Loki: Segredos Sombrios escrita por Tenebris


Capítulo 1
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D Olha, eu sei que ainda não terminei minha outra fic... Mas tive essa ideia enquanto assistia à performance do Tom Hiddleston na San Diego Comic Con. Sério... Nunca fiquei tão empolgada em escrever uma fic. Ela será meio longuinha... E o melhor está mais para o meio, e... TEREMOS LOKI *-* Novamente divando por aí... A personagem principal, Stella, terá uma quedinha por ele e por Steve Rogers. Espero que gostem, no terceiro capítulo nosso deus da trapaça deve pintar por aí. Boa leitura!



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Um pingo de chuva caiu friamente em meus ombros.

Chovia torrencialmente, e eu caminhava apressada buscando um lugar chamado “Blue Night Bar”. Apressei o passo, passando por uma deserta rua no meio da clássica noite de Nova York.

Bem... Meu nome é Stella Alessa Kerr, e acho que não há problemas em dizer isso agora. Tenho 22 anos e atuo junto com meus pais e meu irmão na Máfia Mística Italiana. Todos poderiam esperar isso de nós, já que nossa família realmente descende de italianos, mas não é só isso. Nossa Máfia trabalha com tráfico e contrabando de tudo relacionado à Magia Antiga.

Aliás, nossa família, Alessa, é a última família com dons mágicos que restou desde a queda de Roma Antiga. Todos possuem algum talento mágico especial. Enfim, acho que é por isso que recebi uma proposta e estou indo para esse bar.

Caminhei mais um pouco, percebendo que realmente aquela rua estava deserta. A chuva turvava minha visão, e os postes de luz eram escassos, emitindo uma luz pálida insuficiente. A chuva aumentara.

         Dobrei a esquina e meus olhos cansados avistaram um letreiro de neon, piscando ininterruptamente suas luzes vermelhas e azuis. Eu encontrara o tal bar.

Mudei de calçada e abri a porta do lugar com violência, a fim de fugir da chuva e dos raios. O bar era um típico bar em Nova York. O lugar era amplo, cercado de mesinhas. A iluminação do local era baixa, e a decoração contava com tons frios de azul e um toque de vermelho.

         No fundo, havia um balcão de madeira escura, com outros banquinhos na frente. Não havia muitas pessoas no local, e as que havia olharam para mim com raiva, como se eu as estivesse atrapalhando por ter entrado tão ruidosamente.

         Caminhei até a mesa mais afastada de todas. Durante o trajeto, olhei-me em um grande espelho que havia atrás do balcão. Ajeitei meu sobretudo bege, que estava molhado, e desabotoei alguns botões para ganhar mais mobilidade. Arrumei também meus cabelos, que eram longos, ondulados e castanhos. Eu precisava ficar, no mínimo, apresentável.

         Tentei tirar as gotículas de água que ainda teimavam em dançar no meu rosto pálido, e olhei novamente para o espelho. Sem dúvida, eu estava um pouquinho melhor.

         - Vai tomar o quê, senhorita? – O atendente me perguntou. Ele piscou e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Não estava com paciência pra isso.

- Estou esperando uma pessoa. – Falei, retribuindo a piscadela. O atendente virou-se e havia uma vaga decepção em seu rosto. Homens...

Então, tirei do bolso do casaco um bilhete. O bilhete que me levara até aquele bar. Ele já estava todo amassado e com marcas profundas no papel, de tanto que eu o dobrei e desdobrei. A caligrafia era normal e familiar, mas não consegui identificar de imediato quem o escrevera.

O bilhete dizia:

Tenho uma proposta irrecusável para você. Pago muito bem, e sei que está precisando tanto de dinheiro, como de uma boa aventura. Esteja às 23 horas nesse endereço.

PS: Dê um jeito de trazer seu irmão.

                                                   Ass.: Um amigo

Li e reli o bilhete. Eu o achara debaixo da minha porta, no meu apartamento aqui em NY. Eu provavelmente deveria estar desconfiada, já que bilhetes assim podem significar armadilhas e emboscadas, principalmente na minha área de trabalho.

Ora, meus pais estavam na Itália, e aqui nos Estados Unidos estavam somente eu e meu irmão, procurando alguns artefatos que se perderam para revendê-los depois. Em breve voltaríamos para a Itália. Quem mal havia em ganhar um pouco de dinheiro? Além disso, caso realmente fosse uma armadilha, eu sabia me defender muito bem. Devo dizer... Que sou do tipo que arrisca tudo, e vai até o fim. Gosto de desafios.

Agora, eu estava me ocupando em dobrar e desdobrar o bilhete, tentando achar alguma pista em cada traço escrito à caneta azul. Como se assim eu pudesse identificar quem mandara o bilhete...

Eu estava absorta em meus próprios pensamentos, mas a magia me conferia certas vantagens. Alguém se sentara ao meu lado, silenciosamente. Permaneci impassível onde estava olhando de canto para o homem que se juntara a mim. Meus olhos cintilaram pela surpresa, e meus lábios formaram um divertido – mas contido -, sorriso lateral, levemente inclinado.

Falei com verdadeira surpresa:

- De todas as pessoas que eu tinha em mente, você era a última delas, Capitão.

Steve Rogers sorriu timidamente. Ele trajava uma calça jeans preta, sapatos lustrosos de um tom amarronzado, uma camisa xadrez azul e uma jaqueta de couro escura por cima. Inegavelmente atraente, como eu me lembrava que era. Ele passou a mão nos cabelos loiros, com cuidado, para não desmanchar o topete.

Eu o conhecia bastante, devo dizer. Há um ano, a SHIELD e os Vingadores montaram uma operação para desmanchar a Máfia Alessa. Depois de algumas lutas e desavenças, eu e meu irmão Lucca fomos presos aqui em NY.

Ficamos seis meses na base de segurança máxima para super-humanos. Óbvio que não gostei de ser presa, mas lidei bem com a situação. Só pensava na hora de voltar aos negócios. Além disso, os Vingadores tinham argumentos fortes contra eu e meu irmão. Não houve saída. Não éramos inocentes mesmo.

Depois de tanto conviver lá, eu e Steve acabamos virando amigos. Ele tentou amenizar minha pena, e me ajudava tanto quanto podia. Arrisco-me a dizer que essa amizade permanece até hoje, porque realmente, apesar de nós estarmos em lados opostos, eu o considero bastante.  

As pessoas devem estar se perguntando o que eu fiz depois da prisão. E eu respondo. Eu não parei de realizar meus serviços. Apenas sou um pouco mais cuidadosa e discreta. Então, ainda me considero mafiosa. E Lucca também. Mas eu precisava admitir: Os nossos lucros diminuíram muito desde a prisão.   

Eu superei tudo isso. No entanto, Lucca nunca lidou bem com essa situação. Ele arrumou briga com quase todos, principalmente com Tony Stark. O Homem de Ferro. Lucca é um tanto agressivo, ameaçador, e furioso demais. Quando foi preso, as coisas só pioraram. Ele não vai com a cara de nenhum Vingador e nenhum pessoal da SHIELD. Viveu o inferno lá.

Acho que foi por isso que o Capitão escrevera o bilhete daquela forma, pedindo para eu “dar um jeito” de trazer Lucca. Bem, eu tentara.

- Olá, Stella Alessa. – Cumprimentou Steve, estendendo-me as mãos.

Eu o cumprimentei, de fato feliz por revê-lo.

- Já faz quanto tempo? Um ano? – Perguntei, referindo-me ao tempo passado desde a última vez em que eu o vira.

- Aproximadamente isso. – Ele sorriu.

- E como as coisas estão desde que eu e Lucca...? – Indaguei, temendo tocar no assunto da prisão.

Steve acenou para o garçom, e o atendente começou a preparar uma bebida. O Capitão continuou, parecendo ligeiramente apreensivo:

- Complicadas. Esse foi um dos motivos que me trouxe até aqui, Stella. Tenho uma proposta para vocês. Aliás... Onde está seu irmão?

O relógio marcava 23 horas e três minutos. Porém, de repente, o silêncio fora quebrado.  Lá fora, ouvi um agudo e intenso barulho de alarme de carro, seguido de barulho de vidros sendo quebrados, alguns xingamentos, e ossos se partindo. Eu suspirei.

A porta do Bar abriu-se violentamente, e a chuva molhou a entrada do lugar, rápida e voraz. Lucca, meu irmão, entrou. Ele não era muito parecido comigo. Tinha 26 anos, era alto e forte. Possuía cabelos castanhos propositalmente desarrumados, e a barba mal feita. Usava um sobretudo de couro que lhe dava uma aparência um tanto ameaçadora, e usava óculos escuros, apesar do horário e do tempo incompatíveis.

Ele cruzou os braços, e algumas pessoas ao redor evitaram olhar para ele.

- Aquele cara estava tentando roubar minha moto! A minha moto! – Urrou Lucca, enquanto seus olhos vasculhavam o bar à minha procura. Que ótimo. Lucca mal chegara e já batera em um cara por causa de sua moto.

Ele caminhou pesadamente até onde eu estava e sentou-se ao meu lado. Steve estava sentado do outro lado da mesa quadrada, de frente para nós.

- Lucca. – Steve o cumprimentou formalmente.

- Rogers. – Disse Lucca. Ele nunca chamava Steve de “Capitão”. Acho que fazia isso para provocá-lo.

- Stella, você me pediu para vir aqui e disse que era importante. E o que esse cara está fazendo aqui? – Perguntou Lucca, bebendo o copo de bebida que o garçom deixara na mesa. Steve olhou ressentido para o copo, e depois para Lucca. Esse era meu irmão. Sempre inconveniente e provocador.

- O Capitão Rogers quer nos fazer uma proposta. Ele diz que é... Irrecusável. – Comentei, tentando evitar que meu irmão causasse mais problemas.

- É sério isso? – Disse Lucca, finalmente retirando seus óculos. – Ora, minha irmã... Esse Capitão só quer ferrar com a gente. Você realmente acreditou nessa coisa de “proposta”? Aposto que ele quer dar um jeito de prender a gente de novo. – Contou Lucca, olhando para Steve como se o acusasse.

- Lucca... – Eu o alertei, segurando firmemente em seus braços. – Tente apenas ouvi-lo, ok?

Mas Lucca disse, apontando o dedo diretamente para Steve:

- Vamos embora, Stella. Ele está aqui porque quer arrumar qualquer motivo estúpido para nos prender de novo, como fez daquela vez.

Steve deu um sorriso irônico, falando:

- Se eu quisesse prender vocês por qualquer motivo, a esta altura estariam na SHIELD implorando perdão.

Eu sabia que essa frase era destinada apenas para Lucca, por causa do mau comportamento dele. Mas eu definitivamente não gostei nem um pouco dela.

- Você quer um motivo? Eu posso te dar um motivo! – Disse Lucca, levantando-se e olhando com fúria para o Capitão. Estava prestes a bater nele, mas eu o impedi.

- Lucca! Acalme-se! – Falei, segurando-o pelos braços e me levantando também. Steve sequer se movera. – Diga-nos, Capitão. Qual é sua proposta?

Steve ajeitou a jaqueta de couro e olhou com vestígios de raiva para Lucca, como se o avaliasse. Depois, Capitão prosseguiu misteriosamente:

- Muito bem... Já ouviram falar de um cubo chamado Tesseract e de Loki, o deus da trapaça?

Eu mordi o lábio de apreensão e curiosidade. Lucca soltou uma risadinha descrente e superior, dizendo:

- Todos já ouviram falar disso. Quem não ouviu falar disso, não é humano.

Lucca riu e olhou para mim e para Steve, aguardando alguma risada pela sua bela piada. Ninguém riu.

- O problema... – Continuou Steve. – é justamente esse. Até mesmo quem não é humano ouviu falar.

Eu e Lucca nos entreolhamos.

Steve continuou. Ele fazia gestos impacientes enquanto falava:

- Asgard, a terra de Thor, está com problemas. Desde os últimos ataques em Nova York, há um ano, Asgard sofre. Odin escondeu o Tesseract, e sua terra têm sofrido diversos ataques externos. Criaturas querendo o Cubo, ou apenas se aproveitando da fragilidade de Asgard para derrubar Odin. Enfim, Asgard perece por todos os lados. A cidade está com problemas. Problemas que também podem influenciar aqui na Terra. Odin, em pessoa, pediu a Fury para reunir os Vingadores novamente. Eles clamam por ajuda.

Eu vasculhava minha mente à procura de cenas desse último ataque em Nova York... Realmente terríveis. E péssimos para os negócios. Afinal, quem vai querer contrabandear um livro de Magia quando o mundo parece que vai acabar? Realmente péssimo.

- Então... Asgard está caindo. – Conclui.

- Grande porcaria. O que isso tem a ver comigo? – Indagou Lucca, já na terceira dose de bebida.

Steve suspirou, e percebi que essa questão realmente era importante para ele. Contudo, observei um novo brilho em seus olhos azuis límpidos. Ele olhou significativamente para mim e para Lucca. Falou, com a voz de um astuto soldado em batalha:

- Os Vingadores possuem um Super Soldado; Um bilionário dentro de uma armadura; Um Semideus do Trovão; Dois assassinos profissionais e uma criatura verde com muita raiva... Mas ainda não temos ninguém que manipule as sombras e nenhum telepata.

Eu gelei ali mesmo onde estava. Entendi de imediato o que Steve queria dizer. Mais do que isso, eu entendi o que ele queria me oferecer. Steve Rogers, o Capitão América, estava convidando eu e meu irmão para entrar para os Vingadores.

Ora, meu poder era justamente esse. Eu era feiticeira. Havia Magia Antiga dentro de mim. Magia das Sombras... Meu poder consistia em manipulá-las. Eu poderia, por exemplo, usar as sombras como forma de teletransporte, ficar invisível e muitas ouras coisas.

Já Lucca era telepata. Ele podia ler a mente das pessoas e até mesmo induzi-las a fazer qualquer coisa. Por sorte, eu havia feito um encantamento que o impedia de usar isso em mim. Muito útil.

E agora, Steve nos chamava para entrar nos Vingadores daquela maneira.

Lucca fitou o Capitão com seus olhos extremamente negros, como os meus. Eu sabia que ele tentava sondar a mente de Steve.

- É isso mesmo, maninha... Ele diz a verdade. Sem truques, nem armadilhas. – Comentou Lucca, surpreso.

- Minha equipe precisa de pessoas com as suas habilidades. Essa Guerra em Asgard envolve muito mais do que luta. Envolve Magia. Não teremos chance sem vocês. – Comentou Steve, animando-se. – Caso aceitem meu convite, dois bilhões de dólares serão depositados numa conta na Suíça em seus nomes.

- Dois bilhões de dólares para nós ao todo? Um bilhão para cada um? – Admirou-se Lucca, rindo e agitando-se.

- Não. – Negou Steve, com um brilho vencedor no olhar. – Ao todo, quatro bilhões de dólares. Dois bilhões para cada um de vocês.

Lucca riu.

- Eu sei como vocês são e como trabalham. Só dessa maneira para vocês aceitarem o convite, mas saibam que só levarão a quantia toda depois que o serviço for cumprido e a ameaça em Asgard contida. – Explicou Steve.

Geralmente, eu ficaria ofendida pela fala dele. Ora, ele estava chamando, educada e implicitamente, eu e meu irmão de mercenários interesseiros. Mas nós realmente éramos isso, então, por que negar? Eu teria dois bilhões de dólares na minha conta depois de tudo isso.

- Então, implore por nossa presença, Capitão. – Disse Lucca, a expressão divertida. – Somos os únicos feiticeiros por aqui. E você precisa de nós.

Eu e Lucca sorrimos, com a ambição e a cobiça estampada em nossos olhos vítreos. Steve deu uma risada sonora, falando:

- Eu imploro que vocês entrem para a Iniciativa Vingadores.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviews me deixam muuuito feliz e eu acabo escrevendo mais, hehehe (: