Immortals - Eternal escrita por V i n e


Capítulo 10
Capítulo IX - Doppelgänger


Notas iniciais do capítulo

Peguei o texto sobre as duplicatas do Wikipédia, divirtam-se lá.



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Eu não fazia ideia de como aquela mulher sabia quem eu era. Imaginei que o segredo sobre minha existência se aplicava a todos os híbridos e imortais. Exceto os que deveriam me “proteger”. Rachel parecia surpresa também, como se esperasse poder esconder o pequeno detalhe. Na verdade eu esperava que Rach dissesse tudo menos: “Ele é o escolhido para morrer e destruir uma das raças sobrenaturais que habitam no mundo. Ah, a propósito, adorei seu apartamento”. Christopher finalmente se moveu. Olhando do corte mínimo no meu pescoço para a mulher parada na porta ele se aproximou de Blair e estendeu a mão, formal demais.

– Sou Christopher Werthcarf – apresentou-se. – Sou um híbrido também.

Blair sorriu para ele e cumprimentou-o. Ela nos guiou para dentro e desapareceu no corredor em busca de um curativo. Remexi-me desconfortável no futon minúsculo na sala. Ayumi ficava afiando o canivete em uma pedra sinistra enquanto olhava fixamente para Rachel.

A outra, por sua vez, não demonstrou qualquer reação aos olhares assassinos de Ayumi, mas pude perceber que ela não se importaria de usá-la para se alimentar.

Blair retornou com um kit de primeiros socorros. Ela limpou o corte no meu pescoço e eu percebi que ela evitava ao máximo tocar na minha pele.

– O que é doppelgänger? – perguntei quando ela guardou o que sobrou do curativo na caixa. Seus imensos olhos azuis me esquadrinharam de cima a baixo, e pude perceber que seus lábios se moviam como uma prece silenciosa.

– Uma duplicada. Um sósia. Uma cópia – respondeu Blair, por fim. – São brechas em feitiços poderosos, criadas a partir da natureza para restabelecer o equilíbrio caso ele seja rompido por magia não-natural.

Ayumi riu da minha expressão confusa. Christopher furtou um cupcake e Rach puxou fios soltos no vestido.

– Uma duplicata é nada mais do que uma segunda versão de uma mesma pessoa – explicou Blair, pacientemente. – As doppelgängers surgem a partir de feitiços inacabados. São pontas soltas que podem por fim ao feitiço.

– Então eu sou exatamente igual a Ladon, disso eu já sabia – desdenhei, pegando um cupcake que ela oferecia.

– Não exatamente igual o Ladon verdadeiro, garotinho – zombou Ayumi. – O que sabe sobre o Ladon da mitologia grega?

Um lampejo do estandarte piscou em minha mente.

– Ele era o guardião dos pomos de ouro, certo? – respondi meio incerto. – Ladon era um dragão com corpo de serpente e cem cabeças.

– Exato – continuou Blair. – Ladon recebeu esse nome por possuir cem rostos. Ele roubava a identidade das pessoas que matava. Inimigos que fazia durante os sete séculos que esteve vivo. Ele mudava de forma, como um lembrete àqueles que o desafiam. Era uma forma de mostrar ao mundo seu poder. Nem mesmo os mortos escapavam do sofrimento quando ele usurpava seu rosto, seus familiares e suas vidas. – Ela pegou uma xícara de café sobre a mesa e bebeu um gole antes de continuar. Seus olhos azuis estavam vidrados com tanta cafeína que ela colocava para dentro e, pela quantidade de xícaras que estavam sobre a mesa, ela estava se entupindo de café fazia um bom tempo. – Quando ele criou o feitiço da imortalidade a pedido do rei Ertheus um desequilíbrio imenso abalou a balança da natureza. Deus, os deuses, a Natureza, ou seja lá quem comanda tudo por aqui teve que restabelecer o equilibro. Nada verdadeiramente imortal podia vagar pela terra, então um sósia foi criado. Uma segunda versão de uma mesma pessoa, extremamente oposta a sua versão Original ou exatamente igual. – Blair fez uma pausa para tomar mais café. Uma mecha de seu cabelo caiu sobre os olhos e ela a colocou para trás da orelha automaticamente. – Essa duplicata, uma doppelgänger, estaria fadada à morte em um sacrifício que poria fim ao meu que abalou o equilíbrio. Uma parte de Ladon que poderia morrer. O feiticeiro não condenou apenas a si mesmo quando destruiu as leis da natureza, condenou aqueles que tiveram os rostos roubados a terem seus descendentes condenados a vagarem por aí como uma duplicata de Ladon, com o rosto de um parente distante. Várias famílias geraram nos últimos séculos crianças que foram amaldiçoadas ao nascerem com o rosto de um descendente distante, rosto que foi roubado. Tornaram-se uma doppelgänger de Ladon. Nem todas possuíam o verdadeiro rosto do feiticeiro, sua maioria assumia a versão oposta de uma das vítimas do terrível feiticeiro imortal. A cada cem anos uma nova doppelgänger nasce com o rosto de uma das pessoas que ele matou e roubou o rosto. Ninguém poderia ser capaz de roubar a identidade de uma pessoa e muito menos fugir da morte sempre e eternamente. – Ela esgueirou o olhar até Rachel e depois o voltou para mim. – Ladon infringiu várias leis da natureza ao desafiar o equilibro.

– Espera – pedi, erguendo a mão para que ela calasse a boca e deixasse que minha respiração voltasse a fluir normalmente. Informação demais queima meus neurônios com muita facilidade. – Está dizendo que há outros Eleitos? Outras duplicatas? Qual delas tem o rosto do verdadeiro Ladon?

Rachel fisgou o celular no bolso da jaqueta e começou a digitar alguma coisa.

– Todos mortos – disse ela, forçando um sorriso solidário. – Nenhum deles foi usado para o sacrifício porque ninguém sabia quais os rostos de Ladon.

– Achei – murmurou Rachel. Ela mostrou a tela do telefone. – Pesquisei no Wikipédia.

– Leia, querida.

– Doppelgänger, segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que ele escolhe ou que passa a acompanhar. – Rachel franziu o cenho e ampliou a escrita na tela do telefone. Seus olhos cinzentos percorriam a tela e seus lábios se crispavam mais enquanto ela lia em voz alta. – Ele imita em tudo a pessoa copiada, até mesmo as suas características internas mais profundas. O nomedoppelgänger se originou da fusão das palavras alemãs doppel significa duplo, repica, duplicata e gänger, aquele que vaga, viajante, ambulante. Doppelgängers têm ação similar à de metamorfos, por exemplo.

– Ele imita suas características mais profundas – murmurei, sentindo bile subir na garganta. – Quer dizer que tudo o que sinto é uma imitação do que Ladon sentia? Eu sou uma cópia do cara malvado que ele era e tudo o que eu sinto é uma extensão de séculos que sobreviveu na minha família até que meu pai, um imortal, se deitou com minha mãe, uma híbrida?

– Não exatamente – assegurou Blair. Ela estendeu a mão para Ayumi e a garota foi até uma estante. A sala era abarrotada de livros, todos velhos. Xícaras de café estavam espalhadas pela mesa de centro e várias anotações pendiam em post-it amarelo nas paredes. Ayumi pegou o livro mais velho que havia nas estantes ou empilhados no chão. Quando ela entregou o exemplar para Blair e a mulher o abriu uma nuvem de poeira se formou. As páginas eram escritas à mão, eram amareladas e frágeis. Eu não reconheci a língua em que foi escrito, mas Blair deslizou a ponta da unha por uma frase. – As doppelgängers podem carregar as características internas mais profundas da duplicata Original. Mas também podem ser seu extremo oposto. Um equilíbrio na balança. Um será a personificação da maldade e o outro, pode ser a melhor pessoa do mundo. Mas todas as cópias são filhas de Imortais com Híbridos. A relação carnal entre ambas as espécies faz com que os envolvidos queimem por dentro, sendo reduzidos à pó pela magia da natureza. Apenas uma criança meio imortal, meio híbrida poderia vagar no mundo. E apenas a cada século a Lua Vermelha se ergueria para simbolizar o marco do sacrifício. Apenas na Lua Vermelha o Electus poderá ser sacrificado e o fim de sua vida pontuará o fim de uma raça toda.

Ayumi bufou e se esparramou na cadeira, pegou um livro e começou a lê-lo. Rachel guardou o celular e Christopher pegou mais cupcakes.

– O que essa coisa de sósia ter a ver com o sacrifício? – perguntou Rachel.

Blair sorriu para ela e fechou o livro que carregava no colo.

– Duplicatas são pontas soltas em um feitiço – explicou ela. – É a única forma de reverter o mal que foi feito pelo poder da escuridão. Matando um Eleito uma das raças anormais sumiria da face da Terra.

Ayumi não notou, mas Christopher estava iniciando uma inundação com saliva no apartamento ao olhar para as pernas dela. Dei uma cotovelada nele e meu amigo resmungou alguma coisa.

– Como sabia que eu era o Electus? – perguntei, voltando minha atenção para a mulher. Ela tamborilou os dedos nervosamente pela capa do livro.

– Bem, as doppelgängers anteriores sobreviveram porque ninguém sabia o rosto das pessoas que Ladon matou – começou ela, mordendo o lábio. Ela colocou uma mecha do cabelo que caia na testa atrás da orelha novamente. – Mas você é doppelgänger de Ladon. Não de uma das pessoas que ele matou e roubou o rosto. Os olhos azuis... O cabelo negro e o físico. Tudo em você é idêntico ao feiticeiro. Você é descendente direto de Ladon. Você carrega o verdadeiro rosto do feiticeiro imortal.

– Ladon era feio pra... – Chris interrompeu a piadinha com um sorriso maroto. Revirei os olhos com as palavras dele e as palavras de Blair ecoaram na minha cabeça.

As doppelgängers anteriores sobreviveram porque ninguém sabia o rosto das pessoas que Ladon matou.

Mas os imortais sabiam como era o rosto de Ladon. Pelo menos um deles. Atticus. A caçada se iniciou. E eu sou o prêmio que está sendo disputado. Ladon poderia o avô do meu avô, do meu avô, do meu avô, do meu avô do meu avô. E Atticus, por consequência, podia ser meu parente mais idiota. Ladon enganou o rei Ertheus e Atticus enganou o pai. Ambos mataram para atingir seus objetivos. Que família linda eu tenho, não?

– Sabe onde posso encontrar o meu pai? – perguntei antes que pudesse me conter. Blair olhou para mim, solidária.

– Posso encontrá-lo, mas não será tarefa fácil – disse ela. – Passe aqui amanhã de noite e eu terei o endereço, sim?

Saímos do apartamento da historiadora lá pelas oito da noite. Ela insistiu que jantássemos lá. Até que era uma boa cozinheira. Fez legumes refogados com um belo prato de espaguete (não era enlatado), desesperadamente enquanto continuávamos a conversar sobre Ladon e suas duplicatas. Ela disse que Atticus, o filho de Ladon, viveu à sombra do pai. Quase ninguém sabia de sua existência e ele preferia assim. Ayumi se mostrou bem legal e inteligente. Sua desavença com Rachel havia sido esquecida e ela ria das piadas carregadas de mensagens subliminares de Christopher. Rachel atendeu uma ligação do pai e disse onde estava para tranquilizá-lo. Chris e eu trocamos um olhar inseguro, mas não dissemos nada a Rach. Blair pareceu incomodada com a ligação de Corins, mas nos distraiu muito bem pegando uma forma ainda quente de biscoitos com gotas de chocolate. Ela me garantiu que conseguiria o endereço do meu pai e pediu que eu viesse pegá-lo mais à noite do dia seguinte. Depois que comemos saímos do apartamento e pegamos o carro, Christopher dirigiu até um motel próximo da Quinta Avenida e fizemos o check-in na recepção e pagamos um quarto por uma noite. Pegamos as escadas (não havia elevadores) e subimos até o quarto andar. O corredor era estreito e sufocante, tinha um carpete verde manchado com algo que parecia sangue e vomito. Franzi o cenho e respirei fundo, me arrependendo assim que o cheiro de doenças sexualmente transmissíveis invadiu meu nariz. A atmosfera carregada podia ser facilmente reconhecida como cheiro de perdição.

– Achem o quarto 45F – falou Christopher arrumando sua mochila no ombro.

Consegui localizar o número 45F com facilidade. Era uma porta de madeira comum, pintada de branco. A identificação havia sido pintada com marcador preto. Ele abriu a porta e nós entramos em um cubículo abafado com aparência decrépita e mofado. Havia um sofá de couro marrom no canto da sala, uma mesinha de centro coberta de poeira e embalagens usadas de preservativo (Chris se sentiu em casa). Rachel estava meio verde.

– Que nojo – resmunguei, apertando a alça da mochila.

– Pelo preço que aquele cara cobrou não podemos reclamar – retrucou Christopher. – Achei que seria muito pior.

Andamos pelo lugar com um metro cúbico, esquivando dos móveis que ficavam mais próximos dos outros do que deveriam e achamos o quarto. Havia um frigobar com água mineral e cerveja. Uma cama de casal com os lençóis usados, revirados e manchados por líquidos suspeitos e uma poltrona no canto.

– Eu durmo na poltrona – disse Rachel. – Nem morta que eu me deito nessa coisa. – Ela apontou para a cama.

Olhei para Christopher e ele franziu o cenho. Eu jamais dormiria com ele.

– Lamento gata – disse Chris. – Mas eu nasci para dormir sentado. Faço isso nas aulas o tempo todo.

Ele tirou a camisa, ficando apenas com a calça jeans, arrancou os sapatos e se esticou. Revirei os olhos com a tentativa ridícula dele para intimidá-la, mas ele se sentou na poltrona e a desafiou a arrancá-lo dali.

Rachel grunhiu. Entrou no banheiro e gritou algumas vezes algo como “Ai que nojo!”, mas trocou-se voltou para o quarto.

– Isso deve ter uma colônia de germes – ela arrancou os lençóis e a roupa de cama, jogou tudo no chão e deitou no colchão áspero. Tirei a camisa e o tênis, fui até a janela e a abri para poder deixar o vento frio da noite nova-iorquina invadir o quarto. Os carros buzinavam loucamente lá em baixo. Voltei para a cama e me deitei ao lado de Rachel, sem travesseiro. Ela rolou para perto de mim e afundou o rosto no meu ombro. Chris apagou as luzes e o som do tráfego da cidade que nunca dorme embalou meus sonhos, limpando qualquer resquício de imagens ruins e pensamentos obscuros que o íntimo de Ladon poderia provocar em mim.

Decidimos ficar mais um tempo na cidade, afinal sempre fora meu sonho e de Chris conhecer Nova Iorque. Visitamos todos os pontos turísticos de Manhattan, desde o Empire State Building até o Central Park. Visitamos lanchonetes e tiramos fotos como turistas normais. Rachel, que já havia visitado a cidade, nos mostrou tudo o que havia de mais interessante na cidade. Museus (Christopher achou desnecessário), restaurantes e hotéis ótimos que ela podia facilmente manipular alguém para passarmos a noite lá e não em uma espelunca que fedia a nicotina e suor.

Não vimos à noite cair, mas logo o sol deu lugar à lua e vagamos como três pessoas normais pelas ruas movimentadas. Os táxis percorriam o trânsito com a mesma naturalidade que os carros velhos em Gravity. Afundei a mão no bolso do casaco e fomos até o carro para ir ao apartamento de Blair.

Christopher continuava tagarelando sobre como as bandas que surgiam em Nova Iorque poderiam fazer mais sucesso do que as que nunca seriam reconhecidas em Gravity. E, assim que chegamos, ele soltou um elogio sobre Ayumi. Subimos as escadas para o apartamento delas e eu bati na porta.

Agulhas geladas perfuraram minha nuca e eu estremeci. Da última vez que eu havia sentido aquilo Toby havia me encurralado em uma biblioteca e me fizera acreditar que treze horas haviam se passado desde que eu entrara.

– Tem alguma coisa errada – sussurrei.

Christopher se adiantou e puxou a maçaneta para trás. Houve um estalo e a tranca de quebrou sob seu aperto. Rachel empurrou a porta e eu entrei.

– Blair? – chamei. Rachel colocou o cabelo atrás da orelha, apurando os ouvidos. Ela balançou a cabeça para alertar que estávamos sozinhos. – Ayumi?

A sala estava drasticamente mudada. Não havia mais livro nenhum nas prateleiras e os que ficavam empilhados no chão haviam desaparecido também. Os post-it haviam sido arrancados às pressas. Havia um monte de fios negros embolados no chão. Aproximei-me e empurrei o emaranhado escuro.

– Deus... – meu estômago se revirou ao ver os olhos vidrados de Blair me encarando. Sangue escorria pelo pescoço onde ele havia sido cortado. Emiti um gemido e recuei. Rachel e Christopher olhavam para o resto do corpo que jazia atrás da porta. Havia sangue por todos os lados, tudo estava vermelho. Meus joelhos fraquejaram e a bile subiu até a garganta. – Ela foi assassinada.

– Onde tá a Ayumi? – perguntou Christopher.

Voltei-me para eles e Rachel se curvou recolhendo um post-it amarelo do chão. Ela prendeu a respiração e passou o papel para Chris. Ele leu e o entregou para mim. Escrito em caligrafia floreada havia um bilhete. Uma garra apertou meu coração, esmagando-o aos poucos. Aquilo era muito mais do que um simples assassinato a sangue frio, ou um latrocínio comum nessas cidades grandes. Foi premeditado. Quem quer que tenha invadido o apartamento matou Blair para que ela não pudesse me contar mais nada sobre as doppelgängers. Quando li o bilhete minha mente viajou até aquela série americana das quatro amigas que recebem bilhetes assinados por “-A”.

“Remoer o passado é perigoso, crianças, ela foi avisada. - A”

A imagem de Ayumi piscou em minha mente. “-A”.

– Quem é “A”? – perguntou Christopher.

Rachel respondeu a pergunta que todos estávamos nos fazendo. Havíamos remexido na história de Ladon e seu filho, agora ele iria nos eliminar.

– Atticus – sussurrou ela.

Ouvi um gemido baixo e olhei para Rachel. Os dois tinham superaudição, mas pareciam mais preocupados decifrando o recado deixado por Atticus. Tropecei até a porta da cozinha e a abri bruscamente. Encolhida próxima aos armários estava Ayumi. Seus cabelos negros estavam emaranhados, lágrimas escorriam pelos olhos.

– Você está bem? – perguntei. Claro que não seu grande imbecil.

Ela balançou a cabeça em afirmativa. Suas unhas arranharam o chão, lascando-se e fazendo a ponta dos seus dedos ficarem sujas de sangue.

– Chris! – chamei-o. Ele surgiu na porta e tirou a jaqueta, passou pelos ombros de Ayumi e a ajudou a se levantar. Rachel pegou o celular e começou a digitar o número da polícia.

– O que está fazendo? – perguntei, puxando o celular da mão dela.

– Não podemos simplesmente sair e largar o corpo dela aqui!

Ayumi, com auxilio de Chris, passou por nós dois. Ela não olhou para a poça de sangue que o corpo decapitado deixou no carpete. Não vi seu rosto quando ela falou, mas pude imaginar uma expressão rígida e dolorosa.

– Não podemos contar para ninguém – resmungou Ayumi. – Ela sabia dos riscos. Ele a silenciou. Para sempre.

Seguimos a garota híbrida pelas escadas. Ela cambaleava um pouco, mas chegamos ao carro e a garota híbrida se deitou no ombro de Christopher no banco de trás.

Pensei em ir para aquele hotel que Rachel dissera enquanto passeávamos, mas Ayumi se recusou a permanecer em Nova Iorque.

– Ela estava procurando o seu pai – disse ela. – Sei alguém próximo a ele que pode ajudar você a achá-lo. Ele e Blair tinham assuntos inacabados, mas acho que você, ruiva, pode ajudar seu namorado a conseguir respostas.

– Quem? – perguntei, olhando para ela pelo espelho retrovisor. Ayumi estava devastada, mas forçou um sorriso duro.

– O pai dela – respondeu, por fim. – Corins Whelpton. Vamos para Gravity.


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Notas finais do capítulo

E você que visualizam, leem e não comento. Eu to vendo essa zuera...



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