Loki: Segredos Sombrios escrita por Tenebris


Capítulo 23
Proteção


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera? Feriadãaaaao, o que significa que vou escrever o máximo possível pra tentar postar com mais frequência. Aliás, isso nos traz a uma notícia boa/ruim. Se eu escrever o que planejo para esse feriado, estarei chegando pertinho do fim da história. Não que eu já vá acabá-la ou algo assim, mas estarei chegando perto dos capítulos e acontecimentos finais. AHHHH não quero falar disso, me deixa triste :/ kkkkkkk Sobre esse capítulo, a Stella vai encarar seus atos e suas consequências. Afinal, quem manda ela ser teimosa? UHAUHAUHA espero que gostem e se divirtam tanto quanto eu ao escrevê-lo. Beijos e bom feriado!



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O quê? – Steve perguntou, semicerrando os olhos por detrás da máscara. Naquele momento, eu mal podia identificar o azul límpido de seus olhos. Além disso, identifiquei outro par de olhos. Loki circundava-nos, mas não lutava. Vagava como uma sombra. Tentei ao máximo impedir que a presença dele me desconcentrasse de meus propósitos originais.

– Isso mesmo. Eu posso me transformar em sombra. Ruínas não serão um problema para mim. Eu devo ir. – Argumentei, olhando com determinação para Fury. Ele parecia ponderar minhas objeções.

– Não, Stella. É perigoso demais. Você não sabe o que pode enfrentar lá. – Steve falou, olhando-me como se não acreditasse em minhas palavras.

– Tudo o que estamos enfrentando é perigoso. Se fosse somente por isso, eu nem teria aceitado sua proposta de entrar para os Vingadores. – Retorqui. Steve revirou os olhos.

– Vai precisar de mais do que magia para ir até lá, Stella. Esses Gigantes estão armando alguma coisa. Não quero que você se machuque... Só isso. – Steve comentou, dando de ombros. Os olhos dele pareceram levemente tristes e sinceramente preocupados comigo.

Sufoquei outro murmúrio. Queria que Steve usasse seu admirável dom em decifrar-me. Queria que ele percebesse que tudo o que eu estava fazendo era somente para protegê-lo. Para salvá-lo. Não queria que ele pensasse que eu estava querendo parecer mais forte ou que eu estivesse tentando provar algo para alguém.

– Eu sei. E é por isso que eu vou. – Comentei, irredutível. Tentei evitar olhar para Steve, porque os olhos dele eram súplices demais para mim.

Ele se aproximou, ligeiramente hesitante.

– Por favor. Fica. Deixe-me ir. – Steve murmurou, olhando-me intensamente. Eu mordi o lábio, nervosa. O modo como ele pedira, realmente preocupado com a minha segurança... Eu estava desolada. Nunca me perdoaria por fazer aquilo.

– Já disse que não, Steve. Eu quero ir. – Eu disse, um pouco alto demais, e respirei fundo. Era como se minhas palavras ferissem a gentileza de Steve.

– O Capitão tem razão. – Comentou Fury, depois de um tempo.

Ele olhou com superioridade para mim e comentou, quase indiferente:

– Vai precisar de mais do que sombras, garota. E Steve quer a sua segurança. Então, está decidido. O Rogers vai. Você fica.

Eu estava estupefata. Como Nick poderia dizer uma coisa dessas? Pela lógica, meus argumentos eram muito melhores. E Nick tinha que pensar pelo bem da equipe. Não devia tomar decisões repentinas e estúpidas.

– Não! – Gritei, sem ter muita consciência de que desafiava meu superior e mentor. – Está sendo ridículo, Fury. Eu tenho os poderes certos. Eu vou!

Fury endureceu a expressão e um vinco formou-se em sua testa.

– Senhorita Alessa. Eu lhe dei uma ordem. Apenas cumpra-a. Você fica. – Ele disse, em tom ameaçador.

Fury olhou-me de uma maneira significativa. Uma maneira clara de dizer que eu estava ferrada, caso desobedecesse às suas ordens.

Então, eu estava definitivamente ferrada. Mantive os braços cruzados e olhei para Fury com ligeiro desprezo. Eu sabia que estava arriscando muito ao fazer aquelas coisas. Mas eu convivia diariamente com o risco na minha profissão. E isso não era algo que eu temia.

– Eu não me importo. Eu vou.

Com isso, virei-me e comecei a caminhar, à procura de um veículo para dirigir até a prisão.

Eu podia sentir o clima de tensão no nosso grupo, e os murmúrios de discordância de Natasha e Barton pelas minhas atitudes ousadas.

– Se continuar, Senhorita Alessa, enfrentará as consequências. – Anunciou Fury, explicitamente furioso.

– Nunca lidei bem com regras. – Comentei displicentemente, enquanto girava minha lança nas mãos. Sem nem ao menos olhar para trás.

– Stella! – Steve correu até mim. Eu suspirei. – Não pode ir. Se você for, estará sozinha. Não podemos abandonar a luta aqui. Então... Fica...

Eu continuei a caminhar, sentindo que os passos de Steve estavam cada vez mais lentos e distanciados. Ele estava desistindo de mim. E eu não respondi nada a ele.

– Por favor... Você está desobedecendo às ordens! Meu Deus, não seja tão rebelde! Fica... – Eu procurei força dentro de mim para continuar a caminhada. – Bom, boa sorte. De qualquer forma, sei que vai conseguir.

Steve não viu. Ninguém viu. Mas eu sorri. Sorri genuinamente. Era o estímulo que eu precisava para continuar e enfrentar – sozinha – a ameaça Jotun, nas ruínas da prisão de Asgard. Caminhei pouco e logo avistei uma espécie de motocicleta aérea. Não devia ser difícil de pilotar. Desse modo, saí para realizar meu nobre plano de salvar Steve Rogers. As últimas coisas que ouvi foram um lamento do Capitão e as palavras orgulhosas de Lucca, meu irmão:

– Essa é a família Alessa...

•••

Perguntei para um oficial Asgardiano qual era o caminho da prisão. Achei que ele fosse estranhar a pergunta, mas ele me indicou a direção prontamente. Acho que ele já estava avisado sobre a possível presença de algum Vingador por lá. Assim, não tive maiores dificuldades, porque eu lembrava parcialmente a rota até o local, o que me fez economizar algum tempo.

E lá estava eu, dirigindo velozmente uma motocicleta aérea como se não tivesse acabado de desafiar meu chefe. Fury teria muitos jeitos de me punir. O pior deles seria diminuir meu salário. No entanto, a maior parte do dinheiro já estava na minha conta e na de Lucca. Isso me tranqüilizou. Um pouco, somente.

Contudo, resolvi pensar em coisas que, naquele momento, me importavam mais. Como eu, sozinha, atacaria um bando de Jotuns? Eu me preparara nos últimos dias. Só não sabia se seria o suficiente.

A estrada até a prisão era uma linha reta. Já estava quase completamente escuro e tudo era silêncio. Aquilo me perturbava. Eu sabia que daqui em diante eu realmente estava sozinha. Ora, os Vingadores precisavam conter a outra invasão. Eles jamais abandonariam aquela batalha para vir até aqui. A luta exigia a plena presença deles. Eu arfei, receosa.

Uma pálida luz de lua iluminava as ruínas da prisão. O lugar era totalmente assombroso. O que antes fora um antigo castelo de granito escuro, agora era quase pó. Grande parte da edificação fora destruída nas últimas invasões. Além disso, a maioria das portas e janelas fora bloqueada. Eu nem queria imaginar o que tinha acontecido com os presos dali. Mortos ou fugitivos. Afastei esse pensamento e estacionei a moto, retirando a lança de seu suporte, na base de meu sobretudo.

Havia algo incomum e perturbador naquele silêncio noturno. Metade de mim já eram sombras. Segurei com firmeza na lança, sentindo que qualquer vacilo poderia culminar em sérias consequências.

Caminhei em passos hesitantes até a direita da prisão, procurando uma brecha entre os escombros, para entrar. E o silêncio permanecia. Era pior dessa forma, porque eu não conseguia me nortear e tentar captar alguma pista dos Jotuns. Pelo menos Steve estava a quilômetros dali, a salvo. Meu plano estava quase concluído. Faltava apenas liquidar alguns Gigantes de Gelo que realmente estragaram minha semana.

Encontrei uma janela semi-aberta, que estava parcialmente quebrada. Como ela era grande o suficiente, consegui adentrar na prisão sem problemas. Restava-me achar os Jotuns e matá-los antes que fosse tarde. Olhei ao meu redor. Um estreito corredor que se estendia para dois lados, quase sem fim. Optei em seguir pela esquerda, tentando não fazer barulho. Realizei um feitiço para melhorar meus sentidos, já que havia raros candelabros acesos nas paredes.

Minha respiração era o único murmúrio audível. Caminhei durante intermináveis minutos, tentando decorar mentalmente o caminho que eu fazia para evitar perdas posteriores.

Continuei seguindo dessa forma até chegar ao corredor principal das celas. Era um corredor amplo, com uma fileira de celas em cada lado. Aparentemente, todas vazias. E não menos assustadoras. Eu caminhei hesitante, apertando a lança mais firmemente em minhas mãos.

Dei um ligeiro salto para trás, sufocando um grito, quando senti algo acima da minha cabeça. No entanto, era somente uma gota de água que caía sobre mim. Espera... Uma gota de água? De onde ela poderia ter vindo? Um rápido e arrebatador pensamento formou-se na minha mente. Gelos derretem... Rápido demais.

E foi quando senti uma onde de vento gelado me acertar, fazendo-me cambalear e voar contra uma parede. Diante de mim, havia quatro Jotuns. Enormes, fortes e com uma raiva implacável. Caída no chão por causa do vento que um deles provocara, eu peguei minha lança, usando-a para dar uma rasteira no monstro que se aproximava.

– Onde... Ele... Está? – Um deles berrou, erguendo o punho na minha direção.

Eu rolei para a direita, desviando-me do ataque e evitando ser esmagada. Na outra luta que travei com esses monstros, eu estava desarmada e cansada. Isso não se repetiria de novo. Eu tinha minha lança e um arsenal de feitiços que poderiam ser letais para eles.

Levantei-me e parti para o combate. Com um feitiço básico de telecinese, consegui empurrar dois deles contra a parede. Saí correndo e usei minha lança para afastar mais um Jotun, mas o Gigante desviou-se com facilidade. Usei minha arma novamente para empurrar o outro e realizar alguns golpes contra eles.

E uma súbita reflexão tomou conta de mim. Esses Jotuns... Esses quatro, particularmente. Eles estavam diferentes, assim como os Gigantes que estavam na outra invasão, ao sul de Asgard. Entretanto, arrisco-me a dizer que estes daqui estavam ainda mais poderosos. Eu conseguia sentir neles – ainda mais intensamente – aquela magia obscura que sentira antes. Não fazia sentido. Era como se estes quatro estivessem mexendo com magia antiga e repassando-a aos demais. Mas guardei essas reflexões dentro da minha mente e prossegui com a luta.

– Eu perguntei onde ele está! Eu quero Steve Rogers! – Um Gigante urrou, quebrando uma das barras da cela.

– Não se preocupe! Ele está bem longe daqui. – Repliquei, desviando-me das pedras e barras metálicas que o Jotun lançava na minha direção.

– Eu avisei você, garota. Eu pensei que tinha sido bastante claro. – O Jotun sibilou. Infelizmente, um pedaço de barra me acertou e eu vacilei.

– O que vocês querem com Steve Rogers? – Eu perguntei, criando algumas sombras para empurrarem os Jotuns mais fracos. Totalmente diante de mim, havia apenas o líder deles. O Gigante que parecia mais forte e mais tomado por uma energia que eu desconhecia.

– Eu já lhe disse, criança. Steve Rogers tem algo que eu quero. Ele fará parte da gloriosa volta do Império Jotun! – O Gigante anunciou, erguendo as mãos num gesto de glória.

Na verdade, eu só estava tentando ganhar tempo. Quanto mais o Jotun falasse, mais eu conseguiria me recuperar e juntar energia. Eu tinha um último truque na manga para acabar com essa luta de uma vez por todas. Contudo, eu precisava me concentrar e reunir muito poder. E não poderia fazer isso, caso eu estivesse muito agitada. O tempo poderia ser meu maior aliado ou meu pior inimigo.

– O que tem aqui nesse lugar que você tanto quer? E como Steve tem a ver com isso? – Indaguei, com certa fúria na voz. Os outros Jotuns ainda cambaleavam, ligeiramente fracos. O líder permanecia impassível.

– O que eu quero está espalhado em vários lugares, minha cara. E quando for achado, os Jotuns voltarão a reinar! Como nunca deveria ter deixado de ser! – Ele berrou, rindo insanamente.

E eu estava obtendo mais informações do que gostaria de fato. Então havia algo. Algo de que os Jotuns estavam atrás. E estava escondido em vários lugares. Isso significava mais invasões. Eu suspirei, sentindo a adrenalina da descoberta percorrer minhas veias.

– Só tem um problema. – Comentei, divertida e perigosa. – Não tenho muita certeza se seus planos darão certo. Meus amigos não gostam nem um pouco disso.

O Jotun deu um soco na parede e fez um estrago. Eu mordi os lábios, receosa.

– O tempo dos seus amigos está se esgotando. Eles não podem nos impedir. Aliás... O seu tempo se esgotou, Vingadora. Eu lhe disse para mandar Steve Rogers vir até aqui. Você nos enganou. Perecerá diante de Abarkur, o futuro imperador dos Jotuns.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que vocês acham que vai acontecer? Beijosss