Only escrita por NoMore
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura :)
Eu estava absolutamente exausta, meu corpo todo doía e eu sentia a necessidade imensa de chorar, mas era como se meu corpo já tivesse gastado todas as lágrimas hoje. Então sentei na estação de metro e comecei a olhar o movimento das pessoas. Crianças indo e vindo de mãos dadas com as mães, que quase as puxavam a passos largos. Idosos caminhando com seu arrastar de pés e uma boina xadrez na cabeça. Adolescentes loucos caminhando as presas com garrafas de cerveja na mão. E várias, várias pessoas entrando e saindo do metrô.
Todas se quer notavam a minha presença. Uma senhora, de talvez uns cinquenta anos sentou no meio lado por um instante, ela não pareceu perceber o fato de eu estar alisando a lâmina de uma faca sobre meu colo. Ela falava rápido no telefone - Falava com a filha que iria se casar - Ela ficava brava dizendo que a filha era uma incompetente pois não tinha ido atrás dos arranjos de flores, depois reclamou dizendo que a filha escolhera o vestido mais estranho e que deveria ser levado as pressas para a costureira fazer a barra. Depois de uns três minutos dizendo "uhum's" a mulher se levantou num salto exclamando "Eu não acredito!" ela vibrava apertando com força a sacola na outra mão "Eu vou aí agora, filha. Não saia, eu preciso ver isso" Então saiu caminhando as presas. E naquele momento eu não pude deixar de pensar nas pessoas resolvendo as suas vidas, passando por imprevistos e problemas pesados. Mas tudo parecia se resolver logo em seguida. Como essa senhora, preocupada com o casamento da filha, mas que no final saberia que tudo daria certo e que seria um belo casamento. E que sua filha estaria feliz com o noivo que amava.
Mas comigo não. Comigo as coisas simplesmente pareciam estar cada dia piores. Encostei minha cabeça no banco e suspirei.
-Por que? - disse olhando para cima.
Minutos depois, meus olhos foram se fechando e ficando embasados e eu adormeci.
Sonhei com a minha mãe. Nós estávamos num lugar calmo. Um campo com a grama muito verde. Não se via pessoas nem árvores e nem bancos. Só nós duas. Ela vinha na minha direção, usava uma armadura grega de guerra que marcava seu corpo perfeito, seus cabelos castanho-chocolate estavam presos a uma trança e ela tinha um capacete numa mão, mas estava desarmada. Eu estranhei.
-Mãe? - a chamei, ela arqueou uma sobrancelha perfeita e um leve sorriso passou pelo seu rosto.
-Está na hora - ela me informou olhando para o capacete e passando os dedos por ele. - Só tenho a dizer que você está muito perto do que procura... E que logo vai conseguir...
-Perto do que procura? - a interrompi, em seguida sabendo que não deveria fazer isso, mordi meus lábios mas pensei já que a havia interrompido, continuaria. - Eu nem sei para onde eu devo ir... Não sei nem porque eu estou aqui... E não sei porque deuses estão vindo com maior frequência a minha procura e porque... porque Hades falou sobre uma profecia sobre... sobre mim e Nico... Nada mais faz sentido.
Atena sorriu um pouco e passou a mão pelos cabelos que pareceram clarear de leve com aquele toque, e eu achei estranho -As vezes... - ela começou - Nem mesmo os mais poderosos e os mais importantes conseguem deter... algumas coisas
Pela primeira vez pude notar que Atena lutava contra as palavras, dei um passo a frente, mantendo a posição, querendo saber o que ela estava falando.
-Só estou tentando dizer que existe coisas indestrutíveis... Que nem todos os deuses juntos conseguiriam deter...
-Está falando de mim ?
-E do herdeiro de Hades - minha mãe me informou e olhou para trás, para mudar de assunto, seu olhar voltou para mim ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas não falou nada.
-Para onde devo ir senhora? - Pedi. Implorei para minha mãe, Atena me olhou pelo canto do olho e com esse olhar entendi o quão minha mãe colocara os créditos para mim nessa missão. Parecia tão importante para ela do que para os deuses que realmente estavam envolvidos... Como Afrodite, seu lenço fora roubado e ela não se manifestara.
-Cassino Lótus.
-Cassino Lótus? - pedi... a imagem de minha mão começou a tremer, como se ela fosse uma computação gráfica e meu braço se estendeu, pedindo que ela ficasse.
-Las Vegas. Talvez algum deus já tenha dado essa pista para seus amigos - Atena deu um passo a frente - Mas você vai chegar antes, você vai conseguir recuperar as armas dos...
-Mãe? - a interrompi novamente e depois me encolhi, mas Atena não pareceu incomodada - Eu sei sobre o Cassino... Porque Nico...
-Eu sei - Atena sussurrou.
-Enfim, mas porque a semideusa que roubou as armas estaria no Cassino Lótus?
-Porque talvez algum deus esteja... - O reflexo de Atena piscou novamente e meu coração começou a bater mais forte - Atrasando a cria de Zeus para ajudar vocês - Ela terminou e seu reflexo ficou mais fraco. - Os deuses não são tão egoístas como vocês pensam
Então ela ficou mais fraca ainda, acenou para mim e pôs seu capacete, continuando com sua incrível beleza. Ela sumiu, o chão abaixo de mim sumiu e eu estava despencando num céu azul vazio. Abri a boca para gritar mas fui puxada de meu sonho e acordei sobressaltada. Las Vegas, Atena, Cassino Lótus, Nico, Afrodite, Cria de Zeus... as palavras batiam em meu cérebro como marteladas. Apalpei o banco que estava sentada, sem saber porque, meus dedos encontraram um papel e eu olhei na direção.
-Uma passagem para Las Vegas? Uma passagem de avião para Las Vegas - disse maravilha. Agarrei a passagem nas mãos e apertei meus olhos - Obrigada, mamãe, muito obrigada.
Eu partiria essa noite para Las Vegas, sem hesitar. Porque sabia que minha mãe estava acreditando em mim tanto quanto Hades acreditara em mim e em Nico no restaurante. Sai do metro e poucas horas depois estava dentro de um avião partindo para Las Vegas
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O que acharam leitores? huhu