Acordo logo cedo. Levanto da cama e olho no espelho. Meu cabelo loiro estava muito maior do que eu costumava deixar, mas era melhor assim, isso me dava um charme a más.

Esse era o primeiro dia de escola do ano, e eu, como o mais popular, tinha que cuidar da minha aparência... tá, a quem que eu estou enganando? Eu nunca me preocupei com nada disso. Pra mim, vaidade é coisa de menina, e, falando nelas, mal posso esperar pra voltar pra escola e ouvir a voz irritante de Sakura, minha melhor amiga, a quem meio que... gosto desde que a conheço mas nunca ela quis ser mais do que amiga.

Por ser o mais popular, eu tenho várias garotas aos meus pés. Mas isso me enche o saco. Elas me querem por que sou o mais rico e mais popular, e não pelo que eu sou. E isso é o que mais me dói..

–Bom filho, está pronto para o primeiro dia- minha mãe, Kushina, tinha acabado de invadir o quarto, e como sempre, sem aviso prévio.

–Bom dia. Mãe quando a senhora vai aprender a bater?- perguntei a vendo sorrir.

–Nossa, que mau humor, e eu que achei que era eu que mudava tão rápido de personalidade. E é bom tomar banho logo, pois eu vou te deixar no colégio- ao ouvir aquilo eu surtei

–Como é que é? Mãe o que pensa que eu sou, um bebê?- quase gritei

–Cuidado com o tom que fala garoto. Grita mais uma vez e eu arranco sua língua- minha mãe costumava fazer ameaças como essas. Por sorte ela nunca cumpriu nenhuma.

–Desculpa, mas eu já tenho 17 anos e meu pai me deu um carro de presente, a senhora poderia pelo menos me deixar dirigir- eu sabia que não iria convencê-la, mas eu tinha que tentar.

–Tudo bem- como é que é? Minha mãe, cedendo sem discutir? Não acreditei.

–Peraí, tudo bem?- quis ter certeza do que eu tinha ouvido.

–Claro.- respondeu apenas.

–Então posso ir sozinho, dirigindo?

–Sim, eu já disse- aquilo não fazia sentido. Tinha algo errado, mas preferi não dizer nada e aproveitar.

Depois da nossa conversa, tomei um banho e me vesti. Depois desci até a cozinha, onde meu pai estava tomando café, enquanto lia um jornal:

–Bom dia Naruto. Vejo que sua mãe já lhe acordou- falou ele, dobrando o jornal e o colocando encima da mesa.

–Na verdade, eu me adiantei dessa vez. Mas falando nela, o que foi que deu na minha mãe?- talvez meu pai soubesse o motivo.

–Nada, pelo menos não que ela tenha me contado.- meu pai sempre foi um cara alegre e compreensivo. Diferente da minha mãe, que tinha uma personalidade explosiva. Não sei como um casal tão diferente podem dar certo.

Resolvi deixar o assunto pra lá. Tomei meu café da manhã, peguei minhas coisas e fui até a garagem, onde peguei meu carro, liguei e me dirigi até a minha escola.

Essa rotina eu já havia me acostumado. Eu moro em Konoha desde sempre, e nunca mudei de escola. As vezes era chato sempre ficar no mesmo lugar, olhar os mesmos rostos todos os dias. Só minhas viagens de férias que quebravam essa rotina. Mas as férias tinham acabado, e agora lá vou eu enfrentar mais um ano de escola. Ainda bem que é o último.

Entrei no estacionamento subterrâneo da escola, onde fui até a vaga que parecia sempre está reservada pra mim. Logo no estacionamento, encontro um dos meus amigos:

–E aí Sasuke, tudo beleza- falei o cumprimentando.

–Mais ou menos, mais piorou muito assim que eu te vi.- ele sempre era assim, frio. Mas eu sabia que ele era um cara legal.

–Caramba, é assim que recebe seu melhor amigo? Não vai nem perguntar como foi minhas férias?

–Pra falar a verdade, não. Você sempre responde a mesma coisa: “Nada demais, eu só viajei pra paris, milão, Canadá, Barcelona...”, sua vida só se resume a isso- ele fala com um tom de voz ríspido.

–Naruto, Sasuke, tudo bem?- era shikamaru, mais um dos meus amigos. Todo mundo gostava dele, pois, além de também participar do time de basquete assim como eu, era super inteligente e sempre era simpático com qualquer um. Que pena que era tão preguiçoso e sua voz sempre saía quase como um bocejo.

Eu respondi e o cumprimentei com um aperto de mão. Sasuke aproveitou pra sair dali sem se despedir:

–Você não cansa de andar com esse cara?- perguntou shikamaru, se referindo a sasuke.

–Vai começar a criticar minhas amizades agora? Achei que você não era esse tipo de pessoa.

–Eu não sou, mas também, tudo tem limite não acha?- ele fala como se nunca tivesse visto o sasuke agir assim.

–Deixa pra lá, vamos, nossa aula já vai começar.

Nós dois então começamos a andar rumo a nossa sala de aula, que obviamente, nós dois já estávamos cansado de saber onde se encontrava. No caminho, nós íamos conversando sobre nossas férias e os assunto maçantes de sempre.

Eu estava tão distraído com a conversa, que nem percebi a pessoa que vinha em minha direção e esbarrou em mim com tudo:

–Tá maluca não olha por onde...- assim que comecei a falar isso, me deparo com uma garota diferente de tudo que eu já vi- anda.

–Desculpa- falou ela, com uma voz suave que até parecia o canto de uma sereia.

Eu conhecia todas as garotas dali, mas aquela eu nunca tinha visto. Ela tinha uma pele incrivelmente pálida, mas isso só a deixava ainda mais bonita. Seus olhos eram como duas pérolas brilhantes, que pareciam ter me hipnotizado no momento em que os fitei. Seu cabelo curto, meio azulado e sua boca pequena e bem modelada, a deixavam com uma beleza surreal. Era como se eu tivesse me deparado com uma jóia inestimável, mas meu devaneio foi interrompido com alguém limpando a garganta alto, me tirando do transe.

Continua