Rosa De Sangue - O Retorno escrita por Celly


Capítulo 5
Contratempo


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela IMEEEENSA demora, eu sou muito lerda pra atualizar fics, acho que vocês já viram isso. Esse capítulo tá bem grandinho e deu uma pequena reviravolta no enredo... Espero que gostem =w=



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O dia amanheceu, aparentemente normal como sempre. A luz do sol fracamente invadia as frestas da janela entreaberta, alcançando o meu rosto e me obrigando a acordar. Soltei um bocejo preguiçoso, descendo lentamente as escadinhas da beliche e logo depois observando a pequena maguinha que dormia em baixo. Fiquei com pena demais para acordá-la.

Abri a porta do quarto em silêncio, parecia que o pessoal ainda estava dormindo. Já era estranho demais o fato de eu ser um fantasma, mesmo sabendo disso os outros poderiam se assustar ao se deparar com uma alma andando pelos corredores. Tentei não fazer muito barulho, o que não foi muito difícil, se querem saber. Estava caminhando para o banheiro quando parei e percebi que almas não tomam banho, talvez pela ausência de algo para lavar; algo que se chama corpo. Bufei indignada, indo para a varandinha do primeiro andar.

A luz fraca das lamparinas iam se ofuscando com a luz do Sol que aos poucos ia chegando. Ernas era um lugar tão bonito... Fez tanta falta. Antes eu nunca me imaginaria em outro lugar que não fosse algum continente de Ernas, até experimentar pela primeira vez a sensação de morrer. Se quer saber, leitor, eu não a recomendo para ninguém. Ainda mais se a sua morte não for por velhice, e sim por assassinato.

O barulho de alguns passos interrompeu os meus pensamentos; era Ronan. Ele sorriu para mim de forma gentil como se me desse bom dia, estava com o rosto de quem não havia conseguido dormir durante a noite. Foi para a cozinha e eu supus que estivesse fazendo o café da manhã; sempre fora um excelente cozinheiro. Além disso, creio que todos precisariam de uma boa refeição, pois o caminho que iríamos enfrentar seria bem difícil.

Todos já estavam finalmente de pé e nós já havíamos deixado a pequena pousada, rumando para o templo onde estaria o meu corpo. Mari já estava preparando os itens necessários para o suposto ritual, não desgrudava os olhos do seu enorme manual. Às vezes eu pensava que aquilo devia conter algo como todos os segredos do mundo, ou até alguma coisa ainda mais interessante. A azulada sempre fora além de intelectual, muito misteriosa.

Elesis e Lire tomavam a frente da tropa, atentas a qualquer sinal de algum inimigo. Eu devia agradecer muito a elas por estarem fazendo isso por mim; aliás, devia agradecer muito a todos eles. Provavelmente não conseguiria nada se não fosse por esse grupo de pirralhos... Pirralhos que eu tenho o orgulho de admitir que são além de meus companheiros, meus amigos.

A viagem prosseguia tranquila, com as mesmas confusões de sempre. Hora ou outra, Azin e Jin começavam a discutir no meio de todos e Sieghart intrometia-se, levando alguns socos e acertando algumas espadadas nos dois lutadores. Com um ego daquele tamanho, não me impressiona o fato de se intrometer em toda e qualquer briga; isso quando Lass e Lupus não começavam a trocar "gentilezas" em forma de palavras.

Sobre esses dois últimos, eu realmente acho que há algo errado. O caçador e o ninja parecem ter auras completamente contrárias, é como se não se suportassem, em especial o caçador. Creio que algo de muito errado tenha acontecido em relação a eles há muito tempo atrás... Mas não consigo imaginar o quê. Bom, leitor, Lupus é um haros e veio de outra dimensão enquanto Lass é apenas um solitário ninja que parece ter sofrido muito na vida. Não sei direito o que houve, mas creio que um dia os dois ainda tentarão matar um ao outro.

Finalmente chegamos até o templo, depois de longas e intermináveis horas de viagem. Não era nada parecido com o que eu esperava, era até... Muito mais. Belas paredes decoradas com ouro e platina, desenhos fazendo referência à Agnécia e toda a sua divindade. Realmente magnífico; eu merecia mesmo tudo aquilo?

Alguns dos rapazes se dispuseram a entrar no lugar e retirar de lá o túmulo onde estava lacrado o meu corpo. Mari deu uma aula de biologia humana que pôde ser resumida em: "seu corpo ainda está em bom estado porque querendo ou não, ele não era normal e abrigava a alma de uma deusa". Pergunto-me por que diabos ela não foi direto ao ponto ao invés de ficar enrolando.

A azulada estava prestes a começar o ritual quando alguns tiros invadiram a aura tranquila dali. Alguns dos integrantes do grupo se puseram na frente minha e de Mari a fim de nos proteger quando a origem dos tiros se revelou.

"Essa não..."

Orelhas pontudas, pele de tom anormal, cabelos e olhos de tonalidades diversas. Portavam armas de fogo e usavam roupas um pouco semelhantes com as de Lupus; eram outros Caçadores de Recompensas de Hades. Eram cinco no total; e vieram para me buscar. Eram cinco... Com as mesmas habilidades de Lupus... Eu simplesmente não sabia dizer se a Grand Chase daria conta ou não. Queria poder não arriscar.

– Esperem! Eu disse para esperar, bando de animais! - Bradou um deles. Parecia o líder do grupo.

– Ei chefe, aquele ali não é o tal do Lupus Wild? - Apontou o caçador da direita, olhando diretamente para o moreno. Este soltou um sorriso maquiavélico.

– Ora... E não é que é? - O líder do grupo pôs-se a gargalhar ao reconhecer o rosto. - O que é que o melhor dos melhores está fazendo aqui, atracado com esse grupinho de pirralhos?

– Isso definitivamente não é da sua conta. E se prezam suas vidas, é melhor sair do meu caminho. - Respondeu Lupus, dessa vez mais sério. Ele iria mesmo me proteger? A troco de quê?

– Hm, estressadinho como dizem que é. Eu não esperava ter que lidar com algum infeliz feito você, caçador.

– A gente não vai atacar, chefe?

– Pela primeira vez você teve uma boa ideia. - Concordou o líder. - Matem esses infelizes e peguem a alma da deusa!

Começara aí uma árdua batalha. Nenhum dos caçadores tinha algum ataque parecido com o estilo de Lupus, mas possuíam a mesma velocidade e mira para atacar. A Grand Chase estava levando uma surra... Apenas o caçador estava consideravelmente intacto. E o pior de tudo é que eu não podia fazer nada além de assistir; não estava gostando nem um pouco do rumo dessa situação.

Em dado momento, o líder do grupo de caçadores sorriu como se acabasse de ter uma ideia.

– PAREM COM ESSA PALHAÇADA, BANDO DE INÚTEIS!

Todos os caçadores pararam de atacar, a Grand Chase fez o mesmo. Meu olhar alternava entre os membros do grupo e o caçador.

– Lupus Wild... Você é mesmo um grande idiota! - Gargalhou mais uma vez o líder, enquanto bloqueava um ataque de uma das armas do caçador. Parecia uma espécie de facão, só que bastante diferente.

Em resposta, Lupus empurrou-o para frente. Alguns caçadores se aproximaram prontos para intervir um possível ataque, forçando o moreno a ficar virado verticalmente, com uma scarlet apontada para cada lado.

– Olhe bem a situação. Aquela ali é a alma da deusa Agnécia, a mais cobiçada de todo o Submundo. E ela está aí, em suas mãos... Poderá ganhar fortunas se entregá-la ao soberano. Muito prestígio, dinheiro, mulheres... Tudo o que quiser, e ainda mais!

Os caçadores, entendendo o objetivo do líder, afastaram-se e se colocaram ao lado do que falava agora. A outra scarlet do moreno agora estava apontada diretamente para a Grand Chase.

– Você nos ajuda a trazê-la de volta... E nós negociamos e damos boa parte da recompensa para você. Pois ora, nós não tivemos o trabalho de vir aqui a toa. - Enquanto falava, sorria de forma assustadora. - E então, caçador? O que me diz? A chance está bem na sua frente.

– Caçador... Não se atreva... - Cochichou Sieghart, bem perto de mim.

Lupus a cada hora olhava para um lado, tentando se decidir qual deles iria aderir. Estremeci só de pensar na possibilidade de ele mudar de lado; se fizesse isso, estariam todos perdidos. Principalmente eu.

O caçador, ao final de alguns momentos de silêncio, apenas soltou o seu pior sorriso sádico.


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Notas finais do capítulo

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