Chegou em seu quarto, Lisanna não estava mais lá, sorte da Heartfilia, sabia que iria sofrer algumas consequências por ter saído depois do trabalho com Loki. Lisanna não era fácil de se lidar. Precisaria ser forte para aguentar aquela albina. Mas por hora, estava livre dela, e agradecia aos Deuses por isso.

Sentou-se na cama procurando aleatoriamente algum livro para ler. A procura de alguma inspiração para escrever o seu próprio. Seu sonho sempre fora ter algum livro famoso, de contos românticos e encantados. Mesmo sabendo, que não existia magia e nunca poderia usar a mesma. As vezes queria viver em um de seus livros encantados.

Leu um livro que fazia bastante sucesso nas livrarias. Olhou para a noite, o céu extremamente escuro, pintado com o brilho prateado das estrelas. A lua cheia dava a graça de seu ar. Era uma noite romântica. Ótima para inspirar-se e escrever alguma coisa.

Com um tinteiro e pena, se sentindo como aqueles antigos escritores cheios de ideias, e pensamentos aleatoriamente encantadores, começou a escrever algumas coisas, com suas letras cursivas e caligrafia impecável. Sua letra preenchia o papel em branco a sua frente, enquanto um sorriso nascia em seus lábios a cada ideia nova que tinha.

Perdeu a noção do tempo, enquanto escrevia, mas foi subitamente arrancada de seus pensamentos e ideias mirabolantes românticas pelo barulho irritante das dobradiças da porta, alguém entrava em seu quarto e não precisaria ser um gênio para descobrir que era sua companheira de quarto, Lisanna. Colocou a pena suja de tinta novamente no tinteiro e virou-se para encarar a carranca furiosa estampada no rosto da garota.

Quase arrepiou-se com o olhar da menina, mas não daria aquela graça a albina. Tratou de tentar colocar um sorriso em seu rosto, um sorriso hospitaleiro, mas por dentro se controlava para não socar a albina.

– Heartfilia, o que eu lhe disse sobre chegar perto do meu Loki, sua desgraçada filha da puta? - perguntou a albina apertando o punho que formara em suas mãos.

– Lisanna, eu tive que fazer um trabalho com ele – respondeu à loira, com toda a boa educação que poderia residir em seu corpo depois de olhar para a face daquela... Daquela albina.

– Querida, eu não lhe perguntei nada! – pegou a loira pelo cabelo jogando-a na cama. Lucy foi pega de surpresa e albina era forte. Forte quando estava com raiva.

– Lisanna, o que...? – perguntou ao ver Lisanna pegando seus papeis em cima da mesa, o tinteiro brincando em suas mãos, e derramando sobre as milhares de folhas que havia escrito seus romances. Porra aquilo deu trabalho.

– Ingênua, com seus romances. São idiotas! Homem invisível? Princesa presa na torre? O que é isso Heartfilia? – agora rasgava as folhas que ainda não haviam sido manchadas pela pouca tinta, rasgava uma a uma.

Lucy derramava suas lágrimas. Seu trabalho havia sido perdido. Ela tinha feito muito daquilo. Deu seu tempo e suor aquelas histórias, para Lisanna rasga-las assim!

– PARE! – gritou, tentando impedir a albina de fazer mais estragos em suas coisas. Poderia rasgar suas roupas, destruir seus calçados. Seu celular – talvez -, seu computador, mas suas histórias não!

– Não querida! – e depois de triturar o trabalho de anos da loira, pegou-a pelo cabelo, arrastando pelos corredores da escola. Estava tarde e os alunos estavam dormindo, e os poucos acordados não saíram de seus quartos para ver o que acontecia com os soluços incessantes da Heartfilia.

Sabiam que era Lisanna.

E ninguém se metia com a albina. Ela botava medos em muitos, enquanto fazia sua carrinha de santa para quem lhe interessasse.

Chegaram ao quinto andar. Lisanna soltou a loira contra o chão, fazendo a urrar de dor ao sentir suas costas presas naquele local.

– Agora querida, ninguém pode nos ver, esse andar é abandonado – falou o albina retirando um canivete de seu bolso, trancou a porta do andar e guardou a chave em seu bolso.

– Lisanna... o que...? – a Heartfilia tentou perguntar, mas a menina foi para cima dela, tentando prender seu pulsos, com o canivete em suas mãos – LISANNA! PARE!! – tentou tirar a albina de cima dela.

Deuses a força da mesma era grande de mais!

Um movimento errado e o canivete cortou um dos pulsos da loira, fazendo-a gritar com a dor repentina.

– Isso querida, grite – falou a albina, aproveitando o momento de distração da loira e cravando o canivete no ombro dela.

– AAARGHHHHH! – gritou, gritos em vão, que sumiriam dentro daquelas quatro paredes – NAATSUUU! – sua única alternativa era gritar pelo garoto que nunca viu. Que sempre estaria ali. Lisanna arqueou uma sobrancelha para aquilo, antes de tentar cortar novamente a menina.

– Lu... Cy? – uma voz soou de dentro de uma das salas. Lisanna assustou-se, Lucy reconheceu a voz.

– Natsu! – voltou a gritar, como se pedisse ajuda, em suplica.

Lisanna levantou-se com medo em um pulo.

– Eu tenho um canivete! – praguejou para a voz desconhecida.

– Não tenho medo – passos ecoaram pelos corredores, a voz sempre calma, parecia cantarolar uma canção qualquer.

– Fique longe! – gritou a albina com medo

– Lucy, feche os olhos, por favor – pediu a voz. Lucy estranhou o pedido, mas Natsu estava indo para lhe salvar, achou prudente fazer aquilo.

– Fique longe! – gritou mais uma vez a albina, com medo, os passos agora estavam dentro do cômodo e Natsu se mostrou. Em pé, na frente da albina – Aaaaaaahhhh! – gritou de medo, soltando o canivete no chão, o menino nem precisou fazer nada.

A albina pegou a chave de seu bolso e em desespero tentou abrir a porta. Conseguiu depois de incansáveis minutos. Correu pelos corredores, com medo.

Seu coração batia descontroladamente assustado ao se lembrar do rosado.

– Lucy – a voz soou no quinto andar – Não abra os olhos ainda, vou lhe ajudar – comentou o garoto.

Lucy sentiu um pano envolta de seus machucados, foram poucos, mas eram profundos. Ardiam. Teria que trata-los mais tarde.

– Natsu, cante, por favor – comentou a loira, ainda de olhos fechados, obedecendo ao garoto.

I hate feeling like this

I'm so tired of trying to fight this

I'm asleep and all I dream of

Is waking to you

Tell me that you will listen

Your touch is what I'm missing

And the more I hide I realize

I'm slowly losing you

Comatose

I'll never wake up without an

Overdose

of you

Eu odeio me sentir assim

Eu estou tão cansado de tentar lutar assim

Eu estou dormindo e tudo que sonho

É acordar com Você

Diga-me que Você me ouvirá

Seu toque é o que está me fazendo falta

E quanto mais eu escondo, eu percebo

Eu estou perdendo Você lentamente

Em estado de coma

Eu nunca irei levantar sem uma

Overdose

De Você

A voz começou a soar no cômodo, embriagando-a. Lucy sentia-se cansada e queria dormir. Nos braços de seu salvador, que cuidava de seus machucados. Seus olhos fechados começavam-se a pesar.

I don't wanna live

I don't wanna breathe

'Less I feel you next to me

You take the pain I feel

Waking up to you never felt so real

I don't wanna sleep

I don't wanna dream

Cause my dreams don't comfort me

The way you make me feel

Waking up to you never felt so real

I hate living without you

Dead wrong to ever doubt you

But my demons lay in waiting

Tempting me away

Oh how I adore you

Oh how I thirst for you

Oh how I need you

Comatose

I'll never wake up without an

Overdose

of you

Eu não quero viver

Eu não quero respirar

A não ser que eu sinta Você ao meu lado

Você alivia a dor que sinto

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Eu não quero dormir

Eu não quero sonhar

Porque meus sonhos não me confortam

Do jeito que Você me faz me sentir

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Eu odeio viver sem Você

Morto erroneamente por sempre duvidar de Você

Mas meus demônios posicionam-se em espera

Tentando-me a me afastar

Oh como eu adoro Você

Oh como eu tenho sede por Você

Oh como eu preciso de Você

Em estado de coma

Eu nunca irei levantar sem uma

Overdose

De Você

Aquela voz era ótima para acalma-la, tirar-lhe os temores. Não sabia se era a música, ou se era quem cantava. Só sabia que precisava de mais.

I don't wanna live

I don't wanna breathe

'Less I feel you next to me

You take the pain I feel

Waking up to you never felt so real

I don't wanna sleep

I don't wanna dream

Cause my dreams don't comfort me

The way you make me feel

Waking up to you never felt so real

Breathing life

Waking up

My eyes

Open up

Comatose

I'll never wake up without an

Overdose

of you

Eu não quero viver

Eu não quero respirar

A não ser que eu sinta Você ao meu lado

Você alivia a dor que sinto

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Eu não quero dormir

Eu não quero sonhar

Porque meus sonhos não me confortam

Do jeito que Você me faz me sentir

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Respirando vida

Despertando

Meus olhos

Abrem

Em estado de coma

Eu nunca irei levantar sem uma

Overdose

De Você

Realmente não entendia como as músicas ficavam tão bem quando Natsu cantava. Será que ele expressava nas músicas o que sentia? Muitos faziam isso. Mas se era isso que ele sentia... Nossa...

I don't wanna live

I don't wanna breathe

'Less I feel you next to me

You take the pain I feel

Waking up to you never felt so real

I don't wanna sleep

I don't wanna dream

Cause my dreams don't comfort me

The way you make me feel

Waking up to you never felt so real

Oh how I adore you

Waking up to you never felt so real

Oh how I thirst for you

Waking up to you never felt so real

Oh how I adore you

The way you make me feel

Waking up to you never felt so real

Eu não quero viver

Eu não quero respirar

A não ser que eu sinta Você ao meu lado

Você alivia a dor que sinto

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Eu não quero dormir

Eu não quero sonhar

Porque meus sonhos não me confortam

Do jeito que Você me faz me sentir

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Oh como eu adoro Você

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Oh como eu tenho sede por Você

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Oh como eu adoro Você

O jeito que Você faz eu me sentir

Acordando com Você, eu nunca me sentiria tão real

Era incrível. Por que ela também sentia aquilo. Aquilo em relação a ele.

Mesmo com somente algumas conversas, sem ela nunca ter visto o rosto dele, somente com ele vendo-a agora.

Como dizer. Acabara de descobrir que estava apaixonada por alguém que nem conhecia.

Esticou a mão, a procura da face do garoto, não podia vê-lo, mas poderia sentir.

Passou a mão pelo rosto do menor, sentindo-o.

Natsu tocou a sua mão, terminando o último ferimento.

– Obrigada Natsu – agradeceu-o, em uma voz fraca, deixando o sono começar a embalar sua mente.

– De nada Lucy – beijou-a na testa, em um carinho e afeto. Adormeceu nos braços do garoto desconhecido, mas que ela sentia que conhecia de algum lugar.

Mesmo que pudesse ser de uma vida passada.

‘Queria poder dizer que te amo.’ – pensaram os dois.