Laura E Edgar Em: O Amor E O Tempo escrita por Tânia Medeiros


Capítulo 5
Capítulo 5 - Um Pretendente?


Notas iniciais do capítulo

Meninas, mais uma vez muito obrigada pelos comentários de você. Eles são muito importantes pra mim, assim como vocês já são.
Sei que algumas já estão ansiosas para a cena em que Laura e Edgar vão se conhecer, mas eu pareço estar enrolando rsrs, mas acredito ser preciso algumas situações antes disso. Mas prometo que até no Domingo eu posto a cena em que eles dois se conhecem, ok?!



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Constância segura nas mãos de Margarida e as duas sorriem juntas, observadas por Marieta e Carlota.  A tia de Laura permanecendo séria como seu típico mau-humor lhe permitia ser, já Marieta sorri acompanhando a alegria de Constância e da amiga Margarida. Enquanto as senhoras ainda permanecem mais um pouco na confeitaria Laura continua em seu quarto. Na verdade passara a tarde inteira trancada nele, como de costume sempre acompanhada por seus livros. Naquela tarde terminara a leitura de A Moreninha, o único livro inédito que ainda tinha disponível em seu quarto. Ficara irritada, pensativa com o castigo que sua mãe lhe aplicara. Como passaria os próximos dois longos meses sem poder ler algo que ainda não conhecia? Pegara outros de seus livros e pensava:

- Lerei-os novamente, afinal a leitura pode nos proporcionar emoções diferentes a cada vez que é feita, dependendo de nossas aflições, de nosso estado de espírito.

Ter de ler os mesmos livros pela segunda ou terceira vez não era algo monótono para Laura, mas a implicância da mãe com seu gosto pela leitura, que não perdera a primeira oportunidade de castigá-la lhe tirando os livros é o que lhe afligia. Laura então pega “Senhora” de José de Alencar. Não sabe direito porque este título lhe despertara a vontade de se dedicar à sua leitura novamente.

Aurélia Camargo e Fernando Seixas tem uma história de amor conturbada. Enquanto Aurélia ainda era uma moça pobre ela e Fernando se apaixonaram, foram noivos, vieram a se separar devido a ganância de Fernando que a abandonara. Aurélia assim que ficara rica ao receber uma enorme herança de seu avô, resolve então se vingar de Fernando Seixas, comprando seu ex-noivo. Após o casamento Aurélia e Seixas passam a viver como estranhos na mesma casa, torturando-se com ironias, mas perante a sociedade, representam um “casal feliz”, com a convivência diária imposta pelo casamento percebem que apesar das mágoas e do orgulho não deixaram nunca de se amar e  depois muitos conflitos, por fim, resolvem esquecer o passado e se entregam ao amor conjugal.

Os conflitos entre os personagens do livro despertavam atenção de Laura. Aurélia era uma mulher tão decidida, tão inteligente, tão diferente. Laura então começa a se dedicar a segunda leitura de Senhora, mal começa a ler e Constância  adentra o quarto da filha e a encontra deitada na cama fazendo sua leitura, Laura se assusta com o modo pouco delicado que sua mãe a aborda.

Constância: - Laura?! Ah mas você não faz mesmo outra coisa, continua lendo?!

Laura  se levanta ficando de pé de frente para a mãe: - Continuo. Ou achou que o seu castigo me faria desistir dos livros? (irritada)

Constância: Ah não me importa! Estou por deveras feliz, nem as suas malcriações serão capazes de tirar meu bom-humor!

Laura olha pra mãe com feição interrogativa e Constância nem sequer espera que a filha lhe lance alguma pergunta.

Constância: - Arrumei um pretendente para você Laura!

Laura fica sem reação e acaba se sentando na cama, quase caindo: - Como?

Constância sorrindo: - Um pretendente. Não é maravilhoso? Vamos sorria Laura, é a melhor notícia que você poderia receber. (diz ela se abaixando à altura de Laura, passando a mão pelo seu rosto esperando que a filha esboce um sorriso).

Laura respira fundo e olha incrédula diretamente nos olhos da mãe:

- Um pretendente? A senhora fez o quê? Me arrumou um pretendente?

Constância: - Sim Laura um pretendente. Estava a pouco na confeitaria Colonial conversando com uma de minhas amigas, a senhora Vieira, mãe do Fernando aquele amigo do seu irmão.

Laura: - A senhora me arrumou o Fernando como pretendente? (Assustada).

Constância: - Não, o Fernando tem a mesma idade que você, e pelo que vejo a mesma idade e ainda menos juízo, seria uma loucura minha pensar em te entregar para ele um dia, minha filha. Margarida tem outro filho, mais velho, rapaz responsável, ajuizado. Nós duas acertamos todos os detalhes para que vocês se conheçam, aliás, seu pai não viu nenhum problema nisso.

Laura cada vez olhava mais assustada para tudo que a mãe dizia, como fora capaz de tamanha estratégia para lhe arrumar um rapaz por pretendente? E então aquela conversa mais cedo não eram apenas suposições da baronesa, com certeza estava a mãe há muito mais tempo planejando encontrar um pretendente para ela, e seu pai sempre tão centrado, tão sábio, estava de acordo com tudo isso?! Laura ficara indignada:

- O irmão mais velho do Fernando? O outro filho da dona Margarida? Acertou tudo agora pouco com a mãe do rapaz? A senhora pensa que eu sou o quê dona Constância? Um objeto de mercadoria que a senhora vê o melhor comprador, discute as condições e fecha o negócio? Baronesa da Boa Vista eu sou sua FILHA, não sua propriedade. Você me deu a vida, cuidou e cuida de mim, mas NÃO PODE DECIDIR A MINHA VIDA!

Constância: - Veja lá o modo que você fala comigo mocinha. Legalmente seu pai é responsável por você e NÓS dois estamos preocupados com o seu futuro. Laura você precisará se casar daqui uns anos, ter um novo homem que seja responsável por você que cuide de você. Você precisará constituir uma família, minha filha. E o quanto antes você conhecer o seu futuro marido, melhor.

Laura: - Futuro marido?

Constância: - Claro! Eu apenas ainda digo pretendente, pois vocês ainda não se conhecem, mas irão se conhecer, firmar compromisso e no futuro se casar.

Laura: - Me casar com um homem que eu nem conheço? Isso é loucura. Preste atenção no que a senhora está dizendo.

Constância: - Mas vai conhecer! E isso não irá demorar. No sábado vamos à uma festa na casa dos Vieira e você conhecerá Edgar.

Laura: - Edgar?

Constância: - É. Edgar! Este é o nome do seu pretendente e se tudo der certo, futuro marido. Lindo nome não é?

Laura: - Sim. Mas no sábado? É daqui a quatro dias!

Constância: - Está ansiosa minha filha?

Laura: - Eu ansiosa? Mal posso esperar pelo casamento. (Com ironia)

Constância: - Laura! (A repreendendo)

Laura: - Esqueça eu não vou nesta bendita festa, não irei conhecer Edgar nenhum. Não vou aceitar tamanha loucura.

Constância se irrita com a recusa de Laura.

Constância: - Eu não estou perguntando se você quer ir  à festa na casa dos Vieira. Eu não estou perguntando se você quer conhecer o Edgar. Eu estou AFIRMANDO que: - VOCÊ IRÁ CONOSCO À FESTA NA MANSÃO DOS VIEIRA PARA CONHECER O EDGAR!
E não quero ouvir um pio mocinha. (Diz ela, saindo e batendo a porta do quarto de Laura.)

Laura tomada pela raiva atira os travesseiros de sua cama ao chão, arrancando também a colcha e acaba por se jogar na cama, socando o colchão com raiva, no mesmo instante, lágrimas de revolta escorrem pelo seu rosto. Sabia que não poderia ir contra as imposições de sua mãe, ainda mais sabendo que ela contava com o apoio de seu pai nessa história. Embora fosse resistente à idéia, entendia a preocupação de seus pais de quererem vê-la casada algum dia com um bom homem. A idéia de conhecer alguém arranjado com propósitos tão bem estruturados por sua mãe a assustava e a revoltava, porém não encontrava nenhuma saída neste momento, teria uma festa na casa dos Vieira para ir dali quatro dias, teria um Edgar para conhecer...


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