Thor e Jane - Uma Vida escrita por Giovana AC


Capítulo 24
Casa?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Demorei um pouco para postar, mas espero recompensá-las com o capítulo mais longo da fic. Alguns avisos:
— Este é o penúltimo capítulo da fic;
— Contém spoilers leves da série Agentes da Shield.
Obs: Não esqueçam de ler as notas finais!

Boa leitura!



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Os anos se passaram e nenhuma ameaça grave assombrou Asgard ou Midgard. Elli tinha os cabelos loiros, um pouco para baixo dos ombros, estudava no melhor colégio, que continha várias matérias semelhantes às de seu planeta de origem, porém com uma abordagem totalmente adversa, entendendo a história de Asgard, Yaggdrasil, astronomia, ler e escrever, literatura, enfim, era mais corriqueiro do que Jane costumava imaginar, inclusive aprendendo muito com a filha. Já a pequena Alissa, havia crescido bastante, com os cabelos vermelho fogo até o pescoço, além de ter manifestado poderes da gravidade, herdados da mãe na gestação, porém o que não sabiam era se a garota tinha em si algum outro poder.

Tudo estava tranquilo, Thor e Jane eram muito queridos, realizaram diversas melhoras nas moradias, nas escolas e da condição de vida do povo, estavam felizes, as garotas estavam felizes, Odin havia se recuperado da perda de Frigga e tornara-se um grande conselheiro nas tomadas de decisões difíceis a respeito do reino, além de ajudar no treinamento dos soldados e gostar muito de Elli e Alissa, embora fosse de fato bem estranho vê-lo tentando tomar conta delas. Também tinham o fiel e amigo guardião Heindall, contudo algo ainda faltava, rever outros amigos, em outro lugar.

–--

Asgard, 12 de Outubro de 2019

Num dia belo e ensolarado, a Deusa da Gravidade estava sentada no trono, quando Thor irrompeu no recinto, vindo determinado:

_ Amor, precisamos conversar.

_ Precisamos? – olhou desconfiada.

_ Não é sobre nós, nem sobre o reino, mas é importante.

A mulher levantou e foi até ele arrastando seu vestido dourado e os cabelos semipresos balançando com a brisa.

_ Eu estava pensando, que está tudo bem, não temos muitas coisas complicadas para resolver, então poderíamos visitar Erik e Darcy.

_ Sério? – questionou com a mesma espontaneidade de quando era apenas a astrofísica Jane Foster.

_ É, mas só por um dia.

_ A, isso já vai ser ótimo! – beijou os lábios do marido várias vezes segurando seu rosto, até que errou, batendo os dentes nos dele.

_ Ai, ai, desastrada – disse este rindo.

_ Xiu – riu. _ Doeu.

_ Te amo.

_ Te amo

–--

No dia seguinte, após comunicar Lady Sif, Volstagg, Frandal, Hogun e Odin, que tomaria conta de Asgard enquanto estivessem fora, já que era experiente e mesmo tendo deixado tal posição adorava seu reino, também estimava pela proteção dos demais, aprontaram as garotas, pegaram o cavalo preto e brilhante, Aaron e o branco e majestoso Ask, de Thor, acomodando-se Elli e Jane no primeiro, Thor e Alissa no outro, foram até a Bifrost. Ao chegar, Jane desceu e falou com Heindall:

_ Heindall! Abra a ponte para nós, por favor.

_ Com todo o prazer, minha rainha.

_ Olá Heindall, como está? – indagou Thor.

_ Bem, obrigado meu rei – sorriu, olhando para a garota ruivinha no colo do pai, sentada no cabo do mjolnir.

_ Vem Elli – chamou Thor.

_ Como é? – questionou a Deusa da natureza a respeito da Bifrost.

_ Você já viajou por aí, mas não deve se lembrar, é assim, um pouco doido, colorido, e você pode passar um pouquinho mal, então se quiser, pode ficar com o olho fechado para evitar, tudo bem?

_ Tudo.

_ Você vai segurar na mamãe e não vai largar, combinado?

_ Aham.

Jane abaixou um pouco, após Thor se distanciar um pouco e falou no ouvido da filha:

_ Eu tenho um segredinho para você. Não feche os olhos, é lindo de mais para não ver.

_ Eu não ia fechar nem por um minuto – sorriram juntas.

_ Vamos então, suas fofoqueiras? – provocou Thor.

_ Vamos! – respondeu Elli ansiosa, se agarrando ao braço da mãe, que era segurada por Thor, pela cintura com a mão que lhe restava.

_ Até amanha Heindall – disse Jane.

_ Até amanhã, espero que aproveitem, visto que vejo que muita coisa em Midgard mudou.

Pisaram no túnel colorido, que era maravilhosamente como estar dentro de um arco-íris, e realmente só estando lá para acreditar em sua veracidade e no quão extraordinário era. Num piscar de olhos aterrissaram no bairro residencial, Thor colocou Alissa no chão, dando-lhe a mão para guiar os passinhos bambos, vestindo vestidinho lilás.

_ Esse lugar... Não é tão estranho, pai – começou a filha mais velha, depois de terem passado por um grupo de casas.

_ Então você se lembra daqui, filha?

_ Mais ou menos – respondeu andando na frente com seu arrumado vestido azul claro.

_ Pera aí Thor – interrompeu Jane. _ Nós já passamos da casa, olhe aqui, essa é a dos Dursley, lembra?

_ É verdade, mas juro que não vi nosso jardim com flores rosa.

_ Nem eu, vamos voltar, devíamos estar distraídos, a nossa era 4 casas para trás.

Deram meia volta, contando uma a uma, até chegarem no que deveria ser a moradia, no entanto, invés disso, havia um horroroso muro cinza chumbo, com portão de metal preto, que acabara com a fachada.

_ É essa – falou Jane.

_ Que estranha mãe. Por que tem esse murão aí? – questionou a menininha.

_ Boa pergunta, querida – pensava confusa.

_ Por que Darcy colocaria esse negócio feio? – Thor disse olhando para a esposa que fez feição de interrogação.

Tocaram a campainha e uma gravação com voz masculina perguntou:

_ Seu código de identificação, por favor?

_ Que? Quem é você? – falou a cientista.

_ Sua identificação, por favor.

_ Será que Darcy e Erik venderam a casa? – questionou o Deus do trovão.

_ Não, não podem, está em meu nome – tocou novamente a campainha.

_ Sua identificação, por favor – novamente a mesma voz.

_ Eu não tenho identificação nenhuma, essa casa é minha, abra essa droga de porta, agora!

_ Entrada proibida sem número de identificação – completou o desconhecido.

Bateu no portão com força fazendo um barulhão.

_ Thor, querido, faça o favor de bater no portão – nervosa.

Ele bateu com gentileza.

_ Fiquem calmas meus amores, deve ser só a tia Darcy fazendo uma brincadeira. E Thor, é pra bater forte, o mais forte que você puder, se quiser pode usar o mjolnir!

_ É serio?

_ É!

O Deus do Trovão o fez até o portão ser arrombado e darem de encontro com 2 mulheres e 1 homem, com uniformes pretos levando o emblema da S.H.I.E.L.D., apontando-lhes revolveres.

_ Thor, por favor, não queremos machuca-lo, abaixe o martelo – pediu uma mulher magra, de olhos puxados.

_ Vocês não vão me machucar, e eu estava com ele abaixado até vocês, da S.H.I.E.L.D., é claro, me impedirem de entrar em minha própria casa! – falou engrossando a voz.

_ Calma, eu vou falar com eles – pediu Jane baixinho. _ Com licença – avançou um passo.

_ Por favor não e aproxime, se não serei obrigada a...

_ A que em? Eu estava sendo educada até agora, mas já cansei! – cortou a Deusa da Gravidade, ponto o dedo no rosto da mulher japonesa.

_ Estou pedindo para que não se aproxime até comunicarmos nosso superior! – contestou a do lado, um pouco mais nova, enquanto outra agente, vestindo camisa jeans de bolinha branca falava numa espécie de alque toque.

_ Precisamos falar com Erik ou Darcy.

_ Sinto muito, terão que esperar – contestou o homem alto de porte atlético.

_ Por que você não põe esse revolver no chão, e sai do meu caminho! – empurrou a japonesa que bloqueava sua passagem, e com um gesto fez a arma escapar de suas mãos e disparar no chão, sob os gritos das crianças e de Darcy que saiu correndo pela porta, sem sapatos, com uma toalha enrolada na cabeça, protestando:

_ Será que eu não posso nem tomar um banho em paz! – até que viu a amiga. _ Jane?

No mesmo momento pareceram Phil Coulson e Erik, estacionando um carro preto e caminhando até a confusão.

_ O que está acontecendo aqui? – disse o agente nível 7, que vestia terno.

_ Você é o comandante aqui? Então acho melhor tirar o seu pessoal da minha casa agora mesmo! – ordenou Thor, levando um susto quando olhou bem para o homem com o qual estava falando._ Filho de Coul? – falou Thor esfregando os olhos para ver se a claridade não estava interferindo em sua visão.

_ Thor?

_ Erik? – falou Jane.

_ Jane! – exclamava Erik, enquanto a mesma ia em sua direção e Elli fazia uma espécie de planta nascer no muro, de nervoso, enquanto Alissa chorava.

Os soldados abaixaram as armas.

_ Não, não é você, eu devo estar doido – disse Thor olhando para o chão.

_ Sou eu mesmo.

_ Não, não é você, eu vi você morrer! Como pode estar aqui? Loki...

_ Se passaram quase 3 anos e agora resolvem aparecer! – gritava Darcy se aproximando.

_ O que está havendo aqui, Jemma? – perguntava outro agente se aproximando da moça de camisa jeans.

_ Vamos todos nos acalmar aqui! – berrou Phil e todos pararam. _ Estamos numa área residencial, e não queremos chamar a atenção! – visivelmente irritado. _ Todos para dentro! – num grito sussurrado.

Quando adentraram o que era para ser a sala, se deparam com paredes cinza, da mesma cor do muro, o símbolo de águia desenhado envolta da grande janela, que perto levava dois sofás de couro preto frente a frente, com uma pequena mesa de centro, o resto continha uma mesa holográfica que sessava numa porta de vidro que não existia anteriormente, porém agora, levava a uma espécie de laboratório, sem contar com diversas caixas nos degraus da escada. Boquiabertos começaram a entender o que estava acontecendo, aquilo era uma instalação da S.H.I.E.L.D., não era mais sua casa, as coisas haviam mudado lá também, as pessoas não ficaram sentadas em suas poltronas esperando-os voltar. Ficaram todos parados, Erik olhava para Darcy, que estava com olhos de raiva para Jane, que desviava para dois agentes que pareciam cientistas também, que olhavam para Coulson, que olhava para Thor, que fitava a agente japonesa, que olhava para a outra agente que estava na porta, que interrogava o terceiro, o homem alto, que olhava para as garotinhas, que não olhavam para ninguém.

_ Então, antes de qualquer coisa, deixe-me apresentar os agentes: Leopold Fitz, nosso especialista em tecnologia, Jemma Simmons, bioquímica, mais conhecidos como Fitz-Simmons, agente Melinda May e Grand Ward, especialistas em espionagem e combate e Skye, nossa especialista em computação, os três últimos, que receberam-os. Mas vocês devem estar se perguntando o porquê de estarmos aqui.

_ Exatamente – concordou Jane.

_ Bem, quando vocês deixaram a Terra, a S.H.I.E.L.D. detectou as mesmas ondas eletroestáticas de quando Thor veio para cá e que a senhorita nos autorizou obter, quando aceitou uma parceria a 6 anos atrás, então viemos investigar e nos deparamos com a agente Darcy.

_ Agente Darcy? – revirou os olhos.

_ Deixe-o contar, amor – falou Thor baixinho segurando a cintura dela.

_ Continuando, isso acabou coincidindo com o nosso desejo de agregar profissionais na área astrofísica, por isso fiz um convite para que ela se juntasse à equipe, no entanto esta disse que você voltaria em breve e que conversariam a respeito, também não sabendo me dizer nada a respeito dessa viajem repentina. Anos se passaram e 3 meses atrás, ela me ligou dizendo que vocês não tinham voltado...

_ E como eu não estava mais aqui, ela aceitou o convite – completou.

_ Exatamente, e bem neste período, estávamos necessitando de uma base solo, para guardar equipamentos e ter mais conforto para o trabalho, já que tínhamos apenas uma base aérea, então como é um local tranquilo, afastado do centro, perguntamos se podíamos vir para cá, Erik e Darcy concordaram, então como pode ver não está tudo terminado, precisamos trazer mais algumas coisas e organizar os demais cômodos, que sua colega não nos deixou mexer, mas agora, acredito que possam resolver essa situação. Assim, Erik faz parte de outra equipe, trabalhando na sede e a moça está conosco. Porém agora, mudando de assunto, algo que me intrigou muito, é a ida de vocês a Asgard, sabe Thor, porque pensei que humanos não pudessem ir para lá... – fitou-o, querendo descobrir algo.

_ E não podem, Jane foi uma exceção.

_ Poderiam abrir mais algumas exceções.

_ Mas não vão.

_ Como pode ter tanta certeza?

_ Eu sou o rei – fazendo o homem soltar um sorriso modesto.

_ Entendo sua situação, mas isso pode tornar as coisas ainda mais fáceis, e entenda, conhecendo outros mundos, poderemos nos preparar melhor para um possível ataque.

_ Não sei de onde tirou essa ideia, isso aconteceu com Jane, não vai acontecer com outros, o assunto está terminado.

_ Compreendo – sorriu e Thor acenou em concordância com a cabeça.

_ Não me entendam mal, mas conheço o que há lá fora, sei de suas intenções, porém vocês são muito curiosos e têm a mania de mexer com coisas que não entendem, e convenhamos, você simplesmente reviver, é parte muito mais estranha da história, do que eu ir para minha terra natal levando minha esposa e filha.

_ É, podemos conversar sobre isso depois. Acredito que por hora estamos resolvidos, e pessoal, o show acabou!

Todos foram se dispersando e voltando aos seus afazeres, enquanto Jane acariciou os cabelos de Alissa, acalmando-a e olhando feio para Darcy, que se irritou e puxou-a para frente pelo pulso:

_ O que você esperava? A? – começou a estapeá-la. _ Passaram anos! Você não sente nada? Quando ele foi embora e você ficou daquele jeito, estranha, não queria nem tomar um banho? Eu te consolei! Quando ninguém acreditava no que você dizia? Eu acreditei! Quando você queria entender fenômenos inexplicáveis? Eu te ajudei! Quando você não era ninguém? Eu te admirei! E você simplesmente sai correndo e volta depois de anos! Fazendo cara feia!

_ Ei! Pare de me bater! - segurou o braço dela, que assustou com a força, olhando para as mãos de Jane, que largou-a rapidamente. _ Eu estou aqui agora! Me desculpa! Nós pensamos que iam ser apenas alguns dias, contudo acabamos criando uma vida, sendo coroados, eu fiquei grávida...

_ A verdade é que você preferiu ficar com o seu Deus loiro gostosão, do que com a sua amiga! – Jane não pôde deixar de rir e Thor levou a mão à cabeça, enquanto a primeira a envolveu num abraço forçado.

_ Me solta, sua traidora, não tem graça! – não resistiu e abraçou-a também.

_ Eu te amo, sua ciumenta – beirando as lágrimas.

_ Eu te odeio – também com os olhos encharcados.

_ Pare de mentir.

Nisso todos olhavam e começaram a aplaudir sorridentes, momento que Darcy aproveitou e sussurrou:

_ Que força é essa e porque sua criança tem os olhos e os cabelos vermelhos?

_ Depois eu explico – no mesmo tom de voz.

_ Ok pessoal, já está bom, obrigada – Darcy exaltou para que parassem de bater palmas.

Darcy chamou Erik, Jane e Thor, que deixaram as crianças no sofá, para uma reunião na cozinha.

_ Sei que vocês não vão contar na frente deles, mas agora estamos entre os íntimos, podem contar!

_ Contar o que? – interrogou Jane.

_ Como assim o que? Eu vi o jeito que você segurou meu braço Jane, você era fraquinha – Jane fez uma careta para ela._ É sério, não adianta, eu te conheço.

_ É, tem algo diferente em você, assim, tirando as vestimentas – concordou Erik.

_ Não podemos contar, eu sinto muito – pronunciou a Deusa da Gravidade, com receio.

_ Nós somos seus amigos, acredito que temos o direito de saber – contestou o cientista educadamente.

_ É – apoiou a outra.

_ Eles estão certos – disse Thor olhando para a esposa. _ Não podemos contar com detalhes, mas vou dar uma breve explicação: Jane recebeu poderes como força e da gravidade, enquanto esperava Alissa, mas nós não sabíamos, então como os poderes tem coloração vermelha, os cabelos e os olhos dela ficaram da mesma cor.

_ Quer dizer que ela é uma Deusa agora?

_ É.

_ Uou - sentou-se na pia, dando um pequeno salto.

_ Por isso, pôde ficar em Asgard – concluiu Erik.

_ É, mas não conte a eles, não quero que fiquem me investigando, ainda mais que me descontrolei lá fora e tirei a arma de uma agente, aquela May, que já deve estar desconfiando.

_ Com toda certeza, essa não deixa passar nada! A essas horas já deve ter contado ao Coulson.

_ Contado o que? – disse o homem entrando no cômodo. _ Tem algo que eu gostaria de saber, sem ser que tem poderes?

Os quatro se encararam.

_ Não tenho nada a dizer sobre nada.

_ Senhorita Foster...

_ Odinson, por favor.

_ Odinson. Vim conversar em paz, a senhorita precisa entender que não somos seus inimigos.

_ Não me deram muitos motivos para acreditar nisso.

_ Eu sei, mas me permita tentar ganhar algum crédito. Thor me conhece, sabe que nunca faríamos nada pra prejudicá-la – olhou para Thor, que consentiu.

_ Não vão ganhar minha confiança enquanto tentarem descobrir coisas que não desejo que saibam. Apoio a atitude de vocês, de descobrir ameaças e contribuir para manter nosso mundo a salvo, porém não podemos saber de tudo que desejamos.

_ Compreendo, não quero que se sinta pressionada, só me permita saber qual é seu poder...

_ Tudo bem, não vejo problema nisso, é da gravidade, posso diminuí-la ou aumenta-la, fazendo coisas se mexerem, flutuarem e algumas magias. Não farei demonstrações – concluiu séria, fazendo Darcy soltar uma risada fora de hora.

_ Jane tem um senso de humor incomparável – ironizou.

Após um breve silêncio:

_ Me desculpe se te irritei em algum momento, mas me permita, as crianças...

_ Não – pensando que ia questionar sobre Alissa.

_ São adoráveis – sorriu.

_ Obrigada – se desarmando um pouco.

Phil estendeu a mão para a astrofísica, que após hesitar um pouco, apertou.

_ Estamos bem?

_ Sim.

_ Quem sabe um dia podemos nos tornar amigos.

_ Sem chance – disse saindo as cozinha, voltando para a sala, erguendo a barra do vestido.

Os outros 2 cientistas também saíram, restando apenas o Deus do Trovão e Coulson:

_ Ela é difícil – comentou Phil.

_ Desconfiada – sorriu Thor._ Então você está vivo...

_ É, na verdade foi bem complicado, não sabia o que havia acontecido comigo até pouco tempo, fiquei muito irritado com Fury, já que devo minha vida a ele, porém não sei se sou grato por isso, sabe, se queria isso.

_ Fury nos disse que estava morto, todos nós ficamos de luto, chateados e eu nem pude te agradecer por tentar me defender de Loki aquele dia.

_ Não precisa me agradecer, no final das contas acabei não conseguindo...

_ Você está enganado, você conseguiu coisas que humanos jamais conseguiram. Mas apenas você não sabia o que havia ocorrido?

_ Não, na verdade poucos sabiam.

_ Mas o que não entendo é por que Fury nos escondeu que estava tentando salvá-lo, ou qualquer coisa do gênero.

_ Porque os Vingadores não estavam funcionando e às vezes, precisamos encontrar um sentido para as coisas, ter pelo que lutar, não? Olhe para elas - disse apontando para Jane, Elli e a bebê. Ele o fez e sorriu, tirando um fio do cabelo semipreso do rosto. _ São um bom motivo para não desistir, assim como eu fui naquela ocasião.

Depois de um tempo, continuou:

_ Quanto tempo vão ficar?

_ Vamos embora amanhã de manhã.

_ Tão breve... Vamos aproveitar então, já são 14:30, precisamos comer algo – deu um tapinha no ombro do Deus.

Todos almoçaram comidas prontas trazidas por Ward, depois Jane colocou suas antigas roupas midigardians, camisa xadrez e calça marrom, com chinelos confortáveis e foi conhecer um pouco do trabalho de Fitz-Simmons, dos quais gostou bastante, por seu QI altíssimo e compatibilidade de ideias. Thor conversou mais com os agentes de combate e reparou que Skye não parava de olhá-lo bobamente como se fosse a coisa mais linda do mundo, despertando os olhares de seu possível namorado, Grand.

As garotas estavam se divertindo muito com as histórias de Darcy e com os cuidados de Erik, como se aqueles sempre tivessem estado lá, como uma família e isso era bom e ruim ao mesmo tempo, porque se sentiam bem, mas sabiam que duraria pouco de mais para acostumarem.

–--

O sol acabara de se por, Jane fora para o banho em sua antiga suíte, percebendo a familiaridade e estranheza de cada objeto que tocava, questionando se tudo que fizera, se todas as decisões que tomara por sua ânsia de conhecer o universo e correr atrás de seu coração, tinham resultado nas melhores escolhas. Deixou a água escorrer por seu rosto olhando para o teto branco, sentindo falta das grades pedras de Asgard, passou o sabote sentindo falta de seus sais de banho, mas fechou os olhos e sentiu falta de morar naquela casa, até se deparar com a entrada de Thor no banheiro.

_ Psiu.

_ Ei.

_ Senti seu cheiro, vi que a porta estava destrancada e não resisti.

_ Hum, então por que você não vem aqui comigo? Estou carente.

_ Não fica carente não, eu já estou indo.

Tirou a roupa, abriu o box devagar. Entrou e envolveu-a em seus grandes braços.

_ Você é tão especial, sabia? – beijou o topo de sua cabeça.

_ Você também, meu amor – aconchegando-se em seu peito debaixo da água que caia do chuveiro, permanecendo por alguns segundos.

Fitou os olhos cor de céu e ele deu-lhe um beijo longo encostando-a numa das paredes de vidro, passou a língua por seus seios com delicadeza, descendo para sua parte íntima, enquanto ela segurava em seus ombros cada vez com mais firmeza. O Deus acariciou-a e deixou os corpos colados, e ela pôde sentir o homem dentro dela, arrancando-lhe suspiros.

_ Seu aproveitador...

_ Eu diria apaixonado.

Cada vez mais nas estrelas, até sentir o universo dentro de sua cabeça manteve os copos juntos, abraçando-o enquanto o corpo ia e vinha. Deixaram a água escorrer, terminaram o banho e saíram para o quarto, de onde foram para a pequena sacada. Thor chegou por trás dela aquecendo seus braços gelados pela brisa da noite.

_ Você fez exatamente isso uma vez...

_ É, na nossa primeira vez...

_ É... Essa casa traz tantas lembranças... – virou para ele sorrindo docemente.

_ É... Nós vivemos bons momentos aqui. Você tem vontade de ficar?

_ Eu me pergunto isso a todo o momento.

Ficaram abraçados observando o céu escuro, enquanto Jane pensava sobre a questão feita.

_ Na verdade, pensando bem, não tenho vontade de ficar, só me recordo com alegria de algumas coisas que passamos aqui em Midgard, como aquele dia do passeio no parque, que caiu um temporal.

_ E eu tomei sorvete – riu.

_É – riu deixando escapar duas lágrimas, que enxugou.

_ Eu estava com tanto medo de não ser do jeito que você esperava.

_ E eu estava com tanto medo de fazer alguma coisa errada – sorriu maravilhosamente, junto com ela.

_ Sabe, mas eu também lembro com alegria de quando você me levou naquelas montanhas lindas lá em Asgard, ou quando você me abraçou enquanto voávamos pela Bifrost. Isso me faz confusa, contudo acredito que seja como se eu viesse desse mundo, mas não pertencesse mais a ele.

_ Talvez esteja certa.

Chegaram os rostos bem perto e iniciaram um beijo calmo, o homem colocou a mão em sua nuca e ela em seu rosto, se separando alguns minutos depois, aos poucos.

_ Vou ver como as meninas estão, mas antes que dizer uma coisa para você, espero que te faça melhor.

_ Pode dizer.

_ É só que... Os melhores momentos não estão aqui na Terra ou lá em Asgard, estão em nós, bem aqui ó – pegou a mão dela e colocou no coração, beijando seu dorso, depois. _ E com as pessoas que amamos – passou os dedos por seus cabelos e saiu do quarto, seguido pela entrada de Darcy, enquanto Jane permanecia pensativa, em meio a noite já fechada.

_ Ei, Deusa da gravidade – provocou.

_ Ei, Deusa da provocação – virando-se.

_ Quem dera – ambas riram.

Debruçaram na sacada:

_ Você não sabe como é estranho colocar calça depois de tanto tempo de vestido...

_ Imagino.

Depois de alguns segundos em silêncio, continuou a primeira:

_ É tão escuro o céu aqui.

_ Como é lá?

_ É sempre iluminado pelos corpos celestes, sabe do jeito que desejávamos ver quando éramos mais novas – sorriu.

_ Deve ser lindo.

_ E é, olhando daqui você não imagina o que ele pode mostrar.

Sentaram no chão e colocaram os pés pelos vãos da gradinha da sacada, como nos velhos tempos, quando tinham acabado de ir para aquela casa.

_ Desculpe por ter te julgado àquela hora.

_ Tudo bem, você tinha seus motivos.

Abraçaram-se e no mesmo momento chegaram Erik, Thor, Elli e Alissa. O Primeiro sentou ao lado das duas amigas perguntando:

_ Vocês vão voltar mais vezes para nos visitar, certo?

_ Claro – disseram Thor e Jane.

Thor encostou na lateral da grade, Elli sentou nos pés do pai. Ficaram observando o céu, até Alissa, que não falara uma só palavra, por estar perto de estranhos, pronunciar:

_ Papai carrega – estendendo os bracinhos, sob os olhares dos demais e Darcy terminou:

_ A, que fofinha, ela falou, finalmente! – olhou para trás e viu toda a equipe de Coulson observando-os. _ Vamos, entra aí gente!

Os agentes entraram, e Jane virou para Phil dizendo:

_ Pode usar a casa à vontade – sorriu.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem!
Enquete: Bom, no próximo capítulo, vai existir um cenário que é um campo de flores, e como vai ser o último, gostaria que escolhessem a cor dessas flores, se quiserem, sendo as opções: azul, amarelo ou branco (só vale uma). Bj.