Capitulo 37- Esmeralda e Safira

Alice estava certa, não era certo deixá-los vivendo dessa forma. Tínhamos que lutar era a única escolha. Mas colocar Bruce, Tony, Henry, Janet, Clint e Logan contra seus amigos não era certo. O que mais me doía era que aquilo era culpa minha.

Havia se passado uma semana. Tínhamos decidido uma estratégia. Sábado à noite, colocaríamos isso em pratica. Essa era a última noite que veria Bruce, antes dessa luta. Alice, Jasper e Emmett haviam saído para caçar. Peter e Charlote estavam na caverna fazendo... “algo”. Eu estava sozinha vendo as chamas tremular. Deveriam ser umas 3h 4h da madrugada.

― Não consegue dormir? ― questionei sem tirar os olhos do fogo. À distancia ouvia Henry e Logan roncando Janet, assim como Tony deveriam estar no décimo ultimo sono.

― Tive um pesadelo... ― murmurou Bruce, vindo e se sentando ao meu lado. Se dispondo assim como eu a fitar as chamas alaranjadas, amareladas.

― Me desculpe por colocar vocês nisso... ― murmurei tristemente após um tempo.

― Quando Alice foi nos buscar, tivemos a chance de não vir, mas... Você... Eles podem ser humanos, o que seria seu alimento. Mas eles... eles a veem com uma amiga. Janet, Pepper, até mesmo Wanda, que quase não teve chance de falar com você, gostaram de você. Gostam. Wanda quis vir, mas seu irmão não concordou. Os dois são muito ligados. Mas mesmo assim, eles nos desejaram sorte, e garanto que podem estar no lado oposto, mas vão tentar nos ajudar de qualquer forma. ― eu o fitei demoradamente. Senti-me emotiva, com isso meus olhos encheram de lágrimas.

― A primeira vez que eu te vi. Eu... ia virar para um lado, mas agora eu vejo que... o seu cheiro, bem ao fundo, foi me chamando para você em cada rua que virei. Foi o melhor caminho que eu poderia, ou não, escolher.

Ele sorriu de canto. Seu coração aumentou o ritmo. Ele acariciou meu rosto.

― Você é a mulher mais incrível que eu já conheci. E a única com quem eu posso ser eu mesmo. Através desses anos, que para você são apenas segundos. Eu sempre me escondia de mim mesmo, evitava qualquer um, para não machucar ninguém, mesmo agora, vivendo com eles ― apontou com a cabeça. ― Eu fingia, me escondia no laboratório. Tinha medo de algum momento eu perder o controle, e um deles por um milagre conseguir acabar comigo. Mas com você, eu ainda tenho medo, dele em algum momento te machucar, mas é estranho, porque... Ele gosta de você também. Em algum ponto muito estranho ele se identifica com você.

― É claro que ele gosta de mim. Querendo ou não, ele é uma parte de você! ― ele sorriu levando a mão ao meu rosto.

― Você é a única coisa que eu tenho... ― sussurrou próximo aos meus lábios.

― Somos iguais nessa questão. ― sorri voltando meu olhar para as labaredas.

Ouvi Alice cochichando a distância e logo indo até os vagões e acordando os demais, avisando sobre “Ele vai pedir!”.

― Pop... ― chamou Bruce, com um sorriso confuso sem me fitar. ― Eu sei que isso é completamente estúpido e pode ser até mesmo um pouco sem sentido, desnecessário, fora de hora e antiquado.

Todos estavam nas janelas do trem e olhavam para nos. Voltei-me a Bruce.

― E tinha comprado algo... E não sei se você vai gostar... ― começou, enquanto eu me levantava, olhando-o confusa. ― É um pouco extravagante, talvez, mas eu achei que combinava um pouco com nós dois. Eu ia pedir no dia do jantar, mas acabou acontecendo tudo aquilo e... ― ele riu nervoso.

Ele chegava a suar frio do quanto desesperado ele parecia estar. Continuei o olhando sem entender onde ele queria chegar.

― Gostaria você de você quer gostaria... Desculpa e-eu... Eu vou começar de novo ― ele fechou os olhos fortemente. Respirando com dificuldade. ― V-você q-quer na-namorar comigo? ― murmurou pegando uma caixa dentro do bolso da calça e abrindo, mostrando-me um lindo bracelete de safiras e esmeraldas, que se entrelaçavam uma única vez no centro quase formando o símbolo do infinito.

― Bruce eu... eu nunca achei necessário rotular um estagio do relacionamento. ― comecei, e ele abaixou a cabeça. ― Mas... Sim... ― eu sorri, meus olhos deveriam estar brilhando. Mesmo que eu não achasse necessário isso, era... era uma sensação estranha, diferente. ― Eu aceito namorar com você!

Ele sorriu, pegando o bracelete trêmulo e o colocando em meu pulso.

― I-i-isso é-é-é tu-tu-tudo pe-pe-pessoal! ― riu Emmett, pela gagueira repentina de Bruce ao pedir.

Eu corei, sorrindo enquanto pulava o abraçando. Bruce riu, me abraçando forte contra ele antes de me descer com cuidado, segurando meu rosto em suas mãos e beijando meus lábios com suavidade antes de começar a distribuir beijos pelo meu rosto todo me fazendo rir mais.

― Você devia ir pedir a mão dela primeiro para o rei dos vampiros, caso saísse vivo de lá você deveria vir pedir ela! ― riu Tony.

Os vampiros vieram dar os parabéns, enquanto os outros deixaram para quando acordassem realmente.

― Então, como é namorar uma vampira? ― riu Charlote a Bruce.

― Então, Poppy como é namorar o Hulk? ― riu Emmett.

― Normal... ― ri, olhando rapidamente para Bruce.

― Diferente, interessante, assustador... Uma das melhores coisas do mundo. ― eu corei desviando o olhar, enquanto ele me puxava a me escorar nele.

Algum tempo se passou enquanto todos ficaram em silencio ouvindo apenas os sussurros do fogo e os roncos ao fundo, uma estranha sinfonia por sinal. Bruce segurou minha mão e observou o bracelete.

― O que achou? ― questionou sem jeito. ― Não sou bom nessas coisas...

― É lindo... ― sorri.

― Ele é baseado nos nossos monstros... ― riu tocando as esmeraldas.

― Então o meu lado deveria ser diamantes ou rubis... ― ri.

― Não. Esse monstro é para os outros. Safiras e perfeito... são iguais ao seus olhos. E isso é o que eu mais tenho medo em você, eles são o seu maior monstro. ― franzi o cenho. Ainda pensando que deveriam ser diamantes. ―eu tenho medo de, igual aquela vez, você simplesmente olhar no fundo dos meu olhos e me mandar embora... E nunca mais voltar. Olhar dentro deles e ver que isso é verdade, que é exatamente isso que você quer... Para mim seria o fim. ― ele dizia aquilo, e eu via no fundo de seus olhos a mais pura verdade, dita. Eu sorri carinhosamente.

― E por que eu faria isso? ― ri.

― Porque você é uma vampira. Uma das criaturas mais perfeitas do universo provavelmente. Eu só sou um cientista, um pouco maluco, com um monstro preso dentro de mim...

― Eu mato pessoas, Bruce...

― Ao contrário do outro cara, é a sua natureza... ― eu correi, sentindo as batidas pesadas de meu coração soarem por todo meu corpo.

Não havia mais nada que eu pudesse dizer.