London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 26
Prontos para ir


Notas iniciais do capítulo

Heey margaridas ^^
Então, eu to meio decepcionada porque vários dos meus leitores desapareceram da face da terra nas outras fics e eu realmente espero que os de LL ainda estejam por aqui sabe... tomara que gostem do capítulo, eu ri muito escrevendo.
Boa leitura!



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2 semanas depois

Eu ainda não conseguia acreditar que já haviam se passado duas semanas desde que Ana chegara em Londres. Naqueles mínimos 14 dias tudo fora extremamente corrido – Ana já encontrou dificuldade na faculdade por conta do inglês britânico e seu sotaque forte (mas lindo) que ela não conseguia entender muito bem. Além disso, eu estava gravando praticamente 24 horas por dia para o filme, então mal nos víamos, apenas durante a noite. Mas, apesar disso tudo, foram ótimos dias, pois a mídia ficara longe de mim e dos meninos e mais nenhum boato sobre eu e Henri ou Tyler havia aparecido na primeira página de alguma revista de fofoca.

Tyler continuava quieto demais, chegava todos os dias mais cedo que eu para as gravações e as únicas palavras que trocávamos eram comprimentos e alguns comentários sobre o filme em si. Por mais que eu estivesse amando o fato de poder ignorá-lo sem tê-lo me importunando, eu ainda não conseguia me acostumar com isso e insistia em pergunta-lo quase todos os dias se estava bem.

– Droga, Scarlet, você não é minha mãe. – esbravejava ele. – Não tenho que te dar satisfações sobre minha vida.

Essa era a única resposta que eu conseguia arrancar dele nos últimos dias, o que só me deixava mais claro de que havia mesmo algo de errado. Porém, como ele mesmo dissera, não tinha obrigação nenhuma de me dar satisfações e eu provavelmente não saberia muito cedo o que acontecera.

Mas, apesar disso ter me consumido de perguntas praticamente a semana toda, eu pude finalmente me esquecer disso quando recebi o telefonema dos gêmeos me avisando que iríamos para a fazenda do tio deles naquele final de semana. Tudo bem que se tratava de poucos dias, mas a ideia de passar 3 dias longe da mídia, Tom, Tyler e até mesmo do estúdio em um local completamente isolado e calmo pareceu a melhor possível.

– Por que diabos uma minivan? – perguntei não conseguindo evitar o tom de “mas o que?”.

– São sete pessoas, Scar, muitas para um carro só. – respondeu Noah como se fosse óbvio. – Em dois carros seria bom também, mas Will disse que a minivan era espaçosa o bastante para fazer uma festa na parte de trás, então cabem também as malas e Zack e sua gordura.

Do outro lado ouvi um som de tapa e depois Noah reclamando. Provavelmente Zack havia se irritado com a parte das gorduras, o que me fez rir.

– Ok, então pode ser a tal minivan. – eu disse quando enfim os dois pararam de brigar. – Ah, e precisamos voltar no domingo de tarde, porque Ana tem uma prova na faculdade.

– Scar, e nós somos da The Blue, uma banda conhecida mundialmente com milhões de fãs e que estão trabalhando em um novo cd 24 horas por dia. – disse sarcástico. – Óbvio que vamos voltar domingo de tarde.

– Ok, entendi!! – exclamei. – Não precisava ser grosso. Nos vemos a noite.

Apesar de realmente ter sido um pouco grosso – na minha humilde opinião – pouco antes de Noah desligar ouvi sua risadinha no fundo de como quem tenha achado engraçado minha pequena crise. Bom, não que isso tenha me afetado, pois eu tinha milhões de coisas na cabeça naquele instante para ligar para qualquer coisa, exceto meu pai claro.

Depois de nossa mini conversa constrangedora, Tom ainda não havia falado comigo, ou seja, mencionado qualquer coisa relacionada à The Blue ou a fazenda onde iríamos no final de semana. Até mesmo Ana achou aquilo estranho, pois desde que ela chegara Tom a havia tratado muito bem e fazia questão de ajudar não importava o que fosse.

Bem, com ela.

Além de Tom, outra pessoa que também insistia em me ignorar era Tyler. Eu bem que estava tentando me acostumar com sua crise de existencialismo e o silêncio durante os inícios e términos das filmagens, porém era estranho demais para até eu suportar. Tyler costumava ser alguém falante, misterioso e até mesmo – não que eu ainda ache – um pouco divertindo com boa parte das pessoas. Então, algo deveria estar acontecendo com ele, mas Tyler preferira se manter quieto e não contar nem mesmo a mim, quem descaradamente disse ainda estar apaixonado.

É, eu nunca disse que minha vida era realmente fácil.

Depois de algum tempo em casa preparando minhas malas, escolhendo roupas e o que levar para o “acampamento” do final de semana, ouvi a porta do andar de baixo ser fechada com uma força um pouco além do exagerado e Ana surgir de repente na porta de meu quarto com uma expressão um pouco cansada.

– Eu preciso de café. – disse simplesmente. – E não sei nem onde tem água na cozinha. Ajuda?

Franzi o cenho.

– Ana... você está bem?

– Não. – ela soltou um longo suspiro cansado e me apontou a porta, provavelmente para que eu fosse logo para a cozinha ajudá-la a encontrar as coisas. – Pareço que fui atropelada por uma manada de lobos.

– Alcateia. – corrigi, porém ela fez uma careta.

– Tanto faz. Só sei que parece que mil animais grandes e gordos passaram por cima de mim e pisotearam minha cabeça. Isso porque as aulas começaram agora, então nem quero ver daqui uns anos.

Apesar de ser triste a exaustão dela, não pude evitar rir da forma com que ela comparou seu cansaço por ter passado praticamente o dia todo em sua faculdade. Provavelmente teve aulas demais e nem teve tempo para descansar.

Enquanto eu caminhava pela cozinha me alternando entre os diversos armários onde estavam as coisas, Ana desistiu de me impedir de preparar o café e se sentou em uma das cadeiras da bancada. Ela tinha o rosto apoiado em uma das mãos e observava o café ficando pronto rapidamente.

– Tem certeza que ainda quer viajar? – perguntei ainda de costas para ela enquanto ligava a cafeteira. – Você parece cansada demais para enfrentar uma viajem.

– Não, eu estou legal. – ela soltou um longo bocejo. – Só que quando chegarmos lá eu vou realmente precisar dormir por algumas horas.

– Tudo bem. – murmurei virando-me para ela. – E então... me diga uma coisa, vai ficar irritada porque Heiley também vai?

Ela franziu o cenho como quem não entendeu o que eu dissera, mas assim que entendeu, Ana fingiu ter deixado a cabeça cair sobre a bancada num baque alto. Ri daquela cena, porém ainda esperava sua resposta em palavras, mesmo que isso fosse demorar até sua mente cansada formasse as palavras.

– É claro que não. – disse com a voz abafada. – Afinal, ela é a namorada dele e eu não tenho que ter nenhuma opinião sobre isso. E outra coisa, dona Scarlet-fazedora-de-intrigas, eu não me importo com Zack como você pensa.

Dei de ombros fingindo não ter me importado com o “Scarlet-fazedora-de-intrigas” e voltei para pegar o copo com o café para ela.

– Se você diz, tudo bem.

[...]

A primeira coisa que vi quando chegamos à casa dos gêmeos fora Henri totalmente inclinado para a frente quase com todo o corpo para dentro da parte de trás da minivan e dizendo algo que não pude ouvir de longe, mas pelas risadas de Will parecia ter sido algo além do hilário. Eles colocavam as malas para dentro de nosso transporte enquanto Zack e Heiley arrumavam o GPS e Noah buscava algumas coisas que ele havia comprado para levar até a fazenda.

Quando nos viram, Will veio de braços abetos conhecer Ana.

– Então essa é a tal Ana que tanto ouvimos falar! – disse ele sorridente e claro, charmosos como sempre foi com mulheres que acabara de conhecer. – Prazer te conhecer.

– Credo, Will, desse jeito parece que eu só falei dela para vocês. – brinquei enquanto seguia até a minivan com minhas duas malas.

Ele riu de mim enquanto conversava com Ana sobre se ela estava se acostumando com Londres e coisas do tipo. Quando cheguei perto de onde Henri ainda estava muito inclinado para dentro do carro, cutuquei suas costas gentilmente e não contive meu riso quando ele se ergueu com o cabelo negro todo sobre o rosto mais bagunçado do que o normal.

– Henri, acho que tem uma catatua na sua cabeça. – eu disse rindo apontando para o cabelo.

– Ei, é uma catatua muito bem cuidada, ok? – disse tirando os fios negros de sobre o rosto e sorrindo em minha direção.

Aquele sorriso poderia parar toda uma avenida, como diriam nas músicas, poderia iluminar uma cidade inteira. Não apenas o sorriso, como aquele par de olhos intensamente azuis alegres que estavam voltados em minha direção e ficando ainda mais bonitos à medida que ele se aproximava para me abraçar e depositar um beijo demorado em meus lábios.

– Eca, vocês dois. – ouvi a voz de Noah perto de onde estávamos e quando olhei, ele estava inclinado com parte do corpo para dentro da van e a outra parte, para fora em nossa direção. – Vão ter o final de semana todo para isso.

Dei língua para Noah, quem riu e voltou sua atenção para o GPS que Zack e Heiley arrumavam.

– Sei lá, mas vocês não acham que isso está meio bagunçado? – disse Ana apontando para a montanha de malas na parte traseira da minivan.

– Está tudo certo. – disse Henri. – É só uma montanha de malas que vocês trouxeram.

– Sinto muito, margarida, mas a maior parte é sua. – disse Will com a cabeça para fora do carro e um sorriso largo nos lábios como se dissesse “está óbvio”. – Uma para os milhões de pentes de cabelo e as outras para as camisinhas!

Henri o encarou de uma forma surpresa, assustada e ao mesmo tempo furiosa quando se jogou para dentro da van e iniciou uma longa discussão com Will sobre privacidade e piadas idiotas. Claro, fiquei totalmente envergonhada com aquele comentário apesar de saber que não era verdade e apenas uma brincadeira.

Terminamos de colocar tudo em ordem depois da discussão dos dois e principalmente discutir sobre o caminho. Todos pareciam preocupados demais em deixar tudo pronto para a viajem que em menos de meia hora tudo estava pronto e poderíamos finalmente “por o pé na estrada”. Porém, pouco antes de Will começar a dirigir, houve um certo acidente com as malas.

– Eu avisei. – murmurou Ana revirando os olhos. – Deveriam me ouvir mais.

– Meu Deus, tem três malas cor de rosa no chão! – exclamou Heiley.

– AI DROGA, JUSTO AS MINHAS!! – Ana praticamente pulou para fora da van para buscar suas malas que agora, jaziam solitárias no jardim da casa dos gêmeos.

Bom, isso realmente é um tipo de ironia.

Boa parte de nós riu dela enquanto a coitada ia buscar suas malas, mesmo que a cena fosse digna de pena e que alguém deveria ajudar. Porém, parecia que todos decidiram apenas gargalhar daquela ironia por terem sido as malas delas a caírem da minivan sendo que fora Ana quem avisou da bagunça.

– Isso não foi legal. – resmungou ela quando entrou no carro e fechou a porta com força logo em seguida.

– Tudo bem, acho que realmente estava uma bagunça. – disse Henri coçando a nuca. – Desculpe.

– Só vou aceitar as desculpas, porque sou uma boa pessoa e boas pessoas recebem coisas boas em troca. E, porque você é bonito e namora minha melhor amiga.

Noah praticamente gargalhou quando ouviu aquelas palavras.

– Isso foi profundo. – eu disse fingindo estar tocada. – As aulas de filosofia têm tido efeito, Ana.

Bem discretamente, ela me mostrou o dedo do meio.


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Notas finais do capítulo

Ai ai essas amizades viu... uhsuhsuh



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