu pequeno rosto passou por uma série de expressões até voltar a sua habitual carranca.

— Por que alguém iria querer ficar comigo? Você deveria ter medo de mim.

— Você não pode me fazer mal. Eu entendo você e posso ajudá-lo a controlar seus poderes.

— Co-como você sabe? Quem é você?

— Se você vier comigo eu juro que te explico tudo.

— Tudo bem.

Estranhei a rapidez, mas sabia que o garoto só queria ser amado de novo.

—Vou ajeitar a papelada. Pode vir comigo se quiser.

No fim, nem foi preciso fazer muita coisa, a mulher queria tanto se livrar dele que nem cobrou nada.

—Vamos, me conte vovô.

— Tudo bem. É só se sentar.

Ele me olhou confuso, mas assim que piscou, estávamos em minha mansão, em uma sala com lareira.

— UAU. VOVÔ, VOCÊ FEZ ISSO? INCRÍVEEEEL!

 Esperei ele se acalmar e comecei a explicar na lata mesmo.

— Você já sabe o que aconteceu com sua mãe certo? Zeus fez isso por que você iria nascer, e você é uma criança muito especial.

—Claro que sou! E é bom ele ficar com medo, por que vou chutar o traseiro dele!

Mandei-lhe um olhar severo, mostrando que se ele interrompesse de novo, ele quem iria levar um chute.

— Bem, seu pai é Poseidon e você tem um papel importantíssimo neste plano terrestre, além de ser o garoto da grande profecia. Entende por que Zeus queria te matar? E isso que ele nem sabia desses dois últimos itens.

Ele pareceu ficar um pouco perdido, e por um momento achei que ele fosse começar a chorar, mas a única coisa que fez foi assentir.

—O Olimpo está sendo um péssimo juiz dos mundanos e está abusando de seu poder, prova disso foi sua mãe inocente que morreu. Infelizmente meu Deus não pode interferir diretamente nesses assuntos e é aí que você entra.

Meu senhor me escolheu para te treinar. Não vou te obrigar a ficar de nenhum lado. Você irá decidir sozinho. Mas o que acha de ficar mais poderoso e controlar suas habilidades?’’’

O garoto estava em choque, e não o culpei.

—Pode pensar á vontade. Quando se decidir me cha-

—Quero. Quero que me treine.

Olhei sua expressão decidida e de repente senti afeição por essa pobre criança.

— Certo. Seu treinamento começa às 7 em ponto. Não tolero atrasos.

Ele deu um sorriso gigante e saiu correndo pela casa.

— OKAAAAAAAAAAAAAAY!

Nem parecia mais aquela criança sombria de poucas horas atrás…

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— Yooooshi! Vamos começar, vovô!

— Garoto, já falei pra não me chamar disso!

— Mas você tem cabelo branco…

— É loiro, querido, loiro. Não é por que seu cabelo é preto que eu te chamo de petróleo.

— Idiota…

—Idiota é vo-

Céus, eu estou discutindo com uma criança. Onde eu fui parar?

— Enfim, seu primeiro treinamento será de mitologia. Abra seu caderno na página 10 e-

— O queeeeee? Eu quero lutar!

Dei uma tapa em sua cabeça e comecei a explicar sobre o nascimento dos deuses.

[1 hora depois]

— Entendeu?

Ronc.

— PERCY. PERCY. ACORDEEE.

—Hã? Ah, o que foi vovoô?

—Humpf, pelos céus… quero que você estude o caderno inteiro! Se não aprender tudo, não irá lutar! Só me chame assim que terminar.

— AHH, mas isso não é justo‼

—Sugiro que comece logo…

Ele se virou e saiu com o caderno na mão e um bico no rosto.

Esse garotinho é muito engraçado… bem, ele tem cabelos pretos que insistem em cair nos seus olhos, que são de um verde intenso. Muito diferente de mim, que tenho cabelos tão loiros que chegam a ser brancos e olhos azuis.

Sabe, me apeguei bastante a ele nesses últimos dias. Acho que até o considero como um filho.

Resolvi descansar um pouco e caí no cochilo. Quando era aparentemente de noite, acordei e dei da cara com Percy.

— O que foi.

— Terminei‼- seu sorriso era enorme

Estranho.

— Quem criou o univer…

— Urano‼

— Quem derrotou a Medu…

—Perseu‼

— O que acontece quando se olha para a Medu…

— Você vira pedra‼

— Como se derrota a hi…

— Corta a cabeça do meio‼

— Qual é o lado bom do sangue de górgo…

— O direito‼

— Como se revive os mor…

— Levando comida‼

— Qual o jeito mais fácil de chamar um de…

— Sentando no trono dele‼

— Uau! Eu não imaginava que você fosse aprender sozinho. Como você fez?

— Ah, eu comecei a meditar e alguém me contou!

Hunn, isso aconteceu mais rápido do que o esperado.

— Certo. Hora da espada. Veja bem, essa espada é destinada ao filho de Poseidon, ela é muito especial, assim como você. Quer experimentar?

— Não. Não quero nada que seja do meu pai.

—Err, eu entendo, mas essa espada é forte, as outras não vão aguentar o tranco.

— Não quero nada daquele covarde. Meu pai de verdade não aceitaria ordens de um tirano como Zeus!

— Não é como se ele tivesse muita escolha.

— Não interessa! Eu nunca me submeteria a alguém desse jeito!

— Muito nobre de sua parte, mas lembre-se que humildade às vezes pode ser crucial.

—Sei. Vamos logo, sim?

^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^

Nove anos se passaram desde que eu comecei a treinar esse garoto prodígio. Hoje, ele está com 15 anos e seu treinamento finalmente foi completo.

Ensinei-lhe as artes da espada, do convencimento, da gentileza, da sedução, de grego antigo, do latim, da feitiçaria, lhe dei a bênção de um anjo, lhe dei poderes dignos de um deus. Ele agora sabe controlar sua besta e todos os animais selvagens.

Com mais os poderes que vieram do meu Senhor através de mim, Percy agora é tão ou mais poderoso que os Olimpianos. Agora ele não é mais nem humano, nem semideus, nem anjo, está no meio termo de tudo isso.

POV PERCY

Finalmente meu treinamento está pronto. Agora eu posso… Agora eu posso fazer o que? Aqui na mansão angelical, Zeus nem nenhum monstro pode fazer nada contra mim, mas assim que eu sair, poderão.

—Percy? Vamos conversar? – Ithuriel fala da porta do meu quarto, interrompendo meus devaneios

—Claro, mestre. Qual o proble-

— Guerra.

E pela sua expressão, não é nada do que esperávamos.

 


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Notas finais do capítulo

Movida a comentários lindonas e lindões c:
S2



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