Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 2
Uma imensa escuridão


Notas iniciais do capítulo

"Sea and sky were just one darkness.
Such a brilliant radiance you came..."



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O mar e o céu que antes me davam confiança, agora nem pareciam mais ter brilho... O mundo se tornara escuro. Tudo era escuridão. A cada dia eu me sentia mais deprimido, mais só... Era como se a noite, a única que sempre cuidou de mim, houvesse desistido.

Certo dia, vagando pelas escuras e vazias ruas noturnas, pude ouvir um belo e harmonioso som. A silenciosa noite fez aquele som se destacar perfeitamente entre os sons dos animais noturnos. Eu fiquei tão encantado que resolvi ir ao local de onde vinha aquela maravilhosa melodia. Segui pelas ruas em busca de descobrir quem tocava essa linda música.

Andava pelas ruas escuras, por onde minha mãe nunca me deixou passar. "Não ande por lá, moleque! Não há iluminação por lá!" Eu nunca entendi porque ela dizia isso... Sempre achei que ela queria me privar de ir me encontrar com a lua e as estrelas, pois devido a pouca iluminação, lá era um lugar perfeito para ver o céu noturno. Mas agora vejo que ela dizia aquilo por se preocupar comigo. Como fui tolo de não enxergar isso...

Quanto mais próximo, mais nítido o som ficava, e a uma certa altura, depois de uns dois quarteirões, já pude identificar que a melodia era uma peça de Beethoven: Moonlight Sonata. Era uma música que me encantava muito, pois, para mim, ela representava toda a angústia e sofrimento sendo acalentados pela luz do luar, que era o que acontecia comigo todas as noites.

Depois de andar por uns três quarteirões ao todo, finalmente cheguei lá. Era uma pequena praça que ficava bem no topo da cidade, onde, se olhasse para o lado, seria possível ver muitas casas e ruas lá embaixo, e mais ao horizonte, o enorme mar. Mas eu nem pude perceber isso. O que me encantou era quem estava lá, na praça, segurando um violino e tocando com muito amor à música.

Ela era linda. Seus cabelos eram negros e compridos, tal como um estonteante e enorme céu noturno. Mas tinham um brilho maravilhoso, tal como estrelas pousando sobre o imenso leito de escuridão que é a noite. Seus olhos... Ah, seus olhos... Estavam tão distantes de mim, mas eu podia enxergar como eram belos e brilhantes assim como a lua. Seu corpo dançava de uma maneira incrível, maravilhosa, tal como o vento que paira  nos céus em uma noite fria. E a melodia que ela tocava em seu violino, era um som tão belo quanto os sons dos animais e do vento noturno em harmonia.

Ela foi como uma brilhante radiação em minha vida, e de repente eu senti cores vivas em meio a escuridão, senti paz em meio ao tormento. Ela foi a vida em meio a minha lenta morte. Eu queria me aproximar mas algo me impedia. Algo me puxava tal como a correnteza de um oceano agitado, me proibindo de alcançar a margem. Então eu apenas fiquei ali, sentado na calçada assistindo a seu lindo espetáculo onde a platéia eram as árvores, o céu, a lua e as estrelas, e agora, eu.

Quando ela terminou de tocar já era quase uma hora da manhã. Tentei me esconder em meio a escuridão, com vergonha de me aproximar de tamanha beleza. Mas quando ela estava saindo de lá, eu sentia que ela sabia de minha presença. Ela veio em minha direção e não disse nada. Apenas me olhou nos olhos e ficou me fitando por alguns minutos.


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Notas finais do capítulo

Aí! Mais um capítulo!
Esse ficou bem maior que o outro, né? Mas ainda assim, não chega na média de palavras que as fics daqui costumam ter...
Enfim. Espero que tenham gostado e quero agradecer a Biscoita Bis, que foi a autora que me fez conhecer o Nyah! e assim, me inspirou a fazer uma fic. Gostaria que conhecessem a fic dela também, que ela já está quase terminando.
http://fanfiction.com.br/historia/369431/Cliche_Mas_Nunca_Igual
Obrigada e todos por lerem e tchau! Até o próximo capítulo!