Capítulo 15

脅威

Ameaça

Uma semana se passou, e Sakura estava no hospital atendendo os feridos que chegavam de missão.

Tudo o que queria era participar efetivamente das missões, prontificando cuidados médicos imediatos, mas não permitiram. Teria de continuar atendendo no hospital.

Sasuke deixou bem claro que só iria se fosse com ele. Isso bastou. Mas infelizmente ele não liderou a ANBU ao longo dos dias, pois encarregou-se de treinar os novos ninjas que entraram para seu batalhão, mas em compensação, vinha lhe trazer e buscar no trabalho, com os dedos entrelaçados aos seus.

Suspirava só pensar nas duas horas restantes que faltavam para que viesse... Sem dúvidas era a melhor parte de seu dia!

Não tinham se beijado mais, mas algo muito mais especial estava acontecendo. No percurso até o casebre, Sasuke passou a compartilhar com Sakura as coisas terríveis que já enfrentou em batalhas e também muitos de seus atos heróicos, sem o menor interesse de se gabar, mesmo que o que tenha dito fizesse com que Sakura lhe admirasse ainda mais. Compartilhou vivencias de sua infância, e a história do progresso da cidade de Konoha.

Os moradores que os viam indo e vindo diariamente, percebiam o evidente casal que se formara, era impossível não ler no brilho dos olhos daqueles dois que se gostavam...

E com isso também vinham os bochichos de cidadela. As más línguas já espalhavam que Sakura estava grávida dele e por isso conseguiu laçá-lo, pois não era homem de se prender a ninguém, mas com um herdeiro em vista isso mudara.

Outros embora não acreditassem em gravidez, pois viam que não havia ali nenhuma saliência na barriga da moça, insinuavam maldosamente a respeito das idas do Uchiha até o casebre da médica.

Sasuke apenas lhe deixava à porta e após ouvir o costumeiro "obrigada" de Sakura, tomava seu rumo de volta até o distrito. Ela também nunca mais havia estado em sua mansão, seus encontros eram realmente limitados ao trajeto do hospital até o casebre.

Ele também mal podia esperar para buscá-la novamente...

Então sem cerimônias meteu-se no hospital, mesmo sabendo que não havia acabado o expediente de Sakura, percebeu que a habitual fila de feridos havia terminado, pois não tinha mais ninguém na espera. Decidiu entrar no consultório e buscá-la de uma vez.

Conhecendo bem aquela mulher, sabia que ao envolver-se com seus remédios esquecia-se do mundo. E dele...

Ansioso abriu a porta, e o que encontrou ali não o agradou nem um pouco.

Sakura estava de pé, meio inclinada ao passar um algodão no ferimento de Naruto que estava sentado na cadeira de seu consultório. Uma réplica perfeita do que havia acontecido com os dois no primeiro dia em que se conheceram.

Algo esquentou suas veias... Ele estava sorrindo pra ela.

Ao escutarem o barulho da porta, ambos olharam para a figura de péssimo humor ali parada. O fim de um sorriso ainda brincava nos lábios de Sakura, e sem perceber nada de errado, seu sorriso tomou uma nova vida, vendo que se tratava de Sasuke ali.

— Sasuke! — disse contente ao fechar sua maleta, e logo depois levar o olhar ao relógio, pensando estar enganada em ainda ser cedo demais... Mas realmente era cedo demais para ele já estar ali. Analisou melhor sua expressão e então se preocupou. — Está tudo bem? — perguntou sem receber a menor atenção. Seus olhos estavam fincados como estacas afiadas em Naruto, que estava sem a maldita camisa, sentado diante de Sakura, sendo cuidado por Sakura e sorrindo para Sakura!

— Como vai Uchiha... — Cumprimentou Naruto sem deixar de sorrir. Já estava acostumado aos maus modos de Sasuke, e também não era tão ingênuo quanto à rosada, e soube de imediato que ele estava ardendo de ciúmes naquele momento. Apodreceria se esperasse pela resposta ao seu cumprimento, então pegou sua camisa e virou- se novamente para Sakura. — Muito obrigada senhorita Sakura... — agradeceu dando um ultimo manear de cabeça ao Sasuke e saiu pela porta propositalmente escancarada. Sasuke o queria fora dali... A mil metros de distância como preferência.

— Aconteceu alguma coisa? Você veio antes... — disse Sakura incomodada com o clima pesado que ficou.

— Algum problema em ter chegado antes? Atrapalho? — perguntou um pouco severo demais.

— Não... Na verdade, Naruto foi o ultimo paciente... Já podemos ir! — disse Sakura tentando dar ânimo a voz.

— Vamos... — disse Sasuke saindo primeiro. Voltaram em silêncio o caminho todo. Os dois passos a frente de Sasuke e suas duas mãos enfiadas no bolso da calça, lhe diziam que não queria conversa.

Sentiu-se acusada. Não via motivos para isso, mas sentia-se assim. Sasuke de repente voltou a lhe tratar com indiferença e sinceramente não sabia o que havia feito de errado. Já estavam em frente a sua casa, e seu coração estava cada vez mais apertado com a distância entre eles. Céus, quando tudo mudou?

— Sasuke... Nós precisamos conversar... — disse Sakura, tentando mostrar-se corajosa e determinada.

— Sim, temos de deixar algumas coisas bem claras. Mas agora estou a ponto de explodir, então peço que espere até amanhã. — disse num tom áspero, porém contido. Jamais gritaria com ela, ou descontaria sua frustração. E antes que ela pudesse contestar e lhe fazer perder as estribeiras de vez, foi embora.

Não estava acostumado com as novas coisas que tem sentido desde que a conheceu. Torcia pra que sua paciência voltasse antes de matar alguém.

Nenhuns dos dois conseguiram dormir direito à noite.

Sakura revirou-se na cama, até que os raios solares invadiram a janela de seu quarto, então desistiu de adormecer.

Levantou-se tentando fazer com que sua mente se concentrasse em qualquer coisa que lhe fizesse parar de pensar um pouco no olhar raivoso de Sasuke. Pegou sua cesta, seu canivete e embrenhou-se na floresta.

Nada melhor do que seu trabalho, para manter os neurônios devidamente ocupados.

Colheu algumas raízes para seu arbusto que estava quase terminado, em seguida passou a procurar por uma erva em especial para fazer um medicamento. Encontrou-a num canto difícil, bem escondida. O que só a deixou mais desafiada. Com muito cuidado se inclinou esticando ao máximo seu frágil corpo, a fim de alcançar a erva quando o pé deslizou no barro e por muito pouco quase caiu...

— Te peguei... — disse Naruto ao segurar o braço da rosada dando-lhe apoio para colocar-se novamente de pé. Sakura levou a mão até seu peito, respirando apressadamente com o susto.

— Obrigada! Não percebi que a terra estava molhada, foi um descuido... — disse ofegante. Naruto agachou-se alcançando a erva e a colheu, trazendo-a consigo.

— Estava querendo isso? — perguntou ao lhe ofecerer.

— Sim... Obrigada. — disse ao colocar dentro de sua cesta.

— Está pretendendo fazer algum antídoto doutora? Como os que fazia lá em Suna? — perguntou Naruto de repente. Sakura franziu um pouco o cenho, não gostava de falar no passado. Algo dentro de si dizia que Naruto não estava apenas sendo prestativo, mas... Impertinente.

— Apenas um remédio que está em falta no hospital. — respondeu rapidamente ao virar-se para voltar, mas Naruto lhe segurou o braço impedindo-a.

— Se precisar de qualquer coisa senhorita Sakura Haruno... Estarei sempre por perto. — disse a milímetros de distância de seu rosto. Aquilo não se parecia com uma tentativa de paquera, nem mera prestatividade... Parecia uma... Ameaça?

Não teve tempo de certificar-se...

— O que faz aqui Naruto? — soou a voz firme de Sasuke atrás de si. Sakura imediatamente libertou-se do toque de Naruto e recuou um passo.

— Salvando Sakura de se estatelar... — disse num tom brincalhão, que confundia toda a tensão anterior. — Bom, preciso ir, nos vemos amanhã á noite! — disse Naruto aos dois e foi embora.

Sasuke agarrou a mão de Sakura andando rapidamente com ela. Toda a paciência que adquira durante a noite de insônia havia se dissipado novamente ao ver a mão de Naruto em seu braço. A repulsa da visão o fez parar de repente. Passou a mão entre os cabelos e encarou-a.

— Eu não gosto de te ver com outro homem. — disse sem rodeios. Sakura abriu a boca para defender-se, mas assustou-se ao ser empurrada contra a árvore atrás de si. A respiração de Sasuke batia com voracidade em seu rosto e sua mão deslizou pelo braço que fora segurado por Naruto. — Não quero ninguém colocando as mãos em você... — sussurrou ao selar seus lábios nos dela.

Um beijo que vinha se segurando para não dar, não ainda, tinha planos pro próximo beijo... Mas precisava de alguma maneira mostrar a quem pertencia... Então pressionou seus lábios nos dela, deixando isso bem claro...