"É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado." - Guimarães Rosa

P.O.V. Lia

Urgh! Existe algo pior que segunda-feira? Não! Claro que não. Não me pergunte de onde vem esse ódio só sei que eu odeio segunda-feira.

– Lia você tá escutando?

– Claro que não, Ju! - Fatinha zombou. - Ela tá pensando no anjo, né? - Ela completou me fazendo revirar os olhos.

– Urgh! Vocês podem encher o saco de outra pessoa? - Perguntei irritada.

– Nossa! Tá de mal humor? - Ju perguntou "angelical".

– Hoje é segunda-feira queridinha. - Ironizei.

– Odeio quando você me chama de queridinha. - Ju bufou.

– Só vamos logo pra sala ok? - Elas assentiram.

Entramos na sala e a maioria dos alunos já estavam ali e uma aluna nova que estava praticamente se jogando no colo do Vitor.

– Acho que vai dar problema. - Fatinha comentou com a Ju.

– E eu tenho certeza. - Eu rebati.

Tentei chamar atenção da novata que parecia muito entretida com a conversa do Vitor, que nem percebeu que eu cheguei.

–Oh queridinha. - Praticamente gritei e ela se virou me olhando com desprezo.

– Luana! - Ela rebateu.

– Luana o quê? - Perguntei confusa.

– O meu nome.

– Tanto faz. - Dei de ombros.

– Te conheço? - Ela continuou me olhando com desprezo.

– Graças a Deus não! - Eu disse e ela fez uma careta.

– Qual o seu problema garota? - Urgh! Odeio a voz dela.

– Meu problema?! É que você tá sentada no meu lugar.

– Engraçado, eu não vi seu nome aqui quando cheguei.

– Você é tão engraçada que me deu câncer. - Ironizei.

– Eu não vou sair daqui porque eu quero sentar perto do Vitinho. - Revirei os olhos.

– Porque você não senta logo no colo dele?

– Se você quer tanto sentar aqui porque não me tira?

– Ok! Todo mundo viu que foi você que pediu. - Eu disse e puxei ela que caiu sentada no chão e eu só coloquei minha bolsa na carteira e sentei como se nada tivesse acontecido.

– OLHA AQUI SUA... -Ela levantou revoltada, não sei porque eu só fiz o que ela pediu.

– Meus amores o que tá acontecendo aqui? - Robson entrou.

– Essa garota me agrediu. - Ela apontou pra mim.

– Eu não fiz nada além do que ela me pediu. - Levantei as mãos e alguns alunos riram.

– Vou pedi que as duas me acompanhem. - Ele disse eu me levantei revirando os olhos.

**

– Lia, de você eu não esperava um comportamento desses. - Mathias lamentou.

– Eu só fiz o que ela pediu Mathias. - Me defendi.

– Dessa vez vai passar, mas na próxima é suspensão. - Eu assenti. - Já pode se retirar.

– Ok. - Sai da sala e a Fatinha e a Ju estavam me esperando.

– E aí? - Elas perguntaram em uníssono.

– Não deu em nada, mas ele disse que na próxima é suspensão. - Revirei os olhos. - Urhg! Foi aquele pdp que me provocou e eu quase me ferrei.

– Pdp? - Ju perguntou confusa.

– Projeto de Periguete. - Fatinha respondeu rindo.

– Lia posso falar contigo? - Vitor perguntou com aquele sorriso lin... Concentração Lia! Você consegue!

– Claro. - Disse tentando ser o mais fria possível.

– Eu e a Fatinha nós vamos conversar com o Gil. - Ju disse puxando a Fatinha.

– Não vai dar um abraço no seu amigo? - Ele abriu os braços.

– Porque você não pede a aquele pdp? - Tudo bem, eu disse isso sem pensar e ele começou a rir.

– Você tá com ciúme da Luana?

– Claro que não! Porque eu estaria? - Disse rápido de mais. OK! Eu preciso aprender a mentir.

– Não precisa ter ciúme dela, Lily. - Ele disse se aproximando com aquele sorriso de canto.

– EU.NÃO.TÔ.COM.CIÚME. - Berrei.

– Ela é minha ex, meu passado. - Ele continuou se aproximando.

– Ex que tá muito afim de ser a atual! - Rebati e empurrei ele.

– Mas a minha atual vai ser você. - Ele disse e suou tão fofo que sem pensar...

Eu beijei ele, meu coração acelerou. Passei a mãos pelos seus cabelos e ele enlaçou minha cintura de forma possessiva. Nossas línguas dançavam quando faltou o ar nos separamos ele colou nossas testa eu sentia sua respiração ambos estávamos ofegantes. Foi um beijo diferente dos outros. Dessa vez foi eu que o beijei, ele não precisou roubar um beijo. E também foi melhor que os outros. Fecho meus olhos tentando não aceitar que está acontecendo de novo e dessa vez está mais forte, eu estou me apaixonando pelo motoqueiro encantado.

– Hey? Abre os olhos? - Ele passou a mão pelo meu rosto.

– Eu tô com medo.

– Não precisa ter medo. - Ele me deu um selinho. - Eu vou te proteger sempre.

– Ou você me machuque.

– Eu nunca vou te machucar, você é a minha pequena. - Ele disse me fazendo abrir os olhos. - Dessa vez eu não vou te pedi em namoro, não vou te pressionar. Vamos deixar acontecer ok? - Eu assenti. - Eu tô gostando muito de você. - Ele disse e me deu um selinho.

– Eu também tô gostando muito de você.

– Quer que eu te leve em casa?

– Você tem uma entrevista emprego, não pode se atrasar. Eu volto com a Ju.

– Ok. - Ele me abraçou.

– Então eu vou indo. - Eu disse e ele me deu um selinho.

– Lia! Espera! - Ele me puxou. - Eu acho que estou me apaix...

– Finalmente acordou né marrentinha? - Fatinha disse me abraçando, urgh eu vou matar ela, logo quando ele ia falar.

– Tchau Lily! - Ele me deu outro selinho. - Tchau Fatinha. - Ele abraçou ela e saiu.

– Então vocês tão namorando?

– Eu vou te matar! - Berrei.

– O que eu fiz?

– Quando ele ia falar, você tinha que interromper!

– Foi mal! É que vocês tavão a um tempão se agarrando ai e tava muito meloso. - Ela disse e riu da careta que eu fiz. - Mas enfim estão namorando?

– Não, agente vai deixar rolar. Ele vai esperar meu tempo.

– Own! Que fofo! - Ela disse me abraçando. - Mas ainda é uma burrada não aceitar namorar com o anjo. - Eu só revirei os olhos.
Fatinha sempre será a Fatinha.