Alice Pov's on

 Nico sempre foi misterioso, nunca se pode dizer como ele é só pelas aparências ou pelo pouco que você sabe dele, porque ele vai te falar ou fazer algo que fará você ver ele de uma maneira completamente diferente, mas depois ele ai mudar o que você pensa dele de novo.
  No meu quarto ele parecia normal, aqui no porão ele parece mais serio e de certo modo mais velho. Eu acho que o conheço, mas tem algo que me perturba ainda:
 - Nico, se você é um semideus, quem é seu parente divino?
 -É o meu pai, vou te contar mais depois. Você sabe como abrir a parede?
 -Não, mas meu pai sabe.
 - Acho que ele não gosta muito de mim, vamos deixar isso para depois. - Ele diz- Você quer mesmo saber quem é o meu pai?
  Deu vontade de perguntar se ele era idiota mesmo ou tava só brincando, é claro que eu quero.
 - Sim. - Eu digo.
 - Mesmo? Vai ser perigoso.
 - Por que você não pode só me falar?
 -Ai perde a Graça, - Ele diz - Tem algum lugar longe das Outras pessoas onde podem acontecer coisas estranhas e ninguém perceba?
  -Existe um campo bem grande fora da cidade, por quê?
 - Acho que vamos sair da cidade hoje.
 Eu sorrio e subimos as escadas, abro a porta e dois meninos gêmeos que são meus irmãos  caem aos meus pés com aquela cara de quem diz "ferrou, fomos pegos", eles deviam estar escutando a conversa encostados na porta. Eu suspiro e digo:
 - Quando eu voltar vou ter uma longa conversa com vocês.
 Meus irmãos pareceram assustados ao ver Nico, o que é ate bom. Quando estávamos da casa eu ouço meus irmãos gritarem:
  -Pai! A Alice vai sair com aquele menino para fazer coisas estranhas!
   -Prometo voltar antes da Janta! - eu grito, essa é a única coisa que posso garantir. Viro-me para Nico e falo mais baixo- corre.
   Nico monta na moto o mais rápido que pode e eu sento atrás dele, agarrada a sua cintura, ele dá a partida e vamos para fora da cidade.O caminho da minha casa para o campo dura cerca de meia hora , só quando chegamos percebo que Nico deixou o casaco no meu quarto . Decemos da moto e andamos um pouco ate ficarmos um pouco longe da estrada.
  -Desculpa pelos meus irmãos, - eu digo olhando para baixo e ficando corada - eles são umas pestes e acho que agora é certo que meu pai não gosta de você.
  -Já me acostumei a pessoas que não gostam de mim.- Quando ele falou isso pareceu indiferente e bem pouco triste- para te falar a verdade você tem me prometer algo.
  -O que?
  -Promete que não vai deixar de ser minha amiga depois de saber a verdade?
 Eu êxito, a verdade de quem é o pai dele é tão horrível assim?
 -E-eu prometo. - O fato de eu ter gaguejado parece te-lo deixado em duvida.
 Ele se inclina para frente me beija calmamente , fazendo meu coração bater mais rápido, ele passa as mãos pela minha cintura me puxando mais para perto dele.
 E ficamos assim por um tempo ate que os lábios dele se distanciam dos meus e ele susura no meu ouvido:
 - Se você muda-se de idéia depois eu não ia poder fazer isso.
 Ele solta a minha cintura e se vira de costas para mim , eu tenho certeza que não vou mudar de idéia da minha resposta, quero que me abrace de novo e sentir seus lábios contra os meus mais um pouco.
  -Pronta?- Nico perguntou.
  -Pronta.
  Ele estendeu a mão esquerda e fechou os olhos, o chão tremeu e uma enorme rachadura apareceu no chão, Nico estendeu o braço direito me impedindo de avançar e olhou para baixo. Ele abaixou os braços e segurou a minha mão, como se me chamase para ver o que tinha lá.
 Quando olhei para baixo vi o que poderia ser um mapa do inferno, campos de figuras sendo,ao que parecia , torturadas , uma enorme fila que levava a uma barraca e a um cachorro de três cabeças, uma casa enorme no canto e um monte de outras coisas bizarras.
  -Esse é o mundo inferior.-Nico me diz.
  Agora eu percebo a verdade, Nico é filho de Hades o Deus da morte.
 Antes que eu possa dizer qualquer coisa a beirada da fenda em que eu estava se solta e eu caio em direção ao mundo inferior, a única coisa que me impede de cair e morrer é Nico que segura a minha mão com força tentando me puxar para cima .
  Quando estou quase em cima de novo a parte em que Nico estava se soltou também e nós dois caímos. Durante a queda Nico, que ainda segurava a minha mão foi apanhado pelo braço que não estava me segurando por um monstro alado que eu reconheci como uma das fúrias.
  Ele me puxou pela mão, ate que eu conseguisse segurar seus ombros, ele segurou minha cintura e eu abracei seu pescoço. Ele olhou para cima e disse:
  -Obrigada Sra. Dotz!
  -Não me agradeça. - Disse o monstro/Sra. Dotz - Seu pai quer falar com você.
   A Sra. Dotz era um monstro, Nico é filho de Hades, eu tenho uma reserva pessoal de bronze celestial e vou interferir em uma reunião de família com um deus, hoje o dia está bem agitado.
   Sra. Dotz nos levou em direção a grande mansão mais pro canto e quando chegamos perto ela nos jogou no chão de um jeito que deslizamos alguns metros antes de parar. Foi um milagre eu não ter quebrado os meus óculos.
   Quando paramos eu e Nico estávamos deitados lado a lado aos pés de um cara super parecido com o Zé ramalho que nos olhava feio. Nico sorriu envergonhado e disse:
  - Oi pai.