She Will Be Loved escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
Ooi! Boa leitura.
– Gostou? - Ouvi alguém perguntar do meu lado.
– Nossa. Espera. Eu... É que... To surpresa. - April respondeu toda vergonhada. Peter levou flores pra ela e entregou no meio do refeitório.
– O que é isso? Resolveu virar gente? - Perguntei.
– Decidi mudar. - Ele me respondeu.
– Sei... - Resmunguei.
– Peter, são lindas! - April ainda estava encantada. Esse menino fez o que pra ela ficar assim? Macumba?
– São, né? Eu não trouxe rosas porque além de eu achar horrível, tem cheiro de cemitério.
– Também não gosto. Acho clichê demais. Qual flor é essa?
– É flor de açafrão. Pelo menos foi isso que o cara me disse na floricultura. - Ela deu um risinho. Cara... Eu realmente to de vela.
– É rara?
– É.
– Tu gastou quanto nesse buquê? - Perguntei.
– Presente não se fala o valor, Andrew.
– São tão lindas! - April disse de novo.
– Ganhou de quem? - Alice perguntou e depois me deu um selinho. - E oi, gente.
– Ganhei do Peter. - April respondeu sorrindo.
– Nossa... Andrew nunca me deu flores.
– Eu to realizando seus desejos. Não reclama.
– Desejos eróticos? - April perguntou e suas bochechas ficaram vermelhas.
– Perguntei isso também. - Peter falou.
– Não. - Respondi.
– Você contou da lista pro Peter? - Alice disse.
– Até li. - Ele respondeu.
– Porra, Peter!
– Que é, Andrew? Não era pra contar?
– É uma coisa meio pessoal. - Alice falou olhando pra mim.
– Aquilo que te mandei por celular também era e você contou pra Emily.
– O que? - Peter, curioso, perguntou.
– Que ele tava batendo uma pra mim. - Arregalei os olhos e Peter olhou com uma sobrancelha arqueada pra mim.
– É mentira! - Protestei.
– Não precisa mentira pro seu melhor amigo, Andrew.
– Mas é mentira! - Alice riu. - Eu só falei umas coisas. Não tinha nada demais. Eu só falei que sentia a falta dela.
– Sei... - Peter falou com um sorriso malicioso e April riu. Mas mano... Eu falei a verdade!
– Vão tomar nos seus respectivos cus.
(...)
– Pode se sentar, April. Eu fico em pé. - Ela ficou olhando pro Peter. O sinal pro intervalo tinha batido faz uns minutos. Tínhamos acabado de chegar ao refeitório.
– Tá tentando fazer o que? Primeiro me dá um buquê e depois me oferece o seu lugar... Qual é a próxima?
– Tá exagerado demais. - Falei no ouvido dele.
– Só to tentando ser cavalheiro. - Peter respondeu pra ela.
– Por que isso? - Ela perguntou.
– Ele tá tentando virar gente. - Respondi.
– Vá se foder, Andrew! Eu... Eu to atrás de uma namorada. - Ela revirou os olhos.
– Me tira fora dessa lista. De problemas amorosas já basta um.
– E se esse problema sumisse? - April olhou pra ele com uma sobrancelha arqueada. - Bom, já que você não vai sentar... - Além de o Peter sentar, colocou as pernas no braço da minha cadeira de rodas.
– Tira esse pé nojento da minha cara.
– Não tá na sua cara. - Ele respondeu.
– Hm... Acho que eu vou pegar um lanche. - April disse. - Alguém vai querer? Não, né? Obrigada, de nada. - E saiu.
– Acha que isso vai dar certo? - Perguntei quando tinha certeza de que ela não poderia ouvir.
– Ela se apaixonar por mim? Você viu que babaca aquele cara é? Vai ser mais fácil que tirar doce de criança.
– Nossa. Que confiança.
– Já fiz tantas meninas se apaixonarem por mim. Por que ela seria um problema?
– Talvez porque ela gosta de um outro alguém e não quer ter algum tipo de relação contigo?
– Isso é detalhe. - Ri.
– Tá, Peter. Tá.
– Onde tá a Alice?
– Não faço ideia. - E isso tá me incomodando. Ainda não vi a Alice hoje.
(...)
– Andrew, eu vou voltar. Para de drama. - Alice me disse no telefone enquanto fazia as malas pra ir pra Toronto.
– Só que... Eu tenho medo de te perder.
– Isso foi clichê. - Ela disse rindo e eu ri junto.
– Eu sei. Escroto demais. Mas é a verdade.
– E você iria me perder pra quem?
– Lá é Toronto. - Ficamos em silêncio por um pouco mais de um minuto.
– Não vai acontecer nada. Vai ficar em casa esse fim de semana?
– Vou. Quem vai te levar na rodoviária?
– Minha mãe.
– Hm... Acordou atrasada hoje?
– Por que?
– Você não foi pra escola.
– Ah... É que eu fiquei até tarde conversando com a Emily ontem.
– Legal.
– É. - Ficamos em silêncio outra vez. - Vamos sair hoje.
– To pensando em ir na casa do Peter.
– Ele quer mesmo pegar a April?
– Isso desde sempre.
– Não. To dizendo de namorar e aquele mimimi todo.
– É o que parece.
– Minha mãe tá me chamando.
– Tá. - E ela desligou. - Tchau pra você também.
(...)
– Alo? - Perguntei e olhei no relógio. Quase três da manhã.
– Andrew?
– Quem é?
– Oi. Aqui é um amigo da Alice. Eu não sabia pra quem ligar, então liguei pro número que aparece mais vezes na lista de chamadas.
– Cadê a Alice?
– Ela tá meio mal.
– Onde ela tá?
– É que...
– Eu perguntei onde ela tá.
– Ela tá meio mal. - Escutei um barulho.
– Andy? - Agora era a voz da Alice. Meio embolada, mas era.
– Onde tu tá, Alice?
– Eu... Eu não sei. - Ela disse e começou a chorar. - Escutei outro barulho.
– Andrew? Oi. É a Emily.
– Então você leva minha namorada pra aí pra embebedar a menina até ela passar vexame?
– Eu não obriguei ninguém. Quando vi, ela já tinha tomado toda a garrafa sozinha.
– Quem era o garoto? E, principalmente, onde vocês estão?
– Estamos perto da minha casa. E o Noah é só um amigo. Não precisa de crise ciúmes. - Eu juro que to pra matar um.
– Só leva a Alice pra casa. E ele me ligou pra que?
– Porque tá bêbado também. Desculpa te acordar.
– Vá a merda, Emily. - Desliguei e tentei voltar a dormir. Só tentei mesmo. Porque conseguir que é bom, nada.
(...)
– Por que mandou a Emily ir a merda? - Isso foi o que eu escutei quando acordei com o celular tocando.
– Bom dia pra você também, Alice.
– É sério, Andy.
– Porque fiquei com vontade.
– Hm...
– Acordou de ressaca?
– Acordei.
– E a Emily?
– Ela não bebeu. - Não falei nada. - Acho que vamos sair agora.
– Ah...
– Mais tarde eu te ligo.
– Eu te amo.
– Eu também. - Desliguei. Olhei no relógio. Quase uma hora da tarde. Resolvi levantar.
Depois que eu tomei banho e me arrumei, saí do quarto e a casa estava num silêncio total. Fui até a cozinha e encontrei um bilhete da minha mãe.
"Andy, eu e o Paul fomos almoçar fora. A April saiu com um amigo. Te amo.
Beijos, mamãe."
Peguei salgadinho no armário e me taquei no sofá. Não saí de lá a tarde inteira.
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Cara... Desculpem pela bosta que foi esse capítulo. Plmdds... E feliz ano novo e aquele blabla todo. Não to muito animada e tals... Enfim, até o próximo. Bye!