Hit Me Like A Man And Love me Like a Woman escrita por Effy, Lana Alice Stile


Capítulo 6
Capítulo 5 – Little Andy


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Seguinte, os comentários do capítulo passado foram meio fraquinhos. Galera, são 30 leitores, ter 6 comentários é sacanagem né minha gente?! Leitores fantasmas, eu e a Vitory AMAMOS TANTO vocês, então POR FAVOR comentem! Porque a gente fica sem saber se vocês tão curtindo e pá, fora que é sacanagem com quem comenta ter que ficar esperando um maior tempão pelo próximo capítulo porque o resto não comenta. Não precisa ser aqueles textos de comentários, só um "gostei", "ta legal", já meio que ajuda a gente. Então comentem meus amores!
Espero pelo menos receber uma recomendação com esse capítulo, porque foi a coisa mais linda que eu já escrevi, na moral kkkk.
Chega de blá, blá, blá. Boa leitura :D



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POV Mona

Ok, já ta ficando bagunçado o negócio.

Eve e Collins ainda não voltaram e to achando que eles podem estar se matando no momento.

Entrei no quarto de Andy e me senti no lixão. Tava tudo desarrumado. Roupas espalhadas por todos os lados, a cama tava um amontoado de edredons, calças jeans, um pote de gel de cabelo e cintos. As cômodas estavam cobertas de papéis, peças avulsas de roupas, e coisas que eu ainda não consegui identificar.

Andy estava encostado no batente da porta.

– Não tem opção pra eu voltar pra cela não? – falei olhando de relance pra ele.

– Não – ele disse ríspido.

– Fala sério! Isso aqui tá um lixão! – falei, subindo minha voz em uma oitava.

– Não é problema meu – ele disse, dando um sorriso sugestivo.

– Seu porco! – cuspi as palavras e me arrisquei a analisar o quarto mais de perto.

Percorri a extensão da cama, que ficava encostada na parede, perto da porta do banheiro. Do lado esquerdo da cama, tinha uma cômoda e ao lado uma parede com uma janela. Indo pro lado direito, tinha a porta do banheiro, na parede do lado ficavam um armário de madeira escura e duas cômodas. A porta de entrada ficava no final da parede do armário. De frente pra cama ficava uma penteadeira – que eu duvido que Andy a use, talvez ele a tenha colocado pra mim – e um espelho gigante, que ia do teto ao chão.

– Estou impressionada com o jeito que você consegue viver nessa podridão – falei, olhando fixamente pra ele.

– Foram anos e anos pra decorar o quarto – ele disse ajeitando o maldito piercing.

– Ah, claro – falei irônica. – Trate de arrumar um lugar pra colocar as minhas coisas – falei autoritária e marchei até o banheiro.

Abri a porta branca com receio, dei um passo pra frente. E por incrível que pareça, o banheiro era a parte mais limpa do quarto. Tinha uma banheira com chuveiro, pia de mármore e um espelho daqueles que também são tipo um armariozinho. Tudo normal.

Saí do banheiro e Andy estava jogado na cama.

– Sinceramente, não vou conseguir viver nesse chiqueiro – falei encostando-me no batente da porta do banheiro.

Percebi que Andy estava deitado do lado direito, perto assim, de mim.

– Dê seu jeito – ele disse, grosseiramente. – Talvez uma boa ocupação para você seja limpar e arrumar meu quarto – ele disse sorrindo abertamente com sua conclusão estúpida.

– Nem a pau, Príncipe Encantado.

– Então vai aprender a viver na sujeira! – ele disse olhando pro teto.

Revirei meus olhos.

Agora deite aqui que eu quero dormir – ele disse em ordem.

– Não é bem assim que a banda toca comigo, amigão – disse abrindo a cortina, deixando a luz do dia irradiar o quarto. – Não sei viver na sujeira. Se quiser dormir, vai me ajudar a limpar o quarto – falei com as mãos na cintura, eu fazia isso quando estava irritada.

Andy arrumou a baitolice do lábio, vulgo piercing.

– Que inferno! – ele praguejou levantando-se da cama.

No exato momento, Tony aparece na porta do quarto

– Collins e Eve chegaram, e eles precisam de ajuda pra tirar as compras do carro – ele disse ofegante. Esse menino Tony é super estranho, na moral.

– Caralho! A Barbie comprou o shopping todo? – Andy perguntou, enquanto via Tony saindo da porta.

– Eve se empolga, de vez em quando – falei me olhando-me no espelho. Estava horrível. – Vamos, preciso pegar as coisas que ela comprou e já arrumar nesse chiqueiro.

Andy não disse nada, apenas me seguiu.

Andamos pelo corredor esguio e escuro até a sala de estar, onde ficava a porta principal. Eu a abri e soltei um riso fraco.

Tinha quatro SUVs pretas carregadas de compras.

– Ela se empolga de vez em quando?! – Andy pareceu surpreso ao meu lado.

– Acho que a fatura do cartão vai vir cara esse mês, querido – disse pra ele ouvir, sorrindo.

– Não se preocupe, os cartões que a Eve usou são para gastos extras, e é tudo em débito. Nessa casa o único problema que eu não tenho é dinheiro – falou amargamente.

Ignorei o que ele disse e desci os degraus que davam pro jardim. Imaginei quantas pessoas estariam enterradas por onde eu estava pisando. Andei cautelosamente pelo gramado.

– Relaxa, os corpos eu enterro na parte de trás – Andy disse em um sussurro em minha nuca. Como se tivesse adivinhado o que eu tava pensando.

Dei de ombros e cheguei até o carro onde Eve acabava de descer.

– Mona! – ela disse sorrindo largamente. – As compras foram fantásticas! adorando isso, cheio de seguranças pra carregar minhas sacolas! – ri fraco. Eve ajeitava seu vestido, falando apressadamente, como sempre.

– Espero que você tenha pegado um Lanvin desse pra mim. É divino! – falei tentando expressar alguma animação. Eve estava feliz, por hora, é o que importa.

– Mas é claro que eu peguei! – exclamou. – Três modelos com cores diferentes – abriu um grande sorriso, mostrando os seus dentes extremamente brancos.

– Não sei por que vocês precisam comprar esse tanto de roupas se nem vão sair da mansão – Collins disse ao lado de Andy. Os dois nos observavam.

– Só porque a gente tem que ficar trancada dentro da casa, não quer dizer que temos que nos vestir feito mendigas! – Eve disse como se tivesse se sentido ofendida. – Mona, tuas coisas tão naqueles dois carros – ela disse apontando para o carro com suas grandes unhas pintadas de rosa.

Olhei pra Andy do tipo “vai carregar minhas compras, escravo!”

Ele revirou os olhos, chamou uns empregados que estavam na porta da casa pra ajudar a carregar as coisas.

Depois de muitas viagens do carro até o quarto, finalmente tudo estava dentro do lixão, digo, quarto do Andy. Collins foi mostrar pra Eve o novo quarto dela e ajudá-la a arrumar as compras.

Andy entrou no quarto, batendo a porta com um pouco de força.

– Essas são as ultimas – ele disse, jogando as sacolas perto do armário e se jogando na cama. Do lado direito. – Agora você já pode deitar aqui pra eu dormir? – ele perguntou tão bonzinho que até deu vontade de obedecer.

– Não, tenho que arrumar as compras – falei friamente.

Ele resmungou alguma coisa em uma outra língua que eu não consegui identificar e nem entender.

– Arruma isso depois. Quero dormir! – ele disse bravo.

– Já disse que não! Aprende a escutar, seu acéfalo! – falei abrindo o armário.

Pra minha surpresa, estava vazio. Acho que devido as três cômodas no quarto, ele deveria guardar suas coisas nelas.

–Não gosto de armários – ele disse. – Mandei colocar esse aí pra você usar.

Tá, ele é muito estranho.

– Qual é o seu problema? Não tem como não gostar de armários. É tipo, uma coisa neutra! – disse tirando as coisas de algumas sacolas e as colocando na cama.

Era muita coisa.

– Apenas não gosto. – ele disse por fim. Resolvi não insistir mais no assunto

Comecei a arrumar as coisas, mas eram MUITAS coisas.

2 horas e meia depois...

Já tinha enchi o armário todo. E ainda tinha mais sacolas cheias pra arrumar.

Andy ainda estava deitado na cama. Tinha algumas sacolas meio que soterrando ele, mas ele pareceu não se importar.

– Dormiu? – fiz a pergunta estúpida.

– Já disse que eu não durmo fácil, ou de qualquer jeito. Só estou deitado com sacolas me soterrando. Ótimo passatempo, por sinal – falou ironicamente.

– Talvez – eu comecei – você não durma porque é muito estressado e mal-humorado, só talvez. – falei tirando algumas sacolas de cima dele.

Em um lapso de rapidez, ele agarrou-me pelo pulso, fazendo-me sentar em cima dele. Com uma perna minha ao lado de seu corpo magro. Ele me olhava fixamente. Eu fiquei muda.

Ele me puxou pra deitar com o rosto em sua nuca. Fiquei sem reação. Eu o deixei fazer. Ouvi sua respiração compassada, seu coração batendo calmamente.

– O que você pensa que fazendo? – sussurrei baixinho, até porque não tinha necessidade de falar alto devido a nossa proximidade.

– Querendo dormir – ele disse apertando minha cintura, não me deixando sair dali.

Ele relaxou suas mãos por um segundo e eu escorreguei pro seu lado. Mas ele prontamente me apertou contra seu corpo novamente.

– Eu realmente preciso arrumar minhas coisas – falei com o rosto colado em sua nuca. Respirando seu perfume. Que era muito bom, por sinal. Mas eu nunca diria isso para ele.

– Depois você faz isso. Quando eu acordar e tiver que resolver meus negócios. – ele disse.

Caralho, ainda não comi. Preciso comer.

Andy – falei baixinho. Sua respiração continuava rítmica.

Fala – ele disse em sussurro.

Preciso comer – falei relaxando os músculos, ele não me deixaria sair de qualquer jeito.

– O Collins trouxe comida – ele disse ainda de olhos fechados

– Então me deixe levantar pra ir comer – falei devagar.

– Vai e volta logo – ele disse, retirando seus braços de mim.

Levantei da cama em um pulo e quase caí tropeçando nas sacolas espalhadas no chão.

Recompus-me rapidamente, arrumei minha blusa-vestido. E caminhei até a cozinha. Mas é aí que tá, eu não sei onde fica a cozinha.

Fui caminhando pelo corredor e abrindo as portas que continham nele, mas nenhuma delas era pra cozinha. Vi uma porta de madeira branca, meio arranhada, no final do corredor. Caminhei até ela, mas já sabia que essa não poderia ser a cozinha. Mas a curiosidade me corroía.

Abri a porta e soube exatamente que tipo de sala era aquela.

Tinha uma sala como essa na mansão onde eu cresci. E eu passava a maior parte do dia nessa sala.

Era a sala de armas. OMG!

– Acho que a cozinha não fica aqui, né?! – Andy disse em um sussurro. Não sei de onde ele surgiu atrás de mim, mas me assustou. – Não precisa morrer de susto. Sou eu, Andy.

– E-e-e-e-eu me perdi – gaguejei. Maldição! Odeio gaguejar!

–Percebi – falou, secamente.

Fechou a porta com a mão direita, e com a mesma mão envolveu minhas costas e foi andando meio que me empurrando.

– A cozinha é pra cá – ele disse, viramos à esquerda no corredor. – Essa é a cozinha – apontou para a enorme cozinha. Sentando-se logo em seguida na banqueta de frente pro balcão e abriu a caixa de pizza.

Senti-me entorpecida.

– Vai ficar parada feito uma idiota ou vai vir comer? – perguntou, enquanto pegava uma fatia de pizza.

Não disse nada, apenas me sentei na banqueta ao lado dele e peguei uma fatia.

– Por que você não gosta de armários? – perguntei do nada. Ele ficou em silencio, depois voltou seu olhar pra mim.

– Porque eu não gosto. Não posso simplesmente desgostar de algo? – ele perguntou seriamente.

Não. Tudo na vida tem uma razão, um motivo, um porquê. Então, porque você não gosta de armários? – insisti na pergunta.

– Não gosto de falar sobre isso.

– Mas eu quero que você fale – pressionei.

Sei que estava cruzando uma linha perigosa. Mas era como se eu tivesse essa necessidade excessiva de saber das coisas relativas a Andy. E como se essa necessidade tirasse meu medo de perguntar e de ouvir a resposta.

Andy ficou em silêncio, imóvel e sem olhar pra mim. Mas eu não iria desistir. Fiquei fitando-o, esperando por uma resposta. Ele respirou fundo e começou a falar:

– Quando eu era pequeno, depois que meu pai morreu, minha mãe me arrastou pra máfia. Eu não queria, então quando eu não fazia algo que ela mandava, ou não fazia direito, ela me trancafiava no armário do sótão. Deixava-me trancado lá até que eu decidisse fazer o que ela queria. Criei trauma de armários – sua voz era baixa, mas mesmo assim, falava em um tom calmo, compassivo e paciente.

Eu senti como se alguém tivesse me dado um soco na boca do estômago. Voltei meu olhar pra Andy, que encarava o chão como se fosse a coisa mais interessante. Olhando pra Andy, vi um vislumbre de um garotinho com medo e assustado, sendo trancado em um armário. Dava pra ouvi os gritos, o choro e o desespero do menino, do pequeno Andy.

Uma vontade estranha de abraçar Andy tomou conta de mim, essa vontade de tomá-lo em meus braços e dizer pra ele que iria ficar tudo bem. Que o pequeno Andy iria ficar bem, ninguém mais iria trancá-lo no armário. Porque eu não deixaria.

Como num impulso involuntário, saí da cadeira e o abracei, mesmo ele estando de costas pra mim. Encostei meu rosto em suas costas largas, enrosquei meus braços em seu abdômen. Andy permaneceu imóvel.

Segurei meu choro. E o aperto em meu peito aumentava.

Desgrudei-me dele e saí da cozinha, meio tonta. Mas agora a tontura não era de fome. Era de choque. Não sei como eu achei o quarto de Andy, mas eu entrei no quarto, nem me incomodei de fechar a porta atrás de mim.

Joguei-me na cama, do lado esquerdo já que Andy gostava do direito, e fiquei encarando o teto.

Um incômodo estranho tomou conta dentro do meu peito, não sabia o que era. Só queria que passasse logo. Lágrimas foram brotando de meus olhos e alagando meu rosto, não quis secá-las. Apenas as deixei rolar, só pra saber por um momento como era não sentir-me como uma máquina de matar.


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Notas finais do capítulo

Eaê people!
Gostaram?! Odiaram?! Muito meloso?! Comentem, quero saber de tudo! Kkkkkkk. Até o próximo capítulo, que é com a Vitory!
XX da Effy ♥