Londres, 13 de Junho de 2013

Thor e Jane já estavam morando juntos a um certo tempo, mas acordar naquele dia e estarem casados, transmitia uma sensação diferente, uma sensação boa de compromisso de livre e espontânea vontade e segurança.

_ Bom dia! – disse Jane alegremente.

_ Bom dia senhorita Odinson – disse Thor abrindo os olhos. Virou para ela deu um beijo lento e longo.

_ Então, desde que estamos juntos gostaria de saber mais sobre uma coisa e agora que estávamos casados sinto que posso te pedir para me contar... Me fala dos seus pais? Como eles são? – falou ela se sentando na cama acariciando a barriga.

_ Meus pais... – sentou também. _ Bem, minha mãe se chama Frigga, ela sempre fez de tudo para mim e para o meu irmão, ela é uma mulher incrível e adorável, não tem raiva... Além de ser protetora, principalmente com Loki. Quando éramos crianças sempre brigávamos, por alguma trapaça dele ou por ele ter perdido a nossa luta de brincadeira e ela ia até agente, conversava e nós acabávamos fazendo as pazes... Infelizmente as coisas não são mais assim quando crescemos – naquele momento bateu uma saudade dela e do irmão que ele sabia que nunca mais seria o mesmo.

_ É, parece que tudo fica complicado. Mas e ela, sua mãe, é jovem? Tem os cabelos como os seus? E os olhos?

_ Ela teria meia idade aqui, os cabelos claros como os meus... Os olhos também são claros, mas acho que os meus talvez sejam mais parecidos com os do meu pai, se chama Odin acho que já falei dele a você. É uma pessoa muito sábia e me fez perceber que muitas vezes fui imprudente, arrogante e egoísta, inclusive por isso me baniu para cá a dois anos atrás, você sabe...

_ Eu acho que eu gostaria de conhece-lo – disse expressando curiosidade, mas viu que Thor ficou meio desconcertado e continuou: _ O que há?

_ Tem algo que acho que você deveria saber... Meu pai ele não concorda com nós dois, ele acha que não tem como dar certo, sabe, agente.

_ Mas ele está errado é claro! Só porque eu sou humana não quer dizer que não pode dar certo! – inconformada.

_ Eu sei que está, mas ele não conhece você, aposto que se te conhecesse ia ver a grande mulher que você é e mudaria de opinião - para falar a verdade ele não tinha tanta certeza, mas era uma possibilidade.

_ Hum, espero que sim...

_ Ei, mas não quero que fique com uma imagem ruim dele por isso, é uma boa pessoa, apesar de nunca querer ceder e não tentar me entender as vezes.

_ Aham, não vou ficar, só não consigo entender .

_ Essa questão de relacionamento entre pessoas de mundos diferentes é um assunto complicado e muito pouco aceito, principalmente em Asgard, os Deuses não criam vínculos com outras raças apesar de sempre ajudarem a proteger os 9 reinos - penteou o cabelo da esposa por entre os dedos.

_ Entendi... Mas não acredito que seja um problema um Deus se apaixonar por uma mortal ou vice-versa...

_ Eu também acho que não, mas são coisas que não podemos mudar e que os asgardianos nunca vão aceitar completamente.

Tiveram um momento de silêncio e Thor continuou:

Mas e os seus pais, como eram?

_ Bom, minha mãe tinha cabelos iguais aos meus e olhos verdes, ela era alegre, sempre brincava comigo e fazia comidas que eu gostava, chamava Lilian. Meu pai tinha olhos iguais aos meus, se chamava Kai... Lembro-me dos passeios que dávamos por aqueles lugares desertos e ficávamos esperando anoitecer só para deitar no chão e ficar olhando as estrelas. Acredito que é dele que vem a minha paixão pelo céu... Ele também amava.

_ Família muito bonita a sua...

_ É, era, meus pais também perderam os pais cedo e não tinham irmãos, então era só agente. Nós morávamos no Novo México mesmo e um dia fomos viajar para a França, era o sonho da minha mãe, mas sofremos um acidente de carro indo para o aeroporto, minha mãe foi atirada pelo vidro e morreu na hora, meu pai também não resistiu e eu fiquei sem nada grave assustada dentro do carro, eu tinha 10 anos. Ambulâncias e policiais foram chamados, acharam o contato de Erik, que era muito amigo do meu pai, davam aula da mesma universidade, e o comunicaram. Desde aí ele cuidou de mim até os 16, quando eu fui morar sozinha, depois que me formei começamos a trabalhar juntos...

_ Eu sinto muito por seus pais... E Erik é um cara muito legal, ele sempre se preocupou muito com você.

_ É, ele é – lembrou das noites que passou chorando e como um dia simplesmente superou a ausência de Lilian e Kai.

_ Ei, vem cá – chamou Thor vendo que ela tinha ficado um pouco quieta. Jane foi mais perto e Thor continuou falando:

_ Me perdoe por tocar neste assunto num dia tão feliz.

_ Não, está tudo bem, eu gosto de lembrar deles – abraçou-o e sorriu suavemente.

_ Vamos falar de outra coisa agora! O que você quer comer de café da manhã? Eu preparo o que você pedir!

_ Humm, eu quero um suco de laranja, algumas bolachas e uma panqueca, mas eu vou te ajudar a preparar!

_ Tudo bem, eu vou querer bolachas também, eu adoro bolachas, foi a primeira comida que comi aqui, se lembra?

_ Como podia me esquecer de você comendo e depois quebrando um copo de bebida no chão para pedir mais? – ambos riram e começaram a descer as escadas.

Assim que chegaram no andar de baixo, Thor perguntou:

_ Qual é a sua programação para hoje?

_ Comprar comida no restaurante ali da rua de cima, deligar o celular, trancar o laboratório de pesquisas e passar o dia todo junto com você!

_ Tem todo o meu apoio... – segurou-a pela cintura e tomou-lhe os lábios.

No meio do beijo Jane deu um gritinho de susto e se afastou um pouco:

_ Que foi?

_ Ele chutou!

_ Chutou?

_ Aham – ela pegou a mão de Thor e colocou na barriga. _ Espera, eu juro, eu senti. Uns segundos passaram e o bebê fez de novo:

_ Senti – disse ele sorrindo.

_ Aa, então, eu tenho que fazer os exames e tal, nós vamos querer saber o sexo?

_ Podia ser surpresa... - depois de pensar um pouco.

_ Seria interessante... É, nós não queremos saber antes – sorriu intensamente.