O Garoto De Reparos Da Rainha. escrita por Pamonha


Capítulo 1
O que poderia dar errado ?


Notas iniciais do capítulo

Sou meio Percy (lerda) para escrever, então sejam pacientes, por favor, porque prometo escrever o mais rápido que eu puder.
Espero que gostem tanto de ler quanto eu gostei de escrever.
Desculpem o capítulo estar meio longo demais.
Enjoy, semilindos !



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POV Leo.

Leo nunca se sentira tão animado !

Claro, ele estava prestes a pousar um poderoso navio de guerra grego em meio a uma legião de romanos que poderiam matá-lo antes mesmo que ele dissesse ‘’olá’’, mas isso não era importante no momento.  O importante era que o Argo II tinha cumprido sua missão perfeitamente até agora e isso era tudo o que Leo Valdez poderia desejar. Afinal, após trabalhar meses na trirreme grega, o filho de Hefesto se sentia orgulhoso do resultado final e se sentia completamente feliz atrás dos controles de seu impressionante navio.

O sorridente Valdez também estava apreensivo apesar da satisfação interna e da constante expressão marota. Não sabia o que esperar dos romanos mas todos contavam com que fossem guerreiros experientes, rígidos e até um pouco sem coração. No fundo, Leo esperava que os outros romanos fossem como Jason, que apesar de não se parecer em nada com os gregos, também não combinava com a descrição do caráter romano.

O filho do fogo também podia ver Annabeth  debruçada na amurada, com os cabelos loiros sendo emaranhados pelo vento. Havia uma ruga de preocupação em seu rosto, mas não era para menos, a garota não sabia o que esperar depois de ficar meses sem o namorado e se preparando para uma possível missão suicida.

Piper também andava de um lado para o outro, ansiosa e preocupada, afinal, era ela que iria falar primeiro aos romanos, utilizando seu charme. Mas Leo sabia que não era só por isso que a filha de Afrodite estava preocupada. A garota romana de Jason a preocupava, Piper não tinha certeza se conseguiria competir com uma pretora. Valdez achava bobagem a amiga se preocupar com isso porque duvidava que existisse uma garota tão bonita e legal quanto ela.

Agora, o navio ia descendo cada vez mais sobre Nova Roma. Leo começou a suar frio enquanto guiava o navio até embaixo. Para sua sorte, ou azar, então, uma estátua furiosa se materializou no convés de seu navio.

- NADA DE ARMAS DENTRO DA LINHA POMERIANA ! – Gritou a estátua sem braços. Leo ficou atônito, tanto por ter uma estátua raivosa gritando com eles quanto por ele não fazer idéia do que era uma linha pomeriana.  Para seu alívio, Annabeth foi cuidar do bloco de pedra resmungão. O vento e o barulho dos motores do Argo II dificultaram Leo a ouvir a negociação com o deus das fronteiras, mas a filha de Atena lhe passou os novos comandos. Ele deveria deixar o navio flutuando acima de Nova Roma enquanto os outros semideuses desciam para o acampamento. Leo ficou um pouco chateado, mas assentiu.

- Vamos deixar o treinador Hedge aqui com você – Disse a loira.

- O treinador Hedge ? Por acaso estão querendo me deixar maluco ? Ora Annabeth, leve o treinador para dar uma voltinha.Ele pode ser útil caso algum anão romano decidir atacar vocês ! -  Exclamou o filho de Hefesto. Annabeth pensou por um tempo e assentiu ainda um pouco relutante. Leo imaginou que a vontade de ver logo Percy devia ser maior do que a vontade se livrar do incessante ‘’morram’’ do treinador.

Valdez desejou boa sorte aos amigos e ouviu um milhão de recomendações deles.

- Relaxa, pessoal, não é como se eu fosse tocar fogo em Nova Roma, não é ? - Brincou Leo antes de ver os amigos descendo até a cidade.

POV Reyna.

Reyna achava que aquilo estava demorando demais.

Ela observava o navio de guerra grego descer suavemente em direção a Nova Roma. Não sabia quem tinha construído aquilo, mas fosse quem fosse, sabia o que estava fazendo. A trirreme era linda brilhando com detalhes de bronze e velas tão brancas quanto as nuvens e era assustadora também com uma cabeça de dragão dourada na proa e aberturas simétricas de bocas de canhão. Reyna achava difícil acreditar que tinha sido um grego a projetar e construir uma embarcação como aquela. ‘’Talvez Jason tenha feito o projeto e dito aos gregos o que fazer’’ pensou ela, mas Jason não era um engenheiro, apesar de ser um líder.

Jason. O coração da pretora batia forte com a expectativa de vê-lo. Como será que ele estaria ? Se lembraria dela ? Ainda era fiel a Roma ? Reyna queria desesperadamente essas respostas, mas no momento tinha que se concentrar em liderar os romanos na situação delicada em que se encontravam.

Todos olhavam para cima e tinha suas armas ao lado, caso os gregos dessem um passo em falso. A filha de Belona  desejava do fundo do coração que tudo corresse bem, que os gregos se mostrassem como Percy e que eles pudessem se juntar e vencer o mal maior. Reyna não queria uma guerra entre gregos e romanos. Reyna queria viver em paz, só para variar. Mas ao seu lado Octavian parecia tão sedento de sangue que ficava difícil para a pretora acreditar que a paz era possível e...

Foi então que ela o viu. Jason era o primeiro a descer uma escada de cordas lançadas pelo navio. Quando finalmente atingiu o chão, olhou em volta e Reyna podia jurar que ele a estava procurando. Em seguida, uma menina loira e esguia atingiu o chão e a pretora soube, apenas pelo olhar ansioso que ela lançava a multidão, como se procurasse alguém, que aquela era Annabeth, a única lembrança que Percy guardou firmemente durante todo o tempo. Suas suspeitas se comprovaram quando Percy e a menina correram um para o outro. Reyna jamais admitiria, mas sentira uma pontinha de ciúmes por não se tratada daquela maneira por Jason, que ainda nem havia cruzado olhares com ela.

Quando todos os gregos desceram, Reyna deu um passo a frente e disse em tom altivo.

- Bem vindos, filhos da Grécia. Sou Reyna, pretora do Acampamento Júpiter. Apesar das diferenças do passado, abro as portas de nossa cidade a vocês a fim de comprovar a veracidade de suas intenções. – Reparou que Jason tinha os olhos fixos nela e quase se permitiu um sorrisinho de triunfo, até que Octavian a atrapalhou.

- Vai abrir nosso senado para esses graecus antes de fazer uma revista completa neles ? Isso pode ser uma armadilha ! Acha mesmo que não escondem truques para nos derrotar naquele monstruoso navio de guerra voador ? Um navio nem ao menos deveria voar ! – A filha de Belona respirou fundo e virou para o maldito legado de Apolo.

- E o que você sugere, Octavian ? Quer subir e verificar você mesmo ? Se quiser, sinta-se a vontade. Tenho certeza que os semideuses gregos não se oporão. – A expressão do augure se transformou de confiança a medo disfarçado. Ele não queria subir no Argo, isso era óbvio.

- Eu... bom, acho que não cabe a mim dizer que posso subir lá. Temos que consultar os deuses ! – E destroçou um ursinho roxo, revirando as entranhas de espuma do bicho – Aqui ! Aqui diz que somente um pretor pode subir !

- Por favor, Octavian, todos sabemos que ai não diz nada disso.

- Está duvidando das palavras dos deuses, pretora ? - Sorriu maliciosamente o garoto magrelo. Agora ele tinha colocado Reyna em uma situação complicada.

- Está bem ! Irei verificar o navio de vocês – Disse se virando para os gregos – Percy, conduza os convidados para o senado e cuide dos preparativos para o banquete. Chame os outros centuriões para ajudá-lo. – Então chegou perto de Octavian e murmurou apenas para que ele ouvisse – E vocês, trate de não atrapalhar ou terei que oferecer as suas entranhas como sacrifício a Apolo.

Depois de dar algumas outras instruções aos centuriões, foi a vez de Reyna receber instruções de Annabeth. A garota loira lhe disse que havia um garoto a bordo do navio, seu nome era Leo e fora ele quem projetara e construíra a embarcação e ele mostraria a pretora tudo o que ela desejasse ver. A filha de Belona assentiu e começou a subir a escada de cordas, pensando no tipo de semideus que deveria ser o tal Leo, afinal, para se construir uma máquina daquelas, precisa-se ser um tipo de semideus bem impressionante.

POV Leo.

O filho de Hefesto sabia que deveria estar prestando atenção no que acontecia lá embaixo, mas não estava. Ele tinha de admitir que havia ficado sim um pouco magoado por ter ficado para trás enquanto os outros se divertiam com os novos amigos romanos. Por isso, ele resolvera sentar-se perto da amurada, olhando a cidade mas sem realmente prestar atenção no que acontecia, afinal, para ele isso era fácil devido ao déficit de atenção.

Leo mexia em algumas peças soltas sem se atentar muito ao que construía, enquanto isso, ia de frente para trás na cadeira, se equilibrando com os pés na amurada. Quando era pequeno, sua mãe vivia lha dizendo para que parasse de fazer aquilo, pois um dia ainda cairia e quebraria o pescoço, mas na época Leo ignorava os riscos, assim como agora.  Ele balançava e olhou para baixo para ver o que tinha construído, era uma pequena hélice, do tipo que vem de brinde em lembrancinhas de aniversário. O garoto girou a hélice nas mãos e a soltou, ela voou e voltou para ele. Soltou-a de novo então, só que dessa vez ouviu uma exclamação de surpresa.

- Ai ! O que é isso ? - Quando Leo se virou para ver de onde vinha aquela voz, ficou absolutamente sem reação. A garota de pé a sua frente era alta e esguia. Tinha os cabelos compridos e escuros presos de lado por uma presilha. Seus olhos escuros eram autoritários e confiantes, mas bondosos, de uma forma discreta e estavam emoldurados por sobrancelhas bem feitas.  A pele dela tinha um tom totalmente saudável. E a garota vestia uma roupa estranha, uma espécie de lençol enrolado charmosamente em seu corpo e uma capa roxa descia por suas costas, presas por duas brilhantes presilhas douradas. Ela parecia linda e perigosa, o que fez Leo gostar automaticamente dela.

- Oh, me desculpe por isso, señorita ! Sou Leo Valdez, filho de Hefesto, construtor e comandante supremo do Argo II ! – E estendeu a mão meio suja de graxa para a garota a sua frente.

- Reyna, filha de Belona e pretora do Acampamento Júpiter. – Respondeu a garota, apertando firmemente a mão do grego sorridente a sua frente. Então aquela era a pretora Reyna ! A garota romana de Jason ! ‘’É, talvez Piper tenha mesmo com o que se preocupar’’, pensou Leo.

- Reyna? Oh, hablas español? – Mas a pretora apenas levantou a sobrancelha e direção ao garoto. – Ah, sim, desculpe, mas é que Reyna em espanhol quer dizer rainha, então imaginei que... – Reyna apenas assentiu e voltou a falar.

- Sr. Valdez, estou aqui porque...

- Sr. Valdez ? Gostei disso ! Senhor comandante supremo Leo Valdez ! Vocês romanos são demais haha – Exclamou o garoto, interrompendo a pretora.

- Pois bem, como eu dizia, Sr. Valdez, estou aqui porque como pretora, é meu dever assegurar a segurança do Acampamento Júpiter e de Nova Roma, logo, preciso que mostre-me o barco para que tenha certeza que está tudo em ordem.

- Quer que mostre o Argo ? Mas é claro ! Siga-me, señorita pretora ! – Respondeu Leo animado. Não era todo dia que uma garota bonita lhe pedia para mostrar o seu precioso navio.

Eles desceram para a coberta e Leo começou a contar a romana todos os detalhes sobre a construção e o funcionamento do Argo II. Reyna assentia educadamente e fazia algumas perguntas que o filho de Hefesto respondia com satisfação. Estava gostando daquela garota que além de muito bonita, insistia em chamá-lo de ‘’Sr. Valdez’’. Talvez os romanos não fossem cruéis e impiedosos como pintavam. Talvez apenas não tivessem senso de humor o suficiente. E se havia alguém que podia ensiná-los algo sobre senso de humor, esse alguém era Leo.

‘’ Romanos guerreiros sem coração ? De onde tiramos isso ?’’

POV Reyna.

Reyna estava surpresa. Ao subir as escadas de corda, imaginava que Leo deveria ser o modelo grego de um pretor romano, se é que isso fazia sentido. Ela esperava um garoto alto e forte, sério e centrado, mas ao invés disso, ela dera de cara com um grego magricelo e elétrico. Não que ela não tivesse gostado dele. Ele tinha um certo charme latino com aquela pele dourada e os cachos pretos caindo nos olhos. Também haviam aquelas orelhas levemente pontudas e seu sorriso louco. A pretora havia se simpatizado com o garoto.

Agora, ele a levava por um tour pelo Argo II, falando sem parar sobre braços mecânicos, elevadores hidráulicos e suportes estruturais de bronze celestial. Reyna assentia educadamente e fazia uma ou outra pergunta subjetiva. Não que ela não estivesse impressionada, pois estava, afinal, o barco era incrível e pensar que havia sido aquele grego sorridente e sujo de graxa que não parava de chamá-la de Señorita Pretora que o projetara e construíra, era mais incrível ainda. Não que ele parecesse burro, mas ele parecia ser um tanto disperso. Talvez aquilo fosse mal dos gregos, todos pareciam dispersos e elétricos demais, quase que sem noção, diria a pretora. Logo um sorriso desdenhoso e orgulhoso começo a se formar internamente.

‘’Ameaça grega ? Contra nós romanos ? Ora, por favor !’’


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews de incentivo ? *o*