Shalom - As Memórias de John Sigerson escrita por BadWolf


Capítulo 41
Capítulo 41: Assassinato no Lawrence College


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, estamos na reta final dessa fanfic.

Agora é a vez de Esther resolver suas pendências no passado. Holmes será capaz de ajudá-la a se proteger do perigo que a rodeia? E o que ele fará quando souber que tipo de perigos cercam Esther, e o porquê disso?

Enjoy!



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Faltava apenas cinco minutos para mais um início de aula na classe 05, e Esther já estava reunindo as meninas que estavam brincando no pátio da escola para retornarem. Todas, sempre bem comportadas, ficavam ordenadas em fila, aguardando as ordens da professora.

Com a fila já ordenada, Esther notou que faltava alguém. Era Maggie, uma de suas alunas mais incansáveis.

–Onde está Maggie? – ela perguntou a Juliet, uma das meninas amigas de Maggie.

–Ela foi para aquele lado e não voltou até agora, Miss Evans. Ela me disse que estava com sono. – disse a menina. Esther agradeceu, procurou por uma outra professora e pediu para que desse uma olhada na turma, pois ela iria procurar por ela.

–Maggie! Maggie! - chamava Esther, em vão. Já um pouco distante, perto de uma pequena fonte, Esther percebeu uma menina agachada junto ao lago, de costas a si. Aliviada, Esther correu para ela, para dar uma de suas broncas nada agressivas.

–Ah, quer dizer que você está aí, então... Eu posso saber porque...

Assim que se aproximou, Esther percebeu que Maggie estava com a cabeça submersa ao lago. Ao se aproximar, percebeu que havia sangue na água da fonte. Em um gesto desesperado, ela puxou Maggie de lá, e constatou que a menina estava sem vida, com os olhos fechados e sem qualquer respiração.

–Maggie! Maggie! Acorde! Maggie! – começou a se desesperar Esther, tentando reanimar a menina. Era tarde demais. Não havia pulsação, e seu frágil corpo já começara a empalidecer.

Ela estava morta.

ooooooooooooooo

Holmes já estava perto de Baker Street, e tinha quitado o cabriolé. Estava decepcionado com os rumos que o caso tomou. O caso tinha apresentado características interessantes no início, mas no fim tinha se mostrado um roubo tão vulgar e simples de solucionar que nem mesmo Watson teria se interessado. Talvez até Lestrade ou um detetive da Scotland Yard poderia achar o culpado, pensou Holmes, mas não mantendo sigilo.

–Mr. Holmes! – chamava Mrs. Hudson. – Inspetor Gregson quer lhe ver! – ela disse, enquanto Holmes subia as escadas para seu apartamento.

–Obrigada, Mrs. Hudson, e não traga almoço hoje!

Quando Holmes fechou a porta de sua casa, mal tivera tempo de ouvir as lamentações de Mrs. Hudson. Logo seus olhos avistaram o Inspetor Gregson (que disfarçou certo susto ao vê-lo em carne e osso depois de três anos) e mais um senhor, que Holmes supôs ser um cliente.

–Mr. Holmes, devo dizer que fiquei surpreso com a notícia de que estava vivo. – disse o Inspetor, apertando sua mão. – Este é o Mr. Howard.

O homem, de cabelos grisalhos e costeletas, tirou a cartola, fazendo uma saudação. Holmes percebeu imediatamente que ele não estava bem.

–Como vai, Mr. Howard? Por favor, senhores, sentem-se.

Os dois obedeceram, e Holmes sentou-se em sua poltrona, como de costume.

–O que traz a minha visita aqui, Mr. Holmes, é um provável caso de assassinato que ocorreu em uma escola em Chelsea, chamada Lawrence College. Infelizmente, a vítima foi Miss Margareth Howard, filha do senhor Howard.

–Compreendo. – disse Holmes, observando a reação do pai da criança. – Bem, a que horas se deu o crime?

–No início da tarde. Se formos agora mesmo, creio que ainda encontraremos o corpo lá.

–Certo, então vamos até lá, caros senhores.

oooooooooooo

Holmes já estava perto do imponente Lawrence College, sem dúvida um colégio para cidadãos de alto patamar, assim como Mr. Alfred Howard, que era sócio de um banco. Do lado de fora, já havia uma carruagem da Scotland Yard, e dois Yarders fazendo a segurança do local.

Enquanto caminhava pela escola, Holmes pôde ver umas poucas crianças, tristes, esperando serem pegas por suas famílias, uma vez que as aulas foram canceladas.

–Gostaria de ir ao local onde o corpo foi encontrado. Depois eu avalio o corpo e tomo os testemunhos.

Não foi necessário. O corpo ainda estava no local, no entanto, já coberto com um lençol. Holmes aproximou-se, e imediatamente retirou o lençol. Deparou-se com uma menina de cerca de doze anos, cabelos ruivos e pele branca, com os olhos fechados e um pouco de sangue no nariz.

–Poderia trazer-me aqui, Inspetor, a primeira pessoa que viu o corpo?

–Sim, Mr. Holmes. Vou busca-la.

Holmes retirou sua lupa do bolso e ficou a agachar-se próximo ao corpo. Verificou as áreas próximas do pescoço e da cabeça, e também do braço, constatando não haver nenhum hematoma ou marca de agressão que fosse. Verificou também o entorno da fonte.

De costas ao Inspetor, Holmes ouviu dois tipos distintos de passos a aproximar de si, mas continuou sua análise.

–Miss Evans, Mr. Holmes.

–Oh. – disse Holmes, levantando-se quase solenemente. Ele percebeu que Esther estava abalada, com os olhos vermelhos certamente pelo choro, de maneira parecida como na manhã seguinte à notícia de que seu irmão David estava morto, mas ela permanecia séria, com compostura.

–Miss Evans, este é o Mr. Sherlock Holmes. – disse Gregson.

–Poderia responder algumas perguntas para mim, Miss Evans? - ele pediu, com seriedade e frieza.

–Sim, tudo bem.

–Certo. A senhorita se lembra do horário em que encontrou o corpo?

–Era meio-dia.

–Hum... Pela rigidez dos músculos, creio que ela está morta há apenas algumas horas. A senhorita deve ter localizado o corpo praticamente na hora da morte.

–Então, por pouco a senhorita não viu o assassino. – assinalou o inspetor Gregson.

–Na verdade, ela viu o assassino o tempo todo.

–O quê?! – Esther arregalou os olhos, deixando Holmes satisfeito com sua reação.

–Sim, e eu posso dizer que o assassino está bem diante de nós, inspetor.

–Ora, Mr. Holmes, francamente... Eu não entendo aonde o senhor...

Holmes o interrompeu. – Cá está o assassino de Miss Howard, senhores...

Holmes estendeu aos senhores uma pequena maça, com uma leve mordida, que estava em um canto da fonte.

–Isso é uma maçã!

–Elementar.

–Mr. Holmes, o que quer dizer com isso?

Holmes entregou a maçã a Gregson, e continuou a dizer, enquanto dava alguns passos ao redor da fonte.

–Sabe inspetor, eu já fiz uma monografia a respeito de venenos e soníferos, e eu sei reconhecer um quando estou diante dele. Esta maçã está com sua casca suja com sonífero, isso eu percebi pelo cheiro. Uma mordida é o suficiente para fazer um adulto desmaiar, que dirá uma criança. Estou convicto que Miss Howard mordeu esta maçã e infelizmente perdeu a consciência no local errado: perto da fonte. Sua cabeça ficou submersa, causando seu afogamento.

Esther e o Inspetor Gregson ergueram suas sobrancelhas, pasmos.

–Miss Evans, a menina costumava comer maçãs?

–Na verdade, ela costumava me presentear com elas.

Holmes ergueu suas sobrancelhas. – Er, Gregson, poderia pedir que retirassem o corpo? Eu já estou satisfeito com minhas conclusões.

–Tudo bem, Mr. Holmes.

Quando Gregson estava distante o suficiente, Holmes começou a falar, quase em cochichos.

–Esther, andou tendo algum tipo de dor de cabeça? Sonolência?

Esther arregalou os olhos. – Nos últimos tempos, sim. Mas... Você está querendo dizer que...

Holmes suspirou. – Alguém está tentando te envenenar, e acho que exagerou na dose desta vez. Se foi suficiente para deixar essa criança inconsciente, a ponto de se afogar em uma fonte, imagino que seria suficiente para dopá-la. Está acontecendo alguma coisa, Esther? Percebo que você está aterrorizada...

Esther, que já estava em pânico, decidiu lhe contar.

–Sim, Sigerson. Ontem eu encontrei Dmitri aqui em Londres.

–Aqui em Londres? - Holmes ficou surpreso.

–É, e ele sabe onde eu moro. Ele não tentou nada porque a minha casa está sendo vigiada pelo Serviço Secreto... Mas eu não estou segura o tempo todo.

Holmes parecia visivelmente preocupado, e não escondeu isso.

–Ele não irá descansar enquanto não leva-la até aquele Conde. Espere... Você me disse que está segura, e certamente está, mas não em todos os lugares. Nesta escola, por exemplo... Este tipo de veneno provoca efeito quase que instantâneo. Você costumava receber maçãs da menina, não é?

–Sim, mas eu tenho o costume de comê-las em casa... Depois de lavá-las.

–Certamente esta atitude fez dissolver boa parte do veneno. Isso explica que tenhas sofrido apenas de dor de cabeça. Mas dissesse que comes as maçãs em casa... Se você as comesse aqui, seria na hora do intervalo, fora do horário de aula... Você iria ficar vulnerável... Isso só me dar a dizer que eles pretendiam leva-la daqui!

–Daqui?! Você acha que há alguém aqui?

–Sim, eu acho. Aliás, eu posso até te dizer, pela natureza desse veneno, quem Dmitri está empregando. Certamente, ele não trouxe nenhum russo consigo, não iria cometer esse risco. Isso reforças as minhas suspeitas de que Stuart Hills andou prestando serviços a eles.

–Stuart Hills?

–Sim, ele é um dos maiores envenenadores de Londres. Ele apenas fornece o veneno a qualquer um, por isso é difícil prende-lo. Aliás, ele foi um importante colaborador para minha monografia, embora ele não saiba disso. Eu poderia até localizá-lo, mas ele costuma ser muito discreto em seu ofício. Esse veneno tem um toque dele, pois ele é um dos poucos que sabe usar veneno em frutas sem ser notado. Certamente a Scotland Yard estaria incriminando qualquer um, até mesmo você, e ignoraria a fruta.

–Então, o que fará?

–Vou localizar esse Dmitri e dar um basta à essa perseguição tola, e será à minha maneira. Mycroft saberá me dar sua localização. Er, você se importaria de ir comigo até Pall Mall? A esta hora meu irmão já está em casa, e seria bom sua presença porque...

–Já entendi, Sigerson. Eu vou.

Holmes. – ele a corrigiu. – Não se esqueça.

–Tudo bem, Holmes. – ela disse.

Holmes deu uma última conversa com a polícia, e assim que Esther terminou seu depoimento, os dois seguiram até Pall Mall, por caminhos separados.


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Notas finais do capítulo

Lentamente, os dois estão voltando a ter uma relação mais amigável. Acho que é o efeito do perigo. Holmes está preocupado e parece ser o único que pode ajudá-la. Esther precisa deixar de ser tão cabeça-dura e recuperar a confiança nele, se quiser se salvar das garras do Conde.

Reviews, pessoal! Quero saber o que vocês acharam desse novo caso.

Parece que Holmes já descobriu quem foi, mas ainda há coisas obscuras para se descobrir.

Obrigada, e até a próxima.
E não percam o próximo cap: Holmes e Esther terão uma conversa muitpo séria a respeito dos últimos acontecimentos, e também sobre si mesmos. Será que nosso casal de teimosos será capaz de ceder e aceitar seus sentimentos? Ou ficarão nesse clima chato eternamente? Não sei. É interessante dizer que até eu, autora, fico p... com essa palhaçada entre eles (sim, isso é meio louco, mas nós autores também não ficamos satisfeitos com os rumos que escrevemos - acho que preciso de análise, rs), mas é essencial para a história, tipo um "não tem jeito, tem que ser assim, agora, cala a boca e escreva"... KKKKKK

Se escreverem um bom review, quem sabe eu não posto o próximo cap amanhã, hein... Hmm??

Bjs. BadWolf



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