London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 32
Esquecer ou torturar


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas! Olhem, eu não sei o que aconteceu, eu tinha postado esse capítulo uns dias atrás e apareceu que eu não tinha postado '-' não entendi nada, então aqui estou eu uyhsuhsuhs
Esse capítulo é narrado pelo Henri, espero que gostem :)



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Henri

Já havia se passado dois dias. Dois dias. Pareciam horas e talvez semanas desde que eu a vira pela última vez bem a minha frente com lágrimas encharcando lhe o rosto totalmente triste e derrotado. Essa era uma boa palavra para explicar como ela estava. Derrotada. Não apenas ela como eu também, a pessoa que só queria o bem para nós dois, mas que fui chutado daquela forma. Droga, eu nem deveria estar pensando nela. Scarlet me deu um fora por causa de Tom e disse que não me amava, então, eu tinha que esquecer e seguir em frente.

Não que isso fosse acontecer da noite para o dia.

– Ei, Romeu, se continuar com essa coisa que você chama de cara parecendo um zumbi, eu juro que interno você agora mesmo. – disse Will deitado no sofá de minha casa. Havia um pote recheado com pipoca bem ao lado dele e estava com o sapatos calçados como se não soubesse que eu odiava isso.

– E se você continuar com esses sapatos em cima do meu sofá, eu corto seu pé fora enquanto dorme. – ameacei. Ok, sou um pouco maníaco por limpeza, mas isso não vem ao caso.

Resmungando algo que não entendi, Will arrancou os tênis de seus pés e os jogou num canto da sala próximo à porta do banheiro do andar de baixo.

Nem me lembro muito bem o que Will estava fazendo em minha casa naquela tarde, apenas de que ele apareceu de uma hora para a outra e disse que precisávamos conversar. Apesar de estar irritado na maior parte do tempo e não querendo falar com ninguém, gostava de ter ele em minha casa animando o espaço que costumava ser animado. Will conseguia me tirar do mau humor apenas com uma frase, coisa que realmente eu precisava antes que fosse diagnosticado com irritabilidade aguda.

Claro, isso nem existe. Will que criou o nome assim que me viu ao abrir a porta.

– Olha, eu sei que você anda meio de TPM por causa da Scar e...

– Será que tem como não falar o nome dela aqui? – interrompi jogando uma almofada nele. Droga, eu não queria me lembrar dela, pelo menos não hoje.

– Vamos ser realistas, você quer falar sobre ela. – ele deu tapinhas amigáveis no sofá bem ao seu lado, porém continuei de pé e de braços cruzados o encarando com uma carranca que daria medo em qualquer um. Ao perceber que eu não sentaria ao seu lado, ele bufou. – Poxa, você está mesmo de TPM. Olha, cara, você já me contou o que aconteceu com vocês dois, mas não acho que seja verdade a última parte do que ela falou. Ela parecia mesmo gostar de você. Outro dia, eu até falei com ela sobre vocês e...

– VOCÊ O QUE? – berrei fazendo-o se assustar e o pote ao seu lado simplesmente voasse e toda a pipoca se espalhasse por todo meu sofá.

Ótimo. Agora eu deveria ser mesmo um maníaco por limpeza.

– Ei, não me olhe desse jeito! A culpa é sua, margarida! – retrucou Will enquanto catava algumas pipocas à sua volta e colocando todas em sua boca. – Eu sabia que ia agir assim quando soubesse. – disse de boca cheia.

– É claro que eu ia agir assim! – exclamei catando algumas das pipocas e as jogando no pote em seu colo. – Mas que merda você disse para ela, Will?

Ele parecia pensativo encarando à televisão ligada, onde passava algum filme sobre vampiros que nunca vi na vida. Deveria se chamar “Blade” ou algo assim, porém não me importava. Não parecia que Will estava interessado no filme, era mais como se tentasse relembrar da cena em que conversara com Scar e me desse mais detalhes.

– Disse para ela não o magoar, porque você é o meu melhor amigo. – ele cutucou algumas pipocas ainda jogadas no sofá tentando esconder sua expressão triste. – Ela me prometeu que não faria isso. É por esse motivo que acho que não seja verdade o que ela disse sobre não amá-lo. Scar não é uma boa mentirosa, você deveria ter percebido.

– Não é uma boa mentirosa, mas é uma ótima atriz. – retruquei.

Deixando-o sozinho em minha sala, corri até a lavanderia do lado de fora para buscar uma vassoura para limpar as pipocas que caíram ao chão. Mas na verdade, me aproveitei do momento à sós para pensar sobre o que ele disse. Scar prometera à Will que não me magoaria, isso não parecia ser sério. Ok, eu nem ao menos conseguia imaginar ele dizendo uma coisa séria dessas para ela, então quem dirá que ela prometera isso depois do jeito que terminamos.

Suspirei enquanto pegava a vassoura e corria para a sala novamente encontrando um Will intrigado com o filme sobre vampiros. Por um segundo, tive que rir dele xingando o ator principal de burro ainda com pipoca em sua boca. Ele é naturalmente engraçado, isso deveria ser um crime. Eu daria de tudo para, pelo menos, ser sorridente daquela forma.

– Então você veio até minha casa para comer minha pipoca, deitar de sapatos no meu sofá e esfregar na minha cara que minha ex namorada mentiu quando me deu um fora?

Joguei-me no sofá entre as almofadas num local um pouco mais afastado dele, quem gargalhou alto ao ouvir minha pergunta. Colocou o pote com pipoca de lado e virou-se apenas pela metade do corpo em minha direção.

– Basicamente. – então começou a gargalhar novamente. – Ok, mentira. Eu vim, porque não quero mais vê-lo desse jeito, Henri, é muito depressivo. Você não é desse jeito, deveria pelo menos tentar falar com ela de novo ou... sei lá, conversar com Tom. Podia tentar fazê-lo mudar de ideia sobre você.

Franzi o cenho. Tom mudar de ideia sobre mim? Isso não aconteceria nem em um milhão de anos, não depois de nossa conversa em que eu disse que Scarlet não deveria o perdoar por causa do abandono. Bom, na verdade, não havia bem um motivo para ele me odiar daquela forma, afinal, qualquer pessoa normal já teria me entendido dias depois. E além do mais, lembro-me de Scarlet dizendo que Tom me achava irresponsável e inconsequente de meus atos. Ok, eu realmente não era o melhor exemplo de pessoa, mas irresponsável? Acho que não.

– Cara, ele não mudaria de opinião nem que eu pedisse de joelhos. Isso não vai acontecer.

– Quer ouvir a primeira coisa que eu pensei quando vi vocês dois juntos na casa dos gêmeos? – eu assenti, porém não tinha certeza de que queria saber mesmo. – Vocês se amam.

Ok, aquela havia sido a gota d’água. Irritado, joguei uma almofada com força extra na direção de Will não ligando muito para o fato de que todo o pote de pipoca havia virado de novo em meu sofá que costumava ser limpo até alguns minutos atrás.

– Droga, Will, chega disso! – esbravejei levantando-me do sofá de forma frustrada. – Eu não quero mais pensar sobre isso, nem ao menos que Scarlet existe! Foda-se o passado e sobre ela ser a madrinha da banda, eu só quero fingir que ela não existe e que eu não vou precisar mais vê-la, ok?! E você, não é para nem mencionar o nome dela na minha casa, então esquece isso de tentar reconciliar nós dois!

Will suspirou. Lentamente, ele tirou a almofada que eu usara para atingi-lo e colocou-a de lado. Ele não parecia mais tão brincalhão ou alegre como estava alguns segundos atrás, algo que me deixou preocupado. Ok, eu fui duro com ele falando daquela forma, mas estava cansado de lembrar de Scarlet e sobre meus sentimentos por ela.

Os quais ainda existiam.

Frustrado, passei as mãos em meu cabelo tentando me acalmar antes de sentar no sofá novamente perto dele. Will não tinha culpa de nada, eu não deveria culpar ele por tudo o que estava acontecendo e muito menos por ele tentar reconciliar a mim e Scar. Ele só estava fazendo seu papel de melhor amigo e eu sabia muito bem que adorava Scarlet.

– Ok, foi mal. – ele colocou o pote de pipoca de lado assim como fez com a almofada e colocou-se sentado no sofá da mesma forma que eu estava. – Sabe que eu gosto muito de vocês dois e... sei lá, só queria ajudar. Mas de longe eu posso ver que você está mal, Price. E não é pouco, você está muito mal. E acredite, eu não sou o único que percebeu isso, os gêmeos também estão preocupados.

Pendi a cabeça para trás de forma que eu encarasse o teto bem acima de minha cabeça. Claro que Zack e Noah perceberam a forma que eu estava, afinal, quando nos vimos um dia atrás, eu não falava com ninguém, apenas encarava à tela do celular apagada como se dele, algum milagre aconteceria.

– Você quer o que? Que eu admita que não aguento mais isso? – propus o observando sorrir. – Droga, Will. Sim, eu não aguento mais isso de fingir que ela não existe e de aceitar essa briga. Pronto, você conseguiu o que queria! Agora eu estou mais irritado do que já estava!

Bufei. Olhei na direção de meu amigo encontrando um Will mais surpreso do que achei que encontraria.

– Ei, calminha ai, margarida. – queixou-se. – Tudo o que eu quero é que você desabafe.

O encarei de forma indignada.

– Isso é sério? – Will assentiu. Poxa, ele acordou para me irritar hoje. – Ok, então você vai ouvir meu desabafo. Eu amo Scarlet White mais do que eu achei que amaria uma pessoa na vida. Mas no momento, queria poder atirar na testa dela por ter feito isso comigo. – respirei fundo tomando coragem para continuar. – E odeio o pai dela por não gostar de mim por motivo nenhum. E sinceramente? Acho até melhor ficar longe dela, porque não faço a menor ideia do que sinto de verdade agora.

O garoto a minha frente piscou algumas vezes, como se estivesse tentando engolir minhas palavras e entende-las. É, meu desabafo não tinha um exato sentido já que eu estava colocando para fora o que havia em minha mente. Entretanto, tudo era verdade. Minha cabeça estava uma bela confusão de sentimentos em relação a Scarlet White. O único porém era que eu não sabia se eram sentimentos bons ou ruins.

Provavelmente ruins.

– Margarida, você é tão confuso que até entendo porque essa garota não quer mais nada com você.

Nós nos entreolhamos antes de cair na risada, apesar de ele estar tecnicamente me insultando. Bom, eu já estava acostumado com as piadinhas de Will, tanto que as encarava como apenas uma piada sem maldade alguma.

– Você é um terror, William. – eu disse ainda rindo.

Porém, enquanto eu ria percebi que ele havia parado por um instante. Segui a direção em que seus olhos se focaram e encontrei minha televisão, onde na tela não passava mais o filme sobre vampiros e sim, uma espécie de noticiário sobre celebridades. A tela estava dividida em duas, onde no canto direito um repórter falava sobre alguma fofoca sobre namoro entre duas celebridades. Porém, o que me chamara atenção estava no canto oposto ao do repórter, onde uma outra foto dividida aparecia. Nelas, uma era uma foto minha e na outra, uma foto recente de Scarlet sorrindo.

Estavam falando sobre nós dois.

– Aumenta o volume! – eu praticamente implorei pulando para ao lado dele ficando mais próximo da televisão.

Algumas semanas atrás, rumores foram espalhados sobre um possível relacionamento entre um dos vocalistas da banda The blue, Henri Price, e a filha do importante empresário, Tom White, Scarlet White. Mas nessa sexta feira, os rumores foram acabados pela própria Scarlet, quem postou em sua página numa rede social dizendo que ela e Henri eram apenas amigos e que jamais tiveram nenhum tipo de relação sem ser amizade. Além disso, a atriz pediu desculpas às fãs que pensaram que os dois estavam juntos e que ela não passava de amiga e madrinha da banda. Será que ela estava falando sério? Os rumores ainda continuam, mas parece que Scarlet está bem decidida em acabar com todos eles, negando todo tipo de pergunta sobre o relacionamento que algumas fãs apelidaram de Harlet.”

Eu estava em choque. Por um segundo, eu estava mesmo pensando na possibilidade de tentar conversar com ela e perguntar se tudo o que me disse realmente era verdade. Mesmo que houvesse aquele mínimo ponto de raiva em meu peito, o qual eu não conseguia evitar de sentir por achar que Scarlet era uma pessoa totalmente diferente da que era. Porém, agora era certeza. Ela estava falando sério quando disse que não me amava e que não queria mais nada comigo.

Scarlet deixara seu pai mandar na vida dela daquela forma.

– Eu sabia. – murmurei mal conseguindo disfarçar o desapontamento, o qual se transformara em pura frustração ao perceber como fui tratado como trouxa. Por um único segundo, eu achei que ela estava mentindo naquela noite sobre não sentir nada por mim, mas agora não havia nem ao menos como negar. Ela já conversara até mesmo com a imprensa, se fosse admitir tudo teria contado a verdade. Mas não. – Eu sabia que ela estava falando sério.

Frustrado, levantei-me novamente do sofá tentando encarar qualquer coisa que não fosse a foto dela na tela de minha televisão e da repórter dizendo sobre nós dois. Era doloroso demais ver aquilo sem ter a menor ideia do que fazer ou agir.

Eu não sabia como Will estava reagindo com aquilo, pois minha atenção toda estava voltada para os pensamentos insanos que surgiram em minha mente totalmente voltados para o que estava acontecendo. Houve momentos em que eu queria apenas ligar para ela e ter uma conversa civilizada, porém lembrava-me da última vez que nos vimos e uma raiva súbita deixava-me fora de mim. Quem eu estava querendo enganar, não podia vê-la de novo. Precisava seguir em frente de algum jeito e esquecer que alguma vez ficamos juntos.

– O que você vai fazer agora? – ouvi a voz de Will perguntar. Ele deveria ainda estar sentado no sofá, pois sua voz vinha de um pouco longe.

Suspirei. É, Henri, o que você vai fazer agora? Deveria haver uma resposta na ponta de minha língua para aquela pergunta, porém assim que a ouvi, não fazia nem ideia de como começar a responder. A verdade era que eu não queria responder à aquela pergunta. O que eu faria a partir daquele momento? Talvez ignorá-la quando fossemos obrigados a nos ver durante premiações e outros lugares. Ignorar seu pai quando eu fosse para a gravadora. Ou simplesmente, fingir que nada daquilo aconteceu.

Lembrei-me de quando eu e a White nos conhecemos, naquela época eu não a estava tratando muito bem exatamente para evitar que um momento como esse acontecesse. Eu havia sido uma péssima pessoa, sendo frio e desagradável com ela no começo, então o que ela viu em mim? O que ela viu no garoto frio e irritante que não estava dando a mínima para ela?

Reorganizei os pensamentos e logo, uma resposta cabível me surgiu em mente.

– Vou fazer o que deveria ter feito antes, Will. – murmurei recobrando o folego para me virar e fita-lo sem demonstrar o quanto estava destruído por dentro. – Vou fingir que nada disso aconteceu.

– Mas e a Scarlet?

Franzi o cenho.

– Quem é Scarlet?


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Notas finais do capítulo

Poxa, isso me deixou triste :( :( eu mereço comentários? Espero que sim hahaha me deixem feliiiiiiiiiiiz!