My Butterfly escrita por MoranguAD


Capítulo 2
Realmente me pareço com ela?




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Abro meus olhos lentamente e vejo que estou só no feno, e já é noite. Remexo-me entre o manto que me cobre e tusso. Era provável que eu ficasse doente, minha saúde é frágil. Mas, essa não era minha preocupação agora. Quero saber onde está Ukyo. Levanto-me do feno com dificuldades e fico tonta ao ficar de pé. Olho para os lados e vejo, do lado de fora, que a chuva parou. Olho ao redor e vejo Ukyo sentado em outro feno do outro lado do celeiro.

-Ukyo. –disse baixo e em tom calmo. -Está tudo bem?

-Você parece muito com minha Shujinko... -ele diz sorrindo gentilmente. 

Corro com dificuldades até ele e coloco minha mão em sua testa. Como era de se esperar, ele estava ardendo em febre. E o torniquete que eu fiz estava tão encharcado que mal podia se segurar no corpo de Ukyo.

-Venha, você precisa se deitar. Eu vou fazer um novo curativo. -falei segurando sua mão.

-A não ser os olhos... -ele comentou. -Seus olhos são diferentes.

-São,eu tenho heterocromia. -comentei levantando-o daquele local. -Venha sente-se aqui.

Andei com ele até o feno onde havia o manto e o cobri. Pedi que ele retirasse seu casaco e sua blusa para que eu visse o ferimento. Ele, com muitas dificuldades retirou-as e eu o ajudei. Então, me levantei e andei pelo celeiro, subi uma escada e lá em cima havia uma caixa de primeiro socorros. Agradeci que ela estava lá. Desci e me sentei ao lado de Ukyo. 

Fiz um curativo nele e ficou bom, ele colocou a blusa e o casaco, estava realmente muito frio. E ele havia ficado sonolento por causa dos analgésicos que eu dei para que ficasse tudo bem. Amanhã, com certeza, teríamos condições de ir para um hospital próximo e ele voltaria para casa. E bem, eu não saberia para onde eu iria.

Ukyo estava quase dormindo, e eu estava juntando as coisas que ficaram espalhadas quando eu fiz o curativo. Então, ele abriu os olhos mais um pouco e disse em tom baixo. 

-Está com frio,não está? 

Olhei para ele e sorri, me lembrei do que eu disse... 

-Estou. -falei sorrindo timidamente.

-Venha aqui.

Terminei de guardar as coisas rapidamente, e suspirei. Ajeitei meu vestido e caminhei até onde ele estava, me deitei. Tudo bem, é realmente estranho estar dormindo praticamente agarrada com um cara cujo eu não sei o sobrenome, num lugar estranho e que eu nem imagino como fui parar ali, mas... Era a única alternativa, e Ukyo era completamente confiável a meu ver.

Fiquei um pouco desconfortável com a ideia e virei-me para ele. Fiquei cara-a-cara com ele, que já estava de olhos fechados e meu nariz quase podia encontrar no dele.

-Ukyo... –disse baixo.

-Não consegue dormir? –ele disse em tom rouco. Então, jogou seu braço em volta de minha cintura e suspirou. –Melhor? Vai ficar aquecida assim.

-Não é isso... –disse desviando o olhar e sentindo meu rosto ficar quente. –Q-Quero saber... Por que você estava naquela mansão em chamas? E por que com uma faca em seu ombro?

Ele abriu os olhos e sorriu gentilmente.

-Por amor. –ele disse com lágrimas formando-se em seus olhos.

Decidi que não perguntaria mais nada e fechei meus olhos novamente.

-Deve ser bom estar apaixonada. –falei sorrindo fechado.

-Você é realmente parecida com ela. -ele disse carinhosamente. 


Então, apertei meus olhos e um aperto em meu coração surgiu. Não sabia o porquê, mas surgiu. Suspirei e adormeci.

No outro dia, acordei com mais frio que antes e vejo que está nevando do lado de fora. Ah, claro, ficar presa aqui mais alguns dias no frio seria péssimo. Olho para trás e Ukyo ainda dorme tranquilamente. Estalo meus dedos e me levanto do feno, meu cabelo estava um desastre total. Passo a mão nos cabelos de Ukyo e ele desperta.

-Bom dia. –ele diz ainda sonolento.

-Ukyo, está nevando. –digo inquieta. –O que vamos fazer?

-Nevando? –ele se senta no feno e olha para fora. –Isso não é bom. Mas, dá pra ir para casa.

-Tem certeza? –pergunto coçando a cabeça e mudando a expressão. –Você mora perto?

-Não tanto, mas vamos conseguir chegar. –ele disse se levantando. –Está com frio? Esse casaco é seu. –ele pega o casaco que está em cima de outro feno perto do que estava deitado. –Vista, não vai conseguir sair nesse frio usando somente esse vestido. E obrigado por me aquecer com ele.

-De nada. –sorri e coloquei o casaco.

-Tudo bem. Pronta para ir? –ele perguntou passando a mão em seu rosto e bocejando.

-Não vou deixar que vá diretamente para casa, Ukyo. -falei passando a mão no rosto. -Seu ferimento...

-Ele está melhor. Não se preocupe, eu darei uns pontos quando chegar em casa.

-Tem certeza? -disse parando na frente da porta do celeiro e o olhando.

-Sim. -ele disse transmitindo confiança. -Eu tenho.

Ele colocou a mão no ferimento e nós caminhamos bastante até um lugar dentro da cidade, uma casa muito bonita, com um jardim na faixada coberto de neve. Ele pegou as chaves que ficavam penduradas em seu cinto e abriu a porta. Entrando lá, a casa era muito bem arrumada e no canto da sala, havia uma parede com fotos de uma menina que eu já fazia ideia de quem era.

-Não disse que vocês se pareciam? -ele disse de trás de mim.

-Tem razão. Somos um pouco parecidas... -falei. -Ukyo...

Virei-me para ele e ele havia ido para outro cômodo. 

Andei pela casa procurando ele e não o encontrei, é claro. Ele deve estar no banheiro. Me sentei de frente para as fotos da tal Shujinko. Fiquei alguns minutos lá, até que ouvi um grito de Ukyo vindo do banheiro.

Corri até onde o som surgia e bati na porta.

-Ukyo! Está tudo bem? -gritei. 


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Notas finais do capítulo

Desculpem a imagem pequena e a falta de inspiração.