Estava quase dormindo quando Joel me sacudiu. Era hora de agir...

Me levantei ainda meio grogue pelo sono, coloquei a mãe em meu colar e em seguida bati em meu bracelete, ficando assim com uma espadada e um escudo.

Joel e Matheus pegaram suas espadas e a corda que estava dentro da mochila de cada um (tinha esquecido de pegar uma para mim).

- Prontos? - perguntou Matheus. Eu e Joel assentimos.

Saímos de nosso "esconderijo" e começamos a agir. Sam e Beta já sabiam de nosso plano e estavam nos esperando. Eu iria subir na corda da jaula de Sam e depois na jaula de Beta. Joel jogou a corda para cima e Sam pegou, amarrando logo em seguida em um nó forte, Beta estava fazendo o mesmo com a corda que Matheus jogara. Eu teria que ser rápida.

Cheguei lá em cima, me concentrando, para que nada desse errado. Senti o formigamento familiar em minha barriga e logo o fogo saindo das pontas de meus dedos. Fiz o movimento circular com a mão, fazendo com que a sela caisse e Sam saísse.

- Eu vou descer primeiro depois você desce, ok? - disse olhando para ela, que assentiu. - Tome cuidado para não cair e não faça barulho.

Escorreguei pela corda, era mais prático, e corri para a jaula do lado, escalei sem nenhum esforço (fazíamos isso frequentemente no Acampamento). Chegando lá em cima fiz o mesmo procedimento e logo Beta e Sam estavam soltas.

- Vamos logo sair daqui antes que eles voltem, não quero lutar com dois brutamontes mal cheirosos. - disse e em silêncio fomos em direção as mesmas escadas que tínhamos vindo.

Fui na frente por causa da luz.

Tinha alguma coisa muito estranha naquilo: os monstros não iriam nos deixar escapar tão fácil, mas logo deixei esse pensamento de lado, pensamento positivo.

Como antes, ficamos 10 minutos dentro daquele corredor estreito e escuro, onde a única coisa que se encontrava era degraus. Agora era mais cansativo, minhas pernas estavam cansadas, mesmo tendo descansado antes (e quase dormido). Logo avistei a porta que tínhamos entrado e puei a maçaneta, abrindo a mesma.

Mesmo que lá fora já fosse de noite, dentro da caverna estava muito mais escuro, levando um tempo para meus olhos se acostumarem com a luz na lua.

Quando todos saíram de dentro da caverna (que agora eram cinco pessoas, se é que podemos chamar todos assim, no total), perguntei aos mesmos:

- Vamos para o hotel que estamos hospedados e amanhã de manhã partimos - não ouvi o que eles falaram, pois ouvi no começo do "beco" rastejos de cobras, mas não parecia uma, mas sim várias. Me virei rapidamente para lá, dando de cara com três Dracaenaes. As duas de trás eram iguais: em vez de pernas elas tinham duas caudas de serpentes verdes, da metade para cima eram mulheres normais com uma camiseta colada preta simples, tirando, é claro, suas unhas, na verdade, eram garras enormes, seus dentes, ou melhor: presas, em vez de uma língua normal, elas tinham a língua de uma cobra, fazendo com que sibilassem. A da frente era maior que as outras, suas caudas de serpentes era de um vermelho que com o contato da luz se transformava em roxo (não me pergunte como), ela usava uma camiseta também preta, mas com detalhes repugnantes que tenho até nojo de descrever.

- Acharam messmo que iam esscapar de Gaia tão facilmente ssemideusssess? - ela disse de Gaia? Mas estávamos escapando dos irmãos ursos não de Gaia.... Meus deuses! Isso está pior do que eu pensava

- Todos vocês estão servindo Gaia? - perguntei, igual uma idiota.

- Mass é claro filha de Hera, depoiss que a Mãe-Terra sse reerguer nóss finalmente sseremoss reconhecidass como todoss os outross que esstão a apoiando - disse a Dracaenae da frente. Uma coisa que sempre reparei é que os monstros são realmente burros, eles sempre contam seus planos, pensando que vão matar suas "presas".

- Gaia nunca se reerguerá - disse Beta, que estava ao meu lado.

- É isso que vamos ver sátira - elas disseram em conjunto e avançaram. 

O único som que se encontrava ali era o barulho de suas caudas no chão e de nossas respirações aceleradas.

Todos estavam com suas espadas na mão, prontos para contra-atacar, menos, é claro, Sam.

Logo as Dracaenaes estavam na nossa frente e começamos a lutar, elas eram ruim na luta, mas muito rápidas (ainda não sei como) fazendo com que errássemos a mira e nos desequilibrássemos.

Podíamos estar em vantagem (por temos 2 pessoas a mais), mas elas eram muito fortes, nós já estávamos cansados e as Dracaenaes não tinham nenhum arranhão se quer. Elas estavam nos fazendo de bobos, queriam a nossa morte, mas eu não deixaria elas terem esse gostinho.

A raiva já estava crescendo dentro de mim, senti um formigamento em minhas mãos e já sabia o que aquilo significava: os meus poderes estavam fugindo de controle, eu teria que usar rápido ou eu ainda machucaria meus amigos.

- Joel, me da cobertura, rápido - ele me olhou confuso ma fez o que eu disse. Ele ficou em minha frente e me concentrei. - Quando eu dizer 'saia' tu sai da minha frente. - ele concordou.

Fechei meus olhos novamente e o frio na barriga veio imediatamente. Tinha visto as Dracaenas lutando em minha frente com Matheus, Beta e Joel. Teria que mirar lá.

- SAIA! - gritei e Joel se jogou para o lado.De meus dedos saiam o habitual fogo. Minha sorte era que Matheus e Beta estavam lutando com as Dracaenaes de frente, fazendo com que elas ficassem de costas para mim e o fogo atingisse as mesmas facilmente, e elas viraram pó.

- NÃÃO!  - gritou a maior das Dracaenaes, que estava lutando com Joel - Elas eram as melhores, você não deveria ter feito isso sua..... - mas antes mesmo dela terminar atingi ela com mais um raio de fogo.

Tinha acabado, eu me senti exausta, me sentei no chão e logo veio Joel.

- Você está bem? Isso foi de mais! - disse ele sorrindo. Queria sorrir também, mas agora isso era esforço de mais. A única coisa que lembro antes de desmaiar foi me encostar em Joel e ver Beta e Sam correndo em minha direção...

Continua...