A Marca da dor. escrita por Melody Beauregard


Capítulo 5
Entre gritos e golpes.


Notas iniciais do capítulo

Arigatô pelos rewiews. Podem mandar sugestões viu?



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Ao presenciar a dor de seu melhor amigo, sua prudência é exterminada. Seria isso uma manifestação de que os sentimentos de Uzumaki Kushina estariam guardados dentro de si?



Sakura não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

Parecia que em apenas uma semana toda a má sorte do mundo resolveu se concentrar apenas nela. Já não bastava ter que ceder às ordens do seu não tão amado novo líder, além de ter que baixar a cabeça perante o ex-parceiro de equipe que lhe humilhara no passado, agora ela tinha que ficar entre os olhares fulminantes de Sasuke e Naruto também?

Como uma pessoa só poderia atrair tanta coisa ruim em um só dia?

Nem ela mesma poderia responder.

O clima naquele local estava tenso. Sakura podia sentir a brisa quente de Konoha fazendo as árvores balançarem em uma dança lenta enquanto os moradores da vila olhavam, aflitos para a cena que ali se passava. Os Uchihas que a rodeavam pararam, todos observavam o moreno mais jovem que olhava fixamente para o loiro que acabava de chegar, pronto para exigir respostas.

– O que você quer com a Sakura-chan?

A rosada arregalou os olhos surpresa. A preocupação de Naruto era evidente e, pelo tom de sua voz, dava para perceber que ele não estava tão alterado quanto na última vez que conversaram.

Sasuke abriu a boca para responder, mas a rosada interferiu, colocando-se entre os dois, ficando frente a frente com o amigo loiro.

– Naruto, o que está fazendo aqui? – Tentou parecer brava, mas com pouco sucesso, pois o alívio ainda transparecia em sua voz. – Volte para o hospital agora mesmo! Você ainda não recebeu alta e...

Os olhos azuis dele interceptaram os dela fazendo-a calar-se.

O vento soprou com mais força, fazendo as madeixas curtas e rosadas dançarem com avidez.

Sakura sentiu a mão de Naruto sobre seu ombro, em seu olhar ainda residia a dor profunda causada pela perda de sua mãe, mas em primeiro plano estava uma expressão de remorso e gratidão.

Ela nunca imaginaria que seu amigo loiro, cuja sensibilidade estava em um nível abissal, poderia transparecer tantos sentimentos ao mesmo tempo. Justamente ali, com todos os olhares cautelosos dos Uchihas, prontos para interromperem qualquer desordem.

– Arigatô pelos mantimentos Sakura-chan. – Ele falou, mais sério do que de costume, mostrando a bolsa verde que ainda pendia em suas costas. – Mas não vou deixa-los fazerem nada com você, tá ligada?

Apesar de toda aquela confusão instalada, a Haruno não conseguiu deixar de sorrir. Deu mais um passo, para aproximar-se do amigo, mas foi interrompida por Fugaku, que finalmente decidira se pronunciar.

– Uzumaki Naruto. – Ele falou, o olhar severo fuzilava-o. – Afaste-se.

Naruto voltou seus olhos para ele, sustentando seu olhar firme.

– Haruno Sakura, acompanhe-nos, não permitirei mais interrupções.

A rosada assentiu, mas percebeu que o loiro iria protestar. Os punhos do amigo estavam cerrados com força. Estando perto dele, era perceptível a pressão que seu chackra fazia no ambiente. Apesar dos ferimentos, Sakura sabia que ele seria capaz de lutar ali mesmo, ignorando qualquer ordem.

Antes que o loiro movimentasse seus punhos, a rosada o impediu, segurando sua mão.

– Não precisa se preocupar. – Ela falou lançando um olhar cauteloso, olhando fixamente nos olhos do amigo. Fora do subterrâneo dos Uchihas, ela sentia que seu chackra já estava se recuperando, por isso tentou fazer com que o amigo sentisse a pressão do poder de seus punhos, ele tinha que saber que ela poderia cuidar de si mesma. – É apenas um assunto burocrático da vila, logo estará acabado. Afaste-se, onegai.

Antes que Naruto respondesse, Sakura sentiu seu corpo ser puxado com brutalidade para dentro do círculo dos Uchihas grandalhões. Arfou com um olhar de surpresa quando viu que todos eles estavam com o sharingan ativado. Uma simples manifestação de seu chackra e eles já haviam armado uma guarda inteira para impedi-la.

Sakura bufou em desagrado quando Itachi Uchiha imobilizou seus braços, prendendo-os às costas.

– Eu disse que não queria mais interrupções. – Fugaku repetiu autoritariamente. – E pensei ter dito que a senhorita não tinha autorização para usar seu chackra enquanto estivéssemos nessa operação.

Naruto reagiu.

Talvez a rosada nunca soubesse como o amigo loiro havia sido capaz de chutar dois Uchihas de uma só vez, na tentativa de chegar até ela. Sua conhecida expressão de fúria e determinação preenchia seu rosto enquanto ele tentava lutar contra todos aqueles homens de uma vez.

Tentava...

Em apenas um simples movimento de Itachi, os joelhos de Sakura tocaram o chão e o aperto em seus punhos se tornou tão forte quanto aço. Em um mero reflexo, ela gritou alto, especialmente quando sentiu seus joelhos ralarem devido ao atrito com o chão pedregoso.

– Me solta. – Ela sussurrou entre arquejos.

Itachi respondeu próximo ao seu ouvido, um tom que revelava perigo.

– Cale-se, garota. – Os pelos de Sakura se arrepiaram. – Tenho ordens para fazer coisas muito piores caso você reaja, mas preferia que não fosse necessário te machucar. Além disso, você não vai querer que meu irmão precise intervir.

Sakura trincou os dentes. Um pouco antes de saírem em direção à base central da vila, Fugaku havia lhe explicado pessoalmente os detalhes da operação. Ela iria com eles até o antigo escritório da Hokage, sendo devidamente escoltada por ninjas da polícia militar de Konoha. Ela não poderia usar seu chackra sem permissão até que tudo fosse completado e, caso o fizesse, haveria Itachi e Sasuke em sua cola para impedi-la.

Até aquele momento, Sakura não havia sequer ouvido a voz de Sasuke. O Uchiha não protestava contra nenhuma das ordens do pai e muito menos se dirigia a ela. Apenas obedecia em silêncio. Em geral era Itachi quem intervinha primeiro, por isso a rosada tinha um leve pressentimento de que o Uchiha mais velho era bem mais piedoso do que os outros.

Ela não conseguia ver a luta entre seu amigo e os outros ninjas. Itachi imobilizou-a de uma forma que a rosada sequer conseguia levantar a cabeça. Além disso, não podia gritar, se gritasse seria pior para ela e para o Naruto.

Ouviu alguns golpes e gritos de seu amigo. Ele podia ser forte, mas ainda estava ferido. Tudo o que a Haruno podia imaginar era que ele seria derrotado. Especialmente pelo fato de que ela podia ver que os pés de Fugaku e Sasuke estavam imóveis, provavelmente os dois estavam assistindo,calmos, a derrota do loiro.

Ouviu um grito do amigo. Aquele sem dúvidas era um som de pura dor.

Ela sentiu dor também.

Lembrou-se dos olhos de Kushina. Da expressão temerosa da mulher ruiva enquanto olhava seu filho caído.

Das suas lágrimas.

Do seu pedido.

Cuide do meu filho.

– Parem! – Sakura gritou enquanto levantava a cabeça, vencendo o aperto de ferro de Itachi.

Ela viu o que estava acontecendo. Naruto havia sido imobilizado por dois caras, que seguravam impiedosamente em seus braços queimados. A expressão do loiro era de agonia, uma queimadura daquelas causava dores intensas. Um dos ninjas socava-o em várias partes do corpo, especialmente onde ainda havia suturas de seus antigos ferimentos.

Os pontos estavam se abrindo.

O loiro sangrava.


Cuide do meu filho.


Sakura não conseguiu conter seu surto de raiva. A vontade de socar aqueles Uchihas malditos tomou-a por completo. Com seu chackra nos punhos, conseguiu desvencilhar-se de Itachi, lançando-o para longe. Ele não havia se ferido, apenas estava surpreso.

Sem olhar para trás correu até o amigo e conseguiu desferir um soco certeiro no homem que estava espancando o loiro. O ninja caiu vários metros à frente, com sangue jorrando de sua boca e, provavelmente, várias costelas quebradas.

Os outros dois soltaram os braços de Naruto e tentaram atingi-la. O loiro caiu desmaiado pela falta de sangue.

Ela conseguiu esquivar-se dos golpes dos dois grandalhões, mas logo sentiu um golpe vindo de trás que a fez cair. Seus cabelos rosados foram puxados com brutalidade e suas mãos foram novamente presas às costas com um aperto de ferro que a fez gritar.

Mas aquela não era uma simples imobilização...

Era só o início da dor.

– Eu disse que não queria machuca-la, Haruno. – A voz de Itachi penetrou furiosamente dentro dela. – Pena que você não coopera.

Sua face sangrou ao ser pressionada impiedosamente no solo cheio de pedras.

Seu grito veio logo depois...

Quando sentiu o primeiro golpe.


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Notas finais do capítulo

Mandem rewiews!