Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 10
O porão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. Até as notas finais...



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Eu tinha pouquíssima iluminação - das estrelinhas - do que havia a minha volta lá embaixo, então tateei o local em busca de me guiar ou de achar algo que pudesse iluminar o local. O local era cheio de coisas espalhadas pelo cômodo e havia uma mesa enorme no centro, que era o que mais atrapalhava a locomoção. Por isso, foi difícil achar alguma porta que desse cômodo seguinte. Pelo que eu pude sentir com minhas mãos, aquele local parecia um quartinho de tralhas, ou algo assim. Depois de tanto procurar, não havia porta nenhuma, eu teria de voltar pela escada ou continuar vasculhando aquele quartinho. Tentei passar as mãos pelas paredes, mas elas estavam cheias de prateleiras.

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Comecei a procurar por algo nas estantes, então. Elas estavam cheias de livros empoeirados e eu comecei a tossir com todo o pó que vinha daqueles livros. Apalpei aqueles livros, passando a mão por trás deles em busca de algo na parede ou no fundo das estantes. E achei. Era uma aranha de uns 10 centímetros que começou a subir pelo meu braço! Eu entrei em desespero e comecei a chacoalhar o braço, gritar e então fui correndo, cambaleando e tropeçando, até a escada, tentando achar aquela maldita portinhola. Quando achei, comecei a empurrá-la, mas não consegui abrir! Estava trancado! Mas não acho que estava trancado realmente, parecia ter algum peso em cima dali. Mas como?

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Bem, pelo visto, eu não deveria ter fugido. Eu deveria voltar lá pra baixo onde estavam aquelas tralhas (e aranhas!!!). Então fui, dessa vez morrendo de medo. Que tipo de homem sou eu? Que tem medo de aranhas?! Se bem que era uma aranha enorme. Mas mesmo assim... De qualquer forma, voltei até lá. Eu estava segurando com força aquele pingente do céu noturno, de alguma maneira, ele parecia me dar proteção. Continuei a vasculhar as prateleiras em busca de alguma porta ou alguma coisa na parede. Encontrei um vão entre duas estantes e tateei para ver se tinha algo na parede. Senti uma enorme rachadura que ia do chão ao teto, talvez aquilo fosse uma pista. Comecei a procurar algo para quebrar aquela parte da parede. Naquela mesa no centro do cômodo, havia um monte de coisas espalhadas em cima dela, eu fui tateando e encontrei uma faca. Na falta de mais recursos, usei aquela faca mesmo.

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Fui até aquele pedaço da parede e comecei a introduzir a faca naquela fissura. Fui seguindo a racha com a faca, fiz isso umas cinco vezes, até sentir que a lâmina atingiu o outro lado da parede. Meu braço estava muito cansado. Um feixe de luz atravessou a parede e iluminava o lado oposto do quarto, de forma muito fraca. Pude então ver com um pouquinho mais de nitidez a escada por onde desci e uma parte da mesa cheia de bugigangas. A mesa possuía inúmeros instrumentos de costura, uma máquina de costura, um monte de agulhas, faquinhas, tecidos... Aí entendi porque havia uma faca naquele lugar. Peguei a maior faca que tinha ali e comecei a bater com a ponta da lâmina contra o racho na parede, até abrir um espaço por onde eu pudesse passar.
\nTive que passar de lado, e bem espremido. Aquele novo cômodo continha uma vela, era ela que iluminava o quarto e que mandou luz para o outro quarto por meio da rachadura. Peguei a vela e a usei para me guiar, eu precisava me apressar, pois logo ela terminaria de derreter, já estava pela metade, e quase queimando minha mão! Percebi que aquele quarto onde eu estava possuía quatro quadros nas paredes. E também havia uma mesa no meio, que era onde estava a vela e vários pincéis, tubos de tinta e algumas telas. 

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As pinturas na parede eram: Uma garota pálida de cabelos negros e lisos, cobrindo seu rosto inteiro, com um fundo preto, era o céu. A pintura representava Noctis Caelum; Uma garota loira de cabelos compridos e franja de lado, olhos quase amarelos, o fundo mostrava várias estrelas. Representava Stella Caelorum;  Uma garota de cabelos enormes, ondulados e alaranjados, ela tinha sardas no rosto, olhos verdes azulados, e o fundo da imagem era um enorme oceano. Mari Magno; E por último, uma enorme lua, nenhuma garota. Representava Lunae Lumen.

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Me aproximei de cada quadro para analisá-los melhor e vi que cada um deles estava assinado por Stella. Então, pelo visto, Stella era uma incrível artista! Me aproximei do auto-retrato dela e percebi que na pintura ela estava usando um colar. E olhando mais de perto, o pingente do colar era idêntico ao que eu estava usando, só que o pequeno prisma era dourado, não preto. Aproximei a vela da pintura e percebi que o pingente era real e não apenas parte da pintura! Então o toquei, tentando o puxar. De repente sinto uma mão tocar meu ombro e olho para trás, assim que pude vê-la, desmaiei, caindo em um sono profundo.

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Acordei em outra dimensão, igual àquela onde Vi Nocte pela última vez. Então, era o quarto de Luna! Mas dessa vez, Stella estava ao meu lado. Eu deveria estar sendo puxado pela gravidade, como da outra vez, mas a força da garota das estrelas me deixava flutuando. Ela estendeu sua mão para mim, entregando o pingente. Murmurou rapidamente:

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-Mari Magno...

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Depois disso, Stella Caelorum desapareceu. E eu comecei a cair, mas o pingente dourado fez efeito e as estrelas apareceram para me sustentar. Então, tirei o colar e coloquei o pingente dourado nele, junto ao preto. Olhei para o horizonte, era aquela fileira de estrelas com a Lua no final, assim como na porta de Stella. Eu queria fazer que nem da outra vez, quando corri pelas estrelas tentando alcançar a Lua, mas sabia que seria em vão. Me joguei das estrelas, caindo infinitamente, até adormecer e acordar no quarto de Luna novamente.

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Embora eu tivesse movimentado a cama para o lado, quando despertei, ela estava do mesmo jeito que estava quando eu acordei no quarto de Luna pela primeira vez. Movimentei-a novamente para descer mais uma vez ao porão, mas a portinhola havia sumido! Aí lembrei-me do bilhete que dizia que eu só poderia sair com o pingente de Stella, então fui até a porta. Não havia mais nenhum bilhete nela, e eu pude abrir a porta e sair sem problemas. Acho que o próximo passo era ir em busca do pingente de Mari.

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Saindo do quarto de Luna, voltei ao quarto de Mari, onde era mais provável que estaria seu pingente. Na frente da porta, havia um bilhete dentro daquele quadrinho. Ele dizia:

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"Boa sorte. Você está quase lá!"

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Abri a porta do quarto de Mari, sem saber o que me esperaria lá dentro.


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Notas finais do capítulo

Tive que excluir o capítulo e respostar, devido a uns bugs, desculpem! Até o próximo capítulo...