A Herdeira escrita por Cate Cullen


Capítulo 5
Sobre O Casamento...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/393947/chapter/5

Nessa noite Esme aconchega-se mais nos braços de Carlisle.

- Amor, temos de conversar sobre o casamento. – murmura.

- Que tem o nosso casamento? Quereis deixar-me ao fim de dezanove anos? – pergunta em tom de gozo.

- Não do nosso casamento. Do casamento da Victoria.

- O que tem o casamento da Victoria?

- Emmett não parece muito entusiasmado. Pelo menos não tão entusiasmado quanto ela.

- Nem sempre os dois podem mostrar-se entusiasmados.

- E se o cancelássemos? – sugere Esme.

- Cancelar o casamento? Por que razão?

- Porque Emmett não o deseja. – di-lo como se fosse óbvio.

- Esme, eu também não desejava casar convosco, mas assim que vos vi apaixonei-me.

Esme suspira e vira-se de lado para poder olhar para ele.

- O problema está ai. Emmett conhece a Victoria, até a conhece bem demais, e não parece nem um pouco apaixonado, nem sequer entusiasmado com o casamento. Ele considera-a chata e mimada. Achais que um casamento pode ser feliz assim?

- Se cancelássemos o casamento Victoria nunca mais falaria connosco. Ela está ansiosa.

- Mais vale magoa-la agora do que depois de casados.

- Não podemos cancela-lo, Esme. O acordo já está assinado. Eles vão casar quando Victoria fizer dezoito anos. O Duque está de acordo, todos estão na verdade. E Emmett vai acabar por gostar dela, vai perceber que ela tem algumas qualidades para além dos óbvios defeitos que todos sabemos que tem.

Esme suspira.

- Se essa é a vossa decisão, eu aceito. – responde aninhando-se nos cobertores para dormir.

- Aceitais, mas não gostais dela. – repara Carlisle.

Esme abre os olhos.

- Eu só quero ver a nossa filha feliz e o Emmett feliz também.

Carlisle abraça-a e puxa-a para mais perto dele.

- E eles vão ser. Tão felizes como nós.

..........

Emmett caminha até aos aposentos do pai. Os pensamentos ocupados com a bela Rose, como têm estado desde que a viu na tarde anterior.

Assim que chega junto da porta ouve a voz do pai e a voz da rainha, deixa-se estar a ouvir.

- Majestade, quanto mais depressa se fizer o casamento melhor é para todos. – insiste Aro.

- Não vejo para quê tanta presa. – continua Esme. – Ficou acordado que eles casariam quando a minha filha tivesse dezoito anos.

- Majestade, ela já tem dezasseis, foi a idade com que Vossa Majestade casou. – lembra Aro.

- O que não indica que a minha filha tenha de casar com a mesma idade. Ainda é muito jovem.

- Majestade, precisais de ter um neto, ela é a vossa única filha tem de garantir a sucessão.

Esme olha para a janela pensando onde estará a sua outra filha que desapareceu há dezoito anos.

- Ainda só tenho trinta e seis anos, Vossa Graça. – diz Esme séria. – Espero viver ainda muitos mais.

- Também o espero, Majestade. De qualquer forma, temos de nos precaver.

- Vossa Graça, a minha filha casará aos dezoito anos e será muito a tempo. – Esme levanta-se pondo fim à conversa.

Nesse instante Emmett entra no quarto, farto de ouvir a sua vida discutida nas costas dele.

- Majestade. – faz uma vénia.

- Filho. – Aro levanta-se. – Estávamos mesmo agora a falar sobre o vosso casamento e em como o devíamos apressar.

Esme olha para o Duque com uma sobrancelha levantada.

- Parece, Vossa Graça, que ficou decidido que não haveria qualquer adiantamento. – lembra séria.

- Pois ficou, senhora. Mas como o meu filho está aqui, poderíamos escutar a opinião dele.

Emmett olha para a rainha e para o pai.

- Eu caso quando Vossa Majestade desejar. – responde educadamente.

Esme olha para o Duque que tenta disfarçar a fúria pela resposta do filho.

- Então eu desejo que o casamento se realize apenas quando a minha filha tiver dezoito anos. E fim da conversa.

Dirige-se para a porta que é aberta por um guarda e sai.

O Duque e o filho levantam-se da vénia que tinham feito.

- Que vos passou pela cabeça para dardes uma resposta daquelas? – pergunta agora já não escondendo a sua irritação.

- Só disse a verdade. E sabeis que não desejo casar com a princesa Victoria.

- Não me importa os vossos desejos. Ides casar e ponto.

- Então que seja só daqui a dois anos como está estipulado.

- Quanto mais depressa melhor.

- Porquê, pai?

- Porque quero que sejais rei.

- Os reis ainda são novos. Espero que vivam muitos anos. Não desejo ser rei já.

- Mas eu desejo que sejais.

- Não me importa. E o rei serei eu, não vós. Portanto não penseis que me podeis dar ordens.

Vira-lhe as costas e sai batendo com a porta.

Vai em passos rápidos até aos estábulos, pede que lhe selem um cavalo e parte a galope. Só se apercebe para onde está a ir quando vê as casas da vila cada vez mais próximas.

- Não, eu não posso ir ter com ela. – murmura.

Apesar disso continua.

Assim que chega perto da vila vê-a, a bela Rose a dançar no meio de um campo com outras raparigas. Ela é a mais bonita. O vestido ondula em volta dela e o cabelo vai para um lado e para o outro à medida que mexe a cabeça ao som da música tocada por um rapaz que está sentado numa pedra com uma flauta.

Emmett observa-a com toda a atenção. É o espetáculo mais bonito que já viu, apesar de ter visto vários na corte.

Quando a música acaba Rose afasta o cabelo do rosto e o seu olhar cruza-se com o olhar de Emmett.

Ao ver que ela olha para ele faz-lhe sinal com a mão para se aproximar.

Rose caminha pela erva até chegar perto dele.

- Que fazeis aqui, senhor? – pergunta, apesar de estar feliz de o ver.

- Vim dar um passeio a cavalo. – responde sorrindo. – E assim que vos vi decidi dizer-vos um olá. Dançais lindamente.

Rose cora satisfeita pelo elogio.

- Obrigada.

- Sois a que dança melhor delas todas.

Rose cora ainda mais. Ele reparou nela apesar de estar no meio de outras raparigas.

- Estamos a ensaiar para as festas da aldeia. – responde. – Daqui a uma semana vêm cá músicos e podemos dançar a noite inteira.

Emmett ri.

- Na corte dançamos quase todos os dias a noite toda. – diz.

- A sério? – Rose está espantada. – Dançam todas as noites?

- Quase todas.

- Deve ser tão bonito. – murmura sonhadoramente.

- Mas não é essas danças que estáveis a dançar, são umas mais elaboradas e dança-se sempre a pares.

- Deve ser tão bonito. – repete.

- Seria mais bonito se vós estivésseis lá.

- Nunca vou poder estar na corte. – murmura.

Emmett passa-lhe a mão no rosto.

- Nunca digais nunca. – murmura.

- Rose! – ouve-se chamar.

Rose vira-se.

- É o meu irmão. – diz. – Tenho de ir. Adeus.

- Adeus. – murmura Emmett resistindo novamente ao impulso de lhe perguntar quando se podem voltar a ver de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.