The Ruller And The Killer escrita por Haunted House, Angel of Silence


Capítulo 8
Ethan Cresta




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Eu estava deitado na cama sem conseguir dormir. Grande novidade. Além dos pesadelos, e do sentimento de culpa e medo, o barulho e balançar do trem não ajudava em nada ter uma tranquila noite de sono. Para falar a verdade acho que nunca mais terei uma. Não devido a chance de ser morto a qualquer segundo se eu ao menos pensar em fechar os olhos, mas devido à angústia de não saber aonde Anna está. Se ela estará viva ou não. Aquilo tudo era só mais um plano ridículo da Capital. Pelo menos quatro irmãos mais novos de vitoriosos. Não era justo! Nem sequer era o Massacre Quaternário. Quando me encontrei em meus pensamentos vi que minha respiração estava ofegante e por pouco não havia me descontrolado e quebrado tudo. Segurei minha intuição destrutiva, e dobrei meus braços atrás da cabeça elevando um pouco a minha visão do quarto. Algo me chamou a atenção embaixo da porta. Uma luz vinha do corredor e ouvi passos. De repente, a porta se abriu e uma garota não muito alta de cabelos negros e brilhantes presos a um rabo de cavalo e olhos verde-azulados como o mar abriu a porta bem discretamente. Ela vestia uma camiseta claramente larga demais para seu corpo e um short curto. Ela estava linda. Aquele ar tão natural a deixava ainda mais bonita e ela definitivamente não precisava de nada para realçar sua beleza. Tentei me controlar, mas não pude deixar de sorrir. 

- Ethan? - ouvi ela sussurrar e fechar a porta. Saí do estado hipnótico em que estava e acendi a luz. Uma grande estupidez, pois aposto que eu estava novamente com aquela cara de idiota que eu fazia toda vez que ela aparecia.

- Anna, ah, olá. Eu não... - as palavras pareciam se embaralhar na minha boca e não saiam do jeito que deveriam.

- Desculpe incomodar a essa hora, mas eu não conseguia dormir e precisava do meu melhor amigo de volta. - ela disse dando logo em seguida aquele sorriso que só ela sabia fazer.

- Não incomoda de jeito nenhum. Acho que... a gente não pode mais fugir um do outro por causa do que nos foi destinado.

Ela fez que sim com a cabeça e se aproximou. Ela se sentou ao meu lado na cama e encostou sua cabeça em meu ombro. Um frio percorreu meu corpo e eu mal podia respirar.

- Não, claro que não. - ela fez uma pausa. - Sinto muito por isso. Eu sei que você estava ansioso em se voluntariar. Apesar de que eu nunca deixaria isso acontecer. 

Ela começou a enroscar seus dedos nos meus e eu podia sentir o cheiro de limão que vinha do seu cabelo.

- Sabe, eu queria encontrar meu lugar, entende? E talvez não fosse aonde eu me sentisse seguro. Eu cometi um grande erro. 

Ela passou os dedos pelos meus cabelos.

- Todos nós aprendemos a cometer erros. E fugir deles depois. É normal. 

Sua voz era tão doce e apesar de pensar que em alguns dias estaríamos mortos, aquele som era a única coisa que me confortava e tudo o que eu precisava. Afinal, ajuda do Finnick seria pedir demais a ele. Eu não o culpava. Se um de nós teria de sobreviver, que essa pessoa fosse ela. Ela pareceu perceber minha agitação nos pensamentos e me deu um beijo na bochecha.

- Você sabe que sempre pode contar comigo não é? A gente vai dar um jeito nisso. A gente vai sair dessa. - ela disse se levantando. - Somos melhores amigos. Estarei sempre aqui quando precisar. 

Ela se levantou e começou a bagunçar meu cabelo.

- Ei, ei! O que é isso? Sabe quanto tempo eu demorei para arrumar esse cabelo? - disse em tom cômico tentando imitar a cena ridícula que Reyna havia aprontado no jantar mais cedo após o empregado do trem ter acidentalmente esbarrado em seu cabelo. Anna não conseguiu segurar o riso e nós dois ficamos ali rindo por um tempo até que ela foi embora para que ninguém a visse lá e pensasse qualquer coisa. Eu não queria que ela tivesse ido. Queria que ela tivesse ficado aqui para sempre. Tinha medo de aquela ser a última vez que me sentia vivo. Literalmente.


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