Cheguei na praia e notei todos eles em volta da fogueira. Todos estavam sorrindo e eu decidi olhar aquela figura por mais tempo, daqui para frente seria dificil termos momentos de alegria como esses.
  Respirei fundo e segui em frente, me sentei na areia ao lado de Guilherme que sorriu para mim. Ele vestia uma regata preta que deixava seu belo físico bem a mostra, era perfeitamente definido para um garoto de somente 16 anos. 
  - Parece que agora sim estamos com a Lana que conhecemos. - Brincou Tati me provocando.
  - Do que é que estão falando ? 
  - As roupas, esta com as mesmas roupas de quando chegou aqui. - Olhei para meu vestuário e assenti para Juliane.
  Estava de preto como quando cheguei, tênis, calça jeans regata preta com um sobretudo para completar. E mordecostas pendia em minha cintura junto de sua aljava.
  - Está tão ruim assim ? - Todos riram.
  - Não, não esta ruim Lana. - Troquei um longo olhar com Guilherme depois de seu elogio.
  - Vocês dois precisam dar uma volta entendem ? Passar um tempo sozinhos... - Eu e Gui rimos mas Andresa tinha completa razão.
  - Você quer andar Lana ? - Ele perguntou piscando, era um sinal de que ele queria conversar comigo.
  - Vamos. 
  Assenti e juntos nos levantamos, pude ouvir as risadas, todos estavam prestando atenção na gente e a praia não era tão longa, mesmo que fóssemos até o final dela eles ainda nos veriam.
  Paramos não tão longe da onde o pessoal estava, só era longe o bastante para que eles não nos ouvissem. 
  - E então, vai me dizer sobre a sua arma ? - Puxei assunto nervosa.
  - Na verdade, quer mesmo saber sobre isso ? Todos sempre dizem que é assunto de nerds e Cdfs. - Eu dei risada.
  - Desde quanto inteligência é ruim ? - Ele assentiu dando uma breve risada.
  - Eu descobri algo que para mim é fantástico mas ainda assim eu sou fraco perto de todas vocês. consegui combinações de substâncias que causam efeitos colaterais muito interessantes. Coloquei estas combinações dentro de bolas de metal, alumínio no caso. Em contato com a superfície elas se abrem e acabam liberando o conteúdo que elas guardam dentro de si.
  O olhei confusa e ele deu risada. 
  - Toma, jogue-a na água. 
  Ele me entregou uma esfera prateada que parecia bem mole por sinal, mas era só impressão. Eu o encarei desconfiada e ele sorriu.
  - Vamos, jogue. Quero só ver a sua reação.
  Eu obedeci, lancei no mar a bolinha e em questão de segundos ela estourou mas o mais estranho é que ela estourou como fogos de artificio mudos, não fez barulho algum mas o brilho que ela lançou era maravilhoso. Nós dois demos muita risada e Gui acenou para Brian.
  - Não prejudica a água, fique tranquilo. - Ele informou gritando para Brian e nós dois continuamos a rir loucamente.
  - Isso é muito legal ! - Assumi.
  - É legal não é ? 
  Sorri assentindo e o olhei, ele olhava o mar como se procurasse vestígios de sua criação. A lua lançava uma iluminação maravilhosa sobre seu rosto. Assustei quando ele notou que eu o olhava e virei o rosto imediatamente com timidez.
  - Lana eu gostaria de conversar com você sobre... O que eu disse quando fomos separados por aquele campo de força. 
  Respirei fundo, tinha que deixar o nervosismo de lado imediatamente.
  - É, precisamos conversar sobre aquilo. 
  - Por favor não pense que foi momentâneo. Não disse porque estavámos em uma situação critica e eu tinha medo de que perdesse o controle, mas eu disse porque eu...
  Eu me virei para ele olhando em seus olhos.
  - Gui, não sei o que esta havendo entre a gente mas... Sei o que esta pensando. Não posso lhe garantir nada enquanto a Ollie, para mim foi tudo por conta do encantamento. - Ele assentiu mas sabia que essa era sua maior preucupação. - Você é o meu melhor amigo e eu não quero perder isso, entende ? 
  Ele assentiu chateado como se achasse que não tinha chance alguma comigo e eu não pude evitar o riso. Ele me olhou confuso.
  - Porque esta rindo ?
  - Guilherme, o que eu quis dizer é que eu não quero maguá-lo mas não posso dizer ainda o que foi que ouve entre mim e Ollie. Só que seja lá o que aconteceu ficou no passado, agora eu quero você. 
  Ele sorriu surpreso e chegou mais perto de mim.
  - Isso significa que você gosta de mim ? 
  Eu dei de ombros.
  - O coração tem razões que a razão desconhece. - Citei e ele deu risada sorrindo.
  - Eu prometo que eu te faço feliz, esquecerá do idiota do Ollie em dois dias. Quer apostar ? 
  Dei uma breve risada e me aproximei dele, permitindo que ele colocasse a mão em minha cintura como se fosse me abraçar. Meu coração acelerou eu pensei que o pederia porque estava prestes a pular pela minha boca.
  - Guilherme não estou ficando com você para esquecer Ollie, só agora eu pude notar. Eu... Gosto de você. Gosto mesmo de você, não é por Ollie e nem por nada. Agora vejo que é você que me faz rir diferente... Você é meu equilibrio. 
  Coloquei a minha mão onde seu coração batia e pude notar que ele estava acelerado.
  - Eu também, eu te quero Lana. Te quero mais do que tudo e eu te protegerei, estarei do seu lado sempre que precisar e mesmo quando não precisar eu estarei aqui. 
  - Você é muito fofo sabia ? 
  - Quer me apertar ? 
  Não resisti e dei risada mas sabia que agora nos beijaríamos e nada nem ninguém mudaria isso. Minhas pernas tremiam, aliás todo o meu corpo tremia. 
  " É agora ! " - Disse Juliane em minha mente.
  " Não atrapalhem, esse momento é meu e de Gui. " - Pude ouvir a risada delas mesmo com a distância.
  - Quer ir em frente com isso Lana ? 
  Eu assenti e coloquei minha mão em sua nuca.
  - Sim...
  Então seus lábios se encontraram com os meus. Tentei ficar estável, tentei não tremer e tentei não deixar que o nervosismo aparecesse. Quando paramos o beijo ouve um sorriso, meu e dele. Então olhamos um nos olhos do outro e respiramos fundo.
  - O que acha ? Devemos voltar para lá ? - Ele perguntou confuso e eu peguei na sua mão.
  - O que você acha ? Vamos ser zoados, sabe disso não é ? - Ele assentiu e deu de ombros.
  - Na verdade eles já estão nos zoando. 
  Eu e Gui caímos na risada. Juntos e de mãos dadas voltamos para a roda da fogueira mas antes mesmo de nos sentarmos o ar ficou tenso e frio. 
  - Lana o que é que você esta fazendo ? - Perguntou Tatiane mas eu neguei com a cabeça. 
  - Não sou eu...
  Guilherme veio mais perto com medo de que alguma coisa acontecesse a mim, eu estremeci e Guilherme me segurou.
  Então a imagem de Bianca Di Angelo surgiu bem a minha frente mas ela não sorria, muito pelo contrário ela estava sério e parecia preucupada.
  - Lana, suas escolhas a levarão a guerra. Você nem imagina mas a guerra acaba de começar.  
  Ela desapareceu novamente e então tudo voltou ao normal mas eu senti um peso enorme sobre o corpo e cai, com a sensação do beijo de Guilherme sendo a última coisa de que me lembro.

     Continua...