P.O.V. Amanda

Noite de 31 de dezembro, estou enrolada na toalha de frente para o meu guarda-roupa procurando algo para vestir para o reveillon na praia. E logo, logo, já está na hora de ir para a casa de Victoria, aonde nós combinamos de nos encontrar às 23h para irmos todas juntas para a praia, e já são 21h30. Depois de um tempo procurando o que vestir, encontrei algumas peças de roupa brancas legais no guarda-roupa e separei-as para vestir. Soltei a toalha do cabelo, peguei o secador, liguei na tomada do banheiro e comecei a secá-lo na frente do espelho. Depois de meia-hora, tirei a toalha do corpo e vesti a roupa que havia deixado por cima da cama.

Peguei meu celular, ajeitei o cabelo, e logo escutei a buzina do carro de Ana lá fora. Desci as escadas, e me deparei com minha mãe fechando a fivela do sapato, ela estava totalmente perfeita!

– Nossa, mãe! Como você está linda! – Disse a ela.
– Oh, obrigada, filha! Você também está uma gata! – Nós rimos.
– Por falar nisso, onde a senhora pensa que vai, Dona Giane? – Olhei para ela com cara de brava e ela riu de mim, não aguentei e ri também.
– Vou sair com minhas amigas, vou dormir na casa delas, então é melhor você combinar com alguma amiga de dormir lá para não ficar sozinha em casa. Não esqueça de levar sua chave, mocinha!
– Tudo bem, mãe! Estou indo, divirta-se.
– Divirta-se você também, filha. – Beijo na bochecha.

Eu e minha mãe saímos de casa juntas, ela trancou a porta e foi para seu carro, enquanto eu fui para o carro de Ana.

– Oi, Aninha! – Abracei-la.
– Oi, Amanda! – Ela correspondeu ao abraço.
– Adorei sua roupa, amiga!
– Obrigada, adorei a sua também! – Ela disse sorrindo.
– Então, vamos?
– Vamos! – Ana deu partida no carro e fomos em direção a casa de Victoria.

Chegando lá, tocamos a campainha e logo Renata nos atendeu, linda, toda de branco.

– Boa noite, meninas! – Renata nos cumprimentou com um beijo na bochecha.
– Oi, Renata! – Disse sorridente. – Como você está linda!
– Obrigada, meu anjo! – Renata sorriu.
– Oi, Renata. – Falou Ana sorrindo tímida como de costume.
– Podem entrar! – Renata nos apontou à sala com seu braço.

Subimos a escada e entramos no quarto de Vic. Camila estava de sutiã abotoando o shorts e Vic tinha acabado de sair do banheiro enrolada na toalha.

– Oi, gente! Acelera aí que já são 22h30! – Disse a elas.
– Está tudo bem sim, obrigada por perguntar. – Victoria falou ironicamente.
– Oi, tudo bom? – Camila nos disse assim que vestiu a sua blusa.
– Tudo sim. – Ana respondeu sorrindo.
– Nossa, que mau humor do cão, Vic! O que houve? – Lhe disse.
– Nada, não. Tô feliz. – Victoria me respondeu.
– Se isso é tu feliz, quando tu tiver de TPM me avisa pra eu passar longe! - Eu disse e as gurias riram.
– Ok, ok. Para de falar e pega um sapato pra mim! – Victoria disse mandona.
– Tudo bem, estressadinha! – Ergui as mãos para o alto em sinal de rendimento, e me dirigi para a sua sapateira para encontrar algum sapato que combine. – Esse serve? – Perguntei a ela.
– Está perfeito, obrigada!
– Nós vamos pra balada ou não? – Ana perguntou.
– Não sei, eu quero bastante ir, se der a gente vai, se não a gente deixa pra próxima! – Victoria respondeu.
– Mas como que nós vamos para a balada, se não temos ninguém de maior para nos acompanhar? – Questionei.
– Qualquer coisa eu ligo para o meu primo, isso é o de menos, afinal ele não faz nada da vida mesmo, e vai adorar acompanhar-nos. – Victoria disse.
– E quem é esse seu primo, que você nunca nos falou? – Perguntei novamente.
– É um primo feio e chato que eu tenho, que quando era menor tinha se mudado de Greenville, mas ele voltou para cá semana passada.
– Feio e chato? Sério? Coitado!
– Coitado nada, se tu visse ele, iria concordar comigo!
– Se tu diz... Mas ainda é interessante, mas ainda é mais um carinha para conhecer, aqui em Greenville quase não tem homem que preste!
– Ele também não presta.
– Eu não conheço ainda, só vou poder dizer o que eu acho depois de você me apresentar. – Sorri maliciosa.
– Ai, que nojo! Para com isso! Para, para! Eca! – Victoria disse desesperadamente e com cara de nojo.
– Tá, tá, já parei.
– Acho bom!
– Já estou pronta! – Disse Camila saindo do banheiro.
– Eu também! – Victoria comentou. – Então vamos?
– Vamos! - Respondemos em coro.

Descemos as escadas e Vic pegou a chave do carro dos pais e fomos até a garagem. Entramos no carro, Vic deu a partida e fomos para a praia.

Depois de umas 3 voltas procurando uma vaga, finalmente encontramos uma e por sorte era bem na frente da praia! Trancamos o carro e fomos andando até o calçadão. Fomos à procura de algum lugar com som legal e gente que não estivesse louca de bêbada, que não conseguisse andar ou falar direito, coisa difícil em noite de ano novo. Enquanto procurávamos algum lugar para ficar, encontramos nossa amiga, Isadora, junto de seu namorado, Thomas. Cumprimentamos os dois e ficamos lá com eles. Quando já era por volta de 00h30, depois dos fogos de artifício, Isadora nos convidou para acompanhá-los na balada. Já que já estávamos com a ideia em mente, aceitamos com facilidade. Ela disse que já estava indo para casa se arrumar, e nos passou o endereço da boate para onde ela estava indo. Saímos de lá depois de uns 20 minutos, e antes de voltarmos para a casa da Vic, passamos na casa de uma por uma para pegar suas coisas. Eu, apaixonada por maquiagem, além da roupa da festa, do pijama, e da roupa para usar no dia seguinte, levei também minha maleta de maquiagem para me maquiar e maquiar as gurias. Depois de passar na casa de todas as meninas, fomos nos arrumar na casa da Vic.

Depois de vestidas e maquiadas, Vic ligou para o primo e somente após umas 3 tentativas, ele finalmente atendeu, com voz de sono.

– Alô...
– Oi, Marcos! Que voz de sono é essa? Vai dizer que em pleno ano novo você já está na cama a essa hora?
– Você tá brincando? São 3h da manhã! Tô na cama faz tempo já! Nem saí de casa.
– Como assim? Nossa, tais precisando se tratar, primo!
– Tá, tá. Para de cacarejar e fala logo o que você quer.
– Idiota! Eu queria perguntar se tu queres acompanhar a gente pra uma balada?
– Balada? Você tá falando sério, Victoria?
– Claro que eu tô.
– Ah, não sei...
– Cala a boca e se arruma logo, te quero aqui em 20 minutos, tu que vai levar a gente, te vira!
– Nossa, cara! Então tá, tchau.
– Tcha... – Ele desligou antes de Victoria terminar a falar.
– Alô? Alô? Marcos?! – Victoria perguntava ao telefone. – Eu não acredito que ele desligou na minha cara! - Ela disse indignada.
– E aí? O que deu? – Perguntei.
– Daqui a pouco ele tá aqui.
– Nossa, isso foi rápido. – Disse com os olhos arregalados.
– Querida, quem pode, pode. – Victoria disse se sentindo. – Mas em compensação aquele animal desligou na minha cara.
– Nossa, essa doeu até em mim! – Eu disse de gozação, rindo da cara dela.
– Cala boca tu também!
– Eita, já tá revoltada de novo! – Camila falou em um tom que todos riram.

Depois de 20 minutos conversando, fomos interrompidas por uma buzina de carro desesperada do lado de fora da casa.

– Nossa, com essa delicadeza só pode ser o Marcos! – Victoria disse e todas nós descemos.

Descemos a escada e saímos de casa, Vic trancou a porta e colocou a chave na bolsa. Entramos no carro e Vic sentou no banco do carona e eu, Ana e Camila sentamos atrás. Vic e Marcos se cumprimentaram com um "Oi" bem sem vida, e ele virou pra trás e cumprimentou nós 3 com um "Oi" muito mais animado e simpático do que o anterior, e nós respondemos sorrindo com outro "Oi". Partimos em direção à boate e chegando lá, Marcos estacionou o carro na vaga mais próxima e entramos na boate.