E novamente o barulho do despertador meu acordou. Tomei meu café, escovei meus dentes, me vesti e fui para escola. Faço essa mesma rotina há anos.

Vou para a escola e fico lá a toa até a aula começar, confesso que não tenho muitos amigos, para ser sincera não tenho amigo nenhum, mas nunca me importei com isso.

Sempre chego na escola e sento sempre no mesmo lugar. Só que hoje aconteceu algo para me tirar da rotina.

-Bom dia turma! Este aqui é Edward Cullen. Ele é novo, se mudou a pouco tempo de Londres e eu espero que ele seja bem recebido aqui.

O garoto era bonito, tenho que confessar. Era super alto, seus cabelos eram cor de bronze e seus olhos eram verdes azulados. Mas nada disso importava, eu não quero chegar perto de homens nem tão cedo.

As garotas que sentavam logo atrás de mim estavam inquietas. Estavam comentando entre elas o quão gato o novo menino era e estavam apostando qual delas iria ficar com ele primeiro. A conversa delas me dava nojo.

-Bom Edward, você pode se sentar nessa carteira ou naquela. Qual você prefere?

-Acho que vou me sentar ali. –disse o garoto apontando para a carteira do lado da minha.

Ele pegou sua mochila e foi se sentar. Eu queria morrer. Por que ele escolheu justo a carteira do lado da minha? Que coisa, ninguém entende que quero ficar sozinha? Droga, agora as meninas chatas que sentam atrás de mim estavam mais inquietas ainda.

Aparentemente ele parecia ser um bom colega de classe, não era do tipo que atrapalhava a aula, pelo contrário, era muito inteligente.

As meninas de trás já estavam me dando nos nervos, então tive que falar alguma coisa.

-Vocês ai atrás, dá pra calar essa boca cheia de batom? Se vocês não querem estudar pra ficar falando do garoto novo, saiam da sala! Eu quero estudar! –a sala toda começou a rir, inclusive o tal de Edward.

-Srt. Swan, por favor, contenha-se! –disse a professora me dando uma bronca.

-Mas professora, eu to querendo estudar e essas meninas não calam a boca. –retruquei.

-Cala a boca você menina  Se é que você é menina mesmo, porque se veste igual ao um homem. Calça larga, camiseta larga, cabelo preso, tênis  e maquiagem não sabe nem o que é. Você tem inveja da gente. –disse Jane, enquanto a sala não parava de rir, menos o garoto sentado ao meu lado.

-Mais respeito, por favor. Você não tem o direito de falar com ela assim. –Edward me defendeu com aquele sotaque britânico.

-Fica na sua porque já sou bem grandinha pra saber retrucar. –disse quase como uma ameaça ao garoto. Nesse momento todos da sala fizeram  “uuuuu”

-Srt. Swan retire-se imediatamente. –disse a professora abrindo a porta.

-Ufa, finalmente me livrei das misses silicone. –disse com um tom de alívio.

Enquanto fui saindo, as patricinhas deram um tchauzinho irônico. Minha vontade era de meter a mão na cara de cada uma delas.

Quando a aula terminou, o tal garoto novo veio falar comigo.

-Achei muito legal o que você fez na sala. –disse quase me parabenizando.

-É? Legal, bom pra você. –foi uma tentativa de me livrar dele.

-Você não curti muito amigos, né? –ele não desgruda fácil.

-Não, não gosto do termo “amigos”, prefiro ficar sozinha. –será que ele entendeu a indireta?

-Tudo bem então, vou embora já que você tá me dispensando, mas se precisar de alguém, pode me chamar. –ele continuava sorrindo mesmo depois do que eu disse.

Isso me soava estranho, eu nunca quis ninguém perto de mim, mas com ele foi diferente, ele não me achou uma estranha, ele me respeitou e foi legal comigo. Não, não posso mas confiar em ninguém  principalmente em um homem.

Cheguei em casa e não foi com uma recepção calorosa.

-Filha, sua professora ligou aqui e disse que você desrespeitou uma colega de classe. –disse meu pai com os braços cruzados.

-Ah pai, a menina não parava quieta, não calava a boca, eu não conseguia estudar. –já vi que a coisa ia engrossar para o meu lado.

-Não importa filha, você não pode falar daquele jeito com ninguém  –ele afagou meu cabelo.

Meu pai é uma pessoa muito legal, que gosta de tudo certo.

-A professora disse que você vai ter que participar da peça de teatro deste ano como castigo. –ele parou de afagar.

-O quê?! Nem pensar. Pai, eu odeio essas coisas, você sabe disso. –eu estava incrédula.

-Eu sei filha, mas eu não posso fazer nada.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama, não estava nem um pouco afim de participar da peça da escola. Isso não podia estar acontecendo comigo.

De repente o meu celular tocou, o que é raro acontecer, já que não tenho amigos. Antedi desanimada.

-Alô? –disse sem vontade.

-Alô? Aqui é o Edward. É a Isabella? –apesar da pergunta, acho que ele já sabia que era eu pelo modo que atendi.

-É ela. Pera, como você tem meu número? –perguntei pasma.

-Tenho meus contatos. Tô ligando pra avisar que seu livro de álgebra ficou comigo, que você me emprestou, lembra? –puts é mesmo eu deixei com ele.

-Não, tudo bem, eu nem vou usar ele hoje, me entrega amanhã.

-Tudo bem. Olha, sobre o que aconteceu hoje, me desculpe, não vou mais te incomodar. –senti uma tristeza em sua voz.

-Tudo bem. –agora queria me livrar dele.

-Até amanhã então. Tchau. –ele entendeu o que eu queria.

-Tchau, até.

Desliguei o celular.  Eu até gostei de ter conversado com ele, acho que estou gostando um pouco mais desse tal de Edward.