Shalom - As Memórias de John Sigerson escrita por BadWolf


Capítulo 35
Capítulo 35: A Morte de John Sigerson


Notas iniciais do capítulo

I'm back, guys!


Então, o último episódio acabou em um suspense terrível, não é? RSRS Esse novo episódio foi um dos que mais me deram trabalho para escrever. Mil possibilidades passaram pela minha cabecinha indecisa, mas finalmente minha mente entrou em um consenso.

E então? Será que Esther vai dar uma voadora no Holmes? Vai estapeá-lo, socá-lo ou algo pior? Fim das expectativas, pessoal.

Espero que gostem, e boa leitura, e não se esqueçam dos reviews, please.



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O coração de Holmes disparou, e por um instante depois, ele pensou que fosse parar. Miss Evans não deveria ser outra, senão Esther Katz, a única amiga que ele fez durante seus três anos escondido. Será que Watson permitiria sua entrada? E se Esther o visse agora, sem barba, com os cabelos bem penteados e curtos, e vestido de maneira elegante, será que ela seria capaz de reconhece-lo?

-Oh Holmes, eu gostaria de te apresentar uma pessoa muito importante pra mim. Permita que ela entre, Mrs. Smith. – pediu Watson, com um sorriso enorme.

Holmes, que estava sentado sobre uma cadeira, sentiu suas pernas formigarem de nervosismo, sensação que ele jamais sentiu, nem mesmo quando estava diante da morte. Em segundos, a porta se abriu, revelando Esther – ou melhor, Miss Sophie Evans, professora de Francês de um colégio para meninas – bem diante de seus olhos.

Watson se levantou, e Holmes, ainda paralisado pelo choque, demorou a seguir a etiqueta, levantando-se brevemente depois. Ele percebeu os olhos verdes dela percorrerem Watson, e pararem instantaneamente em sua pessoa. Ele percebeu também sua sobrancelha franzir, ainda que levemente. Mas depois, sua expressão voltou à mesma de sempre: séria e neutra. Como uma boa filha de espião.

-Sophie – disse Watson, com intimidade. – Permita-me apresentar o meu bom amigo... Sherlock Holmes.

Esther parecia um tanto descrente, óbvio. Holmes permanecia sério, como se tivesse as pernas presas naquele chão por cimento. Watson pegou Esther pelas mãos, carinhosamente.

-Eu sei, minha querida, que isso pode parecer loucura... Mas meu amigo está mesmo vivo.

Os dois voltaram-se para Holmes, que permanecia com o olhar sério, seus olhos cinzentos penetrantes e concentrados. Os outros dois ocupantes da sala nem deveriam desconfiar que Holmes, na verdade, estava nervoso e um tanto envergonhado, especialmente quando Esther lançou sobre ele um olhar gelado, como ele jamais tinha visto – ele jamais a viu com tanta raiva – e começou a falar, com a voz ríspida, mas disfarçada. Ela tinha a incrível capacidade de pôr rispidez nas palavras de maneira que soasse apenas seriedade.

-Então, o senhor é o Mr. Sherlock Holmes? – ela perguntou numa mistura de raiva e deboche.

-Sim, sou eu. – respondeu Holmes, esforçando-se para não gaguejar.

-Sabe o que é interessante, Watson? Ontem mesmo eu terminei de ler “O Problema Final”, e fiquei me indagando: que triste fim teve o seu amigo, sendo lançado de uma catarata por seu maior inimigo... O Professor Moriarty.

Ela disse a última palavra com tal ênfase que fez pensar que ela já tinha ligado tudo desde ontem. Claro, os seus pesadelos na França, as vezes que balbuciava o nome de seu algoz... Mil possibilidades passavam em sua cabeça, sobre o que ela estaria pensando dele, e nenhuma delas era algo positivo.

Watson, que estava contente pela volta de Holmes, nem percebeu o clima estranho que pairava naquela sala.

-Exatamente, mas Holmes já me contou como escapou da morte, estava começando a me contar o que andou fazendo nesses quatro anos.

-Sério? Pois eu adoraria ouvir isso da boca do próprio Sherlock Holmes. – ela disse, enfatizando seu nome. – Será, meu amor, que seu amigo ficaria aborrecido de contar pra mim tudo o que se passou com ele por todo este tempo? Foram... Quatro anos, não foi?

Meu amor, regozijou Watson. Ela jamais o chamou assim.

Holmes sentiu um asco profundo, e também certa raiva, mas disfarçou, tentando esconder isso. Vagarosamente, sentou-se na cadeira, e acenou para que os dois fizessem o mesmo.

-S-Sim... Quatro anos. Sente-se, Miss...

-Evans, Sophie Evans. E muito em breve, se Deus permitir, Sophie Watson. – ela disse, com firmeza, trocando olhares com Watson. Holmes engoliu em seco.

-Certo, Sophie Evans. – ele repetiu seu nome, também com ênfase, como se quisesse dizer que ele sabia de seu segredo, e que ela também estava em suas mãos. – Por onde quer que eu comece? Pela minha “queda” em Reichenbach?

-Sim, eu adoraria saber como você escapou, mas estou mais curiosa em saber o que você andou fazendo nestes quatro anos.

Watson parecia surpreso. – Puxa, estou surpreso. Pensei que quisesse saber como ele escapou de...

-Deixe Watson. – Holmes balançou a cabeça. – Se ela tem mais interesse em saber isso, então eu vou satisfazer a vontade de sua... Pretendente. Assim que consegui escapar da floresta, andei por quilômetros, até chegar a um vilarejo. Em alguns dias, eu estava em Florença, onde pude me comunicar com meu irmão Mycroft, que me aconselhou a ir para a América. Fiquei entre Nova York e Washington, basicamente trabalhando como diplomata, uma situação extremamente chata e fazendo algum trabalho burocrático, além de uma investigação ou outra que fiz à mando do governo, mas nada importante que mereça um relato seu, meu caro Watson. Posso dizer que, nestes três anos em que estive oficialmente “morto”, nunca trabalhei tanto para Vossa Majestade.

Esther fechou o semblante com a narrativa mentirosa de Holmes. Ela sabia de suas andanças pelo mundo, e também que ficara nestes três anos, no mínimo, na França e Itália, sem pôr os pés na América. Por que ele não mencionou isso a Watson? Aliás, porque ele não mencionou que a conhecia antes?

Holmes ficara sem graça, sem dúvida por tanta mentira, e desconversou, encerrando a conversa.

-Bem, é isso. Aliás, Miss Evans, se me permite, eu terei que retirar Watson de sua presença. Espero não ter estragado nenhum plano de vocês dois. Watson, eu te peço que leve o seu revólver devidamente carregado para esta noite, onde posso, definitivamente, colocar-me de volta ao mundo dos vivos quando pôr abaixo o meu maior inimigo desde Moriarty.

Watson sorriu, indo até uma gaveta de sua mesa e retirando seu velho revólver do Exército. Esther não parecia bem com aquela visão.

-Sinto muito, minha querida, mas preciso ir. – disse Watson, dando um leve beijo na bochecha de Esther.

-Tudo bem. Cuide-se, John. – ela disse, fazendo o mesmo. Holmes, que assistia a cena no corredor, respirou fundo, e disse.

-Vamos Watson.


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Notas finais do capítulo

Sinto decepcionar quem esperava um grande escândalo... Esse é só mais um aspecto da personalidade de Esther. Ela é bastante fria e calculista. Sem dúvida, o desejo dela era avançar no pescoço de Holmes depois de ouvir tanta mentira, mas ela saberá esperar o momento certo, vocês vão ver.

E coitado do Watson! Gente, realmente, eu tenho muita peninha dele... Eu sentia no livro, e na minha história sinto mais ainda. Ele é tão leal ao Holmes, e no entanto... Tenho certeza que você sentirão o mesmo, conforme os caps foram passando.

Agora, o próximo cap está dividido em duas partes. Será um bom pedaço de "A Casa Vazia", mas com um desfecho bem diferente do livro. Aguardem...


Gostaria de agradecer aos leitores pela paciência, mas também gostaria de saber a opinião de vocês. Por isso, reviews sempre são bem-vindos! MPs também!

BadWolf



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