Masquerade - I Temporada escrita por Sissa Melo
Notas iniciais do capítulo
Oi gente :T Esse é o primeiro capítulo, ou seja, a história sempre começa meio devagar e yada yada yada mas o barato vai ficar louco desde o princípio. Bom, a trilha sonora é Sink or Swim, do Tyrone Wells... Como eu sei que ninguém vai se dar ao trabalho de pesquisar, aqui está o link da música http://www.youtube.com/watch?v=h2CYs-jK9sY , espero que gostem, boa leitura.
Abro os olhos.
Cada músculo do meu corpo arde e contrai-se como se estivesse sendo beliscado por mil dedos cruéis.
Estou flutuando em um lago de águas tão negras quanto carvão. É escura a ponto de confundir-se com meus cabelos.
Não consigo ver nada através do breu da água.
A temperatura é tão baixa que solto fumaça pelas narinas enquanto respiro a neblina que me cega.
Meus pés estão infinitamente longe do fundo e sinto como se algo me puxasse para baixo. Estou fraca e mal consigo manter minha cabeça na superfície.
Meus pulmões não se elastecem, consequentemente não abrigam a quantidade necessária de oxigênio que meu corpo exige para manter-me viva. Sinto água descendo pela minha traqueia e me desespero.
Não me lembro de nada.
Não sei o meu nome, não sei quem sou, nem de onde vim.
Não sei por que estou aqui, só sei que preciso protegê-lo.
Não sei que perigo ele corre, nem sei ao menos quem ele é.
Só sei que preciso encontrá-lo.
E precisa ser agora.
Nado em direção á margem, que parece infinitamente distante.
Alcanço ofegante a linha lamacenta que separa a água e a grama. Tento apoiar-me e levantar, mas a margem não suporta o peso do meu corpo e cede, fazendo-me cair de volta na lagoa.
Engulo água.
Lanço meus braços o mais longe que posso e agarro a terra molhada, cravando as unhas na grama.
Levanto o meu tronco e tento sustentá-lo com o meu antebraço. Sinto meus membros estremecerem pelo frio.
Um flashback repentino me faz perder a sustentação nos joelhos e minhas pernas escorregam novamente para a água.
O tecido do meu vestido pesa tal como meus pensamentos nulos.
Fecho os olhos.
O flashback retorna e estou correndo sem rumo. Estou assustada, fugindo do meu pior pesadelo.
Uma sombra desfigurada me persegue e materializa-se ao meu lado sempre que ouso olhar para trás.
Calafrio da morte.
Labaredas cercam-me e estou perdida.
“Os portões do inferno foram abertos.”
Sinto o mundo girar sob meus pés.
Corro.
Minhas pernas ardem e meus pulmões clamam por ar.
Sinto o fogo ensandecido fechar-se em um círculo ao meu redor.
As labaredas lambem as minhas pernas, chamuscando a barra do meu vestido.
Uma pequena chama sobe, corroendo cada linha de seda do tecido vermelho que me cobre.
Queima a minha pele. Arde.
Abafo o calor da labareda que estava prestes a se formar sobre a minha roupa.
O calor começa encostar-se às minhas pernas e fumaça é tudo o que consigo respirar.
Preciso sair daqui.
Conto até três.
Respiro.
Corro por entre o fogo o mais rápido que consigo, sinto o meu coração explodir.
As labaredas quentes me abraçam violentamente, fervilhando e expulsando qualquer pensamento.
Água.
Caio de costas no rio gelado. Sinto um alívio infinito. Quase como êxtase.
Abro os olhos novamente e o flashback acaba. Por mais que tente, não me lembro mais de nada.
Levanto-me.
“Os portões do inferno foram abertos.”
O céu está desabando sob meus ombros e caio de joelhos sobre a terra.
Sou envolta num blecaute total.
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