Capítulo 7

夕食

Jantar

Assim que encontraram o exército da cidade parceira de Konoha, foram atacados e deram inicio ao combate rapidamente, como se tivessem recebendo um aviso para que se rendessem antes que fossem dominados da pior maneira. Certamente teriam sido devastados se a ANBU não estivesse lutando junto nesta guerra.

Sasuke inteligentemente bolou uma estratégia de batalha, distribuindo nos pontos certeiros cada um de seus homens, e antes que pudessem supor, a guerra já havia terminado com muitos tombados ao chão, mas ainda assim vitoriosos.

Sakura correu para dentro de uma tenda onde tinham alguns homens machucados. Sem se importar com o cheiro do lugar ou as condições precárias, arregaçou a manga e limpou cada ferida, estancou cada ferimento e medicou a todos aqueles que gemiam de dor.

Á noite já havia caído e todos se sentiam exaustos. Pegaram seus suprimentos, todos alimentaram-se bem e em seguida dormiram para reporem as energias, pois ao amanhecer tomariam novamente o rumo de casa.

Assim que terminou de cuidar dos ninjas, Sakura recolheu suas coisas saindo do acampamento para ir de encontro ao líder da ANBU, reservara a ele seus melhores cuidados. Sasuke estava sentado em frente a uma fogueira, fitando-a como se conseguisse enxergar através das chamas.

Ela aproximou-se de vagar, tocando-lhe o braço com delicadeza. Não, ela não tem amor à vida! Pensou consigo. Como poderia não sentir medo do temido Sasuke Uchiha?

A resposta gritava dentro da rosada facilmente... Sentia-se protegida a seu lado. E não foi só por ver o quão habilidoso e preciso ele era enquanto golpeava os inimigos, mas porque via em seus olhos a preocupação com aquele povo, ainda que ninguém percebesse, ela percebia.

— Fez um bom trabalho com os feridos. — disse Sasuke quebrando o silêncio e fazendo um rubor tomar a face de Sakura.

— Você também não foi nada mal em combate. — respondeu descontraída, continuando a limpar os pequenos ferimentos do braço forte e musculoso de Sasuke.

— Por que decidiu se mudar pra Konoha?— Perguntou Sasuke de repente mudando de assunto. Ele não era de dar rodeios e isso já vinha martelando sua cabeça. Sakura ficou nervosa com a pergunta inesperada, mas achou que fosse uma mera curiosidade passageira seu interesse por ela. — É nítido que você veio de algum lugar bem diferente da vila.

— Bem, como você já sabe eu vim para aplicar meus conhecimentos médicos a pedido de Tsunade. Nasci em  Suna, mas aos cinco anos fui levada para o centro de inteligência e evolução médica, onde conheci a Hokage que era uma de minhas professoras na época, e hoje apenas faz parte do conselho. Desenvolvi minhas habilidades muito rápido e me tornei médica, foi quando recebi o convite de ir a Konoha e não poderia dizer não à minha mentora.— explicou enquanto Sasuke ouvia atentamente. Tudo fazia sentido e parecia mesmo ser a verdade.

— Você gostou de ter ido pra lá?

— Sim... Foi lá que decidi ficar por quase toda minha vida, por amor à medicina. — respondeu docemente, terminando o curativo do Uchiha.

— Pretende ficar até quando em Konoha?— perguntou recebendo o olhar esverdeado e brilhoso de Sakura, numa esperança nitidamente contida. Sim, ela queria ficar... E como queria! Pedia aos céus pra que não tivesse mais de fugir, nunca mais.

— Enquanto for bem vinda, ficarei. — Afirmou, pegando suas coisas e indo em direção ao local onde passaria a noite.

A sensação era de ter fechado os olhos por cinco minutos e lhes abrido novamente. Sentia como se não tivesse dormido nada, e mal podia ver a hora de chegar em seu aconchegante casebre.

Novamente seguiram viagem, mais um dia de estrada... Estavam exaustos, mas depois de todo o caminho percorrido finalmente podiam ver os portões de Konoha.

Os ninjas que ao chegar das missões iam diretamente pro hospital, dessa vez não precisariam o fazer, pois Sakura não havia permitido darem a partida antes que todos estivessem devidamente tratados.

Sasuke lhe analisava atentamente tentando encontrar alguma falha em seu comportamento que pudesse entregar o que escondia, mas tudo o que conseguia descobrir era a compaixão da médica.

Todos seguiram para suas famílias, as esposas, os filhos, os pais, as mães... Todos vinham lhes receber e se abraçarem, queriam comemorar a vitória uns com os outros. Sakura apenas admirava aquela confraternização de longe e em silêncio, enquanto atrás de si, Sasuke a observava...

Ambos eram os únicos que não tinham pra quem voltar.

No primeiro impulso que teve Sasuke foi até ela, segurando sua delicada mão e arrastando-a consigo. Não fazia idéia do que ele queria, mas ao reconhecer os singelos detalhes daquele movimentado lugar, percebeu que estava diante do distrito Uchiha.

Recebendo o olhar de todos, Sakura sentia-se além de perdida também muito envergonhada. Percebia os suspiros de algumas garotas ao colocarem os olhos nele, percebia também os olhares horrorizados na mão dele que segurava a sua; alguns lhes saudavam pela vitória e outros se curvavam diante de Sasuke.

Sasuke não parecia dar a mínima pra nada daquilo, apenas adentrava com Sakura para dentro de um grande casarão, o mais vistoso que pode ver de todos os lugares por onde passaram.

Era a casa mais bonita que já vira na vida. Estava encantada e acanhada de estar ali. Uma empregada surgiu na sala e encarou as mãos dadas do dono da casa nas da estranha garota de cabelos róseos, porém já muito comentada; e ficou completamente sem fala.

Nunca em todos estes anos de trabalho prestado, o viu trazer mulher alguma para esta casa.

— Prepare um banho, uma refeição e um quarto para senhorita Sakura. — disse largando a médica ali e subiu as imensas escadas sem nem se dirigir a ela.

Dormiria na casa de Sasuke Uchiha? Por que simplesmente não  havia lhe deixado em seu casebre? Perguntava-se, enquanto subia as escadas sendo arrastada pela serviçal.

A mulher lhe deixou num quarto tão grande e bonito que chegava ser maior que sua pequenina casa. Colocou roupas de banho e uma camisola branca sobre o escoro da sala de banho, em seguida despejando água quente na banheira redonda de madeira, procurando a temperatura exata da água e saiu deixando Sakura completamente sem jeito. Não podia acreditar que estava metida dentro da casa de Sasuke... Parecia errado e totalmente constrangedor.

Retirou suas roupas de médica que agora pareciam-se bem mais com panos de chão imundos, e ficou completamente nua ao adentrar na deliciosa banheira. Céus, como aquilo era bom!

Aprovou ao relaxar permitindo-se fechar os olhos... Seus pensamentos vagaram para seu treinamento com Sasuke, sentia-se quente somente em pensar no calor de seu corpo suado sobre o dela, lembrou-se de como beijar era bom... Incrivelmente bom, o contrário do que pensava não era um ato nojento, era realmente bom. Lembrou-se do rumo que as mãos inquietas do Uchiha tomaram e do susto de senti-las acariciando sua barriga, então abriu os olhos.

O que estava pensando? Onde estava com a cabeça? Não podia ter esta liberdade com Sasuke, se quer sabia se tinha alguém em sua vida. Pode ver o rumo que seus sentimentos estavam tomando e não poderia estar acontecendo assim tão rápido... Não estava apaixonada por ele, estava?

Burra, burra, burra!

Aprendeu que não deveria se apaixonar antes do homem, e que o mesmo deveria ser explicito e honroso num compromisso antes de confessar seus sentimentos. Culpou-se por ter sido tão oferecida, culpou-se por ter deixado tocá-la e culpou-se por estar se perguntando onde estaria ele neste momento.

Enfurecida, levantou da banheira e vestiu-se, saindo da sala de banho ainda sentindo-se um lixo ao dar de cara com a empregada que lhe encarava de braços cruzados.

— Não és mulher da vida ou é?— perguntou séria fazendo com que Sakura tivesse uma hemorragia cerebral.

— N-não, é claro que não! Sou uma médica. — disse sentindo-se indignada pela afronta.

— Só precisava ter certeza. Já preparei este quarto para passar a noite, mas antes o Sr. Sasuke deu ordens pra que descesse para o jantar.

— Bem... Não estou com fome, ficarei por aqui mesmo.

—  Ele disse que diria isto, mas exigiu que a levasse comigo nem que fosse a força. — disse a mulher parecendo decidida. Sakura resolveu acompanhá-la, até porque não parecia mesmo ter escolhas e então bateu os olhos sobre a imensa mesa abarrotada de comida e todas as cadeiras que a rodeavam completamente vazias.

— Onde está Sasuke?— perguntou sentindo-se uma penetra numa festa da qual não fora convidada.

— Já se recolheu, está muito cansado.

— E cadê o pessoal que vai jantar aqui?— perguntou mais uma vez olhando o banquete a sua frente.

— Somente a senhora. — respondeu-lhe calmamente. Os olhos de Sakura quase saltaram das órbitas, aquela comida toda poderia alimentar todo o exército da ANBU tranquilamente. Percebendo o visível desperdício teve uma excelente idéia e pôs-se a andar pela casa reunindo todos os criados que na mansão trabalhavam.

Estavam com tanto medo, que os talheres finos em suas mãos calejadas tremiam. Tentaram fazer com que aquela maluca desistisse, mas sua insistência e doçura ao alegar que não suportaria comer só, somada a sua certeza de que Sasuke não se importaria de ter toda sua criadagem à mesa lhes convenceram.

Não passou-se muito tempo e todos já estavam sorrindo com a interpretação musical que Sakura fazia. Eles sorriam e estavam alegres, sentiram-se importantes como nunca, até mesmo a empregada rabugenta já lhe olhava com mais aceitação, rindo de seus gestos engraçados à mesa.

Foi quando todos fizeram silêncio de repente, que Sakura com seu lindo sorriso no rosto sem entender, olhou para o lado vendo Sasuke de pé lhes encarando seriamente.