Histórias Infantis... Ou Não! escrita por Docinho Malvado


Capítulo 12
Deixa queimar!




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Próximo a uma grande floresta vivia um pobre lenhador que passava por tempos tão difíceis que mal podia fornecer o pão de cada dia para sua esposa e seus dois filhos, João e Maria.

Uma noite, enquanto ele estava deitado na cama preocupado com seus problemas, sua esposa lhe disse:

– Escute, amanhã cedo pegue as crianças, dê a cada uma delas um pequeno pedaço de pão, em seguida, leve-os para a parte mais densa e sombria da floresta, faça uma fogueira para elas e deixe-as lá, pois já não podemos mais alimentá-las.

– Não, mulher, eu não posso abandonar meus filhos para os animais selvagens que rapidamente os rasgariam em pedaços! – Disse o homem.

– Se você não fizer isso todos nós vamos morrer de fome!

A mulher não lhe deu paz até que ele disse sim.

As duas crianças ainda estavam acordadas com a fome e ouviram tudo o que a mãe tinha dito ao pai.

Maria pensou que estava condenada e começou a chorar lastimosamente, mas João disse:

– Fique quieta e não se preocupe. Eu sei o que fazer!

Na manhã seguinte a mãe veio e acordou os dois antes do amanhecer:

– Levantem-se crianças. Vamos para a floresta. Aqui está um pequeno pedaço de pão. Tomem cuidado e guardem até o meio dia!

Depois que eles tinham andado um pouco, João começou a parar repetidamente olhando para trás em direção a casa.

O pai disse:

– João, por que você está parando e olhando para trás? Preste atenção!

– Oh, pai, eu estou olhando para meu gato preto que está sentado no telhado e quer dizer adeus para mim...

No entanto, João não estava olhando para o seu gato, mas estava marcando o caminho com migalhas de pão.

Quando eles chegaram ao meio da floresta, o pai disse:

– Crianças eu vou fazer uma fogueira para que vocês não congelem!

Ele fez a fogueira e, quando as chamas estavam queimando bem, o pai disse:

– Deitem-se e durmam. Vou entrar na floresta para pegar lenha. Esperem até eu voltar para busca-los!

João e Maria esperaram até o meio dia, mas ninguém apareceu para buscá-los.

Maria começou a chorar, mas João a consolou e disse:

– Espere, quando a lua aparecer eu serei capaz de ver as migalhas de pão que eu espalhei, vamos encontrar o caminho de volta para casa!

– Eu não quero voltar para lá! – Disse Maria. – Eles tentaram nos matar, João!

– Calma, confie em mim, eu tenho um plano... Eles vão pagar por isso!

A lua apareceu, mas quando João procurou as migalhas, elas tinham sumido. Os pássaros da floresta haviam encontrado as migalhas e as comeram.

João pensou que ainda poderia encontrar o caminho de volta para casa, então ele e Maria começaram a caminhar. Por três dias e três noites as crianças ficaram perdidas na floresta. Quando estavam quase desmaiando devido à fome, eis que eles encontram uma casa. A casa era feita com teto de pão, paredes de bolo e janelas de açúcar. As crianças logo começaram a comer. Após terem comido parte do telhado e uma janela inteira, uma voz é ouvida, vindo de dentro da casa:

– Quem está comendo a minha casa?

João e Maria ficaram apavorados e tentaram fugir, mas um terrível homem saiu de dentro da casa. Ele balançou a cabeça e disse:

– Oh, de onde vocês vieram, crianças? Venham para minha casa, e vocês ficarão bem!

O homem enganou as crianças. Ele deu a eles um belo jantar de carne humana e depois preparou duas camas confortáveis para passarem a noite. As crianças pensavam ter encontrado o paraíso...

Mas o homem era na verdade um demônio que gostava de atrair crianças até sua casa para molesta-los e depois comê-las. Na manhã seguinte, João foi preso em uma pequena jaula, onde mal podia se mexer e Maria virou sua escrava, fazendo tudo o que ele mandasse.

João foi bem alimentado com doces para que ficasse gordo e o demônio pudesse comê-lo, mas Maria só comia restos de carne humana apodrecida.

Todo dia o demônio vinha e dizia:

– João, ponha para fora o seu dedo, para que eu possa sentir se você já está gordo o suficiente!

Mas todo dia João colocava um osso de galinha e enganava o demônio.

Depois de um mês o demônio se irritou e disse:

– Já chega! Eu irei comê-lo, estando gordo ou não!

O demônio pediu para que Maria preparar a guilhotina, para que cortasse a cabeça do irmão. Maria, aos prantos, preparou os utensílios que seriam usados para matar seu irmão.

O demônio atirou João até Maria e disse:

– Rápido, corte a cabeça dele!

Maria tentou colocar João na guilhotina, mas não conseguia encaixar sua cabeça.

O demônio então disse:

– Qual é o problema?

– Eu não sei como usar essa coisa. O senhor poderia me demonstrar como se faz? - Respondeu Maria.

Então o demônio colocou sua cabeça na guilhotina para demonstrar, mas João e Maria rapidamente puxaram a corda e cortaram a cabeça dele.

As crianças conseguiram e fugir... Mas fugiram traumatizadas e sedentas por sangue.

– Aonde vamos agora? – Perguntou Maria sorrindo para o seu irmão.

– Para a nossa antiga casa! – Disse ele malignamente.

Eles andaram pela floresta por exatamente dois dias até acharem sua antiga casa.

– E agora? – Perguntou Maria. – O que fazemos?

– Queimamos! – Disse João.

Maria foi para o fundo da casa, onde seu pai guardava a chave reserva da porta e umas latas de gasolina. Maria trancou a porta pelo lado de fora e começou a espalhar a gasolina. João acendeu o fósforo...

Os dois se deliciaram com os gritos de desespero dos pais sendo queimados vivos...

Os dois se mudaram para casa do demônio e vivem lá até hoje, atraindo e devorando criancinhas ingênuas como eles próprios já foram um dia!


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Notas finais do capítulo

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