Por Acaso... escrita por Prímera


Capítulo 1
Capítulo 1 - Sem escolha.


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste do capítulo, e por favor comente para que eu possa continuar :)
Boa leitura o/



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– Aiaiai... Mas que calor! – Reclama a menina ajoelhada na frente do ventilador.

– O calor parece aumentar a cada ano aqui, no Japão. – Kero tentava conter o ardor abanando-se em cima da escrivaninha, mas logo opta pelo método de Sakura, se juntando a ela em frente ao ventilador.


As férias de verão haviam chegado, porém, diferente dos anos anteriores, Sakura acabou ficando em casa. Uma decisão sábia aos seus olhos, embora difícil de ser tomada. Tomoyo a tinha convidado para passar juntas na casa de praia que iria mais sua mãe. No entanto, mal se via a amiga interagir com a mãe por causa do trabalho, e preferiu deixa-las terem um tempo a sois.

A segunda opção que foi pouco mais complicada; Shaoran, que atualmente estuda consigo, voltou para Hong Kong para resolver algumas pendências da família Li como prometeu a mãe por permiti-lo concluir os estudos no Japão. Ele a chamou, mas negócios são negócios, e não queria ser um empecilho para seu... Quase namorado... Outro assunto complicado que resolverá em breve. Ela esperava, afinal, passará as férias de verão criando coragem para uma suposta conversa.


– Já sei! – Sakura levanta entusiasmada.

– Aonde vai? – Pergunta o guardião curioso.

– Vou à cozinha. Acredito que ainda tenha sorvete.

– Obaaaa... Eu também quero.


...


Kero estremecia após uma considerável colherada de sorvete. Suas bochechas rosadas apenas evidenciavam seu contentamento pelo doce. – Isso esta uma delicia. Você quem fez, Sakura?

– Não. Meu pai comprou um dia desses no caminho da faculdade pra casa. Achou que seria bem aproveitado já que o clima está tão quente.

– Seu pai é muito inteligente, Sakura.

– É, sim! – Confirma sorridente a menina.


Diante daquela tranquilidade da tarde, Sakura jamais imaginaria que tão logo uma estranha sensação mudaria o clima alegre do local. De início se sentiu incomodada, o sofá lhe pareceu desconfortável e seu estomago não parava de revirar. Mirou a janela inúmeras vezes num curto espaço de tempo.


– Algo errado, Sakura? – Kero percebeu seu mal-estar.

– Acho... que estamos sendo observados.


O guardião flutuou acima da mesinha de centro. Fechou os olhos para canalizar a magia no intuito de localizar o que esteja fora do normal nas mediações. Mas não foi necessário, a presença veio tão forte que por instantes distorceu a dimensão.

Fazia tempo que Sakura não sentia uma magia de certa forma evoluída como aquela, desde... Desde o aparecimento de Eriol. As palavras praticamente a despertaram.

Seguindo sua intuição, correu para a parte de fora da casa, olhando atentamente ao redor e somente parou quando chegou do outro lado da calçada.

Esta perto, posso sentir sua aproximação. Continuou com os pensamentos. Mas não é o Eriol, apesar da magia ser igualmente forte, (o que descarta a possibilidade de ser novo nesse segmento assim como eu. Tamanho poder vem de anos de experiência me disse uma vez Kero, e Eriol, mesmo com a minha faixa etária, é um caso aparte por ser uma reencarnação) essa magia é diferente de qualquer outra que sentir aqui no japão!


– Sakuraaa!! – O guardião a alcança momentos depois.

– Está sentindo, Kero?

– É claro que estou! Um poder como esse consegue ser capitado até para os que possuem um mínimo que seja de magia. – Responde preocupado, franzindo cada vez mais o cenho. – Embora, eu presuma que seja isso que ele queira.

– Como é que éee...?!

– Exatamente, sakura. Um ser com tamanha habilidade pode facilmente ocultar sua presença, mas pelo contrário, expandiu completamente. – Cruza os pequenos braços, pensativo.

– Então quer que saibamos onde se encontra? – Sem notar, a jovem apertava fortemente as mãos sobre o peito, olhando fixamente o bichinho alado.


Kero tenta apaziguar um pouco a situação após ver a aflição de sua atual dona, no entanto, o máximo que pôde fazer fora suspirar e mudar o semblante.


– Provavelmente sim. – Responde meneando a cabeça. – Mas não somente a gente. Com certeza outros também perceberam.

– Precisamos encontra-lo logo, antes que... – Sakura é interrompida pela luz vinda de seu quarto. As cartas! Não se limitou em pensar o pior e correu sem hesito para seu quarto.


No corredor superior que dá acesso para os quartos, parou poucos metros da sua porta aberta. Capitou parte daquela presença ali, ainda assim forte o suficiente para atemoriza-la. Respirou fundo e caminhou até a entrada. Colocou o braço na frente dos olhos e precisou de segundos para acostumar-se com a claridade.

As cartas rodeavam uma em especial, era justamente a que emitia a luz. A jovem se aproximou vagarosamente, mas foi percebida por elas. Recuaram rapidamente como que mostrando para sua dona o problema; a carta do retorno.


– O que esta acontecendo? – Soltou mesmo sabendo que não a responderiam.


O retorno começou a escurecer, o brilho, antes ofuscante, ficou opaco e mudando gradativamente para um tom arroxeado. A preocupação de Sakura aumentou ainda mais quando a carta começou a transluzir e desaparecer.

Não... Já havia passado por aquela situação quando conseguiu por fim a carta esperança, só que não estava pronta para passar por tudo aquilo novamente, não agora... Se possível nunca mais!!

Sakura se lança sobre a carta, segurando-a antes que desaparecesse completamente. Algo envolveu suas pernas semelhante a uma areia movediça, que a cada esforço para sair seu corpo era mais e mais envolvido.

Ouvir seu nome e ver o semblante apavorado do Shaoran adentrando o cômodo, foi as ultimas coisas que sua mente registrou antes de cair na escuridão.


...


A jovem corre de volta para a residência depois de avistar uma luz transpassando as janelas do quarto. A reação foi tão repentina que Kero assustou-se, mas não conseguiu detê-la e foi deixado para trás. Sakura precisa tomar cuidado, essa magia não é oriental. Pensou.

– O que foi isso? – Um Shaoran ofegante chega logo em seguida.

– É o Pirralho? O que faz aqui? – Apesar da perguntar ser um tanto obvia, aguardou paciente pela resposta que comprovaria sua conversa anterior com Sakura; Outros estão sentindo.

– Há três dias, antes de sair do Japão, senti algo completamente diferente dos padrões que conheço pela região...

É o que? Esse pirralho conseguiu detectar o intruso bem antes, enquanto eu só tive conhecimento de sua origem na cidade hoje. Não é a toa que não tenha reconhecido a energia que se aproximava, ele está diferente.

– Tenho que admitir pirralho, você ficou um pouco mais forte. – Fala desdenhoso.

– Foi por isso que pedi para Sakura ter cuidado.

– Como é? – Kero rosna avançando para cima do rapaz. – Você sente algo perigoso na cidade e o máximo que pede é para tomar cuidado? Porque não avisou do perigo?

– Eu lá iria saber?! – Shaoran não se intimida e também avança olhando diretamente nos olhos do bichinho alado. – Disse que senti algo estranho, mas de fato não sabia o que era.

Apesar do aumento da magia, ainda é muito inexperiente. Só que...

– Me diga pirralho...

– Pare de me chamar assim! – Reclama, sendo ignorado pelo guardião.

– Mesmo não reconhecendo a ameaça, você viajou. O que faz de volta? Como chegou tão rápido? – Indaga. A seriedade se mostrando não somente na cara, mas em sua voz .

– Assim que cheguei a Hong Kong pesquisei mais sobre diversas formas de magia nos livros de minha família e descobri outras filosofias pelo mundo, em particular no ocidente. Notei a gravidade e no dia seguinte peguei um voou de volta.

– Isso! – Se pronunciou uma terceira pessoa em meio à conversa. Yue pousa elegantemente ao lado do outro guardião. Mirou a residência dos Kinomoto, contudo, o máximo que mudou em sua face foi o apertar dos olhos como se quisesse enxergar através das paredes daquela casa. – Essa magia vem do ocidente. – Concluiu.

– E o que quer vindo justamente para Tomoeda? – Shaoran direciona a pergunta para Yue, mas antes de receber qualquer resposta, muda o foco do assunto. – O-onde está Sakura? – Balbuciou, temendo o provável.


Todos olharam na mesma direção.

Shaoran morde os lábios sentindo um pequeno calafrio. Deduziu que não seria do vento, pois o clima daquele final de tarde ainda estava quente e parado. Apressou-se a entrar sendo seguido pelos outros dois e se deixou conduzir pela presença da menina até o quarto dela.


– Sakura?


Não pode acreditar. Uma espécie de buraco dimensional em meio ao cômodo puxava Sakura. Como se formou? De onde vinha? Ela lutava, debatia-se, mas o que lhe chamou a atenção foi que de forma alguma soltou a carta que apertava contra o peito.

Sakura estende a mão tremula e Shaoran corre para segurar sua mão...


...


Ajoelhado sobre o piso de madeira, via a história repetir-se. Assim como no elevador, ele não chegou a tempo. Ele não conseguiu segurá-la.

– Sakuraaa!! – Gritou, expondo naquele grito sua indignação.

– Não adianta, ela não pode ouvi-lo. – Kero mirava algo acima e Shaoran o seguiu. – Foi absolvida pela carta.

– O quê? – Levantou-se, recuando alguns passos para ver melhor a carta. – O retorno. Mas eu a vi com a carta nas mãos. Então não era essa?

– Sim, era! Sakura deve ter achado que estava protegendo-a da magia alheia, no entanto, não supôs que o retorno era o próprio responsável que a estava tragando para dentro de si.

– Assim como no templo Tsukimine. – Lembrou-se Shaoran.

– Não, não é igual. – Corrigiu Yue. – No templo onde a carta se ativou, Sakura regrediu com os poderes do retorno, mas agora com essa nova influência, é possível que ela não esteja apenas assistindo o passado e sim fazendo parte dele.

– O que quer dizer com isso? – Shaoran não escondia sua impaciência.

– Sakura voltou no tempo. – Kero resumiu suspirando.

– E se usarmos a carta tempo? – Sugere baseando-se na experiência passada.

– É uma carta que requer muita energia, por outro lado, se fosse possível usá-lo com seus atuais poderes, estaria bloqueado o retorno e não a magia intrusa. Um alvo fácil para o inimigo.

– Quer me dizer que não há meios de salvar a sakura?


O silêncio se fez presente depois do que Shaoran dissera. Inconformado, baixou a cabeça, fechando as mãos em punhos. O que poderia fazer? Indagava constantemente em seu subconsciente. Se fosse mesmo esse o desfecho; Esperar por uma solução vinda sabe-se lá de onde, ou que a própria Sakura consiga um meio de reverter isso no lugar em que esteja, então de que adiantou seus treinos, seus esforços para aumentar o nível de magia. Acima de tudo, o que estaria fazendo ali, sendo tão inútil para a pessoa que mais ama.


– Não vou me dar por vencido. – Shaoran retruca quase inaudível, porém Kero e Yue ouviram perfeitamente.


“Quando não restar mais opções, quero que busque por essa pessoa. Tenho certeza que ela irá ajuda-lo...”.


As palavras de sua mãe sibilaram em seu ouvido. Parecia estar bem ao seu lado, conversando como antes de voltar para o Japão. Não havia entendido nada do que dissera a princípio, mas guardou o endereço no bolso de sua calça.

Shaoran estava convicto de que aquele era o momento no qual sua mãe falara. Os riscos que tinha que ocorrer e a decisão que precisava tomar. Decidiu sair imediatamente da casa de Sakura dizendo apenas que encontraria um jeito de salva-la... Assim ele esperava.


...


– Finalmente chegou. – Disse pousando o copo ao lado de uma garrafa de bebida. – Estava a sua espera... – Conclui fixando seus olhos num Shaoran ofegante que acaba de cruzar a entrada de sua casa. Uma residência antiga num bairro nobre e urbanizado da cidade de Tokyo.

A jovem mulher vestia um quimono vermelho com desenhos que reconheceu serem rosas estampadas e caia junto ao tecido com uma abertura, onde mostrava uma de suas pernas, até o chão. Um grande laço num tom bege lhe amarrava a cintura, contudo o mais notório era o decote que aumentava o volume de seus seios, se é que fosse possível. Questionou-se o chinês.

A mulher de longos cabelos negros se aproxima. Shaoran balança a cabeça para livrar-se dos pensamentos e manter o foco. O que havia lhe trazido aquele estranho lugar.


– Você é a feiticeira das dimensões? – Indaga com urgência.


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Notas finais do capítulo

Essa fanfic será curta, sou tão ansiosa escrevendo quanto lendo.
Bom, gastei meus neurônios pensando no desenvolvimento do capítulo, sendo assim, as notas finais vão se resumir em... Até o próximo capítulo!