Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 13
Final


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo. Não vou falar se foi um final feliz ou não, confiram vocês mesmos!
Boa leitura, até as notas finais ;)



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Aquele forte ruído começou a trincar as paredes daquele túnel, precisei correr para fora de lá, mas aquilo era como um labirinto. Eu estava sendo rápido, mas estava perdido ali no meio, as paredes começaram a desmoronar sobre mim, seria aquele meu fim? De repente, o pingente lunar brilhou e fez eu instintivamente saber o caminho para fora daquele lugar sendo destruído, nadei velozmente, quase sem mais fôlego. O que me mantinha forte era a determinação de rever Lunae Lumen.

Finalmente vi o fim do túnel mas quando estava quase saíndo, as pedras terminaram de cair no meio do caminho, me prendendo pela perna. Com aquilo, tropecei e caí no chão. Minha perna doía muito, havia um peso enorme sobre ela. Dei um jeito de me virar e comecei a empurrar as pedras de cima da minha perna, eram muito pesadas, e eu não sabia de onde tirara tanta força para erguê-las, mas consegui. Comecei então a subir até a superfície.

Minha perna doía, mas eu não conseguia pensar em qualquer outra coisa a não ser encontrar Luna. Ao chegar na superfície, o pingente preto, de Noctis Caelum brilhou, anulando o efeito da gravidade para mim, me permitindo voar até as estrelas. Chegando lá, comecei a correr pelas estrelas, como eu havia feito outras vezes. Agora algo me fazia sentir que aquela seria a última vez, pois eu definitivamente conseguiria alcançar a Lua. Os ruídos continuavam, fazendo as estrelas tremerem, quase me derrubando de lá. Eu corria rápido, as estrelas que eu passava, estavam caindo uma por uma. De repente os ruídos se cessaram.

A Lua começou a brilhar muito forte, clareando o infinito cenário e me cegando por um momento. Quando a luz parou, Luna surgiu em sua forma humana, bem à minha frente. Eu olhei-a por alguns segundos, parado, boquiaberto, não acreditando naquela cena. De repente, Luna, olhando em meus olhos, disse meu nome. Eu em resposta, falei:

- Luna! Meu amor! Você ainda se lembra de mim! Eu não acredito nisso! Eu não acredito que finalmente estamos juntos novamente!

Eu estava em uma estrela e Luna estava na estrela após a minha, à menos de um metro de distância. Pulei até a estrela onde ela estava.

- Meu amor, eu pensei que eu ia morrer! Esses últimos dias sem ti foram horríveis! Luna, eu não acredito que estamos juntos novamente! Tudo graças ao meu amor por ti, minha vida! Eu não poderia amar algo ou alguém mais do que amo a ti! Agora ficaremos juntos para sempre, querida!

Luna parecia não estar contente. Pelo contrário, ela estava bem séria, com um olhar um pouco deprimido, percebendo isso, questionei:

- O que foi, meu amor? Não está feliz em me ver? Eu juntei os quatro pingentes só para te ter novamente! Agora estamos juntos! Nunca mais vamos nos separar, não é mesmo?! - Luna permaneceu em silêncio - Meu amor...

Em seguida, subitamente, Luna estendeu seus braços, envolvendo meu corpo, puxando-o para ela e nisso, tocou seus lábios nos meus. Aquele havia sido o nosso primeiro beijo. E fora o beijo mais doce, mais saboroso, mais especial de toda minha vida. Na verdade, fora meu primeiro beijo (Segundo, na verdade, mas prefiro não contar o beijo que Mari roubou de mim). Eu não queria nunca mais soltá-la, queria ficar ali, naquela imensa escuridão, só a beijando e sentindo seu corpo junto ao meu, envolvido em um maravilhoso abraço. 

Quando o beijo acabou, peguei Luna em meu colo. O pingente do céu havia brilhado novamente, fazendo-me poder voar, e levei Luna em um passeio pelos céus. Aquele momento estava sendo maravilhoso, o melhor de minha vida. Eu não era nenhum tipo de galã ou de cara romântico, mas eu poderia me tornar tudo isso por ela. Eu a amava mais que tudo.

Luna permanecera calada durante a noite inteira, com um ar de tristeza em seu lindo rosto. Seus olhos expressavam um certo tipo de depressão. Eu não entendia o porque daquilo. Mas ela não respondia ao que eu perguntava. Após um certo tempo, Luna percebeu o quanto eu estava preocupado, e acho que ela resolveu fingir estar feliz por mim. Quando eu me cansei de tudo aquilo e fomos dormir, Luna me disse uma última coisa:

- Me perdoe. Boa noite.

 Eu não entendi exatamente o porquê daquilo, mas resolvi acreditar que era por ter ficado triste durante a noite inteira. Resolvi ignorar, então. Apenas sorri e disse:

- Eu sempre te perdoarei. Eu te amo, meu amor.

Adormecemos juntos, ali mesmo, no céu, deitados em uma nuvem qualquer.

Na manhã seguinte, acordei no quarto de Luna, abri meus olhos e olhei para o lado. Ela não estava ali comigo. Comecei a cogitar na ideia de toda aquela perfeita noite ao seu lado ter sido apenas um sonho. Mas não podia ser, eu olhei para baixo e vi o colar em meu pescoço, com os quatro pingentes. Se fosse um sonho, eu não estaria com o pingente prateado, certo? Sem contar que o cheiro dela estava impregnado em meu corpo, um cheiro doce, maravilhoso. Mas se aquilo não havia sido um sonho, por que ela não estava ali comigo?
Sentei na beirada da cama e esfreguei os olhos, logo em seguida, me espreguiçando. Mesmo sem ela ali, eu me sentia feliz pela noite passada. Talvez Luna estivesse lá, apenas já tivesse acordado e se levantado. Levantei-me, indo em direção à porta, bocejando com a mão na boca. Olhei para a porta. Havia uma página do livro ali, com um grande título, onde se lia "Consequências". Peguei e comecei a ler:

 "CONSEQUÊNCIAS

Como visto anteriormente, as duas hipóteses sob as quais o humano libertaria Lunae Lumen seriam: Esperar chegar a Lua Minguante na dimensão dos espíritos ou juntar os quatro pingentes.

Quando o humano espera a época de Lua Minguante chegar, Lunae Lumen é transformada em humana novamente, voltando para a dimensão humana. Lá, ela fica até chegar a fase de Lua Cheia.

Caso o humano colete os pingentes, ele libertará Lunae Lumen antes do tempo, e isso desregulará todas as dimensões, pois afetará os períodos das fases Lunares, que por consequência afetará as marés e também as estações do ano. Para impedir esse problema, o espírito Lunar fica preso para sempre, não podendo nunca mais voltar à sua forma humana.

Por isso, o humano que quiser libertá-la terá de pensar muito antes de fazer uma escolha."

Depois do papel havia um bilhete, ele dizia:
"Me desculpe, era tarde demais para impedir.

Espero que agora entenda o motivo de minha tristeza naquele momento.

Seu amor, Luna"

Então, era por isso que todas tentaram me impedir. Por isso que o bilhete da estante do porão dizia para eu tomar cuidado e terminar de ler o Livro. Agora é tarde demais.

Saí do quarto, fechei a porta. Desci as escadas e saí de lá. Sentei-me num banco da pracinha do lado do casarão, o lugar onde vi Luna pela primeira vez. Olhei para o céu, estava todo coberto de nuvens. Noite de Lua Nova.

"As nuvens me mostraram

E eu vi

Você era apenas o brilho da Lua

E a Lua não pertence

A ninguém."


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Notas finais do capítulo

O último trecho foi a última parte da música em que baseei a fic (Moonlight - Viper).
"Clouds Showed me
And I saw
You were just the moonlight
And the Moon belongs
To no one."
Até o epílogo, pessoal!
Espero que tenham gostado do final da história :c