Kid pegou sua mochila e saiu correndo da sala junto aos outros pobres rapazes. Luffy, Ace, Law e Zoro, assim como o ruivo, tentavam, a todo custo, salvar suas vidas e seus corpos intactos. Atrás, vinha uma multidão de garotas com caixas de chocolate nas mãos e desejos nada apropriados nas mentes impuras. Até que chegaram numa encruzilhada.

– Desde quando tem uma encruzilhada na escola?! – Kid questionou, desacreditado.

– Desde sempre, Eustass-ya. – Law respondeu, tomando fôlego.

– Nós devíamos estar mais preocupados com aquilo. – Ace apontou para o corredor da frente, que estava entupido de garotas.

– OOOOOOOOOH! – Luffy berrou – TEM DAQUELE LADO TAMBÉM! – O corredor da esquerda estava na mesma situação.

– Idiota, não grite! – Zoro replicou, mas já era tarde. Estavam cercados – Merda...

– Vocês são mesmo idiotas! – Nami e Bonney exclamaram, irritadas. Junto delas estavam Vivi, Robin e Caimey.

Elas estavam saindo do corredor esquerdo e indo para o direito, cada uma agarrando o pulso de um garoto e puxando com todas as forças. As garotas "não oferecidas ou psicóticas" do colégio também sofriam com a bagunça. No fim, Nami arrastava Kid, Bonney puxava Law, Vivi levava Ace, Zoro era guiado por Robin, e Caimey tentava levar Luffy. A corrida só acabou quando saíram da escola. Dali em diante, era cada um por si.

– Vivi-chan, você me salvou! – Portgas anunciou, abraçando a menina, que corou feito pimentão – Deixa eu te levar pra sua casa, em forma de agradecimento? – Pediu, manhoso.

– E-Eu... – Ela gaguejou, porém não saiu nada.

– Ela aceita! – A ruiva respondeu por ela.

– Nami-san! – A azulada exclamou, corada.

– Yosh, está decidido! Vejo vocês amanhã! – O sardento se despediu com um grande sorriso, levando consigo a azulada.

– Certo, eu vou pra casa. – A rosada disse, se despedindo – Tentem não morrer até amanhã.

– Quem devia estar ouvindo isso é você, Jewerly-ya. – Trafalgar replicou, acompanhando a garota, uma vez que os dois moravam no mesmo prédio.

– Zoro, Robin, Caimey, Nami, Kid! Vamos festejar? – Monkey perguntou, animado.

– Festejar o quê?

– O fim do Dia de São Valentim.

– Vão vocês, eu tenho algumas lições pra fazer. – Nami desculpou-se.

– Eu tenho mais o que fazer e não estou a fim de aguentar Roronoa enchendo a cara. – Eustass rosnou, de mau humor, como sempre.

– Então até amanhã! – O moreno se despediu, arrastando Caimey e Zoro, enquanto Robin os seguia.

O0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0O

Kid chegou em casa exausto. Jogou a mochila no sofá e foi tomar um bom banho. Jogou a roupa suja na cesta sem qualquer cuidado, ligou o chuveiro e entrou debaixo. A água fria percorria seus músculos definidos, relaxando-os. Fechou os olhos e aproveitou a sensação de ser acariciado por pequeninas gotas (Leitoras morrendo com as imagens mentais em 3... 2... 1...). Sua calma não durou. Logo a imagem dos olhos chocolates de Nami tomaram conta de seus pensamentos.

– Maldita pirralha. – Ele resmungou.

O0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0O

– Atchim! – O espirro de Nami ecoou pela sala, mesmo com a TV ligada.

– Está gripada, Nami? – Nojiko questionou, preocupada.

– Acho que alguém está falando mal de mim...

– Alguém ou um ruivo específico? – Lógico que ela não ia deixar a chance de alfinetar a irmã.

– Cale a boca!

O0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0o0O

Eustass colocou uma calça qualquer e dirigiu-se a sua mochila. Ia tirá-la dali e jogar em qualquer outro canto. Pretendia deixa-la lá até segunda, quando precisasse. Pegou um das alças, porém s absteve ao notar o zíper um pouco aberto. Ele sempre fechava o zíper completamente, não tinha como ter se esquecido de fechar e não abriria sozinho. Abriu a mala por completo, descobrindo, surpreso, um pacote laranja.

– O que inferno é isso? – Questionou-se, até reparar num papel colado numa das laterais do que parecia ser uma caixa pequena embrulhada. Tirou o objeto de lá e pegou o papel que dizia:

"Ficar olhando e se perguntando o que é não vai te ajudar, ruivo estúpido. Que tal abrir? Já experimentou?"

– Esse sarcasmo só pode vir de uma pessoa... Aquela pirralha, até parece que vou cair nessa! – Disse e largou a caixa no sofá, seguindo para seu quarto. Trancando-se lá até a noite.

Ficou por lá mexendo na internet, até entrar no MSN (Sim, eu sou desse tempo. Aliás, faz um bom tempo que eu não uso, então não lembro direito como é, então inventei qualquer coisa e tá bom, né?) e ver que Nami estava online. Resolveu conversar com a ruiva insuportável, ainda que acabasse em briga, como toda e qualquer conversa deles.

(20:30) Kid disse:

Hey, pirralha.

(20:32) Nami disse:

O quê você quer?

(20:33) Kid disse:

Foi você que me mandou aquela caixa?

(20:33) Nami disse:

Que caixa?

(20:34) Kid disse:

Não se faça de desentendida, pirralha! Eu sei que foi você!

(20:37) Kid disse:

Pirralha?

(20:40) Nami disse:

Se você sabe, por que pergunta?

(20:41) Kid disse:

Espero que você vá para o inferno quando morrer!

(20:45) Nami disse:

A gente se vê lá então.

(20:47) Nami disse:

Idiota. Abra logo aquela porcaria ou jogue no lixo, não importa.

(20:48) Nami está off-line.

– Qual é a dela com esse mistério todo? Bateu a cabeça ou algo assim?

Como esperado de qualquer ser humano, uma vez que humanos são extremamente curiosos e sua curiosidade não deve e nem pode ser desprezada, o ruivo voltou correndo, embora não admitisse nem sobre tortura, para a sala e pegou o pacote. Abriu sem cerimônia e viu que tinha outro papel, que leu rapidamente.

"Se você está lendo isso, significa que alguém ou alguma coisa atiçou sua curiosidade ao ponto de abrir o pacote. E, putz, se realmente está lendo, tenha certeza que estou prestes a me humilhar, mesmo que por escrito. Eu fiz esse bolo de chocolate meio amargo, já que você não é muito fã de doces. E sim, pensei nisso. Eu não disse que era humilhante?

A verdade é que eu gosto de você. Não sei como nem quando isso começou, mas começou. Lembra-se do que eu disse mais cedo? Então como você é burro, vou explicar de um jeito que você entenda:

EU GOSTO DE VOCÊ.

Agora que esclareci isso, deixe-me avisar: Vou negar tal coisa até o fim dos meus dias. Então, já que você não faz a menor ideia de como é gostar de alguém, vamos viver nossas vidas como antes, certo? Finja que isso não aconteceu. Nem aquilo na praça.

Nami."

– Aquela pirralha... – Kid resmungou, um sorriso surgindo nos lábios carmesim enquanto devorava o bolo com grandes mordidas – Ela ainda conseguiu deixar doce.