Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 9
A porta de Luna


Notas iniciais do capítulo

Façam uma boa leitura!



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A escuridão tomava conta do local. Sem mar, sem estrelas, sem nada, só escuridão. Lá no fundo, pude enxergá-la: A lua! Eu precisava chegar lá, mas como? Percebi que eu estava flutuando no meio daquele enorme breu. Comecei a gritar por Luna com todas as minhas forças. Eu precisava que ela me ouvisse, mesmo que distante. Gritei até ficar sem voz. Comecei a chorar. Lágrimas dominavam meu rosto inteiro, eu sentia meu peito molhado. Sabia que eram lágrimas, mas quando olhei para baixo e vi minha camiseta branca, ela estava vermelha. Eu estava chorando sangue. Acho que isso era realmente possível, afinal, eu estava numa outra dimensão. Olhei para o horizonte e vi que a lua estava cada vez mais distante assim como nas outras dimensões. Seria esse o fim da minha busca? Onde eu havia errado?

De repente, sinto um toque em meu ombro e me virei, olhando para trás. Era Nocte. Ela viu meus olhos cheios de sangue, viu minha angústia. Ela pousou gentilmente sua mão em meu rosto e disse:

– Vá. Luna precisa de você.

Eu não soube responder. Eu nunca vi elas falando em outra língua sem ser o latim, achava que elas não falavam outros idiomas. Talvez, pudemos nos comunicar porque eu estava cada vez mais próximo de meu destino. Fiquei parado, atônito, boquiaberto. Ela então estendeu sua outra mão, me dando um colar com um pingente em forma de um pequeno prisma, todo preto. Ela disse que aquele pingente significava o céu noturno e que eu deveria ir em busca dos outros. Agradeci balançando a cabeça. Coloquei o colar em meu pescoço e o pingente brilhou fortemente por um segundo. Então, o céu apareceu. Não mudou muita coisa, pois já estava tudo escuro, mas algo diferenciava o céu que surgiu da enorme escuridão anterior, mas eu não sabia exatamente o que era.

Com o surgimento do céu, surgiu também a gravidade, e eu comecei a cair. E onde eu pararia? Não havia solo ali! Então fiquei lá, apenas sendo sugado para baixo pela força gravitacional, sem um fim aparente... Seria esse meu fim?

Enquanto eu caía sem controle nenhum, repentinamente o céu começou a formar imagens. Imagens de minha vida. Desde o dia em que conheci a garota dos olhos de lua. Mas não só imagens do meu ponto de vista, apareciam imagens do ponto de vista dela também.

A vi tocando seu violino, depois a vi conversando comigo, vi também nossos passeios pela cidade. Vi o dia em que estávamos juntos na praia, foi a melhor lembrança. Mas me deu uma sensação estranha, era boa e ruim ao mesmo tempo, algo inexplicável. Depois revi o momento em que a vi pela última vez. As cenas que vieram após dessa eram do ponto de visto dela. Apareceu então Luna abrindo uma porta, era a porta de seu quarto, e então, entrando nesta dimensão em que estou agora. Um lugar escuro, sem nada. No ponto de vista dela, a cena que vi, nem mesmo a lua estava lá. Afinal, ela é a lua! A lua representa sua presença no local...

Naquela cena que eu estava vendo, aconteceu algo muito estranho: Luna começou a se transformar na Lua! E aquilo não parecia ser da vontade dela. Era como se uma força maior estivesse a obrigando a mudar de forma! Assim que a transformação se completou, ela ficou totalmente imóvel, paralisada, sem ter o que fazer. E a única coisa que fazia era se distanciar, e distanciar, cada vez mais e mais... Até a imagem ficar exatamente como estava antes de eu ver todas essas imagens. Nesse momento, quando as imagens pararam de surgir, eu caí num sono profundo.

Acordei em um quarto comum. Aposto que era o quarto de Luna. Será que ao entrar lá eu havia dormido e sonhado com todas aquelas coisas estranhas? Passei a mão em meu pescoço e percebi que o colar de Nocte ainda estava comigo. Então não podia ter sido apenas um sonho! Olhei para minha camiseta e ela ainda estava com aquelas manchas de sangue. Depois de averiguar os fatos e concluir que tudo aquilo realmente aconteceu e não foi apenas um sonho, resolvi vasculhar o local. Parecia com o quarto de Mari, cheio de livros e folhas amareladas por todos os cantos. Comecei a analisar as páginas jogadas e vi uma que parecia ser daquele livro que achei no quarto de Mari. Estava escrito:

"O sumiço de Lunae Lumen

O dia da busca se dá assim que o humano se dá conta de que sua amada nunca mais apareceu. Cada uma delas tem uma razão para seu sumiço, assim como visto em capítulos anteriores deste livro. O sumiço de Lunae Lumen acontece quando..."

A página estava rasgada até aí. Virei para ver se podia encontrar mais alguma informação do outro lado da folha. Não havia nada escrito ali. Eu precisava achar a outra parte da folha! Fui logo em busca de algum baú pelo quarto, nada. Cômodas, gavetas, estantes... Nada! Paredes, cama, chão... Não, não havia nada sobre isso. Fiquei pensando que talvez, antes de tentar achar o motivo pelo qual meus problemas aconteceram, eu deveria ir em busca dos outros pingentes do colar, pois talvez eles me ajudassem.

Fiquei procurando algo no quarto dela que falasse sobre os pingentes, mas não achei nada. Fui sair do quarto, sem prestar atenção, girei a maçaneta, que não abriu. A porta estava trancada. Aí, olhei para frente e vi um bilhete colado nela. Comecei a ler:

"Arrume outra saída. Só sairás daqui quando tiveres o pingente de Stella. Dica: Onde se encontram?"

Como assim? Outra saída? E essa dica? Onde se encontram? O que? Como eu faria para sair de lá? Bem... Eu precisava encontrar algo como referência no bilhete para saber a que a dica se referia. Talvez... Onde se encontram as garotas? Não faz sentido! Eu não faço ideia... Bom... O bilhete pede que eu encontre o pingente de Stella, o espírito das estrelas. Deve ser isso! Onde se encontram as estrelas? Bom... No céu, óbviamente... Mas, será que a "outra saída" estaria no céu?

Sentei-me na cama e fiquei pensando por um tempo. Eu estava com a cabeça baixa, olhando, então, para o chão, na região próxima da cama. Pude ver uma pequena estrelinha de plástico ali, daquelas de colar no teto, que brilham no escuro. A peguei e fiquei analisando. Talvez o bilhete se referisse a essa estrela. Mas o bilhete estava perguntando no plural. Será que haviam mais estrelinhas daquela? Tive uma ideia. Comecei a arrastar a cama para o lado. Embaixo da cama, que agora não estava mais lá, haviam várias estrelinhas daquela. Elas formavam um quadrado perfeito no chão. Paralelo com uma das linhas do quadrado, havia um tipo de puxador. Comecei a achar aquilo muito estranho. Retirei as estrelinhas daquele chão de madeira e percebi que no lugar onde elas estavam, por baixo havia uma fina linha em baixo relevo. É claro! Aquilo era uma portinhola de um alçapão!

Abri aquela portinha e encontrei uma enorme escada que dava para um local totalmente escuro. Eu não tinha lanterna nem nada para iluminar... O que fazer? Bom, aquelas estrelinhas brilham no escuro, deviam ser de alguma utilidade. Colei elas pela minha camiseta. Deve ter sido uma ideia ridícula, mas quando se está desesperado, se faz qualquer coisa, não é mesmo? Desci as escadas.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, por favor! E divulguem a história para seus amigos ^_^ Obrigada! Beijinhos c:
Até o próximo capítulo!