Olhos Fechados escrita por Julins


Capítulo 13
A verdadeira face




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Liguei um zilhão de vezes para Edward, mas só dava na caixa postal. Devia ter tantas mensagens de voz no celular dele que não daria para ouvir de uma vez só. Nelas eu dizia “Edward me retorna, preciso falar com você”, “Temos que conversar, é muito importante” e coisas do tipo.
Também liguei para a casa dele, mas não havia ninguém, estavam todos ocupados com o casamento.
Jake estava tão enrolado ajudando a Victória que nem parou para me ouvir, ninguém pararia o casamento para me deixar falar, então resolvi descansar um pouco e esperar até que alguém tivesse uma folga, só assim a informação poderia ser passada a Edward
Fechei os olhos por alguns instantes e quando os abri já eram 19:10 da noite. Sai voando de casa, agora não tinha jeito, eu teria de falar diretamente com Edward. Somente quando dei partida no carro foi que percebi que não sabia o endereço. Maravilha, mais isso agora.
Procurei o convite por toda a casa, mas não sabia aonde tinham o jogado. Depois de uns quinze minutos procurando, eu finalmente encontrei-o, enfiado debaixo de uma pilha de roupas.
Se não fossem por todos os faróis vermelhos, eu teria chego cerca de 10 minutos mais cedo.
Avistei a igreja quando me esforçava para achar um lugar onde pudesse estacionar. Só consegui uma vaga bem longe da cerimônia. Enquanto corria, uma garota, de cabelos cor de fogo, saiu de um carro preto de luxo, com um vestido tão branco quanto sua pele. Algumas pessaos a ajudaram a sair do carro e ajeitaram seu vestido. Ela subia as escadas e já se posicionava em frente à porta da igreja. Continuava correndo, porém ainda estava distante. As portas se abriram e a noiva deu um passo a frente. Estou quase...Ela deu mais um passo. Tão perto...E mais um passo e mais outro...
–Parem este casamento! –gritei logo atrás de Victória, enquanto ofegava tentando recuperar o fôlego –Vocês não podem continuar com isso.
–O quê esta garota está fazendo aqui no meu casamento? –Victória berrava.
–Bella? O que está havendo? –Edward me olhava perplexo.
–Edward ela está te enganando, ela só quer o seu dinheiro, ela ama outro e este filho –apontei para o pequeno volume da barriga dela – nem é seu!
–Cala a boca! Saia daqui! –a ruiva continuava berrando como louca.
Por um instante os olhos de Edward estavam incrédulos, mas depois começaram arder em raiva.
–É verdade isso, Victória? –ele se aproximava dela - Hein? –Edward pegou no braço da garota – Me responde!
Os berros foram trocados para soluços em meio ao choro.
–Edward, não escuta essa garota, ela só quer nos ver separdos. Edward...
–Chega! Eu posso ter dado ouvidos a sua mentira, mas agora não mais.
Olhei para o altar e pude ver um rosto conhecido.
–James? James, era mesmo você? –dizia enquanto olhava pasma para o rapaz de terno, cabelos loiros claros e olhos azuis quase transparentes.
–Você o conhece, Bella? –Edward tocou de leve no meu ombro.
–Claro, ele era meu ex-namorado que te falei.
–Bella? Uau, você ficou mais gostosa desde o nosso último encontro, hein? –James me comia com os olhos e isso me dava nojo.
–Foi você? –Edward correu em direção ao rapaz com olhar malicioso e lhe deu um soco forte.
–Pelo amor do Senhor, vocês estão na casa de Deus! – disse o padre tentando acalmá-los.
James ria com ironia.
–Vai me bater por cada garota sua que eu já comi antes?
–Por favor, os dois rapazes podem resolver isso, pacificamente, do lado de fora? –o padre continuava lhe dando broncas como se fossem duas crianças.
–Me desculpe, não há mais nada a se resolver. Vamos, Bella.
Fui seguindo Edward para fora da igreja, mas uma impulso me empurrou escada abaixo. Não cai sozinha. A mesma mão que me empurrara foi a mesma que segurei para tentar me manter em pé. Rolamos escada abaixo, emboladas por um tecido branco cintilante e cachos vermelhos. Estavamos ali, eu e Victória, atiradas no chão.
–Meu filho! Ai meu Deus, meu filho! –o desespero tomou conta de mim e comecei a chorar e berrar pensando no meu bebê.
O branco impecável do vestido agora tinha gotas de rubi escorrendo pela renda fina.
–Olha o que você fez. –Victória pôs a mão no ventre, que voltou gotejando sangue.
Edward me pegou nos braços e rapidamente me colocou dentro do carro.
–Jacob, leve a Victória ao hospital que eu levo a Bella. –Ele jogou as chaves para Jake, que pegou a ruiva nos braços como Edward fizera comigo, mas com um pouco mais de dificuldade por causa do volume do vestido.
–Vai ficar tudo bem, meu amor. –ele beijou minha testa, fechou a porta e se sentou no banco do motorista.
Carlisle entrou no carro junto com Jacob. Acho que a situação de Victória era bem mais grave que a minha.
No hospital tomei um sedativo pois não parava que chorar pensando no meu filho. Comecei a ficar sonolenta até cair no sono de vez.

–Edward? –disse ao tentar identificar o local onde estava.
–Shhh...fique tranquila, meu amor. Nosso bebê está a salvo –ele sorria para mim.
Suspirei de alívio.
–E a Victória? Como ela está?
Edward se levantou e veio até mim, pegando minha mão.
–Ela teve uma queda muito pior que a sua. –ele deslizava seu dedo nas costas da minha mão –Infelizmente o bebê não resistiu.
Comecei a chorar.
–O que foi, Bella?
–Eu não queria ter causado isso.
–Ei, a culpa não e sua, foi um terrivel incidente, não tem nada a ver com você.
–Mas eu a puxei.
–Mas ela te empurrou. Infelizmente ela mesma causou isso. Agora para de se culpar, tudo bem?
Enxuguei as lágrimas e assenti com a cabeça.
Fez-se um silêncio.
–Obrigado. – falou Edward - Não sei o que poderia ter acontecido se eu tivesse me casado com Victória.
Preferi não comentar que talvez ela pretendia matá-lo.
–É, nem eu. –respondi.
O médico bateu na porta e entrou.
–Senhorita Swan?
–Sim?
–Você e seu bebê estão ótimos, porém nós teremos que deixá-la em observação por precaução.
Bufei.
–Eu sei que é horrivel, mas terá que dormir aqui esta noite para o bem de você e seu filho.
–Tudo bem. –disse em desânimo.
–Ei, eu vou ficar com você, meu amor.
Apenas aquelas palavras bastaram para me fazer abrir um sorriso.

Não dormir muito bem na verdade. Não tive sonhos. A maca era dura e desconfortável.
Abri os olhos, ainda meio sonolenta. Vi Edward dormindo em uma poltrona ao meu lado. Fiquei imaginando como ele conseguia dormir naquela posição.
Me virei de um lado ao outro, mas não havia jeito, não conseguia voltar a dormir.
–Volte a dormir, Bella.
Virei a cabeça um pouco assustada.
–Não consigo.
–Por que não? –Edward falava com os olhos ainda fechados.
–Não sei, acho que estou um pouco desconfortável.
Edward abriu os olhos, ficou me olhando por um tempo, deu um suspiro profundo e se levantou da poltrona. Ele caminhou até mim e se deitou na maca junto comigo.
–Pronto, agora não tem como estar mais confortável. –ele me puxava para cima de seu peito e me acolhia como uma criança.
Fechei os olhos e, desta vez, consegui dormir tranquilamente.

Finalmente em casa. Nada melhor do que poder deitar na minha cama fofinha e confortável.
Alguém bateu na porta
–Pode entrar.
–Bella? – Charlie abriu a porta – Posso falar com você?
–Claro, pai. –me endireitei, sentando na cama.
Charlie se sentou ao pé da cama.
–Bella, você tem noção do perigo em que está se metendo?
–Como assim?
–Se aquela garota foi capaz de te empurrar escada abaixo, imagine o que mais ela não vai querer fazer por pura vingança.
–Pai, está tudo bem. Ela não vai fazer mais nada.
–Ainda acho melhor você ficar com o pé atrás. E você contou toda a verdade ao Edward? Que esse filho é dele?
–Sim, nós estamos bem de novo, a ruiva não conseguiu separar a gente.
–E o Jacob,? Como ele ficou?
–Bom, ele não retornou minhas ligações. Depois do que aconteceu eu não falei mais com ele.
–Não deixe de falar com ele, Bella. –Charlie pegou o celular do bolso e leu a mensagem. -Bom, eu preciso voltar para o hospital. Juízo, ouviu? –Ele se levantou, pousou um beijo em minha testa e saiu do quarto.
Peguei o livro ao lado da minha cabiceira e voltei a ler do ponto onde havia parado.
Alguém bateu na porta.
–Pode entrar, pai.
–Meu filho já está falando? –Edward abriu a porta com um sorriso.
–Ah, pensei que fosse meu pai.
Edward se sentou na cama ao meu lado. Ele pousou a mão na minha barriga e a acariciou com delicadeza.
–Eu preparei uma supresa para você. –seus olhos brilhavam feito esmeraldas.
–Sério? Onde tá? –Virei a cabeça de um lado ao outro procurando por alguma coisa.
Ele riu.
–Não está aqui. – ele desceu da cama – Vem comigo.
Pulei para fora da cama e peguei um casaco.
Quando entramos no carro, Edward me fez colocar vendas nos olhos. Não demoramos muito para chegar ao nosso destino final.
Fui conduzida por Edward até entrarmos em algum lugar que não fazia ideia de onde era.
–Quando eu falar três você pode tirar a venda. Um...Dois...Três.
Ao tirar a venda vi que estava em uma sala enorme com grandes janelas que a deixavam bem iluminada. Não havia muitos móveis, só um sofá, uma mesa com algumas cadeiras e uma TV, de sei lá quantas polegadas, pendurada na parede.
–Edward...
–Espera, essa não é a melhor parte. – ele pegou na minha mão e me levou à outro cômodo da casa. – Abra a porta. –ele sorria como uma criança sapeca.
Então, fiz o que me pediu.
Ao abrir a porta pude ver um berço branco com laços e fitas em um quarto branco com desenhos de ursinhos amarelos, havia também um trocador e um armário, todos eram brancos com enfeites amarelos bem claro. Ao lado do berço tinha uma cadeira de balanço com um chale pendurado.
–Edward isso é lindo! –disse deslumbrada com o quartinho do bebê.
–Eu fiz amarelinho porque não sabemos se é um menino ou uma menina.
–Eu amei, está perfeito.
Edward me abraçou e me beijou.
–Bella, -os olhos verdes esmeralda dele olhavam fundo nos meus – eu nunca fui tão feliz na minha vida quanto sou hoje ao seu lado e não há nada que eu queira mais, do que o seu sorriso, seu cheiro, seu calor, seu olhar. Eu não consigo ficar um segundo sem pensar em você, sem querer sua presença. – ele se ajoelhou – Eu não posso nem lhe entregar meu coração à você pois ele já era seu desde o dia em que nasceu, eu apenas o encontrei e finalmente estou completo. A insuportável ideia de não tê-la em meus braços já me tortura todos os dias. – Edward tirou uma caixinha vermelha, aveludada, do bolso, abriu e a pousou em minha mão. – Isabella Swan, você aceita se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Peço humildemente desculpas por fazê-los esperar pelo capítulo seguinte. Verdade é que eu não tinha inspiração nem ideias efetivas para continuar Olhos Fechados.
Agradeço a todos pelo carinho e pelos comentários muito motivadores e peço novamente desculpas por ás vezes não respondê-los. A minha proximidade com o computador é de extrema raridade.
Um grande abraço e beijo a todos.
Júlia ^^



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