As Crônicas De Nárnia - A Filha De Aslam escrita por ChaniMoon


Capítulo 24
A Ilha Negra


Notas iniciais do capítulo

Hey povo! Aqui vai mais um! Gostaram do elenco da “Cadeira de Prata”? Está nas notas da fic. Não vou contar muito do que acontece aqui, porque eu tô sem vontade de dar spoiler hoje. Só vou dizer que vou alterar a cena da Ilha Negra para dar mais espaço para Kaled.

Boa leitura!



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Quando ouviram Kalene gritar, rapidamente, Edmundo, Caspian e Lúcia foram atrás dela. Como ela não estava em lugar nenhum perto da Mesa de Aslam, tiveram a ideia de ir procurar no buraco que ela fez na parede. Edmundo parecia obcecado com a ideia de que Kalene poderia estar correndo perigo. Quase se esqueceu que ele foi um dos motivos dela ter saído sozinha. Mas na verdade, ela não quis sair, foi apenas hipnotizada pela névoa verde.

Chegando na floresta de cipós, que era mais uma clareira, acharam Kalene caída no chão, chorando com as mãos no rosto. Eddie rapidamente largou a espada, caiu ao lado dela e a abraçou. Ela, porém, não retribuiu, o que Eddie achou estranho.

–Kanes, o que foi? Por que está chorando? - Perguntou Lúcia, se aproximando de Kalene e tirando as mãos de seu rosto, revelando dois olhos vermelhos e inchados.

Kalene virou o rosto para Lúcia, completamente ignorando o fato de Edmundo estar abraçando-a. Ainda com aquela expressão de choro no rosto ela disse:

–Aconteceu comigo. - Disse Kalene.

–A tentação? - Perguntou Lúcia.

Kalene apenas assentiu com a cabeça. Apesar de ainda estar um pouco magoada com Edmundo, ela resolveu retribuir o abraço. Dessa vez, ela não estava zangada, mas sim, magoada.

–Vamos embora. Já sabemos pra onde temos que ir. - Disse Caspian.

Caspian voltou para a Mesa de Aslam para chamar os tripulantes e Lúcia o seguiu. Kanes conseguiu se levantar sozinha, mas estava tremendo.

–Foi muito forte? - Perguntou Edmundo, se levantando junto com ela.

–Foi. - Respondeu Kalene. - Mas me diga uma coisa. Por que você olhou para aquela estrela daquele jeito?

–Daquele jeito como? - Perguntou Edmundo.

–Daquele jeito apaixonado, como você nunca olhou pra mim. - Respondeu Kalene. Ela estava sem humor para fazer suas piadinhas irônicas.

–Como assim, eu nunca olhei pra você daquele jeito? - Perguntou Edmundo. - Você que nunca nota, mas eu estou sempre olhando pra você daquele jeito.

–Então por que olhou assim para aquela garota? - Perguntou Kalene.

–É que ela tinha uma luz legal... - Respondeu Edmundo, timidamente.

–O quê? Tá me dizendo que ficou lá babando que nem um zumbi com o Caspian e foi por causa da luz dela? - Perguntou Kalene, recuperando um pouco do humor.

–Eu sim, mas o Caspian tava olhando pra ela com outros olhos. - Respondeu Edmundo.

–É verdade, ele só tinha olhado assim antes pra.... Susana. - Disse Kalene, hesitando em terminar a frase.

Chegando na Mesa de Aslam, Kanes e Ed encontraram a tripulação pronta para embarcar de volta no navio. E assim, embarcaram, rumo à Ilha Negra. Nem haviam chegado lá ainda e já estavam sentindo a maldade do lugar. Lúcia, Kalene, Edmundo e Caspian foram para as cabines se arrumarem para entrarem na ilha. Não sabiam o que tinha lá dentro, mas era bom estarem preparados. Enquanto Lúcia e Kalene se arrumavam, Gael estava na cabine com elas.

–Quando eu crescer, quero ser igualzinha a vocês. - Disse Gael.

De princípio, Kalene achou bonitinho, mas até que Lúcia lhe dissesse o contrário, pela própria experiência ruim que tivera querendo ser como sua irmã mais velha.

–Quando crescer, deve ser igualzinha a você. - Disse Lúcia, abraçando a menininha.

Kalene lançou um olhar para Lúcia de "como assim?" e Lúcia lhe deu outro olhar, um de "vai por mim, melhor não saber."

Quando terminaram de se arrumar, pegando suas armas e amarrando nos cintos e bainhas, as três saíram da cabine e encontraram Caspian em um ponto alto do navio, fazendo um discurso.

–Não importa o que aconteça aqui. Cada alma de pé diante de mim, mereceu seu lugar na tripulação do Peregrino da Alvorada. Juntos, chegamos até aqui. Juntos, enfrentamos perigos. Juntos, vamos enfrentar outra vez. Então, agora não é hora de cair na tentação do medo! Sejam fortes! Não se rendam! Nosso mundo, nossa vida em Nárnia depende disso. Pensem nas almas perdidas que viemos salvar. Pensem em Aslam! Pensem em Nárnia. - Discursou Caspian.

–Por Nárnia! - Bradou a tripulação, repetindo várias vezes.

Assim que adentraram a Ilha Negra, tiveram certeza que aquele era um lugar cheio de maldade e crueldade. O navio estava começando a ser invadido pela névoa verde. Eddie se aproximou de Kanes, temendo que fosse a última vez que falaria com ela.

–Se eu morrer aqui, quero que saiba que eu morri amando você. - Disse Edmundo.

–Só vê se não olha pra nenhuma garota no mundo dos mortos, se não eu vou te trazer de volta só pra te matar de novo! - Respondeu Kalene.

–Eu não acredito que você tá fazendo piadinhas aqui... - Disse Edmundo, contendo os risos, o máximo que podia.

–Pode ter certeza que as minhas últimas palavras, se eu morrer algum dia, serão uma piada. - Rebateu Kalene.

Enquanto isso, os marinheiros estavam tendo visões de família e amigos no meio daquela névoa verde. O pai de Gael viu sua esposa, Caspian viu seu pai e Edmundo viu a Feiticeira Branca.

–Edmundo! - Chamou Jadis. - Venha comigo. Seja meu rei. Eu deixo você governar.

Kalene podia vê-la também, pois ambos sofreram nas mãos de Jadis.

–Ele é o meu rei, sua vadia! - Disse Kalene, colocando o braço na frente de Edmundo.

Era a primeira vez que ela falava alguma palavra daquele tipo, mas não se sentiu chula nem nada disso. Jadis era mesmo uma vadia. Se ela te amaldiçoasse a ser imortal e sofrer quase a vida toda, ela não seria uma vadia para você?

–Kalene, querida. Junte-se a nós! Seja a nossa princesinha imortal. - Disse Jadis, dando uma risada maligna.

–Vá embora! Está morta! - Disse Edmundo.

–Não podem me matar. Eu vou viver para sempre em suas mentes, seus tolos. - Disse a Feiticeira.

–Não! - Gritaram Eddie e Kanes ao mesmo tempo.

–Edmundo. Kalene. Tá tudo bem com vocês? - Perguntou Lúcia.

–Tudo. - Respondeu Edmundo.

–É, tudo. Não se preocupe, Lu. - Respondeu Kalene.

De repente, ouviram um uivo vindo de uma das rochas. Mas não era um lobo. Era um homem.

–Voltem! - Gritou o homem. - Se afastem!

–Quem está aí? - Perguntou Ed.

–Não temos medo de você! - Gritou Caspian.

–Nem eu de vocês! - Retrucou o homem.

Edmundo pegou a lanterna e verificou as rochas, achando apenas um homem cabeludo e barbudo, com as vestes rasgadas e uma espada na mão.

–Vão embora! - Repetiu o homem.

–Não vamos embora! - Rebateu Caspian.

–Não vão me derrotar! - Gritou o homem.

–Caspian! Caspian, a espada dele! - Disse Edmundo.

–Lorde Rupe. - Disse Caspian.

–Você não manda em mim! - Disse Lorde Rupe, que já estava delirando.

–Não ataquem! - Ordenou Caspian. - Vamos trazê-lo a bordo, rápido!

Não foi preciso fazer muitos esforços, pois Eustáquio o agarrou com suas patas e o jogou no navio.

–Longe demônios! - Gritou Lorde Rupe, os afastando com a espada.

–Não, milorde. Não viemos ferir o senhor. Eu sou seu rei, Caspian. - Disse Caspian.

O Lorde Rupe começou a delirar algo sobre que eles não deveriam ter vindo até ali e que deveriam voltar.

–Já temos a espada, vamos! - Disse Edmundo.

–Dê meia volta, Drinian. - Ordenou Caspian.

–Não pensem! Não deixem que saibam de seus medos, ou vão se transformar neles! - Disse Lorde Rupe.

Edmundo automaticamente se lembrou das serpentes marinhas.

–Essa não. - Disse Edmundo.

–Edmundo, o que você pensou? - Perguntou Lúcia.

–Me desculpem. - Lamentou Edmundo, nervoso.

Ele foi verificar a água e confirmou a suspeita. Tinha uma serpente marinha gigante nadando naquela água.

–Uma serpente! Jura que a viagem toda você não esqueceu da serpente? - Comentou Kalene, dando uma risada de "ah, eu vou morrer".

Então, o barco balançou e todos caíram. Gael caiu na outra parte do barco e Lúcia correu para salvá-la. Aquela serpente era gigantesca. Literalmente gigantesca. Eustáquio conseguiu atrasá-la por uns minutos, até o Lorde Rupe atirar sua espada nele e fazê-lo voar para longe dali. Lúcia levou Gael para um lugar seguro, enquanto a serpente se enrolava no barco. Teve um solavanco que foi tão forte, que Kalene esbarrou na serpente e caiu para fora do barco.

–Kalene! - Gritou Edmundo.

Quando ele correu para salvá-la, nem precisou se jogar na água, pois ela havia se segurado forte em uma das cordas arrebentadas. Ele rapidamente a puxou para cima, quando Caspian o chamou.

–Edmundo! Vamos espetar a serpente. Esmagar ela nas rochas! - Disse Caspian, no comando do leme.

–Virem a bombordo, que eu vou levar o bicho para a proa! - Gritou Edmundo, indo para o dragão na proa.

–Eddie, não! - Gritou Kalene, tentando impedi-lo.

–Eu vou ficar bem! - Respondeu Edmundo, ainda correndo.

Lúcia voltou com o arco de susana nas mãos e as flechas nas costas. Ed, na proa, tentava chamar a atenção da serpente.

–Vem, tenta me matar! Olhe, eu estou aqui! - Gritou Edmundo.

A serpente abocanhou o dragão da proa, dando a impressão de que tinha mordido Eddie também.

–Não!!! - Gritaram Lúcia e Kalene ao mesmo tempo.

–Edmundo! - Gritou Caspian.

Por sorte, Edmundo estava bem. Mas, obviamente, iria apanhar mais tarde. Lúcia atirou uma flecha enquanto Caspian esmagava a serpente na rocha. Mas Edmundo caiu rolando da proa até chegar no convés. Kalene teve outro acesso de fúria.

–Agora chega! - Disse Kalene, correndo para cima de um mastro.

Ela pegou uma das cordas partidas e verificou se aguentaria seu peso. Quando confirmou, empunhou a espada (ela conseguiu recuperar a espada dela nas Ilhas Solitárias) e deu uma de Tarzan. Ela voou pendurada naquela corda e, com sua espada, cegou a serpente.

–Isso é por tentar matar o meu namorado! - Gritou Kalene.

Enquanto isso, em outro lugar, Aslam, pessoalmente apareceu para ajudar Eustáquio. Em um rugido, ele fez Eustáquio voltar a ser menino e o mandou para a Ilha de Ramandu, onde pousaria a sétima espada na Mesa.

No Peregrino da Alvorada, a serpente ficou furiosa com os atos de Edmundo e Kalene. Ela não podia mais ver, mas podia sentir e ouvir. Se abriu e revelou um corpo cheio de "patinhas", as quais, como Caspian confirmou um tempo depois, dava pra matar.

Na Ilha de Ramandu, uma névoa verde tentou impedir Eustáquio de colocar a espada na Mesa, mas só de chegar perto, fez todas as outras espadas brilharem. Incluindo a espada de Pedro, que Edmundo estava usando. Ele foi tentado pela Feiticeira outra vez, em cima de um mastro.

–O que está tentando provar, Edmundo? Que você é homem? - Disse a Feiticeira, tentando Edmundo. - Eu faço de você um homem. Faço de você o meu rei. Uma coisa que a sua princesinha não pode fazer. É só pegar a minha mão. - Ela estendeu a mão para ele.

Edmundo não cedeu. Pelo contrário, ele ficou com ainda mais raiva por ela estar ali e por ter zombado de Kalene. Quando Eustáquio venceu a névoa e conseguiu colocar a sétima espada na Mesa, Edmundo conseguiu matar a serpente e fazer a Feiticeira sumir de vez.


Continua


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Meio pesadinho esse da Ilha Negra, né? Só pleeeease, não me julguem ali na parte em que a Kanes falou “vadia”, até porque em Harry Potter, a Molly chama a Bellatrix de vadia. Como sempre, toda vez que alguém fala “Por Nárnia!” eu imagino falando no lugar um “This Is Sparta!!” KKKKKK Zoeiras... Não me matem por querer mudar a parte da Ilha Negra, é que eu queria fazer um capítulo bonitinho para Kaled antes deles chegarem no País de Aslam.

Kisses :3