She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 35
Strange


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Boa leitura.



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– Gostou? - Ouvi alguém perguntar do meu lado.

– Nossa. Espera. Eu... É que... To surpresa. - April respondeu toda vergonhada. Peter levou flores pra ela e entregou no meio do refeitório.

– O que é isso? Resolveu virar gente? - Perguntei.

– Decidi mudar. - Ele me respondeu.

– Sei... - Resmunguei.

– Peter, são lindas! - April ainda estava encantada. Esse menino fez o que pra ela ficar assim? Macumba?

– São, né? Eu não trouxe rosas porque além de eu achar horrível, tem cheiro de cemitério.

– Também não gosto. Acho clichê demais. Qual flor é essa?

– É flor de açafrão. Pelo menos foi isso que o cara me disse na floricultura. - Ela deu um risinho. Cara... Eu realmente to de vela.

– É rara?

– É.

– Tu gastou quanto nesse buquê? - Perguntei.

– Presente não se fala o valor, Andrew.

– São tão lindas! - April disse de novo.

– Ganhou de quem? - Alice perguntou e depois me deu um selinho. - E oi, gente.

– Ganhei do Peter. - April respondeu sorrindo.

– Nossa... Andrew nunca me deu flores.

– Eu to realizando seus desejos. Não reclama.

– Desejos eróticos? - April perguntou e suas bochechas ficaram vermelhas.

– Perguntei isso também. - Peter falou.

– Não. - Respondi.

– Você contou da lista pro Peter? - Alice disse.

– Até li. - Ele respondeu.

– Porra, Peter!

– Que é, Andrew? Não era pra contar?

– É uma coisa meio pessoal. - Alice falou olhando pra mim.

– Aquilo que te mandei por celular também era e você contou pra Emily.

– O que? - Peter, curioso, perguntou.

– Que ele tava batendo uma pra mim. - Arregalei os olhos e Peter olhou com uma sobrancelha arqueada pra mim.

– É mentira! - Protestei.

– Não precisa mentira pro seu melhor amigo, Andrew.

– Mas é mentira! - Alice riu. - Eu só falei umas coisas. Não tinha nada demais. Eu só falei que sentia a falta dela.

– Sei... - Peter falou com um sorriso malicioso e April riu. Mas mano... Eu falei a verdade!

– Vão tomar nos seus respectivos cus.

(...)

– Pode se sentar, April. Eu fico em pé. - Ela ficou olhando pro Peter. O sinal pro intervalo tinha batido faz uns minutos. Tínhamos acabado de chegar ao refeitório.

– Tá tentando fazer o que? Primeiro me dá um buquê e depois me oferece o seu lugar... Qual é a próxima?

– Tá exagerado demais. - Falei no ouvido dele.

– Só to tentando ser cavalheiro. - Peter respondeu pra ela.

– Por que isso? - Ela perguntou.

– Ele tá tentando virar gente. - Respondi.

– Vá se foder, Andrew! Eu... Eu to atrás de uma namorada. - Ela revirou os olhos.

– Me tira fora dessa lista. De problemas amorosas já basta um.

– E se esse problema sumisse? - April olhou pra ele com uma sobrancelha arqueada. - Bom, já que você não vai sentar... - Além de o Peter sentar, colocou as pernas no braço da minha cadeira de rodas.

– Tira esse pé nojento da minha cara.

– Não tá na sua cara. - Ele respondeu.

– Hm... Acho que eu vou pegar um lanche. - April disse. - Alguém vai querer? Não, né? Obrigada, de nada. - E saiu.

– Acha que isso vai dar certo? - Perguntei quando tinha certeza de que ela não poderia ouvir.

– Ela se apaixonar por mim? Você viu que babaca aquele cara é? Vai ser mais fácil que tirar doce de criança.

– Nossa. Que confiança.

– Já fiz tantas meninas se apaixonarem por mim. Por que ela seria um problema?

– Talvez porque ela gosta de um outro alguém e não quer ter algum tipo de relação contigo?

– Isso é detalhe. - Ri.

– Tá, Peter. Tá.

– Onde tá a Alice?

– Não faço ideia. - E isso tá me incomodando. Ainda não vi a Alice hoje.

(...)

– Andrew, eu vou voltar. Para de drama. - Alice me disse no telefone enquanto fazia as malas pra ir pra Toronto.

– Só que... Eu tenho medo de te perder.

– Isso foi clichê. - Ela disse rindo e eu ri junto.

– Eu sei. Escroto demais. Mas é a verdade.

– E você iria me perder pra quem?

– Lá é Toronto. - Ficamos em silêncio por um pouco mais de um minuto.

– Não vai acontecer nada. Vai ficar em casa esse fim de semana?

– Vou. Quem vai te levar na rodoviária?

– Minha mãe.

– Hm... Acordou atrasada hoje?

– Por que?

– Você não foi pra escola.

– Ah... É que eu fiquei até tarde conversando com a Emily ontem.

– Legal.

– É. - Ficamos em silêncio outra vez. - Vamos sair hoje.

– To pensando em ir na casa do Peter.

– Ele quer mesmo pegar a April?

– Isso desde sempre.

– Não. To dizendo de namorar e aquele mimimi todo.

– É o que parece.

– Minha mãe tá me chamando.

– Tá. - E ela desligou. - Tchau pra você também.

(...)

– Alo? - Perguntei e olhei no relógio. Quase três da manhã.

– Andrew?

– Quem é?

– Oi. Aqui é um amigo da Alice. Eu não sabia pra quem ligar, então liguei pro número que aparece mais vezes na lista de chamadas.

– Cadê a Alice?

– Ela tá meio mal.

– Onde ela tá?

– É que...

– Eu perguntei onde ela tá.

– Ela tá meio mal. - Escutei um barulho.

– Andy? - Agora era a voz da Alice. Meio embolada, mas era.

– Onde tu tá, Alice?

– Eu... Eu não sei. - Ela disse e começou a chorar. - Escutei outro barulho.

– Andrew? Oi. É a Emily.

– Então você leva minha namorada pra aí pra embebedar a menina até ela passar vexame?

– Eu não obriguei ninguém. Quando vi, ela já tinha tomado toda a garrafa sozinha.

– Quem era o garoto? E, principalmente, onde vocês estão?

– Estamos perto da minha casa. E o Noah é só um amigo. Não precisa de crise ciúmes. - Eu juro que to pra matar um.

– Só leva a Alice pra casa. E ele me ligou pra que?

– Porque tá bêbado também. Desculpa te acordar.

– Vá a merda, Emily. - Desliguei e tentei voltar a dormir. Só tentei mesmo. Porque conseguir que é bom, nada.

(...)

– Por que mandou a Emily ir a merda? - Isso foi o que eu escutei quando acordei com o celular tocando.

– Bom dia pra você também, Alice.

– É sério, Andy.

– Porque fiquei com vontade.

– Hm...

– Acordou de ressaca?

– Acordei.

– E a Emily?

– Ela não bebeu. - Não falei nada. - Acho que vamos sair agora.

– Ah...

– Mais tarde eu te ligo.

– Eu te amo.

– Eu também. - Desliguei. Olhei no relógio. Quase uma hora da tarde. Resolvi levantar.

Depois que eu tomei banho e me arrumei, saí do quarto e a casa estava num silêncio total. Fui até a cozinha e encontrei um bilhete da minha mãe.

"Andy, eu e o Paul fomos almoçar fora. A April saiu com um amigo. Te amo.

Beijos, mamãe."

Peguei salgadinho no armário e me taquei no sofá. Não saí de lá a tarde inteira.


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Notas finais do capítulo

Cara... Desculpem pela bosta que foi esse capítulo. Plmdds... E feliz ano novo e aquele blabla todo. Não to muito animada e tals... Enfim, até o próximo. Bye!