PDV BELLA

   Estava simplesmente agoniada. Eu queria o Edward, queria poder estar com ele, mas não podia. Ele me magoou muito. Iria dar um gelo nele, até que eu me sentisse melhor. Fiquei em minha cama pensando nele... Em seu sorriso, sua voz, seus beijos... Mas algo fez cosquinha em meu pé, me trazendo de volta a realidade. Me assustei e pulei da cama. Puxei meu edredom, e lá deitadinho em minha cama tinha UM RATO!

- SOCORRO! ME AJUDEM! - Gritei tanto que minha garganta doeu.

  Edward e Emmett entraram em meu quarto. Edward tinha em seu rosto uma expressão de dor misturada com preocupação. Já o Emmett, parecia estar pronto para matar qualquer um que fosse...

- Quem foi? - Emmett estava vasculhando meu quarto, enquanto me fazia milhões de perguntas. - Como ele era?

- Ele é pequeno, branco e está em minha cama! - Meus olhos ardiam, eu sentia que lágrimas rolariam.

- Do que você está falando Bella? - Edward parecia ter ficado mais preocupado.

- Tem um rato em minha cama! - Fiquei sem ar e vi tudo rodando.

- Frederico! - Emmett pulou em minha cama, pegando em suas mãos aquele animalzinho repugnante. - Ainda bem que você apareceu, estava com saudades!

- Emmett, quer se explicar, por favor !- Edward percebeu que eu não estava me sentindo bem, e me segurou pelos braços.

- O Frederico é meu ratinho de estimação. E semana passada ele fugiu da gaiola. - Emmett alisava o pêlo daquele rato nojento, como se o rato fosse um gatinho bem fofo. - Mas ainda bem que ele finalmente apareceu, né Fred?! O Emmett estava com saudades, estava sim. - Essa cena me dava nojo!

- Emmett, tira esse rato daqui! - Eu tinha horrores a ratos.

- Bella, estou com impressão de que você não gostou do Fred! - Emmett devia ser maluco, como ele podia gostar daquele rato?

- Eu tenho fobia de ratos. - Eu tinha um trauma, que talvez não fosse passar nunca! -Por favor, tira esse rato do meu quarto.

- Tudo bem, mas o chama de Fred. Ele tem nome. - Emmett saiu levando o rato, ou melhor dizendo o Fred com ele.

- Você está melhor? - Edward me olhava com ternura e me segurava com firmeza.

- Sim... Agora estou bem! - Eu ainda sentia um pouco de falta de ar, mas só de saber que o rato não estava mais ali comigo, eu já me sentia bem melhor. Ainda mais com o Edward me segurando. Ele me deitou na cama, e abriu as janelas para circular o ar.

- Tinha que ser coisa do Emmett... – Eu tentava inspirar o máximo de ar possível.

- Relaxa, tudo vai melhorar. – Ele acariciava meus cabelos calmamente. – Eu não sei se vou te acalmar com o que vou te falar... Mas vou correr o risco.

- O que aconteceu? - Eu fiquei preocupada, o que ele tinha para me contar?

- Naquela noite, não aconteceu nada entre nós dois. – Ele me olhava esperando uma reação minha. Mas eu estava paralisada.

-Lá vem você com mentiras de novo! Eu não acredito nisso... - Ele veio com essas desculpas para cima de mim outra vez.

-Bella, deixa eu explicar. – Ele estava ali me olhando tão sereno que eu não tive coragem de falar não. - O Emmett estava passando pelo corredor e ouviu uns barulhos no seu quarto. Como ele é muito curioso, resolveu espiar. Ele nos viu na cama de repente nós dois desmaiamos, ele se aproveitou da situação e colocou ketchup no lençol. Obvio que não aconteceu nada antes disso, foi por isso que ele colocou anilina para dar a impressão de que tinha rolado algo entre nós. – Eu ainda estava absorvendo as informações, como o Emmett podia fazer isso comigo?

- Ele não tem juízo naquele cabeção? Olha que confusão ele fez! - Ele ia me pagar caro por isso...

- Eu sei, ele disse que fez isso porque ele tem certeza de que foi você que armou aquele show de slides pra ele na França. Foi tudo por vingança! – Edward me olhava como se dissesse “Viu no que dar ficar fazendo brincadeiras de mau gosto? Sobrou pra você!”. O pior é que eu nem podia me defender. O que eu ia dizer em minha defesa? Não podia dizer nada! – Bella, eu sei que foi você, então nem tente mentir pra mim. O melhor que se pode fazer, é você pedir desculpas pra ele.

- Ah, ta. Ele nem sabe se foi eu mesma que fez aquilo com ele e quase me matou do coração. Imagine se ele descobrir? – Eu estava super ferrada.

- Bella... Não seja cabeça dura, enfrente seus problemas que você mesma criou. – Agora ele ficava me dando sermões, era tudo que eu queria. – E, além disso, ele me mostrou a carta...

- Que carta? – Se fosse o que eu estava pensando...

- Aquela em que você confessou seu crime. -Droga se ele sabe, é porque eu estou completamente ferrada nas mãos do Emmett.

-Mas quem te contou sobre essa carta? – Eu precisava manter minha calma.

-Bom o Emmett me contou que deram à carta pra ele. – Edward estava distante, pensativo. Parecia estar escondendo algo como se não quisesse me contar o que realmente estava acontecendo.

-Quem deu a carta? – Eu estava sentido que estava em uma encrenca. – Me diz Edward!

-Foi a Jéssica. – Ele me olhou esperando que eu fizesse um escândalo. Ficou sentado esperando uma reação minha, mas parecia que tinham cortado minha língua.

-Tinha que ser! Essa vaca intrometida, como ela descobriu? – Ah esse ponto em que estava vermelha de tanta raiva, comecei andar de um lado pro outro e a fazer perguntas para eu mesma. – Alguém deve tê-la ajudado, afinal ela é burra feita uma porta. Edward o que mais o Emmett te contou?

-Eu não sei de mais nada. Ele só me contou isso. – Edward estava me olhando curioso como se quisesse ler meus pensamentos.

-Espera aí.... – Nesse instante a ficha caiu. – Mas se ele tinha te contado antes, quer dizer que você sabia do rato?

-Não... E sim. – Ele respirou fundo e me fitou os olhos. – Ele me contou que se vingaria, mas não disse os detalhes.

-E você nem me avisou? – Eu estava desolada, como ele que diz me amar tanto faz isso comigo? Agora eu queria que ele me disse-se tudo. – Como você pode fazer isso comigo?

-Bella, isso é entre você e o Emmett. Eu não tinha e não tenho nada a ver com isso! E além do mais, foi você que sempre procurou confusão... – Ele levantou-se e veio em minha direção. Eu estava tão decepcionada com ele que não conseguia emitir som algum.  – Eu te amo muito, mas não posso te defender quando você estiver errada. Você precisa controlar esse seu gênio maléfico, saber engolir sapos às vezes faz bem. Afinal nem todos no mundo recebem só “sim”! Eu queria poder fazer com que nada disso tivesse realmente acontecido. Mas você sempre procura se mostrar superior com suas vinganças... E se isso continuar, nunca vai acabar! – Ele alisava minhas bochechas levemente, me fazendo corar. Seus olhos me penetravam tanto que perfuravam meu coração. Eu não podia me controlar mais, não podia ficar remoendo meus sentimentos por ele.

-Ed... – Eu sabia que ele gostava que eu o chamasse assim. – Eu às vezes não sei o que realmente estou fazendo. Vingar-me não é uma forma de eu me sentir superior, e sim de provar que eu não sou uma menininha fresca que se abala com tudo a sua volta! Olha, eu prometo que depois de me vingar da Jéssica e do Emmett eu paro com esse meu”hobbie”.

-Hobbie? Você chama isso de hobbie? – Ele estava sorrindo enquanto passava sua mão em meu pescoço.

-Sim, é uma forma de passar o tempo! – Era inacreditável como estar perto dele me fazia tão bem.

-Então promete que vai parar com esse seu “hobbie” estranho. Promete que vai deixar as pessoas em paz e resolver tudo na conversa. – Seus olhos me hipnotizaram, e eu não conseguia dizer “não” pra ele...

-Tudo bem, eu prometo! – Não tinha como lutar, então me entreguei ao inimigo. Ele sorriu com aquele sorriso torto que eu tanto amava e me puxou para seus braços. Nossos rostos ficaram tão próximos um do outro, que meus lábios roçavam nos dele.

-Eu estava com saudades disso... – Ele tirou uma mecha de meus olhos, e desceu seu dedo para meus lábios. Ele acariciou minha boca fazendo com que vários pêlos se arrepiassem em minha nuca.

-Saudades do quê? – Eu já sabia a resposta, mas queria ouvi-la de sua boca.

-Saudades de seu perfume, de sua boca, seu sorriso... – Ele mordeu meu lábio superior, e eu senti minhas pernas fraquejarem.

  Ele me dava vários beijinhos, que me faziam sentir arrepios por todo meu corpo. Sua língua invadiu minha boca, seu beijo feroz me deixava ser ar. Mas isso não importava, o que realmente me importava era tê-lo só para mim! Suas mãos percorriam pelo meu corpo, e a cada minuto que passava eu me sentia mais perto dele. Era como se fôssemos um só. Eu me sentia completa, ele era e é a razão da minha existência. Eu sabia que era esse o meu propósito, eu fui feita para o Edward e ele foi feito pra mim.