Loki: Segredos Sombrios escrita por Tenebris


Capítulo 28
Submissão


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Prometo que amanhã respondo todos os reviews passados, é que estou na correria do autoescola. Sobre a fic: Já estou escrevendo o epílogo :O Dá pra acreditar? Enfim, estou pensando em escrever uma nova fic. Quero sugestões! Dentre meus projetos, estou planejando uma com o Steve Rogers... E outra do Homem Aranha! (Fúria, que já postei, mas ainda não continuei). O que vocês acham? O que querem que eu faça? Beijos e boa leitura!



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– Alguns truques nunca perdem sua utilidade. – Comentou Loki, estendendo-me sua mão, enquanto pousávamos no chão negro de pedra bruta.

Eu me levantei do chão sozinha, recusando a ajuda do deus com um aceno de cabeça. Nós dois estávamos de pé diante das ruínas da prisão de Asgard. Loki, ao me tirar da minha cela, aceitara minha proposta. Eu tinha um plano em mente. Algo muito grande e perigoso, mas que podia ser a única chance de nós e os Vingadores vencermos os Gigantes, que nos atacavam massivamente.

Assim, Loki concordara em me trazer para a prisão. Mas tudo tinha um preço. Eu teria que lhe dizer informações sobre a Magia Sombria, que tanto nos atraíra. Devo dizer que era uma negociação justa. Dessa forma, Loki usara sua mágica e conseguira nos transportar rapidamente, por meio de um portal clandestino, até o local que eu pedira.

– Mas novos truques também são bem-vindos, deus da trapaça. – Eu disse, piscando casualmente para ele enquanto estalava os dedos. Algumas pedras que bloqueavam uma janela caíram no chão estrondosamente.

Loki olhou para mim com ligeira malícia, dando-me passagem para que eu adentrasse a prisão.

– Mas todo truque tem seu charme, certo? – Ele riu levemente, sorrindo de lado.

Eu revirei os olhos e entrei na prisão.

Eu e Loki caminhamos silenciosamente durante algum tempo, entre os múltiplos corredores escuros do local. Era fim de tarde. Alguma iluminação conseguia entrar no lugar através das frestas, conferindo às pedras das paredes um tom de vermelho sinistro. Não havia nenhum barulho, senão os nossos passos ecoando distintamente sobre nós. Eu evitava, por motivos desconhecidos, olhar para o deus da trapaça. Algo me dizia para não fazer isso naquele momento.

Depois de algum tempo caminhando, chegamos à parte principal da prisão. Era o local onde eu tinha experimentado a sensação daquela magia. Parei diante daquele corredor mais amplo, cercado de celas sombrias e vazias. Encarei a escuridão sem fim e as sombras que pareciam mover-se por conta própria naquele lugar tão obscuro. Definitivamente havia algo ali que pertencia à Magia Sombria. E a coisa estava se movendo, aguardando ansiosa por algo que eu parecia desconhecer.

– O que você quer afinal, Stella? – Loki me perguntou, de repente. Eu arfei, um pouco exaltada. Não esperava começar um diálogo naquela hora.

O quê? – Indaguei, um pouco confusa.

Loki andava em círculos um pouco atrás de mim, com as mãos displicentemente postas atrás das costas. Em seguida, começou a caminhar na minha direção, como um predador que cerca sua presa gradativamente.

– Parece uma pergunta simples, não é? – O deus riu. Seus olhos assumiam um tom puro de verde. Ao encará-lo, tive a impressão de que estes me convidavam para conhecer melhor o deus, simultaneamente avisando-me do perigo desse convite. Seu sorriso era enviesado, exibindo os dentes brancos. A expressão, como sempre, indecifrável. Mas era um pouco ansiosa e aflita, apesar de tudo.

– E não é simples? – Retorqui, dando de ombros.

– Nada é simples com você, Stella. Desde o momento em que pensei em te tirar daquela cela, eu me pergunto por que estou fazendo tudo isso. Não encontro respostas. Então, restam-me as perguntas. – O deus engoliu em seco, abaixando os olhos. – Tenho várias delas.

Eu ri levemente, em descrença.

– Não entendo aonde quer chegar, Loki. Mas adoro um bom jogo. Você sabe disso. Uma pergunta por outra pergunta. – Eu respondi, arqueando as sobrancelhas em sinal de desafio.

– Ótimo. Eu lhe trouxe até aqui. Agora me diga: O que sabe sobre a Magia Sombria?

Eu mordi o lábio. Sabia que fornecer essa informação ao deus era algo perigoso. Seria, invariavelmente, aproximá-lo de mim. Não tinha certeza se era o certo a fazer, mas era o combinado. Eu conhecia bem essa parte de cumprir acordos.

– Ótimo. A Magia Sombria é algo em si mesma. Ela habita, de tempos em tempos, coisas ou pessoas aptas para recebê-la. De certa forma, é uma magia que repousa por um tempo. Mas, como tudo que é vivo, precisa se mover. Aí, ela procura um hospedeiro. E... Os resultados disso nem sempre são bons.

Eu contava, e minha voz parecia alterar-se de vez em quando. Um arrepio percorreu minha espinha. Loki estendeu a mão em sinal para eu parar de falar. Não precisava. Eu já tinha terminado minha historinha de terror particular. De qualquer forma, eu o observava. Sua expressão era de ligeira satisfação e concentração. Como se estivesse feliz pelo que ouvia, enquanto planejava algo. Seus olhos verdes eram distantes. Mas, depois de um tempo, se focaram em mim.

– Tenho outra pergunta. – Ele disse, em tom sério.

– Faça. Não tenho muito tempo para isso, Loki. – Eu disse, um pouco séria.

– O que eu sou pra você? – Ele perguntou, e um sorriso travesso vitorioso brotou em seus lábios. Eu pigarreei, totalmente pega de surpresa. Afastei alguns passos para trás, mas Loki fora rápido o suficiente a fim de me alcançar.

– Intimidada? – Ele perguntou, segurando-me fortemente pelo braço. Meus olhos se detiveram em suas mãos que me prendiam e voaram em direção aos dele.

– Jamais. – Comentei, retirando meu braço de seu aperto. – Não por você.

– Então, dessa vez será diferente. Uma resposta por outra resposta. - O deus comentou, sorrindo misteriosamente. Seus olhos verdes fuzilavam os meus com muita intensidade. Lutei para não desviar os olhos e permaneci encarando-o com austeridade.

– Eu sempre soube que havia algo em você... Algo diferente. Sua natureza, Stella, é muito parecida com a minha. Sei que tenta negar isso de todas as formas, mas não somos muito diferentes. Eu já lhe disse isso antes. E sempre que tenta fugir disso, você me encontra no caminho. Eu já tentei fugir de você. Mas tudo sempre me desviava de minhas intenções originais para me levar de volta até... Você.

Loki dizia isso pausadamente, como se quisesse que cada palavra ficasse nitidamente gravada em mim. Ele estava conseguindo. Eu o observava admirada, tentando absorver tudo o que ele dizia. Loki ia se aproximando, de modo que depois de um tempo nós dois estávamos conversando dentro de uma das celas. O local era parcialmente iluminado, e as sombras dançavam na parede de pedra negra. Mas nem isso tirava minha atenção. Loki ainda dizia, olhando-me com profunda intensidade e urgência. Seus lábios mal se moviam:

– Não negue... Inveja, egoísmo, interesse, tudo isso são coisas que nos movem. Não sei o que somos. Não me interessa. Mas sei o que não somos... E não somos inimigos. Nem diferentes. Somos regidos pelas mesmas idéias, e eu quero mostrar a você que podemos ser mais do que tudo. Acredito que não existem limites para nós. Antes, eu costumava me perguntar: “Porque diabos estou fazendo isso?”. Mas essa nunca foi a pergunta a ser respondida. O correto seria: “Por que não fazer isso?”. E eu lhe digo, Stella, você me transformou de uma forma que nem imagina. Convido-a para jogar esse jogo, que é a vida, comigo.

Eu abri a boca, num gesto de descrença. Mil coisas, acontecimentos e sentimentos perpassaram minha mente, mas o rosto de Loki surgia e embaralhava qualquer pensamento que eu tentasse produzir. O que o deus dizia era verdadeiro. Isso me incomodou ao mesmo tempo em que me aliviou.

Sentimentos duplos e opostos eram frequentes em minhas conversas com o deus. Eu gostava disso, ainda que inconscientemente. Desse modo, o deus recostou seu corpo sobre o meu, de maneira que eu ficasse encostada contra a parede. Loki estendeu seus braços diante da parede, como se me prendesse onde eu estava. Eu tinha certeza de que meus olhos revelavam essa multiplicidade de sentimentos e lembranças que eu vivenciava, por mais que eu tentasse permanecer impassível. Mas Loki... Loki era tudo o que eu jamais compreenderia. Era um desafio diário. Alguém que me instigava pela incerteza e pela dúvida. Alguém que me atraía pelo mistério. Mistério esse que eu tinha certeza de que jamais compreenderia, ainda que a tentativa pudesse parecer prazerosa e divertida. Eu concordava com ele. Mais do que isso. Minha sombra concordava com os segredos sombrios de suas trapaças.

Foi então que Loki enterrou sua cabeça em meus cabelos, respirando sonoramente para que eu o visse cheirando meus cabelos sensualmente. Ele sussurrava contra meus cabelos. Em seguida, contra o meu pescoço. Sua voz era quase um murmúrio e sua respiração desestabilizava a minha. As mãos do deus percorriam a lateral de meu corpo, aproximando-o de mim. Seus dedos hábeis e gelados provocavam arrepios em todo meu corpo. Ele dizia:

– Sabe... Eu acredito que a vida seja como um jogo. Muitas coisas você pode mudar. Muitas coisas estão no seu controle. Mas outras coisas sempre agem por si mesmas. Outras coisas sempre vão fugir do seu controle. E, devo dizer que, neste momento... Eu estou fugindo do meu.

Eu tinha meus braços postos cuidadosamente no pescoço do deus, envolvendo-o. Meus dedos percorriam seus cabelos negros e meus olhos escuros o encaravam de uma maneira condescendente e satisfeita. Mordi meu lábio, deixando um suspiro sair. Comentei, enquanto o deus da trapaça abria meu corselet com habilidade e destreza:

– Um jogo por outro.

Loki replicou:

– E uma presença por outra.

•••

Eu tentava me controlar, mas eu estava no mesmo nível em que Loki. Nenhum de nós parecia ter controle ou senso de conseqüência do que fazia. Do lado esquerdo da cela, havia uma bancada de pedra. Não era o lugar ideal, mas tudo no momento conspirou para que o fosse. Loki beijava meu pescoço com certa fúria, que ele não parecia capaz de conter, dando mordidas de vez em quando. E eu o arranhava, na medida em que seus estímulos me provocavam arrepios. Durante um breve segundo, Loki detinha suas mãos colocadas na minha cintura e eu tinha as minhas em seu pescoço. Nós nos olhávamos com intensidade, identificação, e reconhecimento. O choque do verde de seus olhos com o negro dos meus era o choque de nossos interesses. Essa troca de olhares, por mais curta que tenha sido, fora a mais significativa até então. Nossa semelhança nos unia. Nosso gosto pelo mistério e pelo obscuro.

Desse modo, Loki conduziu-me até a bancada, deitando-me sobre ela. Com uma mistura de fúria e gentileza, ele afastou minhas pernas, de modo a colocá-las ao seu redor, com ele levemente encaixado em mim. Eu arfei. A situação me excitava. Obviamente, Loki me atraía. Atraíra-me desde o começo. E muitas cenas assim já tinham se passado pela minha mente, mas tudo real diante de mim multiplicava minha agitação. O deus, então, começou a retirar minha roupa: Uma peça de cada vez. Ocasionalmente, ele se inclinava para beijar-me com sua costumeira fúria e urgência, dando mordidas. Eu tentava, mais do que tudo, me controlar e reprimir meus murmúrios. Mas era praticamente impossível. Eu estiquei minhas mãos, na tentativa de retirar a roupa de Loki por contra própria, mas ele se recusou e lançou um sorriso perigoso e ameaçador para mim. Um sorriso travesso surgiu em meus lábios.

Então, Loki retirou sua própria roupa, começando a tocar a parte interior de minhas pernas. Seu olhar era malicioso, como se quisesse me fazer implorar para ele me dar o que eu estava querendo. Tudo o que me movia era impulso e desejo, além da identificação com Loki. Não era amor em sua forma mais pura. Isso não existia para mim. Mas também não era algo totalmente sem significado. Era algo ideal e compatível com o meu estilo de vida e de Loki. Impulso e prazer nos moviam.

Então, Loki dizia, murmurando com autoridade:

– Você quer?

Minhas pálpebras tremiam. A situação me deixava louca.

– Eu quero... – Eu dizia, a voz falhando.

E então o resto foi como um devaneio. Uma loucura no seu sentido mais puro. Eu sentia Loki dentro de mim, após ele afastar minhas pernas e se aproximar. Seus movimentos eram ritmados, como se ele quisesse me testar para saber como eu reagiria. Começaram lentos, e foram aumentando de intensidade até atingirem um nível em que a linha entre fúria e prazer se misturava. Loki se movimentava, suas mãos arranhando minhas coxas. Eu gritava de prazer, sentindo uma sensação de bem-estar me dominar, ativando todos os meus sentidos. Eu mordia meu lábio, tentando de todas as maneiras possíveis extravasar as emoções irreprimíveis que tentavam saltar de mim. Loki gostava. Eu o observava, enquanto arfava e gemia. O deus tinha uma expressão de satisfação contida, mas agradável. Ele não era tão expressivo quanto eu, mas seu semblante o entregava. A sensação de dominação o agradava. A malícia dominava seus olhos verdes e seu sorriso casual.

E eu deixava o prazer me guiar. Eu fechava os olhos de quando em quanto, como se fazer isso me deixasse sentir as emoções no seu mais alto grau. Era como se focar meus sentidos em uma única direção me fizesse senti-los melhor. Assim, eu sentia minha garganta queimar, de tanto murmurar e arfar em resposta aos movimentos intensos de Loki. O deus me acariciava enquanto ficávamos juntos. Mas não era uma carícia qualquer. A situação de dominação e submissão em que eu estava provocava delírios nos dois. O toque hábil de Loki em qualquer parte do meu corpo era o suficiente para me fazer gemer loucamente. Eu e Loki estávamos nos unindo. A situação não parecia real o suficiente para mim. E eu então comecei a sentir... O clímax, o êxtase do momento. Todo o prazer reunido num único segundo, expandindo-se e confortando-me. A melhor sensação do mundo me invadindo sem limites. Mas não era só isso. Eu não estava apenas sentindo o êxtase da relação em que eu estava envolvida. Outra magia tomava conta de mim... Voltava para um lugar que lhe pertencia... Uma sequência de imagens e lembranças tomava conta de mim... Dor... Egoísmo... Ódio... Raiva. Uma sensação que eu já sentira antes. Não era só a magia de Loki que estava no meu corpo naquele momento.

Mas eu não via o tempo passar, e nem estava interessada naquilo. Quando dei conta, eu e Loki estávamos deitados na bancada de pedra, cobertos apenas por sua capa, que era grande o suficiente para servir de lençol. Estávamos apenas nos acariciando, sentido que o momento de prazer se extinguia. Obrigações precisavam ser feitas. Eu já tinha o que eu queria. Ou melhor, eu já recebera todas as coisas que tinha vindo buscar. Até mais do que isso, eu diria. Assim, enquanto eu pensava, comecei a refletir sobre o que tinha acontecido. Mas será que reflexões eram necessárias? Tudo estava mais do que explicado. Eu e Loki possuíamos um elo que não podia ser quebrado. Ele estava certo quando dizia que a vida era um jogo. Estava certo sobre tudo.

Eu rapidamente tentava contestar tudo o que ele dizia, mas era impossível. Porque, talvez, pela primeira vez em sua vida, o deus da trapaça dissera a verdade.

Assim, nós dois estávamos abraçados e deitados sobre a bancada. Eu o fitei. Sua expressão era de plena satisfação e malícia. Eu retribuí seu olhar, dizendo misteriosamente:

– Está bem, Loki... Então, vamos jogar.


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Notas finais do capítulo

E então?