A Bela e o Caçador escrita por Machene


Capítulo 9
Branca de Neve e Rosa Vermelha




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Cap. 9

Branca de Neve e Rosa Vermelha

A Rua das Rosas sempre foi muito alegre, mas agora está silenciosa. Isso a não ser por uma vozinha de choro remanescente dentro da floresta, numa clareira fechada e obsoleta entre as flores.

– Você está aí! Até que enfim te encontramos! – o pequeno Gon para de andar ofegante.

– Eu suspeitei que ela viesse parar aqui. – Gene recupera o fôlego – Sorte que não desmaiou.

– Não deviam ter me seguido. – a voz choramingona de menina surge abafada por causa do rosto escondido entre as pernas bem esculpidas – Por favor, vão embora.

– Nós vamos, se você voltar com a gente. – a amiga ultima, mas a loira não fala – Katrina...

– Eu quero ficar sozinha! – Gon toca o ombro de Gene, pedindo aos sussurros que sente do lado dela enquanto ele se acomoda na grama.

– Katrina, eu sei que está magoada e chateada, mas o Korapaika não queria mesmo te ferir.

– Então por que, como disse a Kelly, ele não me pediu em casamento?

– Bem, é que... – o garoto toca o queixo com o indicador e reflete um pouco – Talvez ele nem tenha pensado nisso. – aborrecida, a bela levanta o rosto e deixa transparecer os olhos vermelhos.

– Não pensou? NÃO PENSOU? – Gon recua assustado e Gene procura controlar o sorriso – Desde o começo ele sabia sobre mim! Se ele nem pensou duas vezes antes de dormir comigo, que muito boba acreditei naquele sorriso gentil, então é porque de fato queria me machucar! – Katrina cora ao perceber os rostos chocados dos amigos e volta a escondê-lo entre as pernas – Não acredito que disse isso em voz alta! Oh, meu Deus! – Gene ri brevemente e toca o ombro dela.

– Oh Katri, não fique assim! Nós te amamos muito, e mesmo aquilo sendo armação eu posso garantir que o senhor Netero, Mench e todos os outros gostam mesmo de você. Até o Korapaika.

– Como pode ter tanta certeza? – a loira ergue novamente a cabeça com os olhos já azuis.

– Você me conhece, eu sou muito analítica com as pessoas. Quando gosto de alguém, ponho a minha mão no fogo por ela! E no seu caso também. Cadê aquela Katrina tão perceptiva?

– Agora que sei toda a verdade, não consigo dizer se o Korapaika estava sendo sincero ao me tratar daquele jeito, tão carinhoso. Estou confusa!

– Tente se acalmar. – sugere a baixinha – Feche os olhos, respire fundo e pense em tudo que os dois passaram nessas últimas semanas. – a donzela obedece e os três silenciam por um minuto – E então? Acha que ele mentiu? – ela reabre os olhos e suspira, abrindo um terno sorriso.

– Não. Ele me pareceu sincero. – seu semblante fica sério novamente – Mas por que não me confessou logo o seu objetivo? Por que ele nem mencionou se queria ficar comigo antes de partir?

– Justamente por ele precisar voltar para a cidade de York acho que não conseguiu te contar como se sentia, Katrina. – Gon diz – Talvez tenha ficado com medo da sua reação.

– E pode ser que esteja assustado ainda. – Gene completa e as pupilas da moça se dilatam.

– Nunca imaginei que o veria assustado, confuso ou com medo. Ele sempre pareceu seguro e tão corajoso. Às vezes desejei saber como fazê-lo sorrir, em qualquer circunstância, para então me sentir aliviada com a garantia de que apenas eu teria o poder de acalmá-lo e trazer segurança.

– Mas você tem esse poder. – as duas se voltam ao sorridente jovem com surpresa – Graças a você o Korapaika voltou a ficar alegre, como há tempos ele não ficava Katrina! O Killua veio me dizer ontem que o Senritsu parecia preocupado com ele, porque vocês ficavam juntos sempre. Até falou que seria ruim quando se separassem, pois os dois ficariam muito tristes. Korapaika também sabia disso, então se ele não te disse nada foi porque não queria te magoar e sim te ver feliz.

– Mas não adiantou. – Katrina tenta apagar os rastros de lágrimas das bochechas – E agora estarei duas vezes pior quando alguém mencionar o nome dele, porque eu vou me lembrar de tudo que nós passamos e ficarei frustrada por não podermos estar juntos!

– Quem disse? Os dois podem sim acabar bem! Basta você levantar e ir falar com ele.

– Não é tão simples Gene. Essa história não depende apenas de nós dois. Eu tenho a minha família e não posso abandoná-los, mesmo que tenham mentido para mim sobre minha bisavó. E o Korapaika tem seu trabalho em York Shin. Além disso, existem Genei Ryodan e Sedie Havre.

– Podem ser assassinos poderosos, mas a nossa equipe é mais forte! – Gon diz convicto e ela sorri em resposta a animação dele – Junte-se a nós Katrina, por favor. Vamos ficar juntos, como a sua segunda família, e jamais mentiremos para você!

– Podemos até voltar para a Ilha Rosa Cercante, se quiser a aprovação dos seus tios.

– É. A Kelly já queria mesmo falar com eles. – Gene ri e se debruça para frente.

– Pois é Gon, mas eu acho que ela tem intenções malignas. – sussurra.

Para a alegria dos dois, Katrina começa a rir. Eles olham um para o outro e batem as mãos acima da cabeça dela em cumprimento ao dever. Quando a loira se acalma, abraça o casal.

– Vocês são uns amores! Sinceramente, fiquei feliz por terem me seguido. Mas... – ela pausa e se separa deles – Ainda tenho mais um favor a pedir. Podem chamar o Korapaika para mim?

– Vai conversar com ele sobre o que dissemos? – Gene pergunta e a moça confirma – Ok. – de repente o som de correntes se balançando preenche o ar.

– Talvez a gente nem precise chama-lo. – Gon sorri e as duas olham para o lado, surpresas e contentes ao ver o rapaz se aproximar sozinho dos três – Oi Korapaika!

– Oi Gon. – o trio se levanta – Posso te dizer uma coisa? – o pequeno casal se entreolha.

– Então tá, vamos deixar vocês a sós. – Gene sorri e puxa Gon pela mão.

– Gene – a garota para e se vira à loira -, o lacinho azul ficou lindo no seu cabelo. – ela sorri e então os dois os deixam sós – Ouviu a nossa conversa? – ela cruza os braços e ele se envergonha.

– Uma parte. – confessa, voltando a ficar sério – Sabe... Eu disse muitas coisas sem pensar e a Kelly pode até estar achando agora que sou o pior homem do mundo. Talvez ela até tente cortar o meu pescoço se me vir de novo, especialmente perto de você. – a loira reprime um sorriso – Mas tem uma coisa que eu preciso te dizer sem alguém interrompendo.

– Pois diga. Estamos sozinhos aqui. Talvez com alguns insetos e pássaros de testemunhas.

– Bom... – o rapaz também reprime um sorriso – A verdade Katrina é que eu nunca fui uma boa pessoa. Ser gentil com os vizinhos, brincar com crianças e cuidar da natureza, esse não é meu feitio. Essa idealização é apenas a imagem construída pelos meus amigos quando nos conhecemos. Eu mudei e eles também, mas passamos muito tempo sem nos ver e os três ainda devem achar que sou da mesma forma. Por isso te disseram aquelas coisas sobre mim.

– E nada daquilo era verdade? – o loiro abre a boca tentando rebater e nada sai – Incrível! – a bela ri sarcasticamente – Korapaika, eu não sei se percebeu, mas estou pouco ligando para quem você era! Eu passei a te amar pela pessoa que se tornou. – enquanto ele cora, a moça se exalta – E não venha me dizer o que estou ou não enxergando, porque sei bem quando uma pessoa é nobre!

– Eu fico realmente feliz por você gostar de mim, mas... Você entende a nossa situação, não?!

– Entendo. Embora me doa dizer isso, as circunstâncias exigem a nossa separação. – os dois silenciam algum tempo e então Katrina prossegue – Mas não quero ficar longe de você.

– Katrina... – Korapaika se depara comovido e feliz, lutando contra seus sentimentos – Pela sua segurança, eu não posso permitir seu sofrimento estando perto de mim.

– E quem disse que eu sofrerei perto de você?

– Katrina, se ficar comigo o seu destino será viver se escondendo de inimigos!

– Então por que não me ensina o Nen? Pode não parecer, mas eu aprendo rápido.

– Sei disso. – ele ri momentaneamente – Gostaria que fosse fácil assim. Com você, as coisas sempre parecem mais fáceis. É um dos motivos pelos quais eu adoro a sua companhia. – ela sorri satisfeita, prendendo um suspiro – Mas eu me culparia eternamente se algo te acontecesse.

– Se você estiver comigo, nada me acontecerá. Além disso, não sou uma flor delicada como a minha família pensa. Eles me educaram para ser cautelosa, mas eu tenho mais de uma face.

– Eu sei. – ao perceber suas palavras, Korapaika tosse com constrangimento e Katrina vira o rosto envergonhado com um sorriso – De qualquer jeito, minha vida é perigosa. Além disso, não posso te dar uma vida normal, com uma família e um lar. Agora você acha que está tudo bem. Na prática, em pouco tempo a sua visão mudaria.

– Muito pelo contrário! Korapaika, eu me sinto a mulher mais feliz do mundo ao seu lado! – os dois se constrangem, mas a loira mantém seu sorriso no rosto – Quero estar sempre perto para tomar conta de você quando estiver machucado, fisicamente e sentimentalmente. Eu respeito meu clã e quero sim o consentimento dos meus tios, mas se eles não me permitirem ficar contigo... Não me interessa mais viver. – as pupilas do loiro se dilatam em surpresa – É sério! Eu fujo deles!

– Está dizendo uma bobagem Katrina! É a sua família! Eles são os únicos que você tem. Seu laço de sangue não vai romper nunca, mesmo estando longe.

– Eu sei, e nem me interessa romper esses laços. Quero ser lembrada como uma Karita até a morte. Contudo, me sentiria mais orgulhosa recebendo o sobrenome Kuruta também.

A confissão da donzela emociona o Caçador. Korapaika a encara sem saber o que dizer, mas ao mesmo tempo querendo dizer muitas coisas. Em sua mente todas as lembranças das dores, pela perda de seu clã, a tristeza de seus amigos, a compaixão por todos os mortos pelo Genei Ryodan... E, acima de tudo, surge a recordação da sua promessa. Uma promessa repetitiva, séria e fiel.

– Você, sinceramente, gostaria de ter meu sobrenome? O sobrenome do meu clã?

– Adoraria. – ela confirma com um largo sorriso – Você pode não me amar como eu te amo, porém, tudo bem. Estou feliz apenas por te confessar como me sinto.

– Mas eu... Eu também amo você. – o loiro diz baixo, e embora a moça já tenha escutado da primeira vez ele fala de novo – Eu amo você, Katrina. No começo fiquei incerto sobre o que sentia, porque nunca tinha me acontecido nada parecido. Sempre que estamos juntos, o meu coração bate mais forte e o seu sorriso me deixa sem jeito o tempo todo. Eu me senti bobo e não queria que risse de mim caso soubesse disso. – a jovem ri e se aproxima dele.

– Como eu poderia rir de você? Estou me sentindo igual há dias, mas... – abaixa sua cabeça – Hoje me sinto muito mais estranha, como se não fosse mais eu mesma. – o rapaz baixa o olhar.

– Lamento pelo que te disse hoje cedo. Queria que se decepcionasse comigo, para continuar vivendo com sua tribo. Você devia casar com Kenan. – Katrina ergue a cabeça e atrai sua atenção.

– É o que você quer? – questiona em sussurro triste.

– Eu te disse que não sou uma pessoa tão boa. Dentre todos os meus defeitos, eu sou egoísta. – ele toca seus cabelos com a mão esquerda e sorri tristemente – O meu coração exige que cancele esse casamento e fique comigo. Embora a minha razão queira respeitar sua decisão. – a moça sorri.

– Prefiro ouvir o seu coração. E se ele é egoísta, não me importo de obedecê-lo e ficar aqui. – ela toca seu rosto e quando ele fecha os olhos, aproveitando a sensação, Katrina segura a sua mão direita, observando as correntes – Você escondeu seu ódio tanto tempo por minha causa.

– Eu ainda não posso viver aceitando abandonar minha vingança pela tribo Kuruta, mas os meus olhos se encheriam com lágrimas de sangue se você me deixasse.

– Posso aceitar isso por enquanto. Com o tempo, prometo ajuda-lo a sorrir. Você aprenderá a viver novamente Korapaika. – a bela cola suas testas e sorri ao ouvi-lo suspirar feliz – Vai parar de alimentar seu ódio. Vou cuidar da sua alma e do seu coração com muito amor e carinho. Antes que perceba, vai ter uma vida normal e feliz, ao lado de seus amigos e da mulher que te ama.

– E você? – ele pergunta ansioso e pensativo, abraçando-a pela cintura.

– Viverei a cada dia agradecendo a Deus por ter colocado você no meu caminho.

Os dois sorriem e o sorriso se torna uma gargalhada matreira e alegre. Os pássaros ali perto alçam voo e o cheiro do reconhecido perfume das rosas cobre o ar ao sabor do vento que balança os cabelos da graciosa Karita. Seu amante não consegue desviar os olhos, uma ação que, certamente, dispensa realizar. Katrina, devagar, se afasta dele e se abaixa para sentir o aroma inebriante.

– As rosas vermelhas são as mais lindas, muito estimadas porque representam a paixão. Eu gosto delas, e também me agradam as brancas, a cor da paz. – Korapaika se ajoelha perto dela e vê os botões desabrochando pelo inesperado raio de luz entre as copas das árvores – Mas já prefiro as rosas cor de rosa. Simbolizam o amor... – a loira ri – Qual você acha mais bonita?

– Você. – o rapaz responde sem pensar e ao mesmo tempo com a mente muito clara.

Em questão de segundos eles se aproximam. O Caçador tem todo o cuidado de ver se a sua donzela está de olhos fechados, entregue ao momento, antes de tocar-lhe os lábios. Com sua muda permissão, ele afaga gentilmente a pele macia do rosto dela e toma sua boca em um beijo decoroso. Embora já tenham partilhado a mesma cama mais de uma vez, ainda há o respeito e o amor frente ao prazer que Korapaika sente quando Katrina acaricia seu pescoço com os dedos desnudos.

Para seu maior bel prazer, ela arranha levemente a base de sua nuca com as unhas e geme a menor menção dos lábios masculinos macios tocarem os centímetros da pele acima dos seios alvos. Os dois estão totalmente entregues ao momento, sem medo, arrependimentos ou ódio. Ninguém o quis ao seu lado por tanto tempo quanto seus amigos, o loiro pensa. Nunca antes desejaram ouvir sobre seu passado para mais tarde aprender como fazê-lo esquecer de tudo com apenas um sorriso.

Katrina não só aprendera como é a única com essa magia nas mãos, ele constata e ri de leve.

– Como nós faremos para ter a permissão da minha família? – ela pergunta entre suspiros e gemidos, deitada na grama com os braços envoltos no corpo masculino sobre si.

– Eu falarei com eles. – ele responde absorto, alisando e beijando a pele macia da barriga.

– Hoje, para chegar à tribo, é preciso subir a trilha íngreme da queda d’água ecaminhar o percurso de gramado cheio de flores na foz em estuário do rio. – Korapaika sorri e segura sua mão.

– Eu sei. Já fui até lá. – Katrina o encara surpresa.

– Já? Quando? Eu nunca o vi antes e ninguém me falou de você.

– Eu sei, mas isso porque eu me escondi. Estava dentro daquele Zepelim que te trouxe para o condomínio. Eu fugi dos seus olhos para que depois pudesse me apresentar, não como seu mero guarda-costas, mas como um amigo. Posso ter aceitado esse trabalho para pegar o Genei Ryodan, contudo, quando soube mais sobre você eu quis te proteger por mim mesmo.

– Bem, agora estou rendida ao meu protetor. – a bela sorri constrangida, acariciando o peito do Caçador – Não quero ser protegida e sim colhida pelas suas mãos.

– Mas aqui, neste lugar tão despido de proteção e conforto?

– Eu me sinto bem entre as flores. Além disso, ficará tudo bem enquanto estiver com você.

– Então, eu vou tomar os seus lábios novamente e não direi mais nada.

Aos sorrisos, o casal se entrega novamente, com calma e felicidade. Quando eles se dão por satisfeitos, enrolam-se nos braços um do outro pra acalmar os corações eufóricos. O loiro abraça a amada firme e ao mesmo tempo suavemente, encostando a sua bochecha direita no topo da cabeça dela. O cheiro das rosas se mistura no ar. A loira massageia do baixo ventre ao pescoço dele e trás o colete azul ao lado para cobri-los da cintura aos pés, prendendo-o para não voar.

– Acho que criei um tipo de necessidade por você para sobreviver. Estou viciado.

– Que bom. – a moça se enrosca mais ao corpo masculino – Eu também.

– Eu pensei em nossas tribos juntas. Percebi que se tivéssemos convivido, talvez casássemos.

– Imaginei a mesma coisa. Acho que meus tios gostariam de você. Eles devem ter confiado e o respeitado desde o começo para deixar minha segurança em suas mãos.

– Seu primo parecia mais desconfiado. Parece que todos ouviram falar de mim por causa do exame de Caçador, mas a cor dos meus olhos não foi suficiente para terem confiança. Ao menos os membros foram sinceros ao me contar sobre seu passado e dos seus poderes.

– Eles podem criticar minhas atitudes, até ficarem bravos com você, mas não vou permitir a nossa separação. Farei de tudo para ficar ao seu lado, mesmo precisando enfrentar Genei Ryodan, Sedie Havre e seja qual outro assassino vier! – ele sorri e entrelaça a mão com a dela, beijando dos dedos às costas e colocando-a contra seu peito – Amo tanto você. Meu peito dói.

– O meu também. Sinta: meu coração está batendo rápido.

– Está mesmo. – os dois riem e trocam mais um beijo até ela fazer um bico – Eu acho que é a hora de nos trocarmos e voltarmos para junto dos outros.

– Tem razão. Nós vamos precisar de ajuda para sair daqui sem levantar suspeitas.

– Eu vou tentar acalmar a Kelly no seu lugar e a farei pedir desculpas.

– Obrigado. Ela deve estar muito irritada, então não gostaria de enfrenta-la sozinho. – eles dão gargalhadas e se vestem devagar, dando pausas para mais alguns beijos – Ah, eu ia esquecer. Neon me pediu para te entregar este papel. – ele o retira do bolso – Não sei o seu conteúdo, claro, mas ela te chamou de sortuda e também disse que sentirá a sua falta. Pediu para ligar e visitá-la depois de avisar. – Katrina sorri e quando vai desdobrar o papel uma sombra alta a cobre.

– Que cena mais comovente. – a loira vira de costas assustada e recua um passo.

– Okamoto? – o atraente homem com cabelos longos perolados e olhos ametista sorri, assim como em igual tempo o vermelho toma conta da visão da moça.

– É um prazer vê-la novamente, bela Katrina. Eu tive muito trabalho para encontra-la, mas valeu a pena. Você se tornou uma jovem lindíssima, com lábios rosados e pele de veludo. Será um prazer tomar toda essa vitalidade de seu corpo. – a Karita guarda o papel em mãos no bolso.

– Fique longe dela! – Korapaika ordena, ficando frente à amada e erguendo suas correntes, mas Okamoto o encara com desdém.

– Ah, você é o “desgraçado da corrente”?! Por sua culpa eu precisei mandar os membros do Sedie Havre caçá-la sem descanso. Sorte tê-la encontrando desprotegida.

– Ela não está. Eu vou protegê-la! – o homem sorri pelo canto dos lábios e balança para trás a jaqueta de couro preto, tirando do bolso uma carta de baralho.

– Você sabe o que é isso? – o coringa sorridente traz um flash ao rapaz.

– Hisoka? – ele menciona quase em sussurro – Onde conseguiu isso?

– Foi deixada na porta do meu refúgio, e atrás dela – o assassino vira a carta – está gravada uma mensagem. Aparentemente, seu coleguinha visitou a tribo Karita.

– O que? – o loiro diz surpreso e Katrina treme – Por que Hisoka iria até lá?

– Como eu saberia? Aquele palhaço infeliz faz o que quer. Kuroro é muito relaxado com sua trupe, mas ele me garantiu que esse homem, além de forte e esperto, parece levado a obedecê-lo. A infelicidade é que ele se recusou a me servir e parece disposto a atrapalhar meus planos.

– Então você se aliou mesmo ao Genei Ryodan? Kuroro não podia voltar a vê-los.

– É verdade, assim como você determinou. Mas eu estou comandando o Genei Ryodan neste momento, com a permissão do próprio líder. – o casal dilata as pupilas, as de Katrina retornando a cor original – Kuroro me procurou recentemente e propôs uma parceria. Tinha algo a ver com o poema da filha daquele Nostrad. Ela previu que ele precisaria de ajuda, então Kuroro resolveu me pedir para levar as patas da aranha até você em troca da localização da última descente direta dos Karita, herdeira de um grande poder Nen. Quem diria que estariam juntos. – Okamoto ri – Mas eu não deveria estar surpreso. A repercussão das suas façanhas enquanto empregado de um líder da máfia me trouxe muita curiosidade ao seu respeito. Depois de aceitar acha-lo para meu amigo, tive a surpresa de saber por ele que você e aquele velho intrometido, Netero, haviam levado minha presa pra outro lugar. Eu devia ter imaginado que tentaria defende-la, com sua vida se necessário, e assim é até mais divertido. A situação me é conveniente. Dois pelo preço de um.

– Você não vai leva-la! Precisará passar por cima de mim antes!

– Então que tal trocá-la por uma informação? – o assassino sorri, deixando o loiro curioso – Para sua alegria, eu sei de um membro sobrevivente do clã Kuruta na cidade de Shanhashidi.

– Como é? – antes que Korapaika tenha tempo de reagir, Okamoto toca uma flauta e usa seu Nen para paralisá-lo e trazer Katrina para perto dele – Espere aí! Pare!

– Korapaika? – o rapaz consegue virar a cabeça para ver Senritsu se aproximando assustado, ao lado de Leório – O que está acontecendo? – eles param ao ver a loira com olhos desfocados – É a Katrina? Mas quem é você? – Okamoto ri sem dar importância à intromissão.

– Se quiser vê-la novamente, sugiro que procure o quarto membro do Genei Ryodan. Se seu desejo de vingança for maior do que a vontade de proteger sua amada, não viverá muito, Kuruta. – ele a coloca nos braços e se vira, olhando-os de banda – Ah sim, mais uma coisa. Tome cuidado. Omokage é um oponente terrível.

Continua...


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