Shalom - As Memórias de John Sigerson escrita por BadWolf


Capítulo 8
Capítulo 8: Conselhos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo beeem curto... Praticamente uma ponte. Não acrescenta muito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392852/chapter/8

Naquela manhã, Holmes estava inquieto. Já tinha derrubado dois frascos na mesa (que por sorte não era ácido) e misturado substância errada, a ponto de provocar um mau-cheiro. Seu colega, o professor Pierre, que estava estudando junto com Holmes, ficou intrigado com seu comportamento. Ele não costumava andar tão distraído assim.

Durante o almoço, Holmes quase não comeu, como sempre, ao contrário de Pierre, que era bastante guloso e já tinha uma barriga saliente. Ainda assim, mesmo calvo e barrigudo, uma secretária de meia-idade passava lançando olhares ao professor, que retribuía. Algo nada recomendado a um homem casado, que ostentava uma aliança. Faz-se idéia de como ele agia.

-Er, Mr. Pierre...

-Sim? – perguntou o professor, entre uma garfada e outra.

-Quando o senhor precisa presentear sua esposa, como o faz?

Pierre ergueu uma sobrancelha, e deu um sorriso safado.

-Minha esposa não é um exemplo muito adequado quando o assunto é “presente”. Só o que sabe é comer e desejar coisas para casa. As meninas são mais amáveis para se presentear.

Meninas. Era como ele chamava suas amantes.

-Mounsier Sigerson, o que posso te afirmar é que varia muito. Sapatos e vestidos são mais complexos, mas perfume é algo que sempre dá certo. Toda mulher gosta. Há aqueles mais leves, outros mais fortes, basta escolher a fragrância certa. Se o presente for simples, um buquê é ideal. Se a menina for muito recente, é o melhor a se fazer, depois se gasta mais. O senhor tem alguma namorada?

Holmes tremeu com a simples menção.

-Não, não. Nada disso, era só uma curiosidade. Na verdade, uma constatação. Afinal, apenas o dispêndio com presentes caros para mulheres faria um homem de sua posição que mora apenas com a esposa ainda viver no subúrbio.

Pierre gargalhou, sem graça. – O senhor é um bruxo. Como sabia...

-Você é o único que chega aqui com o pé sujo de lama. Só há lama no subúrbio, então...

-E o fato de eu morar apenas com minha esposa?

-Isso é uma impressão. O senhor é completamente sem jeito com crianças, constatei isso desde que vi o jeito como tratou o filho de Mrs. Ernest. Posso até dizer que nunca teve um irmão mais novo, ou ouso dizer que é filho único.

-Exatamente. – disse Pierre, abismado. – Agora vejo porque é tão bom com Química. Sua capacidade de observar é impressionante.

Os conselhos de Pierre acabaram por ser inúteis, Holmes constatou. Uma vez, Esther tinha confessado que achava flores algo monótono, sendo uma das poucas coisas que ambos contrastavam em opinião. E perfume era algo muito normal. E ele também não sabia suas medidas para escolher um vestido. Ele queria surpreendê-la.

Ele passava na frente das vitrines, com o olhar esperançoso em ser atacado por mais uma de suas idéias brilhantes, mas nada vinha à mente. Ele lembrava-se de um dia, quando andava pelas ruas com Watson até a Scotland Yard, quando ele parou bruscamente.

"O que foi, Watson?" - ele tinha perguntado.

"Amanhã é aniversário de Mary. Ainda não comprei o presente." ele respondeu, com os olhos perdidos entre uma vitrine de joalheria.

"E esse é o motivo de sua apreensão?" perguntou.

"Desde que estamos cuidando do caso dos falsificadores, eu não tenho tido tempo para procurar. Ela vai ficar furiosa se eu voltar para casa de mãos vazias."

"Eu pensei que o amor era benigno, paciente, que não sentia inveja ou fosse vaidoso..." - caçoou.

"Citando Shakespeare, Holmes? A quem quer enganar? Eu aposto que você demoraria mais a encontrar o presente certo a uma mulher do que desmantelar toda essa quadrilha de falsificadores que estamos tentando pôr a mão há um mês"

"Meu caro Watson, as mulheres são imprevisíveis, mas não são complexas. Suas demandas são bem simplistas, basta que se compre um chapéu, um vestido ou uma jóia que elas ficarão satisfeitas. E eu citei um verso da Bíblia, e não Shakespeare."

Holmes riu, enquanto lembrava de sua antiga vida. Watson certamente estaria rindo de sua nova aventura, ou melhor, estaria louco para colocar isso no Strand. Ah, Watson. Será que ele teria sua vida de volta um dia? Será que voltaria a andar pelas ruas de Londres, ao lado de seu amigo? Como seria sua reação, ao saber que ele está vivo?

Ele deixou seus pensamentos de lado, quando uma de suas pesquisas quase desandou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É Holmes, tem que correr atrás, rs...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shalom - As Memórias de John Sigerson" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.