O Garoto De Reparos Da Rainha. escrita por Pamonha


Capítulo 2
O psicótico lança-chamas grego.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho porque senão os POVs não iam dar certo.
Muito obrigada por estarem acompanhando e obrigada pelo reviews, eles me deixaram MUITO feliz ! *-*



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POV Leo.

Depois de ter mostrado boa parte do navio para Reyna, alguma coisa começou a incomodar o filho de Hefesto . Embora a garota estivesse sendo extremamente educada, Leo duvidada que ela estivesse satisfeita com o que via e se perguntou se o Argo parecia pouco impressionante ou se era ele mesmo, Leo, que a estava aborrecendo. Ele preferiria está-la aborrecendo, pois a idéia de seu minucioso trabalho não impressionar alguém lhe fazia querer vomitar, afinal, era a única coisa na qual ele era bom !

- Desculpe, señorita pretora, mas tem alguma coisa que queira ver ? Tipo, alguma coisa específica ? Porque não parece, bem, muito convencida. – Disse o garoto por fim, não agüentando mais a dúvida. Reyna arqueou as sobrancelhas, visivelmente surpresa com a pergunta.

- Bem, eu... eu lamento, Sr. Valdez, mas realmente não sei bem o que estou procurando. – Admitiu envergonhada. Leo sorriu ao ver a expressão meio desolada da menina.

- E porque não falou logo ? Minha conversa estava tão interessante assim ? - Riu Valdez – Venha, pretora, vamos lá para cima.

- Mas eu ainda não...

- Posso lhe contar tudo sobre as armas letais que usaremos contra sua legião de romanos lá em cima, então você poderá se dar por satisfeita e voltar para o acampamento. Muito melhor que ficar vagando sem rumo por um navio de guerra voador com um grego desconhecido como guia, não ? - Ele pode ver os cantos da boca da pretora se erguerem levemente e uma expressão satisfeita tomar seu rosto. Ela gostara da idéia.

Eles subiram enquanto Leo ainda tagarelava sem parar sobre todas as armas incríveis com as quais ele havia equipado a trirreme. Ele se orgulhava particularmente da camuflagem impecável do navio.

- Fiquei preocupado de que só a Névoa não desse conta do recado, sabe ? Seria meio difícil os mortais acreditarem que o Argo era um pombo gigante, não é ? ‘’É um pássaro ? É um avião ? Não ! É um navio de guerra voador !’’. Isso seria ridículo ! Então projetei essa belezura com uma camuflagem especial para os olhos mortais e para alguns outros não-mortais. ! Deu trabalho, é verdade, mas digo que funciona com perfeição !

Quando finalmente saíram para a luz do sol, Leo respirou fundo e observou a sua volta, satisfeito. A pretora parecia fazer o mesmo. Ele não ia mentir, queria passar mais tempo com ela, mas tinham uma missão e um prazo indeterminado para cumpri-la e o garoto sabia que quanto antes partissem, melhor.

- Bom, Sr. Valdez, agradeço as explicações e sua gentileza. Temos um desafio e tanto a nossa frente e garantir boas relações entre gregos e romanos é o primeiro passo para superarmos o desafio. – Disse Reyna, se virando para Leo. O garoto queria dizer alguma coisa também, mas começou a sentir o corpo anormalmente quente. Sim, ele sempre era alguns graus mais quente que as outras pessoas, mas aquilo estava incomodo até mesmo para ele.

De repente, ele desabou no convés do navio , incapaz de se mexer ou de articular frases completas. Porque tudo estava tão quente e tão dolorido ? Porque sentia uma vontade incontrolável de fazer algo realmente ruim ?

- Reyna... – Tentou dizer algo num arquejo estrangulado, mas a frase não saia. A pretora olhava para ele assustada e confusa. Tentou se abaixar e encostar-se ao filho de Hefesto, mas sua pele estava quente demais para que ela pudesse tocá-lo. Leo se sentiu levantar e conseguiu articular um último pensamento desesperado antes de perder completamente o controle.

‘’Reyna ! Proteja-se AGORA !’’

POV Reyna.

A romana estava começando a quase respeitar Leo Valdez e sua perspicácia quando, sem nenhum aviso, o garoto caiu no chão com uma expressão de absoluto terror. Ele parecia não conseguir falar nem respirar direito. Ela se abaixou para socorrê-lo, mas ele estava tão quente mal conseguia chegar perto. Reyna estava prestes a gritar por ajuda para o garoto quando ele se levantou. Seu corpo irradiava calor e ao mesmo tempo algo sinistro, o total oposto da áurea elétrica e alegre que envolvia o grego um pouco antes. A pretora deu um passo para trás e acabou tropeçando na maldita toga. Mas Leo não parecia interessado nela. Ele se virou e correu em direção aos controles do navio.

Reyna começou a se levantar quando um tranco jogou-a para trás. ‘’Mas o que esse grego está fazendo ?’’, pensou a pretora. Ela se levantou e tentou correr até Leo, mas o garoto não parava de fazer o navio balançar. Um suave rangido pode ser ouvido vindo da parte lateral do casco. O que era aquilo ? Reyna só se tocou quando ouviu um turbilhão de vozes gritando ‘’ele vai atirar !’’, vindo dos romanos lá em baixo. Ouviu-se então uma explosão, seguido de gritos e do som de algum desmoronando e então mais explosões se seguiram. A garota correu até a amurada e o que viu fez seus olhos se encherem de lágrimas. Nova Roma e o Acampamento Júpiter estavam em chamas. Uma parte do senado havia sido derrubada e haviam crateras abertas nas ruas. No meio desse caos, alguns romanos furiosos tacavam armas e pedras no Argo e outros cercavam o Senado, onde os outros gregos estavam.

Reyna tinha que pensar rápido. Tentaria descer do navio e se juntaria aos romanos ou tentaria parar Leo ? O garoto não parecia mais ser ele mesmo, mas quem mais poderia ser ? Tentar conversar com ele no estado em que se encontrava era loucura ! Mas enquanto isso, seu lar pegava fogo lá embaixo. Não havia protocolo romano nenhum sobre o que fazer naquela situação. ‘’O que, pelos raios de Júpiter, eu vou fazer ?’’, pensava a pretora, desesperada.  Ela tinha que salvar sua casa e a casa de centenas de outros romanos e a única coisa no caminho entre ela e essa solução era o garoto flamejante e psicótico que controlava o navio.

Dessa vez, Reyna não pensou duas vezes. Correu como pode até onde estava Leo e gritou para que ele parasse, tentando fazer-se ouvir apesar do som incessante das bombas. Mas o garoto olhou para ela e apenas riu. Não um riso louco porém agradável de antes, mas um riso maldoso e sarcástico. Isso enfureceu a pretora que sacou sua espada e nocauteou Leo usando o cabo. Ele caiu no chão e um tranco do barco desgovernado o fez rolar para o outro lado. Ele parecia estar sofrendo convulsões, mas no momento Reyna não tinha tempo para isso. Ela tinha que descobrir como parar as explosões, mas ao olhar para o painel de controle, sentiu-se arrasada. Eram centenas de botões, telas, joysticks... ela não fazia idéia de como mexer naquilo tudo. Desesperada, ela agiu por extinto e jogou para frente uma alavanca um pouco maior, talvez com um pouco de força demais, pois a alavanca emperra.  O reflexo da sua ação foi imediata. O navio deu um tranco para frente e começou a deslizar sobre o céu fumacento numa velocidade sobrenatural.

O mundo parecia um borrão. Nova Roma havia ficado para trás e agora a trirreme cortava os céus tão rápido que Reyna tinha que se segurar para não ser levada pelo vento. Tentava com empenho desemperrava a maldita alavanca, mas sem sucesso. Num canto, Leo gemia entre a consciência e inconsciência.  A garota estava preocupada com a possibilidade do vento levá-lo, já que o pobre grego não estava se segurando em nada. A pretora tentou se soltar um pouco e começou a andar com muita dificuldade até onde estava Leo. No meio do caminho, uma rajada mais forte a fez cair para trás e bater a cabeça com força no mastro. Sentia que ia perdendo a consciência lentamente.

Antes de apagar por completo, porém, ela conseguiu ver uma forma vermelha tremeluzente deixando o corpo de Leo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ! Lembrem-se de que reviews deixam a autora feliz !